terça-feira, 19 de novembro de 2013

Minério de ferro: mercado começa a acreditar em um Bull Market

Minério de ferro: mercado começa a acreditar em um Bull Market

Por Pedro Jacobi 
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Apesar das previsões pessimistas do início do ano os preços do minério de ferro  subiram, em 2013, acima de $130/t ( a maioria acreditava em preços abaixo de $100/t). Por  mais que os analistas do desastre esperneassem mais os preços se consolidaram e  estabilizaram, estimulados por uma demanda contínua da China.
Agora as coisas mudaram.
Os analistas dos grandes bancos e das grandes  mineradoras já estão trabalhando com cenários bem mais positivos para 2014 e  2015. É mais um Bull Market que poucos conseguiram prever.

Os australianos do  Australian BC Iron já trabalham com preços bem acima dos $100/t pelos próximos  dois anos. Afinal, não poderia ser diferente já que os embarques de minério de  ferro nos portos  australianos  para a China aumentaram 43% no mês passado...
Este Bull Market parece que tem fôlego. Desde a última queda do preço do minério  de ferro em 2013 os preços subiram 23% alavancando os preços das ações das  mega-mineradoras de ferro que não fazem outra coisa a não ser investir em  expansões de suas minas e na logística e infraestrutura destas.
A World Steel Association já se dobrou ao bull e acredita em preços acima de  $120/t para 2014 enquanto o World Bank, muito mais otimista trabalha com preços  de $135/t para esse ano.
O que podemos dizer, nós meros mortais?
Que, possivelmente, todos, mais uma vez estarão errados. Foi o que dissemos no  início de 2013 quando percebemos que a ofertanão seria maior do que a procura e  que a maioria dos giga-projetos e mega-minas e expansões iriam atrasar  consideravelmente. Isso ocorreu, o mercado não foi saturado e os preços ao invés  de cair, subiram.
Agora as coisas mudaram. As grandes mineradoras como a Vale, BHP e Rio Tinto  estão a pleno vapor investindo dezenas de bilhões em seus projetos de ferro no  mundo inteiro. Ainda existem problemas como os atrasos de Simandou entre outros,  mas não dá para negar que veremos centenas de milhões de toneladas de minério  ferro novo, chegando aos portos chineses com um all in cash cost abaixo de  US$60/t. Ou seja, minério barato de alta qualidade. A estas horas, se eu fosse  minerador chinês ou indiano com preços CIF China acima de US$90/t eu já  começaria a botar as barbas de molho e pensar em diversificar. Não há como  competir com os brasileiros e australianos quando o assunto é preço.
Mesmo com a nova revolução urbana chinesa a caminho e com o natural crescimento  no consumo de commodities os preços do minério deverão se acomodar em patamares  mais baixos. O Bull Market não pode continuar com esse novo influxo de minério.  O que veremos é uma nova revolução na mineração chinesa que deverá se modernizar  ou, simplesmente, se extinguir. Talvez a China adote medidas protecionistas  evitando que os seus mineradores quebrem. Tudo isso pode acontecer  simultaneamente, mas é totalmente improvável que, neste cenário macroeconômico,  os preços do minério de ferro continuarão a escalada de 2013 e que previsões  como a do World Bank de $135/t média para 2014 venham a se concretizar.

Com custos elevados e preços do ouro em baixa a Kinross demite no Brasil, Chile e Estados Unidos

Com custos elevados e preços do ouro em baixa a Kinross demite no Brasil, Chile e Estados Unidos

Nem tudo brilha na Kinross, uma das 10 maiores mineradoras de ouro do mundo. Com o ouro em queda e o seu all-in sustaining cost em torno de US$1200/onça só existe um caminho. Este caminho é o do sacrifício cuja receita passa por corte de custos, a otimização de suas operações, a venda de ativos e as demissões.
É isso que leva a empresa a fundir suas operações dos Estados Unidos com as da América do Sul, o que irá causar a demissão de muitos.
No entanto tudo isso será inócuo se a empresa não baixar os elevadíssimos custos (all-in sustaining costs) operacionais: ela prevê algo entre $1.100-$1.200/oz para 2013 o que ainda é muito elevado. Os investidores sentindo o risco já começam a abandonar o barco: as ações da Kinross já caíram 50% neste ano e deverão cair bem mais se o ouro não voltar a subir.

Petronas não vai comprar ações da OGX

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Em um passe de mágica Eike Batista vê 850 milhões de dólares voando pela janela. A Petronas decidiu não investir e comprar 40% dos campos petrolíferos da OGX. A notícia não poderia ser pior e abate o pouco de esperança que a falida OGX ainda tinha.

Com custos elevados e preços do ouro em baixa a Kinross demite no Brasil, Chile e Estados Unidos

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É isso que leva a empresa a fundir suas operações dos Estados Unidos com as da América do Sul, o que irá causar a demissão de muitos.
No entanto tudo isso será inócuo se a empresa não baixar os elevadíssimos custos (all-in sustaining costs) operacionais: ela prevê algo entre $1.100-$1.200/oz para 2013 o que ainda é muito elevado. Os investidores sentindo o risco já começam a abandonar o barco: as ações da Kinross já caíram 50% neste ano e deverão cair bem mais se o ouro não voltar a subir.

