A Mineração Rocha está desativada desde dezembro do ano passado, por causa de problemas entre os sócios, depois de seis anos de pesquisa. Os advogados da empresa entrariam ainda ontem com o pedido de reintegração de posse da área.
A notícia de que alguém “fez dinheiro” na região abandonada atraiu centenas de pessoas e elas não param de chegar, há quase uma semana, vindas de cidades vizinhas a Itabira ou até mesmo de outros estados, em busca do sonho verde: as esmeraldas. Famílias inteiras largaram outros garimpos na busca da riqueza.
Marta Selma Ferreira de Queiroz, de 40 anos, trabalhava até quatro dias atrás como cozinheira do garimpo de Capoeirana, em Nova Era. Quando soube da novidade, não teve dúvidas. Ela, os dois filhos, dois sobrinhos e três irmãos resolveram se aventurar em novas terras. Há quase dois dias sem dormir, ela ainda tinha a esperança de conseguir pelo menos uma pedrinha.
Mas a vontade mesmo era ter pelo menos R$ 100 mil em esmeraldas, o que seria suficiente para comprar a casa e garantir os estudos dos filhos, que saíram da escola para acompanhá-la na extração de minerais. “Estou há 12 anos no garimpo e tudo o que consegui até hoje só deu para comer.
Mas ainda tenho esperança. Isso aqui é igual a um jogo e depende de sorte. Muitos já enriqueceram e penso que o mesmo pode acontecer comigo”, relatou.
Na mina conhecida como rochinha, tem gente virando noite. Os boatos dão conta de alguns que já conseguiram R$ 10 mil, R$ 30 mil e até mais de R$ 100 mil em esmeraldas e, claro, saíram do local. O garimpeiro João da Silva Oliveira, de 34, saiu de São Paulo para explorar as minas no entorno de Itabira. Com uma porção de pedras nas mãos, ele não conseguia ainda calcular o lucro, pois tudo vai depender de futuras negociações. “É uma aventura para correr atrás do que não conseguimos guardar”, disse.
Cleriston Honório Lima, de 64 anos, mais de 50 deles dedicados ao garimpo, preferiu só assistir dessa vez. No porta-malas do carro, ele pôs todo o seu estoque de bebidas – água, refrigerante e cerveja – que servem para refrescar os trabalhadores. “Não aguento mais me aventurar nisso, mas conheço muita gente que ficou rica. A esperança é real”, afirmou. Já Bernardo Vasconcelos, de 27, saiu de Teófilo Otoni de olho em futuros negócios. “Quero comprar as pedras para revender e ter lucro.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário