Ações da Paranapanema sobem com notícia de uma nova planta
A Paranapanema já é a dona da maior metalurgia de cobre do Brasil, mas
as suas ações começaram a atingir a maior alta em 3 meses após as
notícias de expansão. A Paranapanema, que já tem uma das melhores
performances do ano entre as mineradoras, pretende instalar uma nova
planta de refino de cobre em Santo André/SP. A ideia é importar a planta
da Polônia e montá-la no Brasil. Os investimentos previstos estão na
ordem de $520 milhões.
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domingo, 8 de setembro de 2013
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Empresas chinesas invadem garimpos de cristal no Brasil
Empresas chinesas invadem garimpos de cristal no Brasil
Segundo garimpeiros, chineses compram o cristal bruto sem nota fiscal, e legalização é feita por empresas brasileiras
Mesmo com a barreira do idioma, asiáticos ficam com 80% da produção das pedras em estado bruto e ditam as regras do comércio
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A CURVELO E CORINTO (MG)
No refeitório do Bom Hotel, de Curvelo (a 160 Km de Belo Horizonte), cartazes avisam em chinês que é proibido cuspir no chão. Há quatro anos, compradores provenientes da China continental -onde é comum cuspir no chão, mesmo dentro de casa- descobriram o acesso aos garimpos de cristal de Minas Gerais, Bahia, Tocantins e Pará e, gradualmente, dominaram o mercado.
Eles absorvem 80% da produção e ditam as regras no comércio. As pedras saem em estado bruto para serem lapidadas na China e de lá são recolocadas no mercado internacional -inclusive no Brasil-, na forma de jóias semipreciosas, de bijuterias e de artigos para decoração, esoterismo ou medicina oriental.
Com mão-de-obra e maquinários baratos, a China se tornou imbatível na industrialização de pedras semipreciosas de menor valor, como o cristal, e tomou conta do mercado mundial nesse segmento. Os lapidários de Minas Gerais entraram em declínio, com a valorização do real (que encarece o produto brasileiro no exterior) e a concorrência chinesa.
Alguns empresários abandonaram a lapidação e passaram a vender pedras brutas para os rivais asiáticos, que pagam em dinheiro e à vista. Outros terceirizaram a lapidação e passaram a contratar o serviços de fundo de quintal para reduzir custos.
""Recuamos aos tempos coloniais e voltamos a ser exportadores de matéria-prima e importadores do produto industrializado", queixa-se José Jesus Facuri, presidente da Associação Mineral do Centro de Minas e dono da empresa Quartzo Rosa, de Curvelo. Das 14 máquinas de lapidação que possui, 10 estão ociosas.
Sílvio Aparecido de Almeida, 31, dono da Sílvio Pedras do Brasil, também de Curvelo, percebeu o impacto da entrada dos chineses com antecedência e mudou de ramo: desativou a lapidação -que chegou a empregar 40 pessoas- em 2005 e passou apenas a intermediar a venda de cristal bruto. ""Das minhas vendas, 80% são para a China", diz ele, que está de viagem marcada para aquele país, a convite de importadores.
Chien Chiu Sheng, de Taiwan, um dos maiores compradores de cristal do país, faz coro com os brasileiros na queixa contra a competição da China comunista. Diz que sua empresa, a IAS do Brasil, sediada em Curvelo, chegou a empregar 140 pessoas, que trabalhavam na classificação e no beneficiamento de cristal exportado para a matriz, em Taiwan. Ele diz que já reduziu o número de empregados para 35 e que outros 20 estão sendo demitidos.
""Não dá para concorrer. A jornada de trabalho na China continental é de nove horas diárias, com um dia de folga por mês. Um empregado de lapidação custa o equivalente a US$ 230 por mês na China, semelhante ao custo no Brasil, mas não há os encargos trabalhistas daqui, e o maquinário custa 80% menos do que no Brasil."
Chien disse que sua empresa decidiu fazer a lapidação de cristal na China continental.
