terça-feira, 1 de maio de 2012

O PARADOXO DO OURO



 
 
O PARADOXO DO OUROImprimirE-mail

Image
 
Image
Peça pertencente aos tesouros encontrado  na tumba de Tutancâmon 
 
O Ouro é conhecido a mais de 6000 anos, já presente nas artes, adornos e rituais das primeiras civilizações. Metal extremamente dúctil e maleável não reage com ar nem com a água. Estas características, fizeram do ouro, matéria prima de grandes trabalhos artísticos durante a história da humanidade, dando a elas uma incomparável durabilidade a qual podemos comprovar nas antigas obras encontradas em perfeito estado de conservação.
Além das características físicas, o ouro possui  intrinsecamente valores “mágicos”, divinos. Ele é o valor absoluto e seus significados são amplos e paradoxais.
Para as antigas civilizações era o metal do Sol, seus raios ao penetrar na terra se transformavam em ouro.
Wilson Chaves nos mostra no livro: Ouro, suas histórias, seus encantos, seu valor; a magia deste metal que acreditava-se possuir a força do Sol tornando o ser humano corajoso, forte e generoso como o próprio Sol. O rei, ao usarem a coroa, recebe esta energia por sua cabeça e a transmite aos seus súditos. O mesmo acontece com os sacerdotes que usam um anel como condutor desta energia.


“O antigo costume que ainda sobrevive, de usar brincos, braceletes, colares e broches de ouro prende-se a tal crença. O furo nos lóbulos das orelhas para se fixarem brincos de ouro favorecia, acreditava-se, a expulsão das substâncias impuras do corpo com a presença do nobre metal.”
Wilson Chaves


Há um paradoxo que  leva o ouro do divino em seu uso religioso, ao profano em seu emprego laico representando poder e prestígio. Hoje, grande parte destes valores são transferidos para a joalheria, principal forma de se trabalhar e adornar-se com este metal.
Vindo do fundo da terra os materiais utilizados pela joalheria carregam o fascínio e a culpa como é colocado por Roland Barthes em: Inéditos vol. 3 – Imagem e Moda.
 
Image
Barras de Ouro
 
“Durante muito tempo, durante séculos e talvez milênios, a jóia preciosa foi essencialmente uma substância mineral; fosse diamante ou metal, pedra ou ouro, ela sempre vinha das profundezas da terra, daquele coração ao mesmo tempo sombrio e abrasado do qual só vem os produtos endurecidos e esfriados; ... daquelas ínferas cavernas em que a imaginação mítica da humanidade colocou ao mesmo tempo os mortos, os tesouros e a culpa.”

Durante a história, os principais materiais utilizados na joalheria foram: o ouro, as pedras, o diamante e as pérolas. Cada qual com seus significados:

O ouro é a dualidade do sagrado e divino, versus, terreno e profano.
As pedras como inerte, imóvel e dureza: a essência.
O diamante representa a pureza fria, a infecundidade, mas também o brilho, o fogo: sedução X pureza.
A pérola: feminilidade, castidade e sabedoria.

Encontramos o ouro e a joalheria em um lugar único no inconsciente de nossa sociedade. Este material fascina, seduz e encanta por sua beleza, durabilidade  e significados.


“A motivação do uso das jóias escapa ao estatuto dos objetos chamados simplesmente, de utilitários, a razão para seu uso é de outra ordem. O ouro, metal comumente empregado na fabricação das jóias, vem exercendo seu fascínio desde o tempo das sociedades primitivas até hoje. Sem nunca ter se prestado para o fabrico de armas ou mesmo de ferramentas, objetos úteis à sobrevivência humana, o ouro vem, através dos tempos, simbolizando a luz, o sol, a própria vida e a transcendência. As jóias são repletas de significados, espécie de objetos mágicos que lidam com um universo múltiplo que flutua entre as questões da proteção, da distinção e da sedução.”

B ijuterias

Sempre há dúvidas pra quem esta pensando em iniciar um pequeno negócio.
No seguimento bijuterias o material é diversificado e muitas de nós
compramos as peças para montagem seguindo um curso que é ministrado dentro das lojas que vedem as peças e talvez não seja o primeiro caminho a se percorrer, é preciso analisar alguns pontos importantes antes de comprar peças e até mesmo antes de iniciar este negócio.

