Com as lojas fechadas na tentativa de conter o avanço do novo coronavírus, o setor de joias e bijuterias em Minas Gerais acumula prejuízos e estima que a recuperação demandará maior tempo em função dos preços e das prioridades que os consumidores irão adotar após o controle da pandemia e a retomada das atividades do comércio.
O setor também enfrenta dificuldades em relação às políticas públicas lançadas pelo governo federal com o objetivo de auxiliar os empresários neste período, porém, as mesmas excluem as empresas com faturamento acima de R$ 10 milhões. Além disso, as entidades financeiras que estão operacionalizando as linhas continuam praticando juros elevados e exigindo garantias que dificultam o acesso ao crédito.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias no Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Manoel Bernardes, o setor enfrenta diversas dificuldades, assim como todos os demais setores econômicos que tiveram as atividades suspensas em função da pandemia.
“Os impactos econômicos provocados pela pandemia serão grandes e irão atingir quase todos os segmentos da economia, mas com certa assimetria, alguns serão mais impactados e outros menos. Nosso setor está dentro dos mais complexos, pelo valor médio dos produtos ser alto e pelos nossos insumos estarem atrelados ao dólar, com desvalorização do real, custos ficaram mais altos”, explicou.
Ainda conforme Bernardes, a situação dos empresários do setor é crítica. Mesmo com as lojas fechadas e sem faturamento, os custos com os negócios continuam, o que pode comprometer a reabertura de empresas. As políticas públicas já lançadas – que incluem linhas de crédito para capital de giro, suspensão temporária dos contratos de trabalho, redução da carga horária e de salários, entre outras – são consideradas fundamentais para dar um fôlego aos empresários cujo faturamento anual das empresas é de até R$ 10 milhões.
“Apesar de estarmos com as atividades suspensas, o compromisso com os salários continua, então as medidas anunciadas, como a suspensão do contrato do trabalho e a redução da carga e dos salários são fundamentais para que não haja demissão em massa”, explicou Bernardes.
O acesso ao crédito também foi considerado essencial, principalmente na linha específica para a folha de pagamento com juros subsidiados. “Mesmo com a disponibilização das linhas, as empresas têm encontrado dificuldade de acessar, quase ninguém está conseguindo contratar. Mesmo com riscos reduzidos, as exigências são muitas e os empresários não conseguem atender as exigências dos bancos. Estamos esperando que os bancos públicos, Caixa e Banco do Brasil, comecem a operacionalizar as linhas e esperamos que os empresários sejam atendidos para terem um alívio”.
Políticas – Outro problema enfrentado pelo setor é a falta de políticas para as empresas que têm faturamento anual acima de R$ 10 milhões. “É preciso que os governos ajudem estes empresários, o que pode ser feito através dos bancos de desenvolvimento. Para a retomada, os empresários precisarão de capital de giro, comprar insumos, e o crédito será muito importante”.
Recuperação – Em relação à recuperação do setor após a liberação das atividades, a mesma deverá ser longa e gradual. Bernardes explica que pelos produtos do setor terem alto valor agregado e não estarem entre os itens de primeira necessidade demandará mais tempo para recuperar-se das perdas.
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO
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