Alguns dos exoplanetas espalhados pelo Universo podem ser feitos de diamantes e sílica, indica uma nova análise publicada no fim de agosto no The Planetary Science Journal. O estudo, conduzido por cientistas da Universidade Estadual do Arizona e da Universidade de Chicago, ambas nos Estados Unidos, sugerem que, dadas as circunstâncias certas, esse cenário seria possível em astros compostos majoritariamente de carbono.
As estrelas e os planetas de um sistema são formados a partir de uma mesma nuvem de gás, de modo que suas composições são semelhantes, mudando apenas a proporção das substâncias. Uma estrela com uma razão de carbono para oxigênio mais baixa, por exemplo, terá planetas como a Terra, compostos de silicatos e óxidos com pouquíssimo de diamante — por aqui, o conteúdo de diamante é cerca de 0,001%.
Entretanto, quando as estrelas têm uma proporção de carbono para oxigênio mais alta, há uma probabilidade maior dos exoplanetas do sistema serem ricos em carbono. Tendo isso em mente, os cientistas levantaram a hipótese de que, se houvesse água à época de sua formação, esses planetas seriam ricos em diamantes.
Para testar a hipótese, os cientistas precisaram imitar o interior de exoplanetas de carboneto usando muito calor e alta pressão. Para isso, eles imergiram carboneto de silício em água e comprimiram a amostra entre bigornas de diamante a uma pressão muito alta e depois aqueceram o material com lasers.
lasers.
Para monitorar o procedimento, os estudiosos realizaram medições de raios-X enquanto o laser aquecia as amostras em alta pressão. O resultado, como relatam os estudiosos, foi de acordo com o previsto: o carboneto de silício reagiu com a água e se transformou em diamante e sílica.
Os astrofísicos explicam que, se realmente existirem, esses corpos celestes provavelmente não são habitáveis, pois é raro que planetas ricos em carbono sejam geologicamente ativos. Isso porque essa inatividade torna a composição da atmosfera inabitável, inviabilizando a vida como a conhecemos.
"Independentemente da habitabilidade, essa [pesquisa] é uma etapa adicional para nos ajudar a compreender e caracterizar as observações cada vez maiores e aprimoradas de exoplanetas", disse Harrison Allen-Sutter, coautor do estudo, em comunicado. "Quanto mais aprendemos, melhor seremos capazes de interpretar novos dados de missões futuras (...) para entender os mundos além do nosso próprio Sistema Solar."
Fonte: GALILEU
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