Você sabia que em breve o carvão irá substituir o petróleo como principal fonte de energia?

Você sabia que em breve o carvão irá substituir o petróleo como principal fonte de energia?

Por Pedro Jacobi 
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Apesar dos esforços de muitos países na obtenção de uma energia mais limpa e  verde, a verdade que prevalece é: o carvão será, por muitas décadas, a maior  fonte de energia do mundo suplantando, inclusive, o petróleo.
Segundo William Durbin, o presidente da WoodMac no Congresso Mundial de Energia,  esse desequilíbrio virá da China, a maior consumidora de carvão do planeta. O  consumo de carvão chinês está crescendo tanto que irá tornar o carvão a maior  fonte de energia do mundo.
O incrível é que a China está fechando minas pequenas e obsoletas, com produção  inferior a 900.000t/ano que não se enquadram nos padrões ambientais e de  segurança modernos. Minas de baixa qualidade mataram, somente em 2012, 1.384  pessoas. O plano do Governo Chinês é de fechar um mínimo de 2.000 minas de  carvão nos próximos dois anos.
Mesmo assim o consumo irá aumentar exponencialmente.
O que fará a diferença são  os investimentos maciços a serem feitos nas enormes reservas de carvão chinês  que estão entre as maiores do mundo. Calcula-se que dois terços do crescimento  mundial do consumo de carvão serão derivados da demanda chinesa, onde mais de  50% de todas as plantas a serem construídas terão o carvão como fonte  energética.
Essas plantas já terão o processo CCS (carbono capture and storage) uma  nova tecnologia que evita a emissão de gases pelas termoelétricas movidas a  carvão ou gás natural e que será, no futuro, um padrão mundial tornando o carvão  em uma fonte de energia limpa.
A uso do carvão para a geração de eletricidade, a nível mundial, já atingia 41%  em 2012. A tabela abaixo mostra que países como a China, Polônia, África do Sul  e Mongólia são totalmente dependentes do carvão na geração de eletricidade.
Mongólia
98%
Austrália
69%
USA
43%
South Africa
94%
Índia
68%
Alemanha
43%
Polônia
86%
Israel
59%
UK
29%
PR China
81%
Indonésia
44%
Japão
27%
Eletricidade produzida a partir do carvão
O carvão ainda é a melhor solução para fornecer eletricidade para 3,6 bilhões de pessoas no  mundo. Na China foi graças à energia produzida pelo carvão, que 650 milhões de  chineses conseguiram sair da miséria e da pobreza.
Aqui, no Brasil, as coisas são diferentes.
Poucos países tem a enorme capacidade de geração de energia que o Brasil tem.  Nós temos hidrelétricas, termoelétricas a carvão e urânio, petróleo, gás e os  combustíveis derivados da agricultura como o etanol e o biodiesel. Tudo isso sem  contar com o gás e o óleo do xisto que ainda não estamos produzindo.
camada Candiota
Camadas principais de  carvão na Mina de Candiota/RS
No Brasil as principais jazidas de carvão estão localizadas no Rio Grande do Sul  e em Santa Catarina. A maior jazida brasileira é a de Candiota operada pela CRM,  situada próximo a Bagé no Rio Grande do Sul. Em Candiota, graças a geologia  favorável a lavra é feita a céu aberto (foto). Os recursos de Candiota estão em  torno de 1 bilhão de toneladas e a produção anual em torno de 2.900.000  toneladas por ano. Todo o carvão de Candiota é utilizado na geração de  eletricidade em uma planta que será expandida para 446MW necessitando de uma  produção de carvão de 3.300.000t/ano o que é mil vezes menor do que a produção  de carvão atual da China que é 3,5 bilhões de toneladas ano...
Ou seja, apesar de termos grandes reservas, o Brasil não é um player quando o  assunto é carvão.
Somos uma potência energética de classe mundial, mas em termos de produção de  energia ainda estamos longe das grandes potências. Infelizmente ainda somos  importadores de petróleo apesar das novas descobertas no Pré-Sal, o que cria um  déficit gigantesco na balança comercial brasileira. A medida que o país cresce  maior será a sua necessidade energética.  O carvão do Sul, pelo seu baixo  custo e pelas novas tecnologias deverá ter uma participação cada vez maior nesta  equação.
Parece que tudo o que se falou sobre o futuro energético mundial está sendo  contestado e que em breve, o carvão passará de grande vilão para um verdadeiro  mocinho energético.
Mesmo exorcizado por todos o carvão se mostra resistente. Com as novas  tecnologias, como o CCS, que irão retirar o estigma de poluidor e de uma das  principais fontes de gases de efeito estufa, continuará sendo um dos mais  importantes combustíveis do mundo.



Não se iluda, a sobrevida do carvão será longa gerando gás, eletricidade,  gasolina, diesel e outros sub-produtos, que trarão a modernidade aos lares de  bilhões.