Sem nota
Segundo garimpeiros, os chineses compram o cristal bruto sem nota fiscal, diretamente nos garimpos, ou de intermediários. A legalização da mercadoria é feita por empresas brasileiras, que exportam o produto para empresas indicadas pelos chineses.
O que chama a atenção na ação dos chineses é a rapidez com que descobriram os canais de acesso aos garimpos, apesar da barreira da língua.
Segundo os comerciantes de cristal, a China tem reservas próprias, mas elas estão localizadas no norte do país, nas áreas mais geladas, e só ficam ativas poucos meses por ano. Os compradores de cristal são enviados pela indústria de lapidação chinesa.
Segundo garimpeiros, chineses compram o cristal bruto sem nota fiscal, e legalização é feita por empresas brasileiras
Mesmo com a barreira do idioma, asiáticos ficam com 80% da produção das pedras em estado bruto e ditam as regras do comércio
| Victor Schwaner/Agência Nitro | Filho de empresário chinês diante de cristal no jardim de sua casa, em MG |
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A CURVELO E CORINTO (MG)
No refeitório do Bom Hotel, de Curvelo (a 160 Km de Belo Horizonte), cartazes avisam em chinês que é proibido cuspir no chão. Há quatro anos, compradores provenientes da China continental -onde é comum cuspir no chão, mesmo dentro de casa- descobriram o acesso aos garimpos de cristal de Minas Gerais, Bahia, Tocantins e Pará e, gradualmente, dominaram o mercado.
Eles absorvem 80% da produção e ditam as regras no comércio. As pedras saem em estado bruto para serem lapidadas na China e de lá são recolocadas no mercado internacional -inclusive no Brasil-, na forma de jóias semipreciosas, de bijuterias e de artigos para decoração, esoterismo ou medicina oriental.
Com mão-de-obra e maquinários baratos, a China se tornou imbatível na industrialização de pedras semipreciosas de menor valor, como o cristal, e tomou conta do mercado mundial nesse segmento. Os lapidários de Minas Gerais entraram em declínio, com a valorização do real (que encarece o produto brasileiro no exterior) e a concorrência chinesa.
Alguns empresários abandonaram a lapidação e passaram a vender pedras brutas para os rivais asiáticos, que pagam em dinheiro e à vista. Outros terceirizaram a lapidação e passaram a contratar o serviços de fundo de quintal para reduzir custos.
""Recuamos aos tempos coloniais e voltamos a ser exportadores de matéria-prima e importadores do produto industrializado", queixa-se José Jesus Facuri, presidente da Associação Mineral do Centro de Minas e dono da empresa Quartzo Rosa, de Curvelo. Das 14 máquinas de lapidação que possui, 10 estão ociosas.
Sílvio Aparecido de Almeida, 31, dono da Sílvio Pedras do Brasil, também de Curvelo, percebeu o impacto da entrada dos chineses com antecedência e mudou de ramo: desativou a lapidação -que chegou a empregar 40 pessoas- em 2005 e passou apenas a intermediar a venda de cristal bruto. ""Das minhas vendas, 80% são para a China", diz ele, que está de viagem marcada para aquele país, a convite de importadores.
Chien Chiu Sheng, de Taiwan, um dos maiores compradores de cristal do país, faz coro com os brasileiros na queixa contra a competição da China comunista. Diz que sua empresa, a IAS do Brasil, sediada em Curvelo, chegou a empregar 140 pessoas, que trabalhavam na classificação e no beneficiamento de cristal exportado para a matriz, em Taiwan. Ele diz que já reduziu o número de empregados para 35 e que outros 20 estão sendo demitidos.
""Não dá para concorrer. A jornada de trabalho na China continental é de nove horas diárias, com um dia de folga por mês. Um empregado de lapidação custa o equivalente a US$ 230 por mês na China, semelhante ao custo no Brasil, mas não há os encargos trabalhistas daqui, e o maquinário custa 80% menos do que no Brasil."
Chien disse que sua empresa decidiu fazer a lapidação de cristal na China continental.
Sem nota
Segundo garimpeiros, os chineses compram o cristal bruto sem nota fiscal, diretamente nos garimpos, ou de intermediários. A legalização da mercadoria é feita por empresas brasileiras, que exportam o produto para empresas indicadas pelos chineses.
