quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Depósitos de magnesita: Entenda mais sobre

 

Os depósitos de magnesita encontram-se dentro de uma grande variedade de ambiente geológico, cuja idade varia do Arqueano ao Fanerozóico. Nos ambientes atuais ela está associada a alguns depósitos lacustres de clima árido e a depósitos parálicos salinos e hipersalinos. Todavia, os maiores depósitos de magnesita são encaixados em terrenos proterozóicos e paleozóicos. Os maiores depósitos podem ser subdivididos em dois tipos: Tipo Krabauth e Tipo Veitsch.

Se você quer entender mais sobre a mineralogia, a utilização e outras caracteristícas desse tipo de depósito mineral, leia este conteúdo até o final!

Características gerais da magnesita

A magnesita é um mineral industrial que apresenta uma série de aplicações em diversos segmentos da indútria, no Brasil uma de suas principais aplicações está na produção de refratários. Ela pertence à família dos carbonatos do grupo da calcita e contém em média cerca de 48% de MgO e 52% de CO2.

Depósitos de magnesita do Tipo Krabauth

Os depósitos de magnesita do tipo Kraubath costumam estar localizados no interior de complexos ultramáficos sob forma de veios ou stockworks, a corpos irregulares associados a fraturas e falhas. A espessura de veios varia de alguns cm à 45m, enquanto seu comprimento varia de alguns metros a centenas de metros. A magnesita apresenta uma granulação fina, de cor branca leitosa e em geral maciça.

Sua origem é discutida entre 2 possibilidades:

  1. De origem hidrotermal ligada a fluídos ascendentes, onde soluções aquosas de temperatura moderada e baixa salinidade, ricas em CO2, alteram rochas ultramáficas por reações de hidratação e carbonatização.
  2. De origem supergênica ligada a soluções descendentes ricas em CO2 atmosférico em condições de baixa temperatura (mais aceita).
magnesita
Amostra de magnesita

Depósitos de Magnesita do Tipo Veitsch

Os depósitos de magnesita do tipo Veitsch correspondem aos maiores depósitos de magnesita do mundo e respondem por mais de 90% da produção mundial. Suas principais características são:

  • Ambiente deposicional geralmente marinho, confinado ou parálico, caracterizados por corpos lenticulares de magnesita estratiforme no seio de seqüência clasto-carbonática de plataforma marinha ou de bacia continental. A seqüência clasto-carbonatada é composta por xistos escuros, dolomitos calcários, arenitos conglomerados associados ou não a metabasitos.
  • a dimensão e forma dos corpos de minério varia de algumas dezenas a várias centenas de metros. Encontram-se, sobretudo sob forma de corpos lenticulares intercalados aos dolomitos ou no fim da seqüência carbonática magnesiana.
  • o aspecto textural varia de micrítica a espática.
  • o aspecto estrutural em geral apresenta estruturas tipicamente sedimentares.
  • a composição mineralógica vai além de magnesita, podendo ser encontrados o talco, clorita, calcita, pirita e dolomita como minerais acessórios.  

Parâmetros formadores da seqüência carbonática-magnesiana: 

  1. Composição e a concentração de solução: a composição da solução seria sobretudo aquela da água do mar. Mesmo no ambiente marinho, esta varia geograficamente quanto a profundidade. Ela também varia seja em função de contribuição eventual de fontes hidrotermais durante as erupções vulcânicas, seja em função de águas doces oriundas de rios.
  2. evolução da razão Mg2+/Ca2+: nos ambientes atuais, de salinidade não muito alta em que se verifica a formação da série calcário-dolomito-magnesita, a razão Mg/Ca varia indo de calcário na região de mar aberto aos termos magnesianos em ambiente confinado. A diminuição do cálcio pode está ligada com a cristalização precoce dos carbonatos de cálcio, com a cristalização dos sulfetos, ou aos dois.
  3. pressão CO2: varia durante o tempo geológico. A pressão foi bastante elevada na Atmosfera Arqueana e diminuiu paralelamente com o aumento do oxigênio. O produto da solubilidade dos carbonatos cálcicos cresce também com o pCO2, enquanto o da dolomita e da magnesita diminui.
  4. compostos orgânicos: a precipitação dos carbonatos é, em geral, ligada ao aumento do pH do meio aquático sob a ação de alguns fenômenos bioquímicos.




Fonte: Geoscan

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