Ibovespa perde fôlego e recua com piora externa antes do Fed
Ações1 hora atrás (10.06.2020 13:25)
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava piora nesta quarta-feira, acompanhando o ajuste negativo em praças acionárias no exterior, em sessão marcada por decisão de política monetária nos Estados Unidos.
A B3 também estará fechada na quinta-feira, uma vez que não alterou seu calendário original, mesmo após antecipação do feriado de Corpus Christi para abril em São Paulo, o que corrobora alguma cautela.
Às 11:30, o Ibovespa caía 1,48%, a 95.310,63 pontos. Mais cedo, chegou a subir a 97.645,85 pontos. O volume financeiro era de 8,9 bilhões de reais.
Na véspera, o Ibovespa caiu 0,9%, quebrando uma sequência de sete pregões de alta, que abriu espaço para realização de lucros, em meio à euforia nos mercados com a reabertura de economias em um cenário de elevada liquidez global.
Nos EUA, o Federal Reserve finaliza sua reunião de política monetária nesta quarta-feira, com as atenções passando de sua forte resposta à pandemia para planos ainda em desenvolvimento para fortalecer e alongar a recuperação econômica.
"Os agentes não esperam mudança da taxa no atual intervalo entre 0,00% e 0,25% pelo órgão norte-americano, mas estarão monitorando as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, após a decisão e a divulgação do comunicado pelo comitê", afirmou a BB Investimentos, em nota a clientes.
Ainda no exterior, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou nesta quarta-feira que uma contração de 6% da economia em 2020, que pode chegar a 7,6% se houver um segundo surto de coronavírus.
Também no radar está a liberação pela prefeitura de São Paulo para a reabertura de comércios de rua e imobiliárias na nova fase da retomada econômica. Há também expectativa de que a reabertura de shopping centers seja autorizada.
DESTAQUES
- AZUL PN (SA:AZUL4) e GOL PN recuavam 7,5% e 7,4%, respectivamente, após forte valorização recente, que foi apoiada nas expectativas otimistas para a reabertura de economias, além da queda do dólar em relação ao real. Até a véspera, os papéis da Azul acumulavam em junho alta de 80% e os da Gol (SA:GOLL4), 86%. No setor de viagens, CVC (SA:CVCB3) BRASIL ON caía 4,4%, após acumular valorização de 67% no mês até a terça-feira.
- EMBRAER ON (SA:EMBR3) perdia 7%, no segundo pregão consecutivo de queda, após avançar mais de 50% em uma série de sete pregões de alta até a segunda-feira.
- VALE ON (SA:VALE3) perdia 2%, após queda dos preços do minério de ferro na China, em meio a um aumento nos embarques de mineradoras para o país, embora incertezas quanto à oferta ainda estejam no radar devido à pandemia de coronavírus.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) cediam 2,95% e 3,1%, respectivamente, na esteira do declínio dos preços do petróleo no exterior, após dados mostrarem aumento nos estoques nos EUA, o que reviveu preocupações com o excesso de oferta e a demanda fraca devido à crise do coronavírus.
- ITAÚ UNIBANCO PN caía 2,9%, em sessão de forte correção negativa no setor de bancos, na esteira da realização generalizada na bolsa paulista. BRADESCO PN (SA:BBDC4) recuava 3%.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) avançava 1%, após renovar por mais cinco anos contratos de fornecimento de nafta petroquímica pela Petrobras para unidades da companhia na Bahia e no Rio Grande do Sul. Os contratos preveem preços de 100% da cotação da nafta no Noroeste da Europa (ARA).
- VIA VAREJO ON subia 0,8%. Além da liberação ao comércio na maior cidade brasileira, estrategistas do Itaú BBA adicionaram a ação em sua lista 'TOP 5', destacando a exposição à retomada do consumo doméstico, notável agilidade no processo de transformação digital e valuation descontado em comparação aos pares. Ao mesmo tempo, o Itaú BBA excluiu da carteira MAGAZINE LUIZA ON (SA:MGLU3), que caía 1,3%.
- RD ON (SA:RADL3) avançava 2,3%, entre as maiores altas, também tendo de pano de fundo o alívio nas medidas de restrição de circulação em São Paulo.
Fonte: Reuters
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