quinta-feira, 24 de outubro de 2013

LAPIDAÇÕES ESPECIAIS VALORIZAM AS GEMAS

LAPIDAÇÕES ESPECIAIS VALORIZAM AS GEMAS


Como tornar ainda mais belo, algo que por si já é fascinante? Esse desafio inquietou o homem desde que ele descobriu o mundo das gemas. Fascinantes e misteriosas, elas só revelam sua beleza por inteiro nas mãos de hábeis artesãos. Afinal, são eles que lhes dão mais vida, cor e brilho.

A lapidação de uma gema representa o seu aperfeiçoamento. O corte é tão importante que é capaz de valorizar uma gema de segunda linha ou depreciar uma de primeira categoria. Nas mãos de um lapidário pouco habilidoso, a melhor gema do mundo pode perder todo seu potencial. Já uma pedra inferior, quando lapidada por mãos preciosas, torna-se quase uma jóia.

Uma lapidação perfeita ressalta qualidades de uma gema que, por vezes, quem a extraiu nem imaginava que ela tivesse. Brilho, cor profunda e intensa, beleza, transparência, ausência de impurezas visíveis: tudo isso só pode ser conferido "ao vivo e em cores" se a lapidação souber explorar o potencial da gema.
Há lapidações de diversos tipos, mas elas podem ser divididas em três grupos: lapidação em facetas, lisa e mista. O primeiro tipo é utilizado normalmente em gemas transparentes, já que o fato de possuir várias e pequenas superfícies lisas acabam por conferir à gema um brilho e um jogo de cor que a realçam ainda mais.
Na maior parte dos casos, as lapidações em facetas podem ser subdivididas em três tipos: primeiro, a lapidação brilhante e em degraus, ou lapidação esmeralda. Já o segundo tipo, a lapidação lisa, pode ser plana ou convexa (tipo cabochão). A ágata e gemas opacas em geral são as mais comumente lapidadas dessa forma. O terceiro tipo, a lapidação mista, possui duas variedades: ela pode ser feita com a parte superior lisa e a inferior em facetas, ou o inverso.
As lapidações, além de vários tipos, também possuem diversas formas. Os principais modelos são: redonda, ovalada, antiga (quadrangular ou retangular com bordas arredondadas), triangular, quadrática, hexagonal, baguette (retangular ovalada), trapezoidal, french-cut (contorno e mesa quadrática), facetas triangulares, pendeloque (pêra ou gota), navette ou marquesa (elípitica apontada), pampel (em forma de gota alongada), briolete (forma de pêra com linhas de facetas que se cruzam).
Na joalheria, o tipo mais usado de lapidação é a brilhante, que equivocadamente virou sinônimo de diamante. Esse é apenas um tipo possível de lapidação aplicada ao diamante, apesar de ter sido criada especialmente para ele (daí a confusão). Possui 32 facetas e mesa na parte superior, e pelo menos 24 facetas na parte inferior. Quando dizemos brilhante, queremos dizer diamante com lapidação brilhante. Para as demais gemas, deve-se dizer seu nome seguido de brilhante, como por exemplo, topázio com lapidação brilhante.
A lapidação em oito facetas (8/8) possui, além da mesa, oito facetas na parte superior e oito na parte inferior. É utilizada em diamantes, menos naqueles em que não é possível ou não têm qualidade suficiente para a lapidação brilhante. Um de seus pontos fortes é a possibilidade de obter-se de 300 a 500 gemas por quilate. Já a lapidação rosa, ou roseta, é uma lapidação em facetas, sem mesa e sem a parte inferior. Propicia várias combinações, dependendo do número e disposição de suas facetas, mas caiu em desuso porque proporciona pouco brilho à gema.
Existem diversas lapidações em degraus, tipo de corte muito usado em gemas coloridas. Suas várias facetas de bordas paralelas possuem um declive que aumenta conforme se aproxima da rondista (cintura). Geralmente, a parte infe-rior desse corte costuma ter mais facetas. A lapidação cruzada ou em tesoura é uma variação da anterior, sendo que as facetas ficam subdivididas pela tesoura em quatro facetas.
A lapidação esmeralda também é um trabalho em degraus, porém tem contorno octogonal. Foi tão utilizada em esmeraldas e acabou ganhando o nome dessa gema, mas também pode ser empregada em outras pedras preciosas, como o diamante por exemplo. Outro tipo de lapidação em degraus é chamada de mesa ou plana. Mais simples que as demais, sua parte superior é bem plana para favorecer uma grande mesa. Já a lapidação Ceilão caracteriza-se por suas várias facetas, para aproveitar mais o peso bruto da gema, o que pode levar a um resultado assimétrico, que muitas vezes obriga a uma relapidação da pedra.
O cabochão, palavra que vem do francês caboche, cujo significado é prego de cabeça grande, é a lapidação lisa mais conhecida na joalheria e também uma das mais simples. Nele, a parte superior da gema é lapidada de forma arredondada, e a inferior é plana, levemente abobodada ou convexa. Nas gemas de tom mais escuro, a parte inferior é lapidada para dentro - o que é chamado de cabochão oco - para clarear seus tons.
Uma lapidação nova é a Millenium Cut, também conhecida como "Canaleta Sorriso". Especial, seu corte faz com que a gema pareça estar sorrindo, aumentando, assim, seu brilho. Essa lapidação proporciona muito brilho à pedra, potencializando suas cores e dando mais vida à gema. O corte pode ser aplicado em todos os tipos de gemas, mas o formato mais adequado, no entanto, é o retangular, de no mínimo nove milímetros. Quanto maior a gema, melhor o resultado final: quando a luz atravessa a pedra, parece que ela solta faíscas, valorizando e embelezando as jóias de uma maneira diferente da tradicional.

