terça-feira, 1 de maio de 2012

CITRINO

Uma das gemas mais apreciadas e usadas é o citrino, nome que se dá ao quartzo de cor amarela ou alaranjada, raramente vermelha, cor esta devida à presença de ferro.

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É uma gema que ocorre como cristais transparentes, de brilho vítreo, dureza 7,0 e densidade 2,65.  Não tem clivagem nem fluorescência. 
É relativamente raro na natureza e a maior parte das gemas comercializadas são obtidas por aquecimento de ametista ou quartzo enfumaçado. Esse tratamento dá gemas tão boas que acabam atingindo os mesmos preços do citrino natural.  
Os principais produtores de citrino natural são o Brasil e a Escócia, destacando-se, em nosso país, os estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Ocorre também nos Estados Unidos, Madagascar, Espanha, Rússia e França.
Embora mais raro que a ametista, outra variedade gemológica do quartzo, é mais barato que ela. Gemas lapidadas de 10 a 25 quilates, por exemplo, têm preços entre US$ 0,50 e 20 por quilate, dependendo da qualidade da cor (Boletim Referencial de Preços de Diamantes e Gemas de Cor). 
O citrino é semelhante ao topázio-imperial e, não por acaso, muito vendida como se fosse topázio. Segundo R. H. Jahns, 80% das gemas vendidas no mundo como topázio são na verdade citrino.  Por isso, os consumidores devem ficar atentos a nomes comerciais como topázio Rio Grande, topázio Palmeira, topázio Bahia, topázio-da-boêmia, topázio-da-serra, topázio-de-ouro, topázio-dos-joalheiros, topázio Madagascar, topázio-ocidental, topázio-ouro e topázio-saxônico. Tudo isso é citrino, como também é citrino o que se vende como pseudotopázio, quartzo-topázio, topázio-citrino e topázio-quartzo.
O nome dessa gema vem do latim citrinus, por sua cor, semelhante à das frutas cítricas.
 
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Cristal de citrino
Charcas, México
(Korbel & Novák – Enciclopédia de Minerais)
 
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Drusa de citrino obtido a partir de ametista
Rio Grande do Sul
Coleção Pércio M. Branco
 
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Citrinos lapidados obtidos de ametista
(Sauer – Brasil Paraíso de Pedras Preciosas)

kunzita


 
 ImageUma das gemas mais apreciadas, embora seja daquelas menos tradicionais, por ser muito rara, a kunzita destaca-se por sua bela cor rosada, às vezes lilás ou violeta-clara. Ela é, como a hiddenita , uma variedade de espodumênio, um silicato de lítio e alumínio.
 
 A kunzita, que é assim chamada em homenagem ao gemólogo G. F. Kunz, é transparente, forma cristais prismáticos longos, de brilho vítreo, com uma clivagem perfeita, o que dificulta sua lapidação. Nas superfícies de clivagem, o brilho mostra-se nacarado. Image
 
 ImageA cor pode enfraquecer se a gema for exposta de modo prolongado ao sol. Exposta aos raios X, a kunzita fica verde (cor da hiddenita ), mas retoma a cor original se aquecida a 200 oC.  Kunzitas com tons marrons ou verde-violeta podem ter a cor melhorada por tratamento térmico.

 Seu valor é tanto maior quanto mais intensa for a cor. Gemas lapidadas com 1 a 20 quilates valem entre 20 e 60 dólares por quilate.A maior kunzitaconhecida foi descoberta em Governador Valadares MG). Tinha 7,410 kg.
Minas Gerais é um dos maiores produtores mundiais desta gema, que tem ainda, com grandes fornecedores os EUA (Califórnia), Myanmar e Madagascar.
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RUBI


Uma das gemas mais famosas e mais valiosas, o rubi é um coríndon de cor vermelha, cor esta devida à presença de cromo.  Forma geralmente pequenos cristais hexagonais de brilho vítreo e dureza muito alta (9,0).
Ele ocorre em mármores dolomíticos, basaltos decompostos e cascalhos. Pode ser confundido com o espinélio, almandina, jacinto, piropo, topázio e rubelita.
Quando não tem qualidade para uso como gema, é empregado em relógios e outros aparelhos de precisão bem como na produção de raios laser.
rubi é geralmente lapidado em cabuchão, estilo usado sempre nas gemas com asterismo.
O maior rubi conhecido foi descoberto nos Estados Unidos. No estado bruto tinha 694,2g. Lapidado, forneceu várias gemas, a maior delas com 750 ct. Sua qualidade, porém, não era boa.
Segundo os astrólogos, é a pedra dos nascidos sob o signo de Carneiro. No século IV, era símbolo do amor. Antigamente, era usado para combater epidemias, pesadelos e melancolia e para de aumentar a inteligência e curar desgostos amorosos. Acreditava-se também que combatia a obesidade.
Ele é produzido principalmente em Myanmar, Tailândia e Vietname. Outros produtores importantes são Quênia e Tanzânia. É raro no Brasil, existindo na Bahia e em Santa Catarina.


