quarta-feira, 31 de março de 2021

Rios, terras e alimentos contaminados: como vivem os afetados pelo garimpo ilegal

 

Intoxicação por mercúrio, metal utilizado para extração do ouro, pode gerar malformação de fetos, cegueira e até morte

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 
Impacto do garimpo no rio Parima, TI Yanomami, com destaque para o despejo de materiais sólidos em dezembro de 2020 - ISA/HAY

Pense na água que você bebe e que usa para tomar banho. Pense também na sua comida, suas frutas, legumes e verduras. Preste atenção ao solo onde você pisa e ao ar que você respira. Agora, imagine tudo isso contaminado por mercúrio, substância tóxica para humanos. Essa é a realidade de todos os indígenas da etnia Munduruku na região do médio Tapajós, no Pará.

Em dezembro de 2020, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre os impactos do mercúrio em áreas protegidas e nos povos da Floresta Amazônia revelou que 100% dos indígenas Munduruku estão contaminados pelo mercúrio do garimpo.

A substância é utilizada no garimpo do ouro para facilitar o processo de separação de partículas e é tóxica para a vida humana e para o meio ambiente. Metal pesado altamente tóxico, os danos causados pela contaminação com mercúrio costumam ser graves e permanentes.

Vítimas da atividade garimpeira há mais de 70 anos, os indígenas do território localizado no médio Rio Tapajós, entre os municípios paraenses de Itaituba e Trairão, enfrentam uma situação grave de abandono e negligência.

As estatísticas oficiais marginalizam esses dados de contaminação e ignoram todos os problemas causados para as populações desses territórios, afirma Paulo Basta, coordenador da pesquisa.

“O mercúrio passa por uma notificação muito marginal, como intoxicação exógena. Só a gente da Fiocruz, a partir da pesquisa, temos mais de 500 casos de contaminação [de indígenas Munduruku] por mercúrio para notificar, e esses casos não aparecem nas estatísticas oficiais”, explica. 

Situação é similar em outras etnias

A contaminação por mercúrio não é exclusividade dos Munduruku. Em 2016, a Fiocruz publicou o estudo "Avaliação da Exposição Ambiental ao Mercúrio proveniente da Atividade Garimpeira de Ouro na Terra Indígena Yanomami, RR, Amazônia, Brasil”, que mostrou que povos das etnias Yanomami e Ye'keuna também são atingidos diretamente pelo mercúrio utilizado no garimpo. 

O nível de mercúrio nos indígenas que participaram da pesquisa chegou a 92,3%. O resultado foi obtido através de amostras de cabelo dos povos das comunidades Papiú, Waikás e Aracaçá, regiões onde há grande exploração de garimpo ilegal de ouro. 

O estudo revela ainda que, no caso da Terra Indígena Yanomami, a contaminação pode ser classificada como crônica. 

:: Garimpo ilegal desmatou o equivalente a 500 campos de futebol na TI Yanomami em 2020 ::

Um indígena Yanomami que não quis se identificar conta que convive com o garimpo próximo a sua comunidade há mais de 10 anos. Ele explica que não há como fugir da contaminação, uma vez que as águas e os peixes consumidos pelos indígenas do território contém um alto teor de mercúrio por conta da mineração.

Após a chegada dos garimpeiros invasores, o comportamento dos moradores de sua comunidade ficou prejudicado. “Sentimos muito cansaço, coisa que a gente não sentia antes. Tem gente que vê coisa, tem gente que o corpo treme. Isso não acontecia antes deles chegarem aqui”, explicou ao Brasil de Fato.

Sintomas irreversíveis

Febre, tremores, reações alérgicas na pele e nos olhos, sonolência, irritabilidade, dores de cabeça, delírios, fraqueza muscular, náuseas, cefaleia, reflexos lentos, memória falha e mau funcionamento dos rins, fígado e pulmão são alguns dos sintomas de intoxicação por mercúrio. 

