terça-feira, 29 de outubro de 2013

Ex-deputados gerem negócios de mineração

Ex-deputados gerem negócios de mineração

Sergio Lima/Folhapress - 04/09/2012 / Sergio Lima/Folhapress - 04/09/2012Guimarães foi levado por Rocha para um encontro com ex-garimpeiros: "Percebi que eles tinham um problema de gestão"
Investidores de Minas Gerais, Brasília e São Paulo entregaram este ano cerca de R$ 8 milhões para o ex-deputado federal pelo PT de Minas Gerais Virgílio Guimarães com o objetivo de extrair ouro em montanhas de rejeito na região de Serra Pelada, no Pará. Guimarães não tem experiência em mineração. Foi parar em Serra Pelada pelas mãos de outro petista, o também ex-deputado federal pelo Pará Paulo Rocha.
Os dois atuaram juntos na Câmara Federal. Tinham em comum o interesse por temas relacionados à mineração e à atividade garimpeira. Outro ponto em comum foi o mensalão. Rocha foi acusado de envolvimento no esquema, mas acabou inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Guimarães entrou no episódio de outra forma: como a pessoa que apresentou o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, seu conterrâneo, a integrantes da cúpula do PT à época do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Marcos Valério foi um dos condenados pelo STF por sua atuação no esquema de compra de votos de parlamentares.
O negócio com ouro em Serra Pelada está a cargo de uma empresa de consultoria em gestão de Guimarães, a BS3. Os R$ 8 milhões revelados por ele ao Valor são 100% privados, segundo disse. A maior parte do dinheiro saiu de investidores de Minas. O restante, afirmou o ex-deputado, veio de um fundo de investimentos de São Paulo, que aplicou R$ 1 milhão, e de investidores baseados em Brasília, cujo aporte total foi de R$ 2,5 milhões. Guimarães não revelou quem são os investidores.
Serra Pelada é uma área pertencente ao município de Curionópolis, no Sudeste do Pará. Nos anos 80, migraram para lá cerca de 100 mil pessoas atrás do ouro, que era extraído de um grande garimpo numa cava a céu aberto. Em 1992, o governo federal proibiu o garimpo manual em Serra Pelada. Os garimpeiros e suas cooperativas tentam há anos encontrar um sócio com capital para retirar toneladas de ouro que eles dizem ainda haver na região.
Guimarães conta que em fevereiro, a BS3 fechou contratos com quatro cooperativas de garimpeiros de ouro de Serra Pelada. Seu papel passou a ser, como disse o ex-deputado, ver o que é lixo e o que pode ser aproveitável, identificar o porte do empreendimento e o que pode atrair determinado tipo de investidor. Além disso, a BS3 também passou a captar recursos junto a investidores.
Um deles, o fundo de São Paulo, tem como gestor um ex-ministro, disse Guimarães, sem revelar nome.
O ex-deputado conta que foi parar meio por acaso em Curionópolis. "Ele [Paulo Rocha] me levou para discutir a questão da reserva garimpeira", disse o petista, que identifica em Rocha um bom interlocutor com os ex-garimpeiros de Serra Pelada. "Quando eu fui eu nem sonhava em ser gestor ou ter qualquer tipo de participação." Ao saber que os garimpeiros já haviam tentando diversas vezes um acordo com uma empresa para produzir ouro, Guimarães sugeriu uma alternativa, conta. "Como eu sou economista, sempre mexi com esse assunto, eu mostrei para as pessoas que o que havia ali era um problema muito grande de gestão." Acrescentou que dificilmente as cooperativas conseguiriam atrair investidores porque não confiabilidade para isso. Daí foi um passo para que o próprio Guimarães fechasse contratos com as cooperativas.
Antes, no entanto, Virgílio Guimarães tentou outro negócio. Diz ter agido como uma espécie de corretor e apresentado a possibilidade de investimento em Serra Pelada a uma pessoa próxima a um executivo da holding que controla o frigorífico JBS. "Não era para o grupo JBS, era para uma pessoa física, alguém que tinha empresas próprias e é diretor da holding que controla a JBS", disse. "Eu só fiz um contato com uma pessoa próxima a esse diretor, que se entusiasmou. Ele autorizou um investimento de R$ 15 milhões", disse Guimarães, que se recusou a citar o nome do investidor. A operação acabou sendo cancelada pelo executivo, segundo Guimarães.
Os contratos que fechou então preveem que 44% do que for produzido ficará com cada uma das cooperativas e seus associados e 56% ficarão com a empresa do ex-deputado para cobrir os custos com a contratação de companhias especializadas em mineração e em lidar com a recuperação ambiental e parte para remunerar a BS3. Guimarães não diz quais são suas previsões de ganhos nem a de seus investidores. Segundo ele, a parte que lhe caberá do ouro a ser produzido em áreas de rejeito e em depósitos aluvionares (na superfície) ele venderá para "três ou quatro empresas que atuam nisso" e que se encarregam buscar a produção.
O filho do ex-deputado, o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), é presidente da Comissão na Câmara que trata do marco regulatório do setor mineral. "Para evitar algum possível mal entendido, lembro que no marco tem um artigo que é expresso que a lei do garimpo é separada dessa".
Numa fase inicial, numa exploração em uma montanha de rejeito de uma das cooperativas, Guimarães, fala que a perspectiva de produção ainda é pequena. "Nós pesquisamos o rejeito e vamos começar com uma extração de 200 toneladas dia de material inerte e isso vai dar 3 kg de ouro por dia." A cotação do grama do ouro na BM&F Bovespa da sexta-feira era R$ 89,4 o grama.
A produção-piloto está para começar, disse. A área escolhida onde, segundo ele, se dará essa produção inicial é uma montanha de rejeito carregada de mercúrio que pertence à maior cooperativa de Serra Pelada, a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp). E fica numa área pertencente à Colossus, a mineradora canadense está terminando as obras de uma mina subterrânea e de uma estrutura de processamento do ouro, conforme mostrou uma reportagem do Valor de do início do mês. A Colossus diz não ter interesse no rejeito.
Além da Coomigasp, Guimarães tem contratos para produção de ouro com a Cooperativa Mista Agro Mineral do Rio Sereno, com a Cooperativa dos Produtores, Agricultores e Garimpeiros de Curionópolis e com Cooperativa de Mineração, Desenvolvimento Social e Agromineral dos Garimpeiros de Serra Pelada (CooperSerra). As três funcionam em casinhas simples com telhados de duas águas numa das ruas tranquilas de Curionópolis. A Coomigasp, cujos dirigentes estão em pé de guerra, está numa sede provisória.
Antes mesmo de começar a produzir, Guimarães paga "luvas" às quatro entidades. São uma espécie de antecipação dos ganhos com a produção. São R$ 50 mil reais que a BS3 paga a cada uma das três cooperativas menores e mais R$ 200 mil para a Coomigasp.
O Valor esteve em Curionópolis e conversou com dirigentes das quatro entidades. Todos disseram que os valores antecipados servem para custear a manutenção das cooperativas. "Em tese, as luvas são para manter a cooperativa. Na prática eu não sei, não fiscalizo. Cumpro a minha parte. Isso eu espero que o promotor, os associados, o conselho fiscal façam. No modelo de contrato tinha o pagamento de luvas", diz o ex-deputado.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Existe cerca de 130 espécies minerais classificados como Pedras preciosas

