quarta-feira, 9 de setembro de 2020

DIAMANTE-Depósitos Primários


Os kimberlitos, em termos mundiais, são muito mais abundantes que os lamproítos. Essas rochas ígneas constituem-se de uma matriz composta essencialmente de olivina, flogopita, serpentina e carbonato, tendo como principais minerais acessórios granada piropo, diopsídio, e ilmenita magnesiana, constituindo o diamante uma fase acessória muito rara. Os três primeiros minerais são conhecidos como KIMs (kimberlite indicator minerals), sendo os principais utilizados em campanhas de rastreamento e pesquisa de kimberlitos (Mitchell 1986).
Os pipes (ou chaminés) kimberlíticos (Figura 5) são circulares a ovais em planta e alcançam de algumas dezenas de metros até cerca de 1 km de diâmetro. Essas rochas podem conter fragmentos das rochas (“xenólitos”) por onde a intrusão passou até chegar à superfície terrestre, principalmente xenólitos de eclogito e peridotito, os quais provêm de grandes profundidades no manto, onde o diamante se forma, ou mesmo xenólitos de rochas da crosta terrestre, coletados em profundidades mais próximas da superfície (Mitchell 1986).
Figura 5. Modelo esquemático de formação e de intrusão de uma intrusão kimberlítica com diamantes na superfície terrestre e sua mineração (fonte: modificado de Gemas do Brasil).
Os kimberlitos têm natureza predominantemente intrusiva (embora lavas kimberlíticas também sejam reconhecidas). Na maior parte essas rochas formam agrupamentos de dezenas de corpos, sempre em áreas cratônicas continentais (escudos antigos e plataformas estáveis) aparentemente controlados por fraturas muito profundas da crosta. Tais rochas possuem idades desde proterozoicas até cretácicas; a maioria pertence a esse último período, parecendo que estão geneticamente associadas ao rompimento do paleocontinente Gondwana (Helmstaedt et al. 2010, Stachel & Luth 2015).

Fonte: CPRM

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