No caso de longa exposição à substância, como a que acontece na região amazônica do Brasil e atinge toda a cadeia de exploração do ouro e seu entorno, os sintomas são mais graves e incluem falta de sensibilidade nas mãos, braços, pernas e pés, alergias intensas, alterações no sistema nervoso central, perda de visão, além de implicações cardíacas e no sistema reprodutor.

As consequências da intoxicação por mercúrio podem levar a morte.

Em mulheres grávidas, o mercúrio atinge o feto, podendo causar malformações, retardo no desenvolvimento, entre outras complicações que podem comprometer toda uma geração de indígenas.


Pista de pouso ilegal e posto de saúde do Kayanay em dezembro de 2020 / ISA/HAY

Começo do garimpo ilegal remonta à colonização 

Francisco Kelvim, coordenador nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Rondônia, explica que a atividade garimpeira está diretamente ligada ao processo de colonização e de ocupação do território amazônico.

“Desde o período da colonização portuguesa nesta porção do Brasil, o garimpo do ouro foi uma das principais estratégias de consolidação de núcleos de povoamento. Esse processo, em grande medida, foi fundamental para o estabelecimento dos primeiros limites do que era o Brasil”, explica. 

Kelvim relembra que a atividade garimpeira também foi essencial para a própria consolidação dos estados na região Amazônica, como no caso de Rondônia, Tocantins, Amapá e Roraima.

Durante o governo de Getúlio Vargas, empresas transnacionais começaram a atuar no ramo, dando início a mineração na Amazônia. Em 1945, a primeiro mineral explorado foi o manganês, no Amapá. Com a Ditadura Militar, a mineração se intensificou e se expandiu para outros minérios, como cassiterita, ouro, diamante e alumínio.

Depois do esgotamento das jazidas e com a diversificação econômica criada com o estabelecimento das cidades, a atividade garimpeira reduziu-se a uma pequena escala em regiões específicas. “Garimpos em grande escala só encontramos em processos muito localizados”, explica o coordenador nacional do MAB. 

Segundo o pesquisador, a atividade garimpeira deixou de ser incentivada no início do governo Lula, com a implementação de leis que puniam a invasão e a exploração ilegal em territórios de povos originários, com a demarcação de territórios indígenas e com a criação de unidades de conservação federais e estaduais em toda a Amazônia.

O período coincidiu com um aumento da fiscalização em torno do desmatamento, das queimadas, da mineração ilegal e do trabalho escravo gerado pela prática.

Segundo Kelvim, uma série de ações recentes fizeram com que o garimpo se interiorizasse ainda mais. "Desde 2018, com o final do governo Temer, observamos uma diminuição dos recursos para fiscalização ambiental no país. Depois, com o governo Bolsonaro, há um incentivo muito claro a essas atividades de mineração", avalia. 

:: Governo Bolsonaro atua para forjar apoio popular à mineração em terras indígenas ::

"Não só um incentivo, mas uma promessa de campanha. Bolsonaro não queria só legalizar e liberar a mineração nas terras indígenas, mas também liberar o garimpo, principalmente do ouro, na Amazônia", conclui. 

Edição: Poliana Dallabrida


Fonte: Brasil de Fato

terça-feira, 30 de março de 2021

Jeremejevite

 

Conhecida como pedra céu azul devido a sua coloração, Jeremejevite é uma das gemas mais lindas e mais caras do globo, ocupando o décimo lugar no nosso ranking. Seu valor comercial pode chegar a 2 mil dólares por quilate. Além disso, por ser difícil de encontrar na natureza, a maioria deste mineral está nas mãos dos colecionadores ou em joalherias de sucesso.


Fonte: CPRM

Esta pepita de ouro gigante foi encontrada na Califórnia

 

Esta pepita de ouro gigante foi encontrada na Califórnia
Pepita de ouro pesando 70 onças encontrada por um homem não identificado no condado de Butte, na Califórnia

O “Butte Nugget” foi recuperado em algum momento por um garimpeiro não identificado na Califórnia usando um detector de metais.


Ele esperava desenterrar um pedaço de lixo de ferro, mas desenterrou o achado de sua vida quando desenterrou essa pepita monstruosa.