As dicas a seguir não fazem parte da "verdade suprema" e sim experiências vividas por alguém que resolveu fazer o seu próprio negócio, estudando, procurando aconselhamento com profissionais compententes e buscando em revistas do segmento, num jogo de erros e acertos, acreditando que há
mercado para todos e que podemos trabalhar de diversas maneiras dentro de um segmento.
Antes de comprar nas lojas de peças para montagem vá andar, isto mesmo, vá andar por aí vendo lojas, você vai verificar que existem vários tipos de segmentos da jovenzinha descolada, passando pela profissional do escritório indo até a mulher mais madura. Materiais sofisticados, folheados, ou os bem simples como os dos camelôs.

Compre alguma peça pronta na loja, ou então experimente, tente identificar o tipo de bijuteria que você quer desenvolver, para que segmento você quer trabalhar analise se você terá a habilidade necessária para fazer, desenhar e idealizar uma peça ou modificar o que esta em suas mãos aprimorando o que
já foi feito, compre revistas para referências elas ensinam a montagem de algumas peças e o material que você vai precisar.
Deixe um dia inteiro dedicado para a visita ao centro velho (25 de Março e Ladeira Porto Geral) antes de fazer suas compras faça uma lista o que você quer montar comprar desta maneira você vai gastar bem menos e evita a compra por impulso.

Âmbar


Image
Âmbar polido
Coleção Pércio M. Branco
O âmbar, uma gema orgânica, é uma resina fóssil, formada há 30 milhões de anos, por um pinheiro, o Pinus succinites. 
Ele era conhecido já na Idade da Pedra, quando se lhe, atribuía propriedades sobrenaturais, e a peça de âmbar mais antiga que se conhece é um prato encontrado em um acampamento de caçadores de renas, perto de Hamburgo, na Alemanha.
O historiador Plínio conta que esse material era tão valioso que um pequeno pedaço dele valia mais que um escravo. Por volta de 1400, na maior parte da Europa era ilegal possuí-lo sem autorização, mas nos séculos XVII e XVIII tornou-se popular seu uso em obras de arte.
Depois de um período de menos prestígio, voltou a ser valorizado após a Segunda Guerra Mundial, através do Feliksas Daukantas, que encorajou artistas a mostrar a beleza do âmbar natural.
O âmbar forma blocos que chegam a ter mais de 10 kg. A maior peça conhecida é o Âmbar Birmânia, de 15,250 kg, pertencente ao Museu de História Natural de Londres.
Sua cor mais comum é a amarela, mas pode ser marrom, azulado, cinza, preto, vermelho e branco. Os mais raros são os vermelhos, brancos, verdes e sobretudo o azul, o mais raro e valioso âmbar que se conhece.
Image
Âmbar preto
(Tesouros da Terra)
O cozimento em azeite de semente de nabo elimina inclusões fluidas eventualmente existentes, melhorando a cor.
O âmbar é transparente a semitranslúcido,  séctil (pode ser cortada em lascas) e muito leve (flutua na água do mar). A dureza é muito baixa: 2,0 a  2,5.  Quando queimado, exala aroma agradável.   
Se atritado contra um pano de lã, fica eletrizado e consegue atrair pedaços de papel. Por isso, era chamado, na Grécia antiga, de elektron.
Muitas vezes, o âmbar contém, em seu interior fosseis animais, principalmente insetos, secundariamente aracnídeos, que viviam na época em que a resina se formou e que nela ficaram aprisionados. Material desse tipo é muito valorizado por seu valor científico. Nada menos de 3.000 espécies animais já foram encontradas em âmbar, 85% delas já extintas.
Image
Âmbar com insetos (Pipe, 2008)
O âmbar é muito usado como gema e em objetos ornamentais, com lapidação facetada, em cabuchão ou simples polimento. De todo o âmbar produzido, cerca de 15% têm qualidade para uso em jóias.
Image
Âmbar
Museu de Geologia da CPRM
Foto: P. M. Branco
Ele é imitado por várias substâncias, sobretudo plásticos, mas todas essas imitações dele diferem por serem mais densas. Também pode ser imitado por alguns vidros, que são mais duros e mais densos, além de frios ao tato. 
O âmbar é produzido principalmente na Alemanha e na Rússia, vindo a seguir a Itália. Cerca de 90% da produção provém da região do mar Báltico. No Brasil, nunca foi encontrado.

