quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

O lado sombrio dos negócios de diamantes

 

Neusa e Silva
21 de fevereiro de 2023

África detém uma riqueza mineral cobiçada em todo o mundo. Mas na indústria diamantífera, por exemplo, os lucros nem sempre beneficiam as comunidades locais. Diamantes estarão a financiar a invasão russa na Ucrânia.

https://p.dw.com/p/4NmkP

Nas regiões diamantíferas, as receitas geradas pela extração de minerais pouco são usadas para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nesses países, sendo o Botswana a única exceção. Em vez de se apoiar as comunidades através das riquezas minerais, muitas pessoas ficam presas a um ciclo vicioso de exploração e abuso.

Na República Democrática do Congo (RDC), há uma história de conflito provocado por "ganância generalizada, secessão pós-colonial, bem como uma erosão habitual da responsabilidade do setor público e da gestão governamental", lembra o presidente do Conselho Africano de Diamantes, M'Zee Fula Ngenge.

Lulo Rose Diamant in Angola entdeckt
Um diamante rosa de 170 quilates foi extraído na Lunda Norte, Angola, em 2022Foto: Lucapa Diamond Company/AFP

Ngenge acredita que só alguns poucos conseguem beneficiar diretamente do árduo trabalho dos mineiros, mantendo os trabalhadores sob más condições de vida para continuarem a exercer poder sobre eles.

Os conflitos regionais não só contribuem para esta mistura de controlo e opressão, como beneficiam efetivamente os grandes nomes do comércio de diamantes, permitindo-lhes estabelecer a taxa de exploração do trabalho de acordo com a necessidade dos mineiros para ganhar dinheiro.

Este cenário é semelhante noutros países africanos com grandes riquezas minerais, diz Ngenge, salientando que muitas nações da região são "deliberadamente visadas [pela indústria diamantífera] pela sua instabilidade política e social".

Nenhum comentário:

Postar um comentário