É uma pepita espetacular, pesando mais de 2 quilos de ouro maciço. Acredita-se que seja uma das maiores descobertas de ouro na Califórnia no século passado.

O peso confirmado foi de 75 onças troy. A pepita em si não tem inclusões de quartzo e o ouro dessa área geralmente é de pureza muito alta

Embora a localização exata da descoberta não tenha sido revelada, ela foi encontrada em algum lugar no condado de Butte, que sempre foi um grande produtor de ouro no estado. Muitos milhões de onças de ouro foram encontrados aqui desde os primeiros dias da corrida do ouro.

Ambos os depósitos de placer e filão são responsáveis ​​pela produção, mas os placers respondem pelos maiores recordes de produção.

Alguns dos principais distritos de mineração no condado de Butte quando se trata de produção de ouro são Magalia (placers terciários), Yankee Hill (principalmente filões, alguns placers terciários) e Oroville (placers quaternários).



Esta pepita de ouro gigante foi encontrada na Califórnia
Pepita de ouro pesando 70 onças encontrada por um homem não identificado no condado de Butte, na Califórnia




Fonte: Geology

FEIRA DE PEDRAS PRECIOSAS EM TUCSON- ARIZONA- USA

Quartzo Muriom Extra

Com detector de metais, homem encontra pepita de ouro de R$426 mil

 




(Foto: Finders Keepers Gold Prospecting/Facebook)
Graças a um detector de metais, um homem encontrou uma pepita avaliada em R$ 426 mil na Austrália Ocidental, relata a BBC. Matt Cook, dono de uma loja local, determinou o peso da pedra preciosa em 1,4 quilos
O sortudo não foi identificado, mas Cook conta que, segundo ele, a pepita foi encontra cerca de 45 centímetros abaixo do solo. "Ele entrou na minha loja e me mostrou a pepita na mão com um grande sorriso no rosto", disse o dono da loja à BBC. "É apenas um pouco maior que um maço de cigarros, e a densidade era incrível, muito pesada."
Embora cerca de três quartos do ouro extraído na Austrália seja produzido em torno da região de Kalgoorlie, onde o objeto em questão foi encontrado, normalmente o material é encontrado em porções bem menores.
"A maior parte do ouro encontrado está na categoria de menos de uma onça (20g), mas eles os encontram com bastante frequência", afirmou o Prof. Sam Spearing, diretor da Escola de Minas da Austrália Ocidental na Curtin University, sobre mineradores amadores.



Fonte: GALILEU

sábado, 27 de março de 2021

A maior esmeralda do mundo tem 57.500 quilates e é brasileira

 






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A joia é tão especial que ganhou um nome próprio: Teodora!
Ela foi encontrada no Brasil e lapidada na Índia antes de ser vendida ao negociante de gemas preciosas Reagan Reaney.
Vários gemólogos tinham dúvida sobre a veracidade da pedra: “Tenho certeza que ela contém esmeralda, mas não tenho certeza se tudo o que existe na pedra é esmeralda”, declarou Jeff Nechka, gemólogo que fez uma análise e deu uma entrevista ao JCK Magazine.
Parece que ela foi tingida, mas é impossível dizer a intensidade da cor anterior. É impossível saber o quanto ela tem de esmeralda”, concluiu.
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Nós provavelmente não a chamaríamos de esmeralda. Ela parece não ter indicação de coloração verde natural, e isso faz com que não a chamemos de esmeralda”, disse o diretor do Gemological Institute of America, Shane McClure.
Aos especialistas, o grau da cor de uma esmeralda é, de longe, a sua consideração mais importante e significativa, bem como sua clareza.
Os especialistas dizem que, se toda a pedra fosse 100% esmeralda, o valor original poderia ultrapassar em mais de 20 vezes.
Regan Reaney, proprietário da pedra, disse que qualquer pessoa que deseja comprá-la pode examiná-la sem nenhum problema: “Sabemos que existem esmeralda em todas as partes da pedra, mas não o quanto. Sabemos que não é um berilo branco, mas alguma porção de berilo branco contém. Não é exatamente a qualidade da gema, mas seu tamanho que a torna tão especial”, disse.
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Se a pedra não conseguir comprador, será enviada para o Instituto de Gemologia da América, para ficar em exposição.
Todas as análises são necessárias porque existem formas de criar, em laboratório, esmeraldas sintéticas, usando berilo incolor. Elas podem ser encontradas em minas em diversas partes do mundo como Colômbia, Afeganistão, Zimbábue, Brasil e Canadá.