Pedras preciosas (gemas) – LISTAGEM nome
Existe cerca de 130 espécies minerais classificados como Pedras preciosas – gemas, no entanto apresentamos aqui apenas uma parte das pedras preciosas existentes. As pedras naturais são muito apreciadas pela sua beleza e brilho e devido a estas características são muitas vezes escolhidas, pelos artistas de Joalharia, para ostentar as jóias em ouro e prata.

Pedras preciosas, nome de talhes

Tipos de Talhes (lapidações de pedras preciosas)

Talhes (lapidação) em Brilhante
Tipos de Talhes (lapidação) em Degrau
Talhes (Lapidação) Mistos

Pedras preciosas, nomes das espécies mais comuns

Ágata ** Água-marinha e outras variedades de berilo
Agata
Um membro da família do quartzo – disponíveis em uma gama de cores naturais e tingidos.
Ágata tem propriedades curativas e melhora geral os auto-estima.

Agua Marinha
Atraente  sílica contendo alumínio e berílio.
A Água Marinha é  uma pedra preciosa (gema) boa para os olhos e ajuda contra os nervos, garganta, fígado e problemas estomacais. A Água marinha é Uma das pedras preciosas utilizadas em Joalharia.



Ambar
Alexandrita e outrasvariedades de Crisoberilo
Ambar
Um tipo de quartzo cristalino. Sua composição amplifica o pensamento criativo e é pensado para proteger contra doenças do sangue, nevralgia, convulsões, insônia e dor embriaguez.

Alexandrita, pedra preciosa (gema)
É uma variedade do mineral crisoberilo e é uma pedra preciosa muito apreciada e de grande valor. Muda sua cor de acordo com a luz: à luz natural é geralmente verde-oliva, mas à luz artificial assume cor vermelha.



Ametista
Andaluzite
Ametista
Um tipo de quartzo cristalino.
Sua composição aumenta o  pensamento criativo e é uma pedra preciosa (Gema) usada para proteger contra doenças do sangue, nevralgia, convulsões, insônia, dor e embriaguez. A Ametista é Uma das pedras preciosas utilizadas em Joalharia.





Aventurina
Axinite
Aventurina
Pedra de quartzo encontrada em várias cores, geralmente verde.
A Aventuina é bom para as condições da pele e estimula a criatividade.

Axinite
Pedra Natural composta por borossilicato de cálcio, magnésio, manganês e ferro.



Citrino
Cornalina
Citrino
Como ametista, esta é uma forma de quartzo cristalino, mas tem uma atractiva cor amarela.
Usado, o citrino pode trazer um maior controle sobre as emoções e ajuda a circulação de sangue

Cornalina
Um belo quartzo translúcido de uma cor vermelha ou alaranjada.
A Cornalina é uma pedra natural recomendada para o reumatismo, depressão e nevralgia.



Crisocola
Crisoprase
Crisocola
É um mineral de origem secundária e forma-se em zonas de oxidação de depósitos minerais ricos em cobre. Os minerais que ocorrem associados à crisocola incluem, entre outros, quartzo, azurita, malaquita, cuprita. Pode também existir limonita associada.

Crisoprase
A variedade mais valiosa do quartzo cripto/microcristalino (calcedônia), quase inteiramente composta quimicamente de dióxido de silício



Espinela
Pedra da lua (feldespato)
espinela
A espinela constitui uma família de gemas (pedra preciosa) de cores muito diversas devido à presença de impurezas em seus cristais. A mais popular de todas elas, a espinela vermelha, era muito apreciada na Idade Média.

Perda da Lua
Um silicato de alumínio contendo e potássio. A pedra tem um brilho leitoso, as melhores pedras naturais possuem uma cor azulada. A pedra da Lua é uma pedra natural que dá inspiração e aumenta as emoções e contribui com a fertilidade.



Granada
Hematite
Granada, pedra preciosa
Granada contém magnésio e sua cor é um profundo vermelho-sangue.Almandina contém ferro e as cores variam do laranja ao vermelho-púrpura. A granada é uma pedra natural que protege contra a depressão e promove a auto-confiança e auto-estima.

Hematite
É um óxido de ferro.
Benéfico para doenças do sangue. Saldos aspectos masculino e feminino.



Jade – jadeíte e nefrite
Jaspe
Jade
Jade é um silicato com uma cor verde altamente valorizada.
O Jade é uma pedra natural benéfica para problemas renais, atrai boa sorte, promove a amizade e sabedoria.

Jaspe
Jaspe é uma opaca, impura variação do quartzo vermelho, amarelo ou outras cores. Pode ser altamente lustrado e é usado para vasos, selos, etc. Quando as cores estão nas listas ou nas faixas, é chamado jasper listado ou unido.



Lápis-lazúli
Malaquite
Lapis Lazuli

Uma pedra natural que resulta de uma mistura de minerais com uma cor azul profundo, muitas vezes com brilhantes flocos de “Fools Gold”.
Esta é uma pedra muito antiga e é recomendada para o coração e doenças vasculares, promove a auto-confiança.