O que chama a atenção na ação dos chineses é a rapidez com que descobriram os canais de acesso aos garimpos, apesar da barreira da língua.
Segundo os comerciantes de cristal, a China tem reservas próprias, mas elas estão localizadas no norte do país, nas áreas mais geladas, e só ficam ativas poucos meses por ano. Os compradores de cristal são enviados pela indústria de lapidação chinesa.
EM BUSCA DOS DIAMANTES
EM BUSCA DOS DIAMANTES
Ex-garimpeiro garante que o rio Pardo ainda tem pedras e pensa em lançar um livro
“Basta ter paciência”.
Essa era a receita dada pelo saudoso professor Hélio Castanho
de Almeida — morto em 1995 — para quem quisesse encontrar
um diamante no rio Pardo. Dez anos antes de sua morte, Castanho
era enfático ao garantir que, apesar de mais de 200 garimpeiros
terem explorado o Pardo na década de 50, o rio ainda guardaria
pedras.
Pode até ser. Mas se encontrar o diamante já é difícil, ainda pior é achar alguém que saiba procurá-lo: um garimpeiro “de verdade”. A prática tão comum em Santa Cruz do Rio Pardo há algumas décadas perdeu-se e as novas gerações pouco ou nada sabem sobre o assunto.
É por isso que Paulo Afonso dos Santos, 70 — mineiro de Jequitaí radicado em Santa Cruz há 20 anos — quer colocar em um livro as técnicas do garimpo que aprendeu com seu pai. Junto ao sonho de escrever o livro, Paulo cultiva outro há duas décadas: encontrar, nas águas do Pardo, um diamante. “Já sonhei diversas vezes que estava achando esse diamante. Quando acordo, fico triste de ser só sonho”, conta.
Paulo, assim como apostava o professor Hélio Castanho de Almeida, tem absoluta certeza de que ainda há diamantes no rio Pardo. Certeza que brotou de um comentário de um parente, quando ele ainda morava em Minas Gerais e estava prestes a se casar com uma santa-cruzense. “Você vai para Santa Cruz do Rio Pardo? Lá tem diamante no rio”, foi a observação feita pelo familiar.
A certeza foi aumentando quando, já instalado na cidade, Paulo passou a observar o cascalho que vem na areia grossa para reformas de casas. Chegando aqui, porém, o garimpeiro começou a trabalhar no ramo de calçados e deixou adormecer, por longos anos, o sonho do diamante. Mas a vontade de encontrá-lo e a certeza dessa possibilidade brotaram novamente depois que o ex-garimpeiro realizou pesquisas no rio Pardo, recolhendo cascalho para examinar o tipo de pedra que o compõe.
Certos
tipos de pedras costumam acompanhar o diamante e o bom garimpeiro
sabe “ler” essa mensagem. Paulo aprendeu a garimpar
ainda menino, por volta dos oito anos, em um Estado onde praticamente
todos faziam isso — em alguns locais de Minas Gerais, aliás,
o garimpo ainda é freqüente. Ele já praticou
os três tipos de garimpo existentes: no leito do rio, de
gupiara (fora do leito do rio) e de virada — quando se constrói
uma barragem para desviar o curso do rio e facilitar o garimpo.
Foi no garimpo de virada em Minas Gerais que Paulo, na época
com apenas 20 anos, encontrou 126 diamantes. Renderam um bom dinheiro,
que foi dividido com colegas. Sua parte, porém, gastou
nos anos seguintes.
O tipo de garimpo mais praticado é o de leito de rio — talvez porque nessa modalidade o garimpeiro não tenha que pagar comissão a nenhum meieiro, o que ocorre no garimpo de gupiara e de virada. Mas é uma técnica trabalhosa.
O garimpeiro deve, em primeiro lugar, localizar a concentração de cascalho do rio. Paulo explica que o rio tem “bolsas” no fundo — o que nós chamamos de “fossos” do Pardo. Há dois tipos de bolsas: a fêmea, larga na boca e cheia de cascalho, e o macho, de boca larga, mas estreito no fundo. “A melhor para pegar cascalho é a fêmea”, ensina Paulo.