Fonte: BBC

sexta-feira, 26 de março de 2021

Diamante gigante 'Pink Legacy' obtém mais de US $ 44 milhões em leilão

 


Pesando impressionantes 18,96 quilates, o diamante Pink Legacy foi estimado em um leilão de US $ 50 milhões. (Crédito da imagem: Christie's)

Diamantes rosa brilhante são raros. Diamantes grandes e brilhantes são ainda mais raros. E um diamante como o famoso Pink Legacy - que é extraordinariamente vívido para um diamante tão grande, pesando impressionantes 18,96 quilates - é tão incomum que foi chamado de "o melhor que pode" para um diamante colorido, de acordo com Rahul Kadakia, chefe internacional de joalheria da casa de leilões Christie's.

Se por acaso você tivesse enormes quantidades de dinheiro queimando um buraco no bolso, o Pink Legacy poderia ter sido seu. A gema rara, que é colocada em um anel de platina cercado por diamantes menores, chegou ao leilão hoje (14 de novembro) na Christie's em Genebra. Esperava-se que o diamante valesse até $ 50 milhões e foi para o licitante vencedor por mais de $ 44 milhões.

Outros diamantes rosa geralmente contêm notas de outras cores, como marrom, laranja, cinza ou roxo. Mas o Pink Legacy é rosa por completo, com um tom rico classificado pelo Gemological Institute of America (GIA) como "fantasia vívida". Essa qualificação é concedida a apenas 1 em 100.000 diamantes, explicaram os representantes da Christie em um comunicado . [ Galeria Sinister Sparkle: 13 Pedras Preciosas Misteriosas e Amaldiçoadas ]

"É incomum que diamantes rosa ocorram com uma forte profundidade de cor e saturação em qualquer tamanho", disseram representantes do GIA à Christie's.


Diamantes rosa extravagantes raramente pesam mais de um quinto de um quilate, e apenas quatro desses diamantes identificados com mais de 10 quilates foram oferecidos para leilão em quase 250 anos, de acordo com a Christie's.


Os lances foram rápidos e furiosos pelo raro diamante rosa conhecido como Legado Rosa. (Crédito da imagem: Christie's)

O que dá aos diamantes rosa sua cor incomum? Ao contrário de outros diamantes coloridos, que ganham seus tons de impurezas químicas que absorvem luz em suas estruturas de carbono, os diamantes rosa são livres de impurezas. Alguns pesquisadores sugerem que os diamantes rosa podem ser criados por intensas interrupções físicas em sua estrutura molecular durante a formação, informou a BBC . Um estremecimento sísmico no subsolo, por exemplo, pode mudar a estrutura do cristal de um diamante, gerando defeitos que podem produzir um tom rosado, de acordo com a BBC.

Enquanto o diamante Pink Legacy é o maior diamante cortado e colorido conhecido, os diamantes brutos encontrados na natureza podem ser muito, muito maiores. No início deste ano, uma empresa de mineração descobriu um diamante de 910 quilates no Lesoto, na África; essa gema é o quinto maior diamante já encontrado.

O Pink Legacy faz parte do leilão "Magnificent Jewels" da Christie's e apareceu ao lado de mais de 300 outros itens cintilantes, incluindo safira e anéis de diamante; brincos e pingentes de diamantes coloridos; e colares com diamantes, esmeraldas e pérolas pingando .

A licitação começou em 24 milhões de francos suíços (US $ 23.815.680) logo após as 22h00 locais em Genebra, e em dois minutos subiu para 42 milhões de francos suíços (US $ 41.677.440). O lance final - 44 milhões e quinhentos mil francos suíços (US $ 44.158.240) - reivindicou a joia preciosa às 22h10.