Malaquite

Uma pedra natural ornamental, muito atraente e contém cobre. A cor é um verde intenso e apresenta alguns raiados nos melhores exemplos deste mineral.
O cobre na malaquite ajuda a atenuar a asma e protege contra a feitiçaria!



Obsidiana
Olivina (Perídoto)
Obsidiana
Tipo de vidro vulcânico, formado quando a lava arrefece rapidamente, por exemplo, fluindo sobre água. Consiste em 70% ou mais de sílica.

Peridoto ou olivina
Constituídos por silicatos de magnésio e ferro. Apresenta-se geralmente com cor verde-oliva (daí o seu nome) ou amarelo-claro, apesar de poder apresentar uma cor avermelhada devido à oxidação do ferro.



Onix
Opala
Onix
Um tipo de ágata, muitas vezes manchado um jato uniforme preto e dado um elevado polonês.
Onyx facilitam a concentração e é um agente importante na cura de doenças da orelha certa.

Opala
Esta é uma pedra natural de sílica hidratada. Estas pedras mostram um jogo forte de cores, são valorizadas para a realização de jóias.
A Opala ajuda em problemas pulmonares, promove a fidelidade e lealdade.



Pérola
Pirite
Pérola
Camadas de madrepérola, podem ser naturais ou cultivadas.

Pirite
A pirite é um mineral de cor amarela latão, de brilho metálico. É uma pedra natural que cristaliza no sistema cúbico, apresentando muito frequentemente faces estriadas.



Prenite
Quartzo e suas variedades, como Olho de tigre, Citrino, Ágata, e Ametista
Prenite
Prenite é um filossilicato de cálcio e alumínio
Para sonhar, lembrar e fazer previsões. Permite o conhecimento interior para a pessoa se preparar para as situações.

Olho de tigreCitrinoAgataAmetista



Sugilite
Tanzanite e outras variedades de zoisite
Sugilite
Tanzanite



Topázio
Turquesa
TopázioO topázio é um mineral nesossilicato de flúor e alumínio.
Turquesa



Turmalina

TurmalinaA Turmalina é Uma das pedras preciosas utilizadas em Joalharia.






Zircão

Minerais que raramente ocorrem em formas com qualidade gemológica:

Axinite
Benitoíte
Bixbite (berilo vermelho)
Cassiterite
Clinohumite
Iolite
Kornerupine
Moissanite natural
Zeólito (Thomsonite)

Materiais artificiais ou sintéticos utilizados como gemas:

Vidro (com elevado teor de chumbo). Coríndon sintética




Espinela sintética Moissanite sintética




Zircônia cúbica sintética


Materiais orgânicos usados como gemas, incluindo:

Âmbar Azeviche
Coral Madrepérola
Marfim Osso
Pérola
Estas são as Pedras preciosas, nomes – LISTAGEM das pedras e Cristais mais comuns

Minério de ferro: novos produtores fazem fila

Minério de ferro: novos produtores fazem fila

Com os preços subindo 80% em apenas seis meses o minério de ferro virou,  novamente, a vedete das commodities.
Analistas, antes tão negativos, fazem previsões de estabilidade de preços em  torno dos US$170/t. Possivelmente, como mostram as performances históricas, eles  estarão errados.
No entanto uma nova onda de minério de ferro se aproxima. Ela deverá inundar o  mercado. São as novas minas que entrarão em produção nos próximos anos.
Só no Brasil temos grandes projetos como o Minas-Rio da Anglo,  o Pedra  de Fogo, na Bahia, da ENRC, Urubu, também na Bahia da Braziron, o Zamapa, no  Amapá da Zamin, Jambreiro da Centaurus e o O2 da O2iron entre outros. Serão, somente no  Brasil, mais de 70 milhões de toneladas por ano que deverão chegar ao mercado em  5 anos. Isso sem contar com as grandes expansões das minas existentes e da Vale.
Na China estima-se que pelo menos 66 novos mineradores comecem a produzir em  novas minas. O esperado, só para a China, é que a que a nova produção supere 430  milhões de toneladas de minério em 2020.
Somente a Vale deverá vender mais do que 400Mt/ano após as expansões de  Carajás.
Majors como a Rio Tinto e a BHP Billiton, com grandes investimentos, começam  a ameaçar a hegemonia da Vale.
Em suma, grandes apostas estão sendo feitas no minério de ferro o que implica  em um mundo com crescimento positivo e em uma China forte.
Uma boa notícia para a mineração como um todo.