CIRCUITO DOS DIAMANTES

CIRCUITO DOS DIAMANTES


Caminho dos Escravos - Foto: acervo SETURIgreja do Serro - Foto: Prefeitura MunicipalCom a descoberta do primeiro diamante nas lavras de ouro no Arraial do Tijuco (atual Diamantina), em 1714, essa região cresceu significativamente, a ponto de ser considerada um Estado dentro de outro Estado. Tamanha riqueza gerou fabuloso patrimônio histórico-cultural. Hoje, o roteiro reúne belezas arquitetônicas, arte e passeios ecológicos. Tudo isso embalado ao som de clássicos barrocos, serestas e 'vesperatas'.
A magia da escrava Chica da Silva e a musicalidade de JK dotaram não só Diamantina, Patrimônio Mundial da Humanidade, como todo o Circuito de encantamento sem igual. A contemplação das obras do homem e da natureza leva ao equilíbrio.
Compõem este percurso os municípios de Couto de Magalhães de Minas, Datas, Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Presidente Kubitschek, Santo Antônio do Itambé, São Gonçalo do Rio Preto, Senador Modestino Gonçalves e Serro.
DIAMANTINA
Lisboa está em festa, os sinos tocam, Te-Deums são celebrados, congratulações chegam dos vários reinos europeus, incluindo os cumprimentos do Santo Padre. Qual a razão para tanto júbilo? São  as pequenas pedras de carbono puro que foram encontradas na distante colônia. Diamantes! Extremamente valorizados na Europa, eram de suma importância para  aumentar a riqueza do Reinado de  D.João V. 
Vista parcial da Cidade - Foto: Haroldo CarneiroTendo como referência  o Pico do Itambé, diversas bandeiras cortam a região do Jequitinhonha em busca dos metais preciosos. Entre as serras de Santo Antônio e São Francisco havia um local  formado pelo pequeno afluente do Rio Grande, o  Vale do Tijuco, que revelou-se como um excelente local para mineração do ouro. O pequeno arraial  que acabou  surgindo, por volta de 1713, com a bandeira de Jerônimo Gouvêa, no local  conhecido como Burgalhau, não se diferenciava  das centenas de povoados que surgiram no início do século XVIII, na Capitania das Minas. A população se dedicava à mineração do ouro.
Os primeiros diamantes que transformariam radicalmente a vida do arraial somente foram encontrados no período de 1719 a 1722. Autoridades locais não  noticiaram de imediato a fabulosa descoberta  à Coroa Portuguesa. Quase 10 anos haviam se passado e, só após a insistência de alguns mineradores de participarem  os achados, é que o Governador D.Lourenço de Almeida fez o comunicado de que as preciosas pedrinhas tinham sido encontradas. Diamantes! 
Passadas as celebrações, a resposta  de Lisboa veio de imediato: a Coroa impôs as primeiras medidas de controle sobre a região dos diamantes, através de Regimento datado de 26 de junho de 1730, com a instituição da cobrança do quinto, o lançamento da capitação sobre cada escravo empregado na mineração diamantífera, a anulação das concessões de datas e a proibição  da exploração do ouro da região, precauções essas que visavam garantir o poder real sobre a nova riqueza. (Barroco 16). Esse era o começo de uma administração totalmente inédita  na colônia. Em 1734, foi criada a Intendência dos Diamantes que, com um regime próprio, altamente fiscalizador, rígido, arbitrário e r epressivo,  isolou  a área do restante da capitania.
Na década de 40 inicia-se o Sistema de Contratos que vigorou até 1771. Foi o período de maior produtividade do Distrito. Em 31 anos, os números oficiais atingem a soma de 1.666.569 quilates. Em 1771 o Marquês de Pombal  designa  para o distrito um novo tipo de administração: a Real Extração. O diamante, a partir de então, seria explorado pela própria  Coroa Portuguesa. Para isso, foi criada uma junta administrativa  com poderes absolutos  que tinha seus atos respaldados por  um  instrumento legal - o Livro da Capa Verde. Esse nome é devido ao regulamento ter sua encadernação em couro marroquino verde. O Livro era tão  abominado pela população Tijucana que, quando fundou a Real Extração, já no Segundo Império, o documento foi queimado em praça pública.
Passadiço - Foto: Prefeitura de DiamantinaEnquanto os arraiais da Capitania ganhavam título de Vila já na década de 10, do setecentos, o  Distrito Diamantino manteve-se como arraial só conseguindo o título de Vila em 1831, passando a chamar-se Diamantina. Nesse período, os intendentes já não eram tão poderosos e as lavras foram franqueadas. Mas, com a descoberta dos diamantes na África do Sul, em 1867, a decadência na mineração  foi inevitável.
A segunda metade do século XIX trouxe novos desafios e novos rumos para Diamantina. A agricultura se torna importante e o comércio, que já se mostrava desenvolvido no século XVIII devido ao isolamento do Arraial,  teve um expressivo crescimento comparado até mesmo ao do Rio de Janeiro. Diamantina passa a ser pólo comercial e centro de referência para todo o Jequitinhonha. Já havia, então, obtido o título de cidade em 1838.
Dessa trajetória, nasceu um extraordinário patrimônio cultural que, merecidamente, hoje é  Patrimônio Cultural da Humanidade. Autêntica e  excepcional,  tanto nos atrativos histórico-culturais e naturais, quanto pelo seu povo. 