Fonte:  Live Science .

Americano descobre que seu peso de porta é na verdade um meteorito, e ele vale US$ 100.000

 

Um americano de Michigan descobriu recentemente que a rocha de 10 quilos que serviu como peso de porta durante décadas em sua fazenda é na verdade um meteorito que vale mais de US$ 100.000 (no câmbio atual, cerca de R$ 550 mil).

De acordo com um comunicado de imprensa da Universidade Central  Michigan (EUA), o homem, que pediu para permanecer anônimo, obteve o meteorito em 1988, quando comprou uma fazenda em Edmore, no estado americano.

Quando o proprietário o levou para conhecer o galpão, o homem lhe perguntou sobre a grande rocha estranha que mantinha a porta aberta.

“Um meteorito”, disse o fazendeiro com naturalidade. Ele prosseguiu contando que na década de 1930 ele e seu pai viram a rocha cair à noite em sua propriedade, fazendo um barulho muito forte. De manhã, encontraram a cratera e a escavaram, retirando o meteorito ainda estava quente de dentro dela.

Presente valioso

O agricultor disse ao homem que, como a rocha era parte da propriedade, ele poderia ficar com ela.

Décadas depois, o americano decidiu levar a rocha para a geóloga Mona Sirbescu, da Universidade Central Michigan, inspecioná-la. A pesquisadora analisou a rocha com raios-X no início deste ano.

Sua composição, 88% de ferro e 12% de níquel, provou que se tratava mesmo de um meteorito. Um exame posterior do Instituto Smithsonian verificou a conclusão.

Uma vez que meteoritos valem de 50 centavos a 50 dólares por grama, dependendo da raridade dos elementos que contêm, o preço estimado da rocha de 10 kg do americano de Michigan é de US$ 10 por grama.

Tanto o Smithsonian quanto um outro museu de Maine estão pensando em comprar o meteorito.

Improvável

Essa história maluca significa que você também deve levar sua coleção de rochas antigas para ser verificada? Quem sabe há um meteorito potencialmente valioso entre elas.

Só que provavelmente não – Sirbescu explica que quase todas as pedras que as pessoas lhe trazem para inspeção não vieram do espaço.



Fonte: Gizmodo

Essa rocha é um meteorito?


Meteorito palasito

A motivação para escrever esse artigo veio das inúmeras consultas sobre como identificar meteoritos que tenho recebido através do site. Uma resposta para essa pergunta pode ser difícil até mesmo para os especialistas mais experientes. Não há profissão formal qualificada para essa análise. A que mais se aproxima é a de geólogo. Porém esses foram treinados para identificar rochas terrestres e a menos que um geólogo não tenha se especializado e experiência com meteoritos não irá conseguir fazer uma identificação melhor do que uma pessoa que tenha estudado e esteja habituada a fazer isso [1]. A vasta maioria de caçadores e colecionadores de meteoritos não é formada por geólogos e muitos deles adquiriram com o tempo uma grande experiência nessa área.
Recentemente no caso de Varre-Sai tenho também visto muitos astrônomos que se tornaram especialistas em meteoritos de um dia para o outro. Provavelmente sem nunca ter visto um meteorito na vida. A mídia sensacionalista do Brasil na busca de noticias de impacto publica qualquer coisa que algum astrônomo disser sem mesmo saber se o fato é verdadeiro ou não.

Para se ter idéia da raridade de uma descoberta através de material enviado para analise, uma instituição que analisa meteoritos nos EUA afirma que de cerca de mil espécimes enviadas geralmente uma é realmente um meteorito [2]. Ou seja, encontrar um meteorito não é fácil. Muitas pessoas me enviam fotos e já perguntam qual o valor mínimo que podem receber. Antes de tentar vender alguma amostra que eventualmente tenha encontrado ainda há um longo caminho a percorrer de testes e análises.

