quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Cientistas desafiam a natureza e criam diamantes à temperatura ambiente

 

Cientistas desafiam a natureza e criam diamantes à temperatura ambiente



Os diamantes tradicionais são formados ao longo de milhares de milhões de anos nas profundezas da Terra, onde as pressões e as temperaturas extremas fornecem as condições ideais para cristalizar o carbono. Mas os cientistas estão a trabalhar em formas mais convenientes de criar pedras preciosas.

O diamante, que se forma ao longo de milhares de milhões de anos nas profundezas da Terra, é um dos minerais mais valiosos do mundo, devido às suas características físicas e óticas. Depois da grafite, é a segunda forma mais estável de carbono.

Agora, uma equipa de cientistas da Australian National University e da RMIT University desafiou a natureza e criou diamantes à temperatura ambiente em apenas alguns minutos.

Segundo o New Atlas, para formar o mineral, os cientistas usaram uma célula de bigorna de diamante, um dispositivo usado para gerar as pressões extremas necessárias para criar materiais ultraduros. Depois, aplicaram uma pressão equivalente ao que definiram como “640 elefantes africanos” na ponta de uma sapatilha de ballet, criando uma força de torção ou deslizamento que moveu os átomos de carbono no material.

Jodie Bradby, cientista da Australian National University, explicou que “a reviravolta na história é a forma como aplicamos essa pressão”.

A equipa conseguiu criar dois tipos de diamantes distintos: regulares, aqueles que encontramos nos anéis de noivado, e lonsdaleíta, um diamante mais raro encontrado em locais de impacto de meteoritos. Este último é aproximadamente 58 vezes mais duro que o primeiro tipo e pode ser usado, por exemplo, para cortar materiais ultrassólidos.

“Foi emocionante poder fazer dois tipos de diamantes em temperatura ambiente pela primeira vez em nosso laboratório”, comentou Xingshuo Huang, investigador da Australian National University.

A equipa recorreu a técnicas avançadas de microscopia eletrónica para cortar os minerais e colher amostras para análise do seu processo de formação. O estudo, publicado recentemente na Small, revelou que os diamantes regulares só se formam no meio dos veios de lonsdaleíta.

“Ver estes pequenos ‘rios’ de lonsdaleíta e diamante regular pela primeira vez foi incrível. Isto vai ajudar-nos a entender como podem ser formados”, disse Dougal McCulloch, professor de Física do Royal Institute of Technology.


Fonte: ZAP 

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