CIRCUITO DO OURO

CIRCUITO DO OURO


Cada esquina sussurra a liberdade nas 19 cidades desse importante destino turístico. O Ciclo do Ouro foi o mais rico período da história do século XVIII. O metal amarelo e tão cobiçado, revolucionou o mundo. Em todos os municípios, o patrimônio arquitetônico é testemunha desse passado histórico-cultural. Ao lado desse fabuloso acervo, a natureza oferece belezas que precisam ser conhecidas e preservadas. O Circuito do Ouro é um programa turístico desenvolvido e apoiado pela Secretaria de Estado do Turismo de Minas Gerais, que se propõe a promover o turismo, difundir cultura, preservar o ambiente natural e gerar empregos e renda para os municípios mineiros.Compõem este percurso os municípios de Barão de Cocais, Belo Vale, Bom Jesus do Amparo, Caeté, Catas Altas, Congonhas, Itabira, Itabirito, Mariana, Nova Lima, Ouro Branco, Ouro Preto, Piranga, Raposos, Rio Acima, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia e São Gonçalo do Rio Abaixo
O  Circuito do Ouro teve seu acesso facilitado ao ser desbravado pelos bandeirantes, devido à presença do Rio das Velhas, utilizado como caminho natural de penetração pelo interior. Em suas margens, foram encontradas as primeiras pepitas de ouro da região, em local denominado Sabará - buçu, onde, nos fins do século XVII, se formou o arraial de Sabará. 
O Circuito do Ouro foi palco, ainda, dos primeiros conflitos ocorridos na zona mineradora. O conflito que mais destacamos denomina-se 'Guerra dos Emboabas', cuja luta baseou-se na disputa do controle do sistema de mineração pelos paulistas que julgavam-se no direito de possuí-las, já que as haviam descoberto, conquistando assim privilégios econômicos e políticos.
Figura extremamente popular na época do descobrimento do ouro foi o 'tropeiro'. Além de sua função econômica, ele adquiriu um papel social de portador de notícias, representando, assim, um verdadeiro elo entre os grandes e os pequenos núcleos urbanos. O tropeiro era quem comprava, nos grandes centros abastecedores, gêneros de toda a espécie e os levava para o interior, ganhando, sobre as vendas, porcentagens exorbitantes. Em pouco tempo, adquiria fortuna, prestígio social e ingressava na carreira política.
A Igreja, nesta época, representou um papel relevante no processo de colonização e organização da sociedade do Circuito do Ouro. No momento em que o ouro era detectado em determinada região, iniciava-se o processo de ocupação da área. Uma das primeiras providências tomadas pelos povoadores era a construção de uma capela. Sua construção era feita em local estratégico, ou seja, à beira dos caminhos, funcionando como ponto de atração das populações diversas que, construíam suas moradias em torno do santuário, formando, assim, os primeiros núcleos urbanos.
Capela - Estrada Real -  Foto: Haroldo CarneiroO papel da Igreja, e mais especificamente dos clérigos, foi da maior importância, já que eram as únicas autoridades capazes de pôr freio aos abusos cometidos pela população, na sua maioria composta de aventureiros ávidos de riqueza fácil. Inicialmente, a capela era de construção muito pobre, mas à medida que o arraial progredia, a capela era reconstruída com material de melhor qualidade e ampliava seu tamanho. Com sua reforma, a capela era alçada à categoria de Igreja Matriz.