Para achar as bolsas, o garimpeiro precisa ir de barco pelo rio e usar uma sonda — uma barra de ferro comprida — para “medir” a profundidade. O local da bolsa também deve ser especial — não pode ser muito fundo, já que o garimpeiro deverá retirar cerca de 50 latas de cascalho.
Depois de encontrada a bolsa, o garimpeiro deve preparar o terreiro na margem, em um local sem barrancos. É preciso limpar e socar o terreno, deixando a terra nua e bem plana. Com as próprias mãos, o garimpeiro separa as pedras grandes do cascalho — não servem para nada. O que sobra é passado no ralo, um tipo de funil quadrado feito de ferro que separa mais uma parte de pedras grandes.
O que restou deve ser peneirado, dentro da água. Primeiro na peneira grossa, de aço, especial. O tamanho dos furos impede que as pedras maiores vazem para a peneira de baixo, a mais fina. O garimpeiro descarta novamente as pedras maiores — mas tomando o cuidado de verificar se nenhum diamante “enorme” ficou lá.
Quando
a peneira fina está com a quantia certa de pedras —
coisa que o garimpeiro de verdade “sente” — começa
a parte mais interessante. O garimpeiro passa a rodar a peneira,
chocando-a de vez em quando contra a água para fazer pressão.
Ao final de algumas rodadas e outras tantas batidas, ele vira
a peneira de uma só vez no terreiro preparado, para fazer
o “resumo” — o exame detalhado das pedras.
No chão, forma-se um círculo de cascalho perfeitamente desenhado: nas bordas, apenas umas pedras minúsculas, que podem ser amareladas ou cinzentas. O tamanho das pedras vai aumentando gradativamente e simetricamente em direção ao centro da peneira. Bem no meio fica o “caboclo”: as pedras maiores e escuras, pretas ou marrons, que durante o processo vão se aglutinando no “fundo” da peneira. Se houver diamante, estará ali. “No meio das pedras escuras, ele salta aos olhos. Não tem como não ver”, conta Paulo. A sensação de encontrar um diamante, segundo o ex-garimpeiro, é indescritível. Uma sensação que Paulo ainda espera vivenciar no Pardo. “Acho que tudo tem seu dia e sua hora”, comenta, cheio de esperança.
Ex-garimpeiro garante que o rio Pardo ainda tem pedras e pensa em lançar um livro
Pode até ser. Mas se encontrar o diamante já é difícil, ainda pior é achar alguém que saiba procurá-lo: um garimpeiro “de verdade”. A prática tão comum em Santa Cruz do Rio Pardo há algumas décadas perdeu-se e as novas gerações pouco ou nada sabem sobre o assunto.
É por isso que Paulo Afonso dos Santos, 70 — mineiro de Jequitaí radicado em Santa Cruz há 20 anos — quer colocar em um livro as técnicas do garimpo que aprendeu com seu pai. Junto ao sonho de escrever o livro, Paulo cultiva outro há duas décadas: encontrar, nas águas do Pardo, um diamante. “Já sonhei diversas vezes que estava achando esse diamante. Quando acordo, fico triste de ser só sonho”, conta.
Paulo, assim como apostava o professor Hélio Castanho de Almeida, tem absoluta certeza de que ainda há diamantes no rio Pardo. Certeza que brotou de um comentário de um parente, quando ele ainda morava em Minas Gerais e estava prestes a se casar com uma santa-cruzense. “Você vai para Santa Cruz do Rio Pardo? Lá tem diamante no rio”, foi a observação feita pelo familiar.
A certeza foi aumentando quando, já instalado na cidade, Paulo passou a observar o cascalho que vem na areia grossa para reformas de casas. Chegando aqui, porém, o garimpeiro começou a trabalhar no ramo de calçados e deixou adormecer, por longos anos, o sonho do diamante. Mas a vontade de encontrá-lo e a certeza dessa possibilidade brotaram novamente depois que o ex-garimpeiro realizou pesquisas no rio Pardo, recolhendo cascalho para examinar o tipo de pedra que o compõe.
