Ibovespa renova máximas com corte na Selic, melhora no rating e ajuda de Trump
Ações2 horas atrás (12.12.2019 11:45)
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quinta-feira, renovando recordes, tendo de pano de fundo corte da taxa básica de juros do país para nova mínima história e melhora na perspectiva do rating brasileiro pela Standard & Poor's. Enquanto no exterior o apetite ao risco se intensificou após tweet do presidente dos EUA Donald Trump sobre a proximidade de um "grande acordo" com a China, de acordo com ele. Antes, prevalecia certa cautela com o embate comercial China-EUA.
Por volta de 12h15, o Ibovespa atingiu os 112 mil pontos com uma alta de 0,94%, aos 112.009,80 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 112.026 pontos. O volume financeiro somava 6,189 bilhões de reais.
O Banco Central cortou a Selic a 4,5% ao ano, dentro do esperado na noite de quarta-feira, enquanto manteve em aberto a possibilidade de uma nova redução na taxa em 2020.
Também após o fechamento dos negócios na véspera, a agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou, de estável para positiva, a perspectiva para o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil, hoje em BB- (nota três graus abaixo da categoria "grau de investimento").
Para a equipe do BTG Pactual, é prematura qualquer avaliação em termos de tendência de curtíssimo prazo para o Ibovespa, com chance de realização de lucros caso as tarifas dos EUA sobre produtos chineses não sejam adiadas, conforme nota a clientes distribuída pela área de gestão do banco.
"Porém, isso em nada muda as nossas expectativas, onde continuamos bem otimistas com o Brasil e com os nossos ativos de um modo geral. Ao nosso ver, o grande destaque do primeiro trimestre será mesmo a bolsa de valores", afirmou.
No exterior, a decisão do Federal Reserve na véspera e manutenção dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta quinta-feira repercutem nos negócios, enquanto investidores permanecem a expectativa de novidades sobre as negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos.
Mais cedo nesta quinta-feira o Ministério do Comércio disse que os dois países estão em estreita comunicação sobre o comércio. Novas tarifas norte-americanas sobre quase 160 bilhões de dólares em produtos chineses estão previstas para entrarem em vigor no próximo dia 15.
"Nós acreditamos que os mercados sob nossa cobertura permanecem amplamente precificados para um adiamento ou cancelamento (como parte da fase 1 de um acordo)", afirmou Jonathan Garner, do Morgan Stanley."Se os EUA avançarem com essas tarifas, seria uma surpresa negativa significativa."
No final da manhã, Trump tweetou que os EUA estão chegando "muito perto" de um "grande negócio" com a China. "Chegando MUITO perto de um GRANDE NEGÓCIO com a China. Eles querem, e nós também!" o presidente twittou.
DESTAQUES
Getting VERY close to a BIG DEAL with China. They want it, and so do we!
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- MRV ON avançava 6,06%, entre as maiores altas, tendo no radar sanção presidencial de medida provisória que fixa novas regras do FGTS, com o índice do setor imobiliário com o melhor desempenho entre os índices setoriais na bolsa paulista. CYRELA ON tinha elevação de 2,36%.
- GPA PN valorizava-se 2,24%, um dia após evento com investidores, em que o varejista disse que estimou que a unidade de atacarejo Assaí atinja vendas brutas de 50 bilhões de reais até o final de 2022, conforme a dona das bandeiras Pão de Açúcar e Extra continua o processo de expansão orgânica.
- LOJAS AMERICANAS PN subia 1,86%, endossada por relatório do Credit Suisse elevando recomendação para 'outperform' e preço-alvo para 30 reais. O CS também melhorou a recomendação de B2W para 'neutra' e o preço-alvo para 70 reais, ajudando na alta de 2,07% da ação.
- SABESP ON caía 3,80%, mesmo tendo de pano de fundo aprovação pela Câmara dos Deputados na noite de quarta-feita o texto-base do projeto que atualiza o marco legal do saneamento básico no Brasil, proposta encarada pelo governo como chave para a entrada de investimentos no país.
- PETROBRAS PN subia 0,56%, em movimento alinhado à alta dos preços do petróleo. PETROBRAS ON ganhava 0,43%.
- VALE ON tinha elevação de 0,19%, destoando de suas pares negociadas na Europa. Um painel de especialistas contratado pela mineradora para avaliar causas técnicas do rompimento de uma barragem da companhia em Brumadinho (MG) em janeiro apontou em relatório que o incidente foi causado pela "liquefação estática dos rejeitos" na estrutura.
- BRADESCO PN avançava 0,85% e ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 0,53%, endossando a trajetória positiva do Ibovespa, dado o peso relevante que ambos detêm no índice.
Fonte: Reuters
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