terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Cena externa abre espaço para realização de lucros na bolsa apesar de PIB melhor

Cena externa abre espaço para realização de lucros na bolsa apesar de PIB melhor



Ações2 horas atrás (03.12.2019 12:45)

Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista perdia força nesta terça-feira, contaminada pelo viés mais negativo no cenário externo, após novos movimentos do presidente Donald Trump relacionados ao comércio global, enquanto o crescimento acima do esperado da economia brasileira no terceiro trimestre agradava agentes financeiros.
Às 11:37, o Ibovespa caía 0,23 por cento, a 108.675,51 pontos. O volume financeiro somava 3,47 bilhões de reais. Mais cedo, na máxima do dia até o momento, o Ibovespa chegou a 109.197,77 pontos.
Na cena internacional, repercutia declaração de Trump de que um acordo comercial com a China pode ter que esperar até depois da eleição presidencial norte-americana em novembro de 2020. O comentário reduziu esperanças para um fim da disputa iniciada por Washignton e que tem pesado sobre a economia mundial.
O índice norte-americano S&P 500 perdia 0,9%, mesma direção já adotada pelos principais pregões europeus.
Para a equipe da Tullet Prebon Brasil, o comportamento dos mercados no exterior favorece movimentos de realização de lucros na bolsa brasileira. Vale notar que o Ibovespa acumulava até a véspera elevação de 24% em 2019.
No Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) acelerou a expansão para 0,6% no terceiro trimestre em relação ao segundo, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanços de 0,4% na base trimestral.
Em nota a clientes mais cedo, o estrategista Dan Kawa, sócio na TAG Investimentos, destacou que dados recentes no Brasil confiram que o país em um estágio inicial do ciclo econômico, o que deverá ficar mais evidente ao longo de 2020.
DESTAQUES
- VALE ON (SA:VALE3) caía 1,6%, acompanhando o movimento de outras ações de mineradoras e siderúrgicas no exterior em meio ao noticiário mais negativo sobre o comércio global, com CSN (SA:CSNA3) recuando 2,4%, GERDAU PN (SA:GGBR4) perdendo 2,2% e USIMINAS PNA (SA:USIM5) cedendo 1,4%, após ganhos na véspera.
PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) cediam 0,5% e 1%, respectivamente, alinhadas à fraqueza dos preços do petróleo no mercado global.
- SMILES ON (SA:SMLS3) desabava 9%, com as cotações tocando mínimas desde 2018, após a administradora de programa de fidelidade estimar na véspera desaceleração de receitas e queda de margens em 2020. O "pesadelo está se tornando realidade", disse o Bradesco BBI em relatório a clientes. A Smiles realiza encontro anual com investidores nesta terça-feira. GOL (SA:GOLL4) PN, controladora da Smiles, subia 1,1%.
- BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) subia 2,1%, maior alta do Ibovespa. Agentes financeiros citavam notícia do jornal O Globo de que a equipe econômica se prepara para começar um processo que pode levar à prvatização do BB. Autoridades do governo e o próprio presidente-executivo do banco já sinalizaram tal propósito, porém, ressalvaram as dificuldades para os planos avançarem. BB SEGURIDADE, contralada pelo BB, avançava 2,4%.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) e ITAÚ UNIBANCO PN avançavam 0,6% e 0,5%, respectivamente, contribuindo do lado positivo, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) cedia 0,45% e BTG PACTUAL (SA:BPAC11) UNIT recuava 1,1%.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) avançava 1%, tendo de pano de fundo notícias envolvendo empresa, entre elas, que a Odebrecht, controladora da petroquímica, está propondo a bancos credores manter o recebimento da maior parte dos dividendos pagos pela Braskem e que os bancos esperem um período mais longo antes de tentar vender as ações do conglomerado na empresa, conforme afirmaram à Reuters fontes a par do assunto.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)


Fonte: Reuters

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