O tipo de garimpo mais praticado é o de leito de rio — talvez porque nessa modalidade o garimpeiro não tenha que pagar comissão a nenhum meieiro, o que ocorre no garimpo de gupiara e de virada. Mas é uma técnica trabalhosa.
O garimpeiro deve, em primeiro lugar, localizar a concentração de cascalho do rio. Paulo explica que o rio tem “bolsas” no fundo — o que nós chamamos de “fossos” do Pardo. Há dois tipos de bolsas: a fêmea, larga na boca e cheia de cascalho, e o macho, de boca larga, mas estreito no fundo. “A melhor para pegar cascalho é a fêmea”, ensina Paulo.
Para achar as bolsas, o garimpeiro precisa ir de barco pelo rio e usar uma sonda — uma barra de ferro comprida — para “medir” a profundidade. O local da bolsa também deve ser especial — não pode ser muito fundo, já que o garimpeiro deverá retirar cerca de 50 latas de cascalho.
Depois de encontrada a bolsa, o garimpeiro deve preparar o terreiro na margem, em um local sem barrancos. É preciso limpar e socar o terreno, deixando a terra nua e bem plana. Com as próprias mãos, o garimpeiro separa as pedras grandes do cascalho — não servem para nada. O que sobra é passado no ralo, um tipo de funil quadrado feito de ferro que separa mais uma parte de pedras grandes.
O que restou deve ser peneirado, dentro da água. Primeiro na peneira grossa, de aço, especial. O tamanho dos furos impede que as pedras maiores vazem para a peneira de baixo, a mais fina. O garimpeiro descarta novamente as pedras maiores — mas tomando o cuidado de verificar se nenhum diamante “enorme” ficou lá.
No chão, forma-se um círculo de cascalho perfeitamente desenhado: nas bordas, apenas umas pedras minúsculas, que podem ser amareladas ou cinzentas. O tamanho das pedras vai aumentando gradativamente e simetricamente em direção ao centro da peneira. Bem no meio fica o “caboclo”: as pedras maiores e escuras, pretas ou marrons, que durante o processo vão se aglutinando no “fundo” da peneira. Se houver diamante, estará ali. “No meio das pedras escuras, ele salta aos olhos. Não tem como não ver”, conta Paulo. A sensação de encontrar um diamante, segundo o ex-garimpeiro, é indescritível. Uma sensação que Paulo ainda espera vivenciar no Pardo. “Acho que tudo tem seu dia e sua hora”, comenta, cheio de esperança.
Garimpo no Pardo teve até pepitas de ouro
Garimpo no Pardo
teve até pepitas de ouro
MEMÓRIA — Aposentado conta ter achado pepitas, pedras semipreciosas e um diamante de cinco quilates no rio Pardo no final da década de 50
Thelma
Yeda Roder Kai
Da Reportagem Local
Durante a década de 50, os garimpeiros que passaram pelo rio Pardo puderam achar pedras semipreciosas, diamantes e até pepitas de ouro.
O aposentado Benedito Rodrigo Monteiro, 75, o Dito Berruga, por exemplo, conta ter achado uma quantia de pepitas de ouro suficiente para encher uma caixa de fósforos. Benedito, aliás, afirma ter sido o responsável pela descoberta da maior pedra no rio Pardo: um diamante de cinco quilates. O garimpeiro achou a pedra no final de 59, mas valia tanto dinheiro que só a vendeu quatro anos depois — os possíveis compradores tentavam colocar defeitos para reduzir o preço. “Quando achei a pedra, o Fermino Rocha Contim — inspetor de alunos na Escola de Comércio — disse para levar [o diamante] para o professor Hélio Castanho ver se era de verdade”, conta Benedito. O professor passou uma lixa na pedra, examinou-o atentamente com uma lente para verificar se saía pó. “Você conhece o diamante pelo brilho, peso e dureza. O que eu achei era bom”, contou o garimpeiro.
