ESMERALDAS
A esmeralda é a variedade verde do mineral berilo, um silicato dos metais berílio e alumínio (Be3Al2Si6O18), que forma cristais de prismas hexagonais. Outras variedades com qualidade de gema são a água-marinha (azul), o heliodoro (amarelo) e a morganita (rosa). A variação de cor é causada pela inclusão de traços de elementos metálicos, chamados cromóferos, no caso da esmeralda cromo e/ou do vanádio. Entre todas as variedades, a esmeralda é a mais rara, formada em condições geológicas muito específicas. Esmeraldas transparentes e de cor verde intensa e uniforme são muito raras, podendo atingir preços superiores aos dos diamantes, considerando sempre como base de preços o quilate (0,2 g).
Esmeralda da Lavra Carnaíba – Carnaíba, BA, em exposição na atração
Inventário Mineral do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal.
Inventário Mineral do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal.
As minas de esmeraldas mais antigas encontram-se no Egito, na costa do Mar Vermelho, e já foram exploradas há 5.000 anos ou mais, fornecendo gemas para o Oriente e para gregos e romanos. há cerca de 2.000 anos os romanos descobriram esmeraldas nos Alpes da Áustria, perto de Salzburgo. Estas pedras abasteceram o mercado europeu durante séculos até a descoberta das esmeraldas no Peru pelos espanhóis.
As primeiras esmeraldas das Américas foram levadas à Europa pelos espanhóis depois da conquista do México por Hernando Cortez (1485-1547) nos anos de 1519/22, onde foram saqueadas em templos e túmulos. Não há notícias de minas de esmeralda no México. Foram trazidas provavelmente do Peru, onde as minas de esmeralda já eram exploradas há mais de 1000 anos.
O fato mais importante na história das esmeraldas nas Américas, foi a conquista do Peru por Francisco Pizarro (ca. 1475 -1641) com uma tropa de somente 180 homens, nos anos 1530 a 1533. Acharam muitas esmeraldas com os nativos, mas os espanhóis não conseguiram localizar as minas. Em março de 1537, eles receberam de presente algumas esmeraldas dos índios, que também indicaram a localização das minas de Chivor, situadas na encosta oriental da Cordilheira de Bogotá. Como o um lugar era de acesso muito difícil, os espanhóis abandonaram logo os trabalhos. Pouco tempo depois tiveram conhecimento de outras minas nas terras da tribo Muzo, que ofereceu muita resistência aos conquistadores. Somente em 1555 os espanhóis, liderados por Antonio Lanchero, conseguiram derrotá-los, tendo, assim, acesso às minas das melhores esmeraldas do mundo.
O vale dos Muzo está situado cerca de 100 km a norte de Bogotá, e a exploração de esmeraldas começou em 1558. Ambas as ocorrências estão situadas nas montanhas Somondoco, que significa deus das pedras verdes na língua dos nativos da tribo chibcha.
A produção de esmeraldas na Colômbia foi tão grande, que afetou o preço das esmeraldas orientais (e da Áustria) na Europa. O padre jesuíta José d’Acosta relata que, quando voltou do Peru à Espanha em 1587, foram transportadas no mesmo navio duas caixas com algumas dezenas de quilos de esmeraldas.
Até hoje, a Colômbia produz aproximadamente 60 % das esmeraldas no mundo e 80 % das de melhor qualidade. Até a descoberta das esmeraldas nos Montes Urais na Rússia, em 1831, a Colômbia forneceu quase toda a produção mundial. Geologicamente, a ocorrência do vale Muzo se distingue das jazidas mencionadas (Egito, Áustria, Rússia e outros países) como também das brasileiras. Ali a esmeralda ocorre em finos veios de calcita, intercalados em xistos carbonosos e calcíferos, fortemente dobrados.
No Brasil as minas mais famosa são: Carnaíba- Bahia e Nova Era- MG.
Uma pedra do tamanho de um ovo de galinha foi encontrada, junto com objetos de ouro, por Antonio de Sepulveda, em 1580, quando tentou drenar o Lago Guatavita, um lago formado em uma cratera vulcânica a cerca de 60 km ao norte de Bogotá. Este e outros lagos eram locais de cultos e cerimônias de consagração de caciques. Depois de untados com óleo e cobertos com ouro em pó, os novos caciques eram levados ao meio do lago em uma balsa carregada com objetos de ouro e esmeraldas, onde se banhavam, tirando o ouro em pó. Os objetos de ouro também eram jogados na água como oferendas ao deus do sol. Essa cerimônia deu origem à lenda do Eldorado, que não é propriamente dito um lugar, mas sim o homem dourado.
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