O Governo de Moçambique assegura que o país dispõe de jazidas de diamantes com qualidade comercial e está empenhado na criação de mecanismos de venda legal para impedir a utilização do minério no financiamento de atividades ilícitas.
“Há garantias [de que o país dispõe de diamante comercial], porque temos algumas amostras tiradas em Mavue, na província de Gaza, que precisam ainda de testes adicionais, mas tudo indica que é diamante comercial”, disse, nesta quarta-feira (6), Carlos José Elias, secretário executivo da Unidade de Gestão do Processo de Kimberley, que segue os padrões internacionais.
Carlos José Elias falava após ser investido no cargo da entidade governamental moçambicana pelo primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
À Unidade de Gestão do Processo de Kimberley cabe a responsabilidade de certificação e controlo de pedras preciosas.
Mais de 40 operações de prospeção de diamantes estão em curso nas províncias de Gaza (Sul), Manica, Tete (Centro) e Niassa (Norte), o que mostra a confiança dos investidores no potencial do diamante moçambicano, afirmou Carlos José Elias.
Para impedir a venda ilegal de pedras preciosas e semipreciosas, o Governo moçambicano criou entrepostos em Maputo e em Nampula e vai mobilizar os garimpeiros para o licenciamento da sua atividade e certificação do produto extraído.
“Nós registamos em Moçambique a saída de muitos minerais [e metais]: basicamente estamos a falar de ouro, pedras preciosas e semipreciosas”, assinalou Carlos José Elias.
Nesse sentido, prosseguiu, o país deve estancar o fluxo ilegal de minérios preciosos, juntando-se ao esforço internacional de combate ao financiamento de guerras e criminalidade transnacional.
Ao operacionalizar a unidade de gestão, Moçambique dá um passo para o cumprimento do chamado Processo de Kimberley, um mecanismo internacional que define as diretrizes de venda de pedras preciosas visando impedir a entrada no comércio dos chamados “diamantes de sangue”, extraídos em zonas de guerra.
O interesse no subsolo moçambicano surge em vários países.
Em outubro, à margem da cimeira África-Rússia, a empresa russa de mineração de diamantes Alrosa manifestou interesse em avaliar o potencial diamantífero de Moçambique para um possível investimento.
Fonte: África 21 Digital com Lusa
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