Benedito trabalhava em uma fábrica de sapatos e garimpava por “gosto”, nas horas vagas. O diamante foi vendido na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. Casado com Ana de Jesus Monteiro, Benedito seria pai em pouco tempo. “A pedra deu um dinheiro bom”, conta.
Benedito garimpou no Pardo até meados da década de 60. O garimpo era feito com um parceiro, João Cândido da Silva, o João Branco. Os dois praticavam o garimpo em barrancos — perto da ponte velha do rio Pardo e para cima da usina velha. Para escolher o local do garimpo, eles usavam uma sonda de ferro.
O local bom para o garimpo era o que tinha cascalho. Pedras do tamanho e peso de diamantes — como o feijão preto — indicavam a possibilidade de se achar algo precioso. Os garimpeiros tiravam o cascalho do rio com um balde. O cascalho era despejado em uma armação que tinha quatro peneiras de tamanho diferente, uma sobre a outra. A dupla encontrou muitas pedras no rio. Só para um certo João Garimpeiro, vindo de Minas Gerais, Benedito lembra-se de ter vendido cerca de 15 diamantes pequenos. “Achamos pedra verde, champanhe, cor de conhaque, xibiu de todos os tamanhos”, recorda. Muita gente passava, naquela época, pelo Pardo à procura de diamantes. “Lembro que uma caravana passou o Pardo de ponta a ponta. Limparam quase tudo de pedra que havia”, conta Benedito.
O garimpeiro também achou — e guarda até hoje — moedas do tempo do Império nas proximidades da ponte velha.
teve até pepitas de ouro
MEMÓRIA — Aposentado conta ter achado pepitas, pedras semipreciosas e um diamante de cinco quilates no rio Pardo no final da década de 50
Da Reportagem Local
Durante a década de 50, os garimpeiros que passaram pelo rio Pardo puderam achar pedras semipreciosas, diamantes e até pepitas de ouro.
O aposentado Benedito Rodrigo Monteiro, 75, o Dito Berruga, por exemplo, conta ter achado uma quantia de pepitas de ouro suficiente para encher uma caixa de fósforos. Benedito, aliás, afirma ter sido o responsável pela descoberta da maior pedra no rio Pardo: um diamante de cinco quilates. O garimpeiro achou a pedra no final de 59, mas valia tanto dinheiro que só a vendeu quatro anos depois — os possíveis compradores tentavam colocar defeitos para reduzir o preço. “Quando achei a pedra, o Fermino Rocha Contim — inspetor de alunos na Escola de Comércio — disse para levar [o diamante] para o professor Hélio Castanho ver se era de verdade”, conta Benedito. O professor passou uma lixa na pedra, examinou-o atentamente com uma lente para verificar se saía pó. “Você conhece o diamante pelo brilho, peso e dureza. O que eu achei era bom”, contou o garimpeiro.
Benedito trabalhava em uma fábrica de sapatos e garimpava por “gosto”, nas horas vagas. O diamante foi vendido na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. Casado com Ana de Jesus Monteiro, Benedito seria pai em pouco tempo. “A pedra deu um dinheiro bom”, conta.
Benedito garimpou no Pardo até meados da década de 60. O garimpo era feito com um parceiro, João Cândido da Silva, o João Branco. Os dois praticavam o garimpo em barrancos — perto da ponte velha do rio Pardo e para cima da usina velha. Para escolher o local do garimpo, eles usavam uma sonda de ferro.
O local bom para o garimpo era o que tinha cascalho. Pedras do tamanho e peso de diamantes — como o feijão preto — indicavam a possibilidade de se achar algo precioso. Os garimpeiros tiravam o cascalho do rio com um balde. O cascalho era despejado em uma armação que tinha quatro peneiras de tamanho diferente, uma sobre a outra. A dupla encontrou muitas pedras no rio. Só para um certo João Garimpeiro, vindo de Minas Gerais, Benedito lembra-se de ter vendido cerca de 15 diamantes pequenos. “Achamos pedra verde, champanhe, cor de conhaque, xibiu de todos os tamanhos”, recorda. Muita gente passava, naquela época, pelo Pardo à procura de diamantes. “Lembro que uma caravana passou o Pardo de ponta a ponta. Limparam quase tudo de pedra que havia”, conta Benedito.