 Image Rubi bruto de Myanmar (Foto: Gems and Jewelry, de Joel Arem)
 
 Rubi bruto do Afeganistão. (Foto: Enciclopédia de Minerais, de Korbel & Novák) Image
rubi é uma das quatro gemas mais valiosas, destacando-se principalmente as pedras vermelho-escuras, levemente púrpuras. O rubi de Myanmar de melhor qualidade (extra fine), sem tratamento, com 4 a 5 ct, vale entre US$ 28.000 e US$ 40.000/ct. Gemas maiores que isso não têm cotação de mercado, sendo o preço acertado entre compradores e vendedores.
Rubis sintéticos são produzidos desde 1885, pelo menos.
 Image Rubi em cristal de calcita. (Foto: Minerais e Pedras Preciosas, Ed. Globo)
Ao contrário do que ocorre com a esmeralda sintética, os rubis sintéticos são usados principalmente com fins industriais. Eles diferem dos rubis naturais em vários aspectos: a fluorescência, por exemplo, costuma ser mais fraca nas gemas naturais. A fosforescência não aparece nestas, sendo, porém, vista nas gemas sintéticas. Com o passar do tempo, o rubi sintético perde o seu brilho.
Seu nome vem do latim rubidus (vermelho).
 Broche de rubis e diamantes do século XIX. (Foto: Minerais e Pedras Preciosas - Editora Globo) Image

OS GARIMPOS

Como é bem sabido, o estado de Minas Gerais tem uma produção de gemas importantíssima tanto em quantidade quanto em qualidade. Dezenas de diferentes pedras preciosas ali são extraídas e vendidas para todo o mundo.
Essa produção, na sua quase totalidade, provém de garimpos, ou seja, de lavras rudimentares, onde homens sem conhecimento técnico e usando ferramentas simples, abrem galerias que podem totalizar muitas dezenas de metros de extensão, situadas dezenas de metros abaixo da superfície. A iluminação é escassa, o acesso à frente de trabalho é geralmente feito em condições muito precárias, mas nada disso tira o ânimo dos trabalhadores, pelo menos  enquanto as gemas estão aparecendo. 
casa da foto 1 é, a um só tempo, depósito, abrigo, cozinha, etc. 
A foto 2 mostra a entrada de um desses garimpos, localizado a 18 km da cidade de Governador Valadares.  Uma simples abertura num barranco, com cerca de 80 cm de largura. A ela se segue uma galeria igualmente estreita e descendente.

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foto 1

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foto 2
Em alguns garimpos, o acesso é feito por poços verticais, de modo igualmente precário, embora algumas dessas escavações sejam revestidas com manilhas, como a que se vê na foto 3.

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foto 3
Após a detonação dos explosivos, é preciso esperar que uma máquina jogue para fora toda a fumaça, para só então retomar os trabalhos (Foto 4)
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foto 4 
O acesso precário e tão simples ao interior do garimpo não lembra em nada a riqueza que jaz lá em baixo. Água-marinha, turmalina, cristal-de-rocha, apatita e outras gemas, além de belas peças para coleção, como lindos agregados de cleavelandita e grandes cristais de muscovita, reluzem sob a luz fraca das lâmpadas instaladas pelos garimpeiros.
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foto 5
A fig. 5 mostra uma das paredes do garimpo, com turmalina (preta), água-marinha (azul), e cleavelandita (branca).
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foto 6
Cleavelandita e mica
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foto 7
Cristal de schorlita (turmalina preta) de 7 x 0,3 cm

Tanzanita


Tanzanita é o nome comercial de uma valiosa variedade gemológica de zoisita, de cor azul-safira, devida ao vanádio (tem 0,02% V).
Foi descoberta em 1967 nos montes Mererani, perto de Arusha e do monte Kilimandjaro, no norte da Tanzânia (daí seu nome).
 
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Logo após sua descoberta, tornou-se muito conhecida e admirada, principalmente nos Estados Unidos, onde foi muito promovida pela joalheria Tiffany, responsável, aliás, pela escolha do seu nome.
É uma gema transparente, de dureza 6,5 a 7,5 e densidade 3,35.
A Tanzânia é ainda a única fonte de tanzanita conhecida, e lá existem também zoisitas de outras cores que, aquecidas a 380°C, ficam azul-safira, com reflexos roxos. A própria tanzanita é, na maioria das vezes, submetida a esse tratamento se não para mudar a cor, pelo menos para melhorar sua cor azul natural. Gemas com a cor obtida dessa maneira têm o mesmo preço que as de cor azul natural.
A tanzanita é valiosa sobretudo por sua cor e pela sua raridade.
A maior tanzanita lapidada conhecida tem 737,81 quilates
Uma das mais famosas gemas dessa variedade é a "Rainha do Kilimanjaro", de 242 quilates. 
 
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Tanzanitas brutas e lapidadas