Mineração em águas profundas: uma nova corrida do ouro?

Mineração em águas profundas: uma nova corrida do ouro?


A empresa canadense Nautilus Minerals é a líder em exploração mineral em grandes  profundidades. A Nautilus deverá colocar a sua primeira mina, a Solwara 1, em  produção ainda em 2015. Solwara 1 será uma mina de ouro com subprodutos de  cobre, zinco e prata, localizada no Oceano Pacífico próximo a Nova Guiné. O que  torna Solwara 1 diferente das demais minas é que o ouro estará sendo lavrado em  profundidades de 1.600m. Os teores de cobre e ouro, segundo a Nautilus Minerals, (veja abaixo)  são muito elevados e isso está atraindo a atenção de vários países como a China,  Rússia, Japão, França e Índia e mineradoras que estão apenas aguardando os resultados da Nautilus para iniciar as pesquisas e lavras.

A mina de Solwara 1 é decorrente da lixiviação do ouro e metais básicos por  células de convecção das rochas adjacentes aos vents hidrotermais de um vulcão  submarino. A medida que as águas, transportadas pelas correntes vão ficando  saturadas em metais essa pluma metalífera é  precipitada, em ambientes mais  calmos, vindo a se depositar no fundo marinho a 1.600 metros de profundidade  como uma lama metalífera que forma um clássico sulfeto maciço pouco consolidado.
  Solwara - operação submarina  
  A lavra consiste em sucção da lama  metalífera depositada no fundo do mar  
Os recursos estimados em Solwara 1 são:
  • 1Mt @ 7,2%Cu e 5,0g/t Au indicados e 1,54Mt @ 8,1%Cu e 6,4g/t Au  inferidos
As espessuras variam  de zero a 18m de sulfeto maciço de alto teor.
A Nautilus está tomando uma série de providências para causar o menor impacto  possível na vida próxima ao hot spot. Na área não existem corais e os animais já  estão acostumados com as elevadas concentrações metalíferas.
Além dos problemas técnicos a lavra submarina implica em uma nova legislação  mineral internacional que ainda está sendo definida.
No momento a Nautilus espera que o Governo de Papua Nova Guiné se pronuncie  sobre o pagamento de seus 30%. O pagamento inicial deveria ter sido feito na  semana passada.