O garimpeiro também achou — e guarda até hoje — moedas do tempo do Império nas proximidades da ponte velha.
EXTRAÇÃO DE PEDRAS PRECIOSAS DO POVOADO DE TAQUARAL / ITINGA MG
| EXTRAÇÃO DE PEDRAS PRECIOSAS DO POVOADO DE TAQUARAL / ITINGA MG | ||
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PEDRAS PRECIOSAS "TURMALINAS" As pedras preciosas são matérias minerais sólidas e com grande densidade e pigmentação nas cores : azul, verde, rosa (rubelita) e preta. São encontradas nas profundidades das rochas ou na superfície rasa do solo, formadas a bilhões de anos atrás e usadas como jóias à milhares de anos . A extração das pedras preciosas e outros minerais no Povoado de Taquaral/Itinga se deu ainda no início do SEC. XX, mas muito pouco explorada . Foi com a vinda da Sra. Maria Gonçalves Soares ( Maria de Amaro )e sua família por volta dos anos de 1953 que se intensificou este tipo de exploração. Segundo depoimentos da família, a vinda pra essa região se deu com a invasão de garimpeiros em suas terras .Sentido-se desepcinada com o ocorrido,vendeu as terras para uma Companhia Mineradora da época. Foi quando juntamente com seus filhos tomou uma difícil decisão de abandoná-las e ir à procura de um novo lugar para morar, resolveu então, comprar as novas terras,que até então eram do fazendeiro o Sr. Belizário Fulgêncio. Acreditando que ali seria improvável a existência de grandes quantidades de minérios nas novas terras, tiveram uma grande surpresa pois as novas terras adquiridas eram mais ricas em minérios, podendo ser facilmente encontradas em alguns lugares . As explorações de pedras preciosas na região não era a principal atividade, pois naquela época eram ainda de baixo valor comercial, predominando a criação de animais e o cultivo da lavoura de subsistência. Com o passar do tempo, a criação dos animais e o cultivo da lavoura foi se tornando cada vez mais difícil, principalmente com a escassez da chuva, cada vez mais agravante e com as descobertas de novas e grandes minas , conseqüentemente a exploração de pedras preciosas se tornou a principal fonte de renda da população local, atraindo garimpeiros e investidores dos mais diversos lugares. Uma destas minas se tornou internacionalmente conhecida pelas boas qualidades de suas pedras produzidas, conhecida pelo nome de Lavra do Pirineu, descoberta por garimpeiros locais. Tradicionalmente os nomes das lavras desta região são dadas pelos próprios garimpeiros através das diversidades de cada localidade, não é regra, mas na maioria das vezes são nomes criados pelos seus próprios descobridores. Como exemplo temos a lavra do Imbaré, nome dado por ali existir grandes árvores chamadas de Imbaré , da mesma forma a Lavra da Jurema , mas também temos a Lavra da Pinheira, Lavra do Maxixe, Lavra do Urubu, Lavra do Quarto, Lavra da Pitomba, Lavra do Arroz - de - Leite, Lavra da Malva, Lavra do Engano, Lavra de Dona Mariazinha, Lavra do Sr. Hidelbrando, Lavra da Marmita, Lavra do PT, Lavra do Baixão, Lavra da Cruzinha, Lavra da Caixa d'água, Lavra do Boqueirão, Lavra dos Netos, Lavra do Sr. Percílio e etc. Neste álbum vamos conhecer uma dessas Lavras "Imbaré" e conhecer um pouco do dia - a - dia de um garimpeiro de 57 anos que desde aos 12 anos de idade dedica com prazer a lida do garimpo. Na companhia do Sr. Eustáquio Esteves Vieira vamos conhecer um pouco mais, passo - a - passo de como se garimpa este minério tão cobiçado. | |
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A pequena cidade de Juína, no Mato Grosso, viu desde a década de 1990 o movimento em torno de seu subsolo ganhar tamanho e relevância, graça...