As sociedades locais se dividiam em Irmandades, compostas geralmente pelos homens mais categorizados do arraial. Desta maneira, formou-se a Irmandade do Santíssimo Sacramento e das Ordens Terceiras de Nossa Senhora do Carmo e de São Francisco, ocupadas pelos homens brancos.Os homens de cor, em geral escravos, ocupando a base inferior da sociedade, formaram as Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia e Nossa Senhora das Mercês; os mestiços e mulatos  ficaram, por sua vez, associados às Irmandades de São José, Cordão de São Francisco e Nossa Senhora do Amparo. Esta divisão justifica o número excessivo de construções religiosas nas cidades que compõem o Circuito do Ouro.
Como exemplo desta manifestação, para visitar, admirar e se exaltar, citamos a Igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição e Igreja do Carmo de Sabará, a matriz de Santo Antônio de Santa Bárbara, a matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Caeté, a matriz de Nossa Senhora da Conceição de Catas Altas, e muitas outras irmandades mais pobres como as do Rosário dos Pretos, espalhadas pelas diversas cidades que compõem o Circuito do Ouro.
A cidade de Ouro Preto é considerada o foco central desse Circuito, dada a grandeza de seu legado histórico, artístico e arquitetônico. Patrimônio Universal da Humanidade, tem como marco inicial a Igreja de Nossa Senhora de Conceição de Antônio Dias (1727), projeto de Manoel Francisco Lisboa.

O topázio azul é uma das gemas mais populares

O topázio azul é uma das gemas mais populares na joalheria e preferidas pelos designers, estando sempre presente nas linhas de produção. O que muitos comerciantes de jóias não sabem é que o topázio azul é extremamente raro na natureza. A cor azul intensa observada dominantemente no comércio é resultado da aplicação de radiação gama ou de outros tipos de radiações em topázios naturalmente incolores.
Topázios azuis com cores mais suaves (similares à coloração de água-marinha) podem ser conseguidos com métodos envolvendo radiação gama. Tons de azuis mais acentuados - conhecidos como swiss blue e london blue - são obtidos através de aceleradores de elétrons e reatores nucleares.
A subseqüente queima (tratamento térmico) é um fator determinante na coloração final. Tons cinzas indesejados podem aparecer se a queima não for corretamente conduzida.
A cor azul em topázios irradiados é permanente. No entanto, fogo direto na pedra deve ser evitado durante a confecção da jóia. A causa de cor em topázios irradiados está diretamente relacionada a sua composição química.
Existem basicamente dois tipos de topázios: topázios ricos em OH (hidroxila) e topázios ricos em F (Flúor). Estes últimos parecem ser mais susceptíveis à radiação gama que os demais. Topázios incolores do norte de Minas Gerais são famosos pelos resultados obtidos em tratamento por radiação gama.
         