Fotos : Nautilus Minerals

Como a cegueira política pode inviabilizar as nossas riquezas

Como a cegueira política pode inviabilizar as nossas riquezas

Por Pedro Jacobi  
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Enquanto o Governo Brasileiro ameaça duplicar os impostos sobre a produção  mineral, ter o poder de veto sobre todos os negócios da mineração e acabar de  vez com as empresas de pesquisa no Brasil, o que vai afugentar, mais uma vez, os  investidores estrangeiros, lá do outro lado do mundo, na Austrália, as coisas são muito diferentes... Na semana passada Andrew Robb o Ministro do Comércio da Austrália esteve em  viagem à China onde se encontrou com os principais executivos chineses das  principais empresas compradoras do minério de ferro australiano. A Austrália é a maior  fornecedora de minério de ferro à China e, para o Governo Australiano, essa é uma  relação vital que deve ser duradoura e melhorada o que fez o Ministro ir até a  China discutir com os compradores como melhorar o comércio entre os dois países. No encontro com o Sr. He,  Presidente da Baosteel, Robb falou que existem, somente na Austrália, o  equivalente a 150 bilhões de dólares em projetos minerais a serem desenvolvidos.  Trata-se de um óbvio convite ao capital chinês, tão necessário ao  desenvolvimento da Austrália. Robb falou também que a principal preocupação do  Governo Australiano é a de tornar a Austrália mais competitiva e atraente para  investimentos estrangeiros. Ele disse mais, que a Austrália quer ser uma das  maiores parceiras da China.
A preocupação dos australianos é válida já que a  China é a maior compradora de 123 países ao redor do mundo e cultivar esses  laços comerciais é fundamental para a economia do país.
É triste ver que uma atitude similar não está acontecendo aqui no Brasil. Não  estou nem tentando dizer que um Ministro como Édison Lobão deveria ir até a  China e lá debater com os chineses em prol da mineração brasileira. Acho que  isso seria pedir demais pois aqui no Brasil, o nosso Governo, mostra uma atitude  muito diferente da Australiana e continua acreditando que somos os “reis da  cocada preta” e que todo o mundo quer uma fatia do nosso país e das nossas  riquezas minerais. Foi assim no passado quando a xenofobia brasileira afugentou  os mineradores estrangeiros e seu capital, lançando o Brasil em décadas de  atraso. Está sendo assim agora que estamos atrasando a produção do pré-sal por  mais de uma década pois o Governo acha que temos os maiores e  melhores campos petrolíferos de todo o mundo: um ledo engano. Mais um erro  clássico que nos vai custar décadas de desenvolvimento. Sabemos que o óleo do  pré-sal não é maior, melhor ou mais barato do que outras oportunidades que hoje  impactam o mundo energético como a revolução do folhelho betuminoso que está  ocorrendo nos Estados Unidos e China. Mas, infelizmente, parece que esses  conceitos ainda não  chegaram aos ouvidos do pessoal do Ministério de Minas e Energia mesmo após um  leilão pífio, que atraiu para o ”maior e melhor campo de petróleo do Brasil”  apenas 1 consórcio interessado. Onde estavam os mais de 40 interessados que o  Governo ufanisticamente havia informado?
As coisas estão mudando todos os dias no nosso mundo dinâmico. No passado o  Governo acreditou que éramos os maiores e melhores quando o assunto era energia  nuclear e que as nossas areias monazíticas seriam a solução energética. O país  foi varrido por manifestações ufanistas, da mesma forma como o pré-sal foi  durante o Governo Lula.
Pergunto: alguém sabe o que aconteceu com as areias monazíticas e com a energia  que elas iriam nos proporcionar?
Hoje, ao invés das areias monazíticas temos o pré-sal, petróleo enterrado nas  profundidades imensas do oceano, com custos de extração elevados onde o mínimo  erro causará um desastre.Atrasar a produção do pré-sal nos coloca em um sério  risco de termos um petróleo caro e pouco competitivo em uma época onde outras  fontes poderão ser mais viáveis.
O MME ainda não percebeu que, mais uma vez, estamos perdendo o bonde da  história. Perdemos no passado e estamos perdendo hoje quando não percebemos o  que está acontecendo no mundo da energia e da mineração. O pré-sal foi  descoberto há seis anos e Libra talvez entre em produção entre 5 a dez anos. O  Brasil pode atrasar a produção dos grandes campos do pré-sal em até 15 anos.  Será que em dez anos a economicidade do pré-sal será competitiva?
Temos que extrair esse petróleo do pré-sal ontem! Amanhã ele  poderá ser inviável economicamente pois novas fontes de óleo mais baratas  estarão em produção.
Da mesma forma o MME erra, mais uma vez, quando tenta obrigar a sociedade e a  mineração a aceitar um Marco Regulatório da Mineração que por ser tão ruim se  tornou uma unanimidade em todo o mundo mineral. Esse MRM carrega no seu bojo  mais ingerências do Estado, o fim da pesquisa mineral pelas empresas junior de  mineração e mais cargas tributárias que irão dobrar as já existentes. O MRM é a  perfeita receita para afugentar de vez, os investidores da mineração do Brasil  tudo que o ministro Australiano tenta não fazer. Por mais que essas ideias sejam debatidas e propagadas, o nosso Governo continua  fazendo ouvidos de mercador e os nossos Ministros continuam sendo "emprenhados pelos ouvidos" por “técnicos de alto escalão” que não sabem,  não podem ou não  querem apontar as soluções que certamente existem e que já estão sendo debatidas em  todos os cantos do Brasil por quem realmente entende do assunto.
Enquanto isso, lá do outro lado do mundo, em Beijing, estará se desenrolando mais  um encontro sobre a criação de um acordo de livre comércio entre a China e a  Austrália, que se aprovado irá mudar substancialmente o comércio da mineração mundial.
O que nós estamos fazendo quanto a isso?