Em grande avanço, cientistas usaram cristal de óxido de cobre para produzir as maiores partículas híbridas de luz e matéria já criadas, de um tipo chamado polaritons Rydberg
Extraído da Namíbia, um antigo e precioso cristal de óxido de cobre (Cu₂O) poderá ser usado para fabricar uma forma especial de luz aplicável em computadores quânticos, podendo ser útil para resolver mistérios científicos de longa data. É o que diz um estudo publicado por uma equipe internacional de pesquisadores na última quinta-feira (14) na revista Nature Materials.
O grupo é liderado por cientistas da Universidade de St Andrews, na Escócia, em colaboração com especialistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, da Universidade Macquarie, na Austrália, e da Universidade de Aarhus, na Dinamarca. Os experts usaram a pedra preciosa para produzir as maiores partículas híbridas de luz e matéria já criadas, de um tipo chamado polaritons Rydberg.
Essa classe de partículas tem a capacidade de mudar da luz para a matéria e vice-versa, como se fossem “dois lados” de uma moeda. O “lado” da matéria é a que faz os polaritons interagirem entre si. Essa interação é muito importante, pois permite criar simuladores quânticos, um tipo especial de computador quântico, onde as informações são armazenadas em bits quânticos.
Ao contrário de bits binários em computadores clássicos, que só podem ser 0 ou 1, esses bits quânticos podem assumir qualquer valor entre 0 e 1. Isso significa que eles podem guardar muito mais dados e realizar vários processos de modo simultâneo, permitindo que os simuladores quânticos resolvam mistérios importantes.
Um exemplo seria fazer supercondutores de alta temperatura para trens de alta velocidade, fertilizantes mais baratos para combater o problema da fome no mundo, ou ainda estudar proteínas para produzir medicamentos mais eficazes.
A descoberta é tão relevante que Hamid Ohadi, líder do estudo, afirma que fazer um simulador quântico com a luz do cristal seria como o “Santo Graal da ciência”. “Demos um grande salto em direção a isso criando polaritons Rydberg, o ingrediente chave dele”, afirma Ohadi, em comunicado.
Fonte: GALILEU
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