A ideia desse artigo é apresentar algumas observações e testes simples que podem dar uma primeira indicação da origem extraterrestre de um material. Às vezes é possível ter um veredicto com alguns testes simples em outros casos somente testes mais elaborados de laboratório.

Primeiramente, gostaria de separar a análise da amostra em três fases distintas: análise preliminar, análise da superfície externa e analise da região interna:

Análise Preliminar

O material que constitui o meteorito é em geral três vezes mais denso do que uma rocha terrestre. Um siderito é constituído essencialmente de ferro! Assim o que primeiramente se nota ao segurar um meteorito é seu peso relativamente maior do que uma rocha terrestre. Cerca de 99% dos meteoritos possuem o elemento ferro em sua constituição. Mesmos os condritos ainda possuem ferro, porem em muito menor quantidade que os sideritos. Assim o primeiro teste é verificar se a amostra é atraída por um ímã. Caso a atração seja fraca ou o material seja pequeno, é possível amarrar o imã a uma cordinha e aproximar o material do ímã (não o contrário!). Se houver alguma atração será possível perceber um movimento do ímã em direção ao material. Se o material não atrair o ímã a possibilidade de amostra ser um meteorito cai muito, para quase zero, mas ainda existe. Os tipos mais raros de meteoritos como acondritos tem essa característica. Esses também são os mais valiosos!

Se o material não passar no teste do ímã a chance de ainda ser um meteorito é praticamente zero!

Se o material atrair um ímã ainda não quer dizer que o mesmo já seja um meteorito. Muitos minerais terrestres têm essa propriedade. O tipo de material que é mais confundido com meteorito é a magnetita, um minério de ferro que atraí muito um ímã (daí vem o nome). Outro mineral é a hematita, que também pode ser ou não magnético. Para diferenciar esses dois tipos de materiais de meteoritos verdadeiros são possíveis fazer testes simples como riscar o material contra uma superfície áspera. Você pode utilizar um ladrilho de cerâmica para isso utilizando a superfície não acabada da mesma (a superfície onde é colada ao piso). Risque vigorosamente a amostra contra essa superfície e observe se a mesma deixa algum rastro. Se a amostra deixar um rastro preto/cinza (como um lápis), é provável que você tenha uma magnetita. Se o risco originado tiver uma cor avermelhada ou marrom é provável que a amostra seja uma hematita.

hematita
Risco vermelho - hematita
magnetita
Risco preto-magnetita

Análise da superfície externa

Geralmente a primeira coisa que conseguimos perceber ao tentar identificar um possível meteorito é o seu formato, cor e textura da superfície.

Quando o meteoróide (o material recebe o nome de meteorito somente após ter sobrevivido a reentrada e se encontra na superfície terrestre) faz a sua entrada na atmosfera terrestre a parte externa do mesmo sofre fusão e muito material se perde nesse processo. Em geral o aspecto externo de um meteorito, por ter sofrido essa ação na reentrada, não apresenta pontas agudas ou cavidades, pois essas teriam sido cobertas pelo material fundido. Formatos com ponta, por sua vez, também não iriam sobreviver a reentrada, pois são muito mais frágeis.

O formato externo às vezes pode também assumir aspectos aerodinâmicos logicamente originados no processo de reentrada. Devido a esse processo meteoritos não apresentam aspectos regulares como esferas ou sólidos de revolução.

Em alguns casos também é possível observar pequenas marcas na superfície chamadas de remagliptos. Essas marcas se assemelham a marcas de dedos deixadas em uma massa de vidraceiro. Esses remagliptos são originados porque a superfície do material possui pontos de fusão diferentes. Tanto meteoritos rochosos como ferrosos podem apresentar esses remagliptos, porém essas características são bem mais pronunciadas nos meteoritos ferrosos. Veja essas estruturas em meteoritos ferrosos como o Sikhote-Alin:

sikhote
Remagliptos em meteorito

 

Quanto à cor da superfície externa, pode haver muita variação. Um meteorito recém-caído, condrito ou siderito, vai apresentar uma crosta de fusão preta que vai se perdendo com o tempo.



Fonte: Geólogo.com

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