Figura 1- Sky blue, swiss blue e london blue, os 3 tons de azul conseguidos em topázios incolores através da aplicação de radiações
Figura 2- Anel com topázio azul central sky blue tratado pela EMBRARAD, em perfeita harmonia com turmalinas. (Design por Ruth Grieco)

Descoberta do trecho de Serra da Carnaíba

Descoberta do trecho de Serra da Carnaíba

O Garimpo de Serra da Carnaiba fica localizado na cadeia de serras das Jacobinas, no município de Pindobaçu-Ba, no centro norte baiano na microrregião de Senhor do Bonfim-Ba, e distam 414 km da capital. Para chegar ao local de exploração, dirija-se ao Povoado de Terezinha na BA-131 e em seguida entre a direita por uma estrada carroçável por cerda de 13 km. O garimpo de Serra da Carnaíba, como o histórico de outras minas de pedras preciosas, não percorreu por um caminho diferente: fantasia, cobiça e tragédias serviram como desafios na exploração desse recurso oferecido pela natureza. Os habitantes como em qualquer um outro povoado, viviam uma vida simples, concentrada na pobreza que se estendia entre as gerações e tinham como economia a extração do babaçu e do ouricuri, abundantes na região que eram transformados em fonte de renda, estes eram comercializados por comerciantes compradores de produtos regionais e assim iam tendo como meio de sobrevivência a colheita de tais frutos. Ao redor do povoado eram encontradas umas pedrinhas verdes, que davam indícios sobre a possível produção de esmeraldas. Mesmo assim para a população do citado povoado isso não significava muito. Só depois do conhecimento da descoberta das esmeraldas da Salininha (Garimpo de esmeraldas de Pilão Arcado) e com o aparecimento de algumas amostras na cidade de Campo Formoso, comprovou-se que os moradores de Carnaiba estavam enganados ao quanto não atribuírem valores comerciais aquelas pedrinhas verdes, cujas eram encontradas facilmente pelos moradores. As pedrinhas preciosas que eram encontradas no povoado da Carnaíba eram das mesmas espécies encontradas na Salininha e por isso não podiam deixar de gozar de alto preço pago pelo mercado nacional e eram ainda mais caras no comércio internacional de pedras preciosas.
Carnaíba ou carnaúba é uma espécie de palmeira que pode ser usada para extrair cera. A Serra da Carnaíba recebeu este nome devido á alta concentração de carnaíba.
Palmeira de semente oleaginosa e comestível, das quais se extrai óleo nutritivo, também usado na indústria.



Dona Modesta de Sousa, esposa de seu Manoel Cerino conhecido por Manelinho, começou através de sonhos, terem uma visão onde à mesma afirmava que no seu sonho visualizava uma porção de garrafas verdes movimentadas pela cachoeira da Pedra Vermelha, no Riacho dos Borjas no alto da Serra da Carnaiba. E diante das suas visões, esta senhora solicitava ao seu esposo que ele fizesse uma visita até ao local do sonho. Pela a dificuldade de acesso à cachoeira, Manelinho esperou que a esposa sonhasse mais algumas noites até se tornar incomodado e atender seus pedidos. Conforme expõe relatos feitos por Manelinho concedidos à Freitas, (2004, p.24), a descoberta do Trecho da Serra aconteceu assim:

[...] Certo dia, não suportando mais ouvi, minha mulher contar seus sonhos e visões, resolvi subir a serra. Ao chegar ao espinhaço da serra desci pelas beiras da cachoeira segurando nos cipós para não cair. Na beira do riacho, só foi ciscar um pouco a terra e achei muitos berilos (Pedra semipreciosa composta de silicato de alumínio e glucínio). Desci mais uns dez metros, acompanhando o veio, afastei uma touceira (Moita) de capim e a esmeralda apareceu, quase a flor da terra. Na mesma hora marquei para mim um corte de uns dezesseis palmos quadrados. Na primeira semana a produção de esmeraldas foi tamanha que três homens fortes não conseguiram levar tudo para carnaiba de Baixo. Com um mês já tinha pedra suficiente para encher uma lata de querosene. Vendi tudo a Juca Marques, de Campo Formoso, por 15 contos.