terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Por que talvez estejamos vendo, finalmente, a recuperação do ouro?

Por que talvez estejamos vendo, finalmente, a recuperação do ouro?
Após um ano de quedas o ouro começa uma inflexão que pode ser o prenúncio de uma subida maior e contínua (veja o gráfico de 30 dias). Será possível que estejamos no momento da virada da mesa?
Como sempre tudo o que se fala sobre o futuro não passa de mera especulação. Infelizmente ainda não temos a bola de cristal e, portanto, não iremos tentar prever o imprevisível. Mas, é possível ler nas entrelinhas do mercado e “sentir” as tendências. São essas tendências que irão ditar o futuro de forma irreversível.
Aqui no Portal do Geólogo é o que fazemos: focar nos pontos fundamentais que são a causa das quedas e das subidas.
Um ponto importantíssimo, que não deve ser deixado de fora da equação é, como sempre, a China. Os chineses não só criam as tendências como às tornam realidade. E por isso ser uma verdade queremos dividir contigo uma informação vital nesta equação: a China está dobrando a sua reserva oficial de ouro! Em 2009 as reservas chinesas eram de 1.054 toneladas e hoje já atingiram 2.170 toneladas, segundo Jeffrey Nichols o Diretor do American Precious Metals Advisors. O Governo Chinês, que não reporta desde 2009, se mantém calado.
Somente em 2013, a China que é a maior compradora de ouro do mundo, tendo superado a Índia, comprou 622 toneladas de ouro.
Isso nos faz perguntar: por que os chineses estão calados enquanto realizam imensas compras de ouro? A resposta é simples. Eles estão comprando barato em um momento que o ouro tem a maior queda em décadas. Neste caso, cutucar o leão com vara curta, ou em outras palavras, informar ao mercado que a China teve um aumento dramático de suas reservas de ouro, só pode fazer somente uma coisa: uma rápida subida no preço do ouro e isso não deve interessar aos compradores no momento. Você não concorda?
Talvez os chineses ainda não querem que essa subida ocorra. Afinal eles são os maiores consumidores e compradores do metal do planeta o que significa que, em algum momento, muito próximo, a queda será revertida e o ouro voltará a brilhar. Ninguém compra tanto, de forma sub-reptícia, sem ter um único objetivo: o aumento dos preços e a adição de riquezas. É isso que os chineses estão fazendo.
Pense nisso e se posicione!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Lojas de ouro anunciavam em "O Garimpeiro"

Lojas de ouro anunciavam em "O Garimpeiro"

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inguém chega ao ouro apenas olhando o Rio Madeira do barranco. Vá de Classimpeiro e ‘bamburre’ numa boa. Todas as semanas ele ‘fofoca’ a melhor dica para você não ‘blefar’. Saiba o que acontece nas currutelas de Rondônia e do Brasil, lendo O Garimpeiro” – dizia o anúncio do jornal. Além dessa seção fixa também saíam anúncios individuais.

A publicidade nas edições desse semanário porto-velhense fazia parte do êxito do efervescente comércio do ouro em 1985, tempos em que o País conhecia o governo da “Nova República”, pós-morte do presidente Tancredo Neves.

Para bamburrar, apoite com segurança na Fortaleza do Povo – de Altamiro Passos.

Garimpeiro comprando na Cibrama não fica blefado – Companhia Industrial Brasileira de Madeira (Lambris, assoalhos, rodapés, pranchas, forros, vigas e tábuas – Estrada da Cascalheira s/nº, telefones 2213365 e 2213275).

Compra de ouro do Tião – Venha tomar um refrigerante e negociar o seu ouro na melhor oferta da cidade: Avenida Sete de Setembro 1.326, ao lado do Pastel Quente. O melhor negócio é com o Camelo – Vá procurá-lo na Rua Henrique Dias 456, Telefones 2219849 e 2219183, em Porto Velho.

Era um jornal artesanal composto em linotipo e impresso a quente (com chumbo derretido), que divulgava informações do setor mineral e defendia a classe extrativista mais nômade da Amazônia, tanto constituída por garimpeiros quanto por balseiros e dragueiros que migravam para todos os quadrantes onde havia notícia de fofoca (ocorrência de ouro). Cutucava sempre as “grandes onças” multinacionais que haviam se instalado em Rondônia nos tempos da cassiterita, e também as novas, que estavam chegando.

Criado pelo geólogo Djalma Lacerda, então presidente da Companhia de Mineração de Rondônia, teve suas edições confiadas a mim e aos colegas Nelson Severino, Carlos Gilberto Alves e Jorcêne Martínez. No começo, seu João Leandro Barbosa, o Perigoso – que a todos chamava de Perigozinho – nos levava de carro toda a semana para Cacoal, a 500 km, onde o jornal era impresso na gráfica da Tribuna Popular, de Adair Perin.

Outros anunciantes daquele período e seus respectivos slogans:

– Rua Campos Sales 984); Zé Lobato (Com a cotação do dia pagamos o melhor preço de Rondônia – Avenida Sete de Setembro 1.180).

Dragas Gondim Indústria e Comércio (Fabricação, montagem e manutenção de barcos, rebocadores, silos, dragas de todos os tamanhos – Com grande profundidade. Peneiração de areia e garimpo, 512053 e 511112).