Dioptásio.


Uma gema muito bonita, mas pouco conhecida é o dioptásio.
É um silicato hidratado de cobre – Cu6 Si6O18.6H2O – que geralmente forma cristais verdes, pequenos, prismáticos ou romboédricos, transparentes, de brilho vítreo a sub-adamantino.
É um mineral raro, transparente, que se assemelha à esmeralda. Ocorre na zona superficial dos veios de cobre, junto com calcita, malaquita, crisocola e outros minerais, principalmente em regiões desérticas.
É encontrado na Rússia (Sibéria), Chile, República Democrática do Congo, Cazaquistão, EUA e Namíbia. Deste último país vêm os melhores espécimens.
Por sua semelhança com a esmeralda, é também conhecido por esmeralda-do-congo e esmeraldina.
Joias com dioptásio não devem ser limpas com ultrassom, pois é uma gema bastante frágil.
Image
DRUSA DE DIOPTÁSIO
(Duda & Rejl - La Gran Enciclopedia de los Minerales)
Image
CRISTAIS DE DIOPTÁSIO
 (Korbel & Novak - Enciclopédia de Minerais)

AS TURMALINAS


AS TURMALINAS
Por Pércio de Moraes Branco - Geólogo
e-mail: museugeo@pa.cprm.gov.br
As turmalinas, assim como as granadas, são umgrupo de gemas que compreende várias espécies, e não uma única espécie com diversas variedades, como é o caso do quartzo.
O nome vem do cingalês turmali, nome dados àsgemas que provinham do Ceilão (hoje Sri Lanka).
Entre as características mais marcantes dessasgemas está sem dúvida a grande variedade de cores que apresentam e a grande freqüência com que se vêem duas ou mais cores em um mesmocristal. O quartzo é também rico em cores, mas normalmente cada gema tem uma só delas.
Os cristais colunares e prismáticas das turmalinas podem ter cores diferentes nas duas extremidades e ainda uma terceira cor no centro. Ou podem ter uma cor na parte externa e outras internamente, distribuídas de modo concêntrico.
*fonte: enciclopédia de minerais - petr korbel & milan nova

Este é o caso da gema popularmente conhecida como turmalina melancia, que é verde externamente e vermelha ou rosa no centro.
Das várias espécies que compõem esse grupo, as mais conhecidas são a schorlita, de cor preta, e aelbaíta. A schorlita é a mais comum de todas, mas não costuma ser lapidada. Já a elbaíta possui a maioria das variedades gemológicas, que recebem nomes de acordo com sua cor: a rubelita é rosa (do lat. rubellus = avermelhado); a verdelita é verde; aindicolita tem cor azul (do grego indikós = índigo) e aacroíta, é incolor (do gr. a = privado + khroma = cor).
As turmalinas com duas cores são chamadas genericamente de turmalinas bicolores.
Das variedades citadas, a rubelita é a mais valiosa, embora costume conter muitas fraturas.
*fonte: enciclopédia de minerais - petr korbel & milan nova
Mas, valiosa mesmo é a variedade conhecida comercialmente como turmalina Paraíba, descoberta em 1989, no estado que lhe dá o nome. Tem uma rara cor azul, classificada ora como azul néonora como azul elétrico ou ainda azul fluorescente.
Os cristais de turmalina costumam ter faces curvas e bem estriadas segundo o maior comprimento. Essa morfologia é muito típica do grupo e muito útil na identificação dos cristais no estado bruto. Mas, pode haver turmalinas também com faces planas e sem estrias.
Em 1978, em Minas Gerais, o garimpeiro Jonas de Souza Lima encontrou quatro agregados cristalinos com rubelitas fantásticas. Um, que ele chamou deFlor-de-Lis, tinha 50 kg; outro, o Tarugo, tinha 80 kg; um terceiro, o Foguete, pesou 120 kg e a Joninha, 320 kg.
Os maiores produtores de turmalinas são o Brasil,Namíbia e Estados Unidos.


*turmalina encontrada em minas gerais e pertencente à coleção álvaro lúcio. foto calendário da serrana-cimbagé
Clique na imagem abaixo
*foto: gemas do mundo, de walter schumann