sexta-feira, 24 de abril de 2020

Ibov desaba e dólar renova máximas com demissão de Moro; Guedes é novo alvo

Ibov desaba e dólar renova máximas com demissão de Moro; Guedes é novo alvo



Ações49 minutos atrás (24.04.2020 12:00)

 Agora é oficial: Sergio Moro não é mais ministro da Justiça. A demissão foi anunciada em entrevista coletiva em Brasília nesta sexta-feira (24), em que Moro fez um balanço de ações e resultados da pasta durante o seu comando e o motivo de saída.
Os investidores não veem com bons olhos a saída de Moro do governo. Por isso, o Ibovespa despenca 7,21% a 73.925 pontos às 11h58. O EWZ, fundo de bolsa negociado em bolsa que replica o Ibovespa em Nova York, derrete 9,75%.
A intensificação da crise política afeta a cotação do dólar. A moeda americana atingiu máxima histórica de R$ 5,7127 e operava em alta de 3,06% a R$ 5,7022.
"Estamos vendo um governo se desfazer em meio a uma situação gravíssima de política internacional", afirmou Fernando Bergallo, da FB Capital.
"A troca do Ministro da Saúde em plena pandemia, obviamente, já pegou muito mal para o investidor estrangeiro, e no momento em que o segundo pilar do governo, que é o Ministro da Justiça, que emprestou a credibilidade toda para o Bolsonaro sai do governo, você está perdendo outra perna desse tripé que não vai se sustentar sozinho", afirmou.

Contexto da demissão

O estopim para a saída de Moro foi a exoneração do diretor da Polícia Federal Maurício Valeixo, indicado por Moro ao cargo. Valeixo era superintendente da PF em Curitiba durante a Operação Lava-Jato, que investigou corrupção na Petrobras (SA:PETR4) durante os governos do PT. A Lava Jato tornou Moro conhecido nacionalmente como juiz de 1ª instância em Curitiba.
A exoneração de Valeixo foi publicada em edição extra do Diário Oficial, na madrugada desta sexta. De acordo com o decreto, ela ocorreu "a pedido". Não foi nomeado um substituto. O presidente deseja ter uma influência maior na instituição.
Durante a coletiva, a decisão do presidente Jair Bolsonaro de trocar o comando da Polícia Federal representa uma interferência política no órgão e desfaz a promessa que recebeu de carta-branca.
Moro disse em seu pronunciamento que desde o período da Lava Jato sempre se preocupou com a possibilidade de interferência política na PF. O ministro disse lamentar ter de se demitir durante a pandemia de coronavírus, mas disse que era "inevitável".
A saída de Moro do governo é a perda de um dos pilares de sustentação do presidente no cargo. Moro assumiu o cargo em janeiro de 2019 com o status de superministro. No entanto, foi perdendo influência com recuos e derrotas desde quando estourou o vazamento de troca de mensagens entre o então juiz e procuradores da Operação Lava Jato, em que havia indício de combinação de ação entre as duas partes.
Além disso, a acusação de tentativa de interferência na PF pelo presidente Bolsonaro pode constituir crime de responsabilidade e pode abrir caminho para processo de impeachment. No momento, 24 pedidos de impeachment estão na mesa do presidente da Câmara Rodrigo Maia.

Fonte: Investing.com

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