Os depósitos de magnesita encontram-se dentro de uma grande variedade de ambiente geológico, cuja idade varia do Arqueano ao Fanerozóico. Nos ambientes atuais ela está associada a alguns depósitos lacustres de clima árido e a depósitos parálicos salinos e hipersalinos. Todavia, os maiores depósitos de magnesita são encaixados em terrenos proterozóicos e paleozóicos. Os maiores depósitos podem ser subdivididos em dois tipos: Tipo Krabauth e Tipo Veitsch.
Se você quer entender mais sobre a mineralogia, a utilização e outras caracteristícas desse tipo de depósito mineral, leia este conteúdo até o final!
Características gerais da magnesita
A magnesita é um mineral industrial que apresenta uma série de aplicações em diversos segmentos da indútria, no Brasil uma de suas principais aplicações está na produção de refratários. Ela pertence à família dos carbonatos do grupo da calcita e contém em média cerca de 48% de MgO e 52% de CO2.
Depósitos de magnesita do Tipo Krabauth
Os depósitos de magnesita do tipo Kraubath costumam estar localizados no interior de complexos ultramáficos sob forma de veios ou stockworks, a corpos irregulares associados a fraturas e falhas. A espessura de veios varia de alguns cm à 45m, enquanto seu comprimento varia de alguns metros a centenas de metros. A magnesita apresenta uma granulação fina, de cor branca leitosa e em geral maciça.
Sua origem é discutida entre 2 possibilidades:
- De origem hidrotermal ligada a fluídos ascendentes, onde soluções aquosas de temperatura moderada e baixa salinidade, ricas em CO2, alteram rochas ultramáficas por reações de hidratação e carbonatização.
- De origem supergênica ligada a soluções descendentes ricas em CO2 atmosférico em condições de baixa temperatura (mais aceita).
![magnesita](https://www.geoscan.com.br/blog/wp-content/uploads/sites/2/2021/12/magnesita-1024x683.jpg)
Depósitos de Magnesita do Tipo Veitsch
Os depósitos de magnesita do tipo Veitsch correspondem aos maiores depósitos de magnesita do mundo e respondem por mais de 90% da produção mundial. Suas principais características são:
- Ambiente deposicional geralmente marinho, confinado ou parálico, caracterizados por corpos lenticulares de magnesita estratiforme no seio de seqüência clasto-carbonática de plataforma marinha ou de bacia continental. A seqüência clasto-carbonatada é composta por xistos escuros, dolomitos calcários, arenitos conglomerados associados ou não a metabasitos.
- a dimensão e forma dos corpos de minério varia de algumas dezenas a várias centenas de metros. Encontram-se, sobretudo sob forma de corpos lenticulares intercalados aos dolomitos ou no fim da seqüência carbonática magnesiana.
- o aspecto textural varia de micrítica a espática.
- o aspecto estrutural em geral apresenta estruturas tipicamente sedimentares.
- a composição mineralógica vai além de magnesita, podendo ser encontrados o talco, clorita, calcita, pirita e dolomita como minerais acessórios.
Parâmetros formadores da seqüência carbonática-magnesiana:
- Composição e a concentração de solução: a composição da solução seria sobretudo aquela da água do mar. Mesmo no ambiente marinho, esta varia geograficamente quanto a profundidade. Ela também varia seja em função de contribuição eventual de fontes hidrotermais durante as erupções vulcânicas, seja em função de águas doces oriundas de rios.
- evolução da razão Mg2+/Ca2+: nos ambientes atuais, de salinidade não muito alta em que se verifica a formação da série calcário-dolomito-magnesita, a razão Mg/Ca varia indo de calcário na região de mar aberto aos termos magnesianos em ambiente confinado. A diminuição do cálcio pode está ligada com a cristalização precoce dos carbonatos de cálcio, com a cristalização dos sulfetos, ou aos dois.
- pressão CO2: varia durante o tempo geológico. A pressão foi bastante elevada na Atmosfera Arqueana e diminuiu paralelamente com o aumento do oxigênio. O produto da solubilidade dos carbonatos cálcicos cresce também com o pCO2, enquanto o da dolomita e da magnesita diminui.
- compostos orgânicos: a precipitação dos carbonatos é, em geral, ligada ao aumento do pH do meio aquático sob a ação de alguns fenômenos bioquímicos.
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