Antonio Barbudo (Ouro e metais preciosos – Paga o melhor preço da praça – Avenida Sete de Setembro 1.059).

Advogada Lindinalva Laranjeiras (Garimpeiro, o endereço é este: Rua Campos Sales 1.591, Areal) Lindinalva e Nilton Dantas eram advogados do jornal.

L.J.R. Comércio Golden de Ouro (A diferença das outras casas está no preço que pagamos; comprove – Rua Campos Sales 934, telefone 2212590).

Não adianta descer a Sete para tentar o melhor. Você vai voltar e vender para o Manuel. É o que paga melhor.

L.F.P. Barreto Comércio de Ouro – Avenida Sete de Setembro, esquina com Rua Marechal Deodoro 1.264, telefone 2219144).

R.V. Coelho (Compra ouro de garimpo e ouro velho – Avenida Sete de Setembro 1.181).


Já os hotéis esnobavam seus apartamentos com ar condicionado, frigobar, telefone, TV, restaurantes, pratos italianos, frutos do mar etc. Um deles, o Rondon Palace Hotel, “inteiramente familiar”, não arriscava se dizer o melhor. No anúncio colocava: “com prestações de serviço quase perfeitas.”

Outros hotéis que prestigiavam o jornal: Azteca, Boa Viagem, Guaporé Palace, Jordan, Los Andes, Nunes, Planalto, São João, Sebma, Tia Carmem, Vitória, Samaúma, Cuiabano, Iara e Libra. Em Ariquemes: Horla, Hotel Ariquemes, Jocemel, Rio Branco e Rio Madeira.

Em Jaru: Bar e Hotel Paraná. Costa Marques: Hotel Vale do Guaporé. Guajará-Mirim: Fênix Palace Hotel e Hotel Mini Estrela. Ouro Preto do Oeste: Hotel Ouro Preto. Ji-Paraná: Hotel Guanabara, Hotel Itamaraty, Hotel Sol Nascente, Hotel Transcontinental. Rolim de Moura: Hotel e Comercial Dalla Vecchia. Cacoal: Tarcisbel, Hotel Amazonas e Cacoal Palace Hotel.

Pimenta Bueno: Hotel Céus de Rondônia, Hotel Piritiba Palace. Cerejeiras: Hotel Real. Colorado do Oeste: Fenícia Palace Hotel e Hotel Restaurante do Toninho. Vilhena: Aripuanã Hotel, Diplomata Hotel, Hotel Campinense, Hotel Mirage, Hotel Primavera, Hotel e Restaurante Colorado e Vilhena Palace Hotel.

Mais anunciantes:

Casa Cruzeiro do Sul – antigo grupo Zé Arara (Compramos ouro pelo melhor preço: Rua General Osório, ao lado da Magriff); Pescaça Sociedade Comercial Ltda. (Armas, munições e artigos de pesca – Avenida Campos Sales 2247, telefone 2211871).

Sobral Magazine (Aqui, quem manda é o freguês – Ande na moda, passe na Sobral e se atualize – O ponto chic da capital –Edifício Rio Madeira, loja e sobreloja).

Agroindustrial e Mineradora Camelo Ltda. (Motobombas, grupos geradores, motores de pôpa, motores diesel e todo equipamento para garimpo – Rua Henrique Dias 456).

Hectare Empreendimentos Imobiliários Ltda. (Diretores: Ramalho e Barreto – A nova opção de negócios de imóveis no Estado, 2218296).

Motomaq (Possui todo material para equipar dragas e balsas, como também para tratamento de ouro, além de uma linha completa para mergulho – Rua D. Pedro II 1378, com filiais em Mutumparaná e Guajará-Mirim).

Itaituba a Jacareacanga

Itaituba a Jacareacanga

Fim da trilha
A vegetacao muda o tempo todo. Sao muito cenários diferente ao longo da mesma estrada

A foto está de cabeça pra baixo ou não?
A Transamazonica dos meus sonhos
A maior árvore que ja vi na vida.
Cruzar o Brasiil pelas areias Jalapao ao coraçao da floresta Amazonica é preciso ter os dois pés no chao. E de preferecia que sejam dois mittas E09.
Entrada do Parque
Itaituba a Jacareacanga

Itaituba tem seu passado recente ligado ao garimpo.
Nos anos 80 havia em Itaituba 60 mil garimpeiros trabalhando nos garimpos da cidade. As histórias de riqueza são muitas. Os homens que mais enriqueceram com o garimpo foram Zezao do Abacaxi (Dono do garimpo do abacaxi) e o Zé Arara.
O dinheiro era tanto que Zezao fez uma festa de quinze anos para sua filha reunindo 700 pessoas. Tudo do bom e do melhor. Para animar a festa chamou o Grupo Polegar que estava no auge da fama.
Zé Arara tinha um jatinho com pista de pouso particular asfaltada. Às vezes pegava a família e ia almoçar em um bom restaurante de São Paulo, depois voltava.
Vinham mulheres do Brasil todo para trabalhar no km 7 onde ficavam as boates.
Havia 17 boates e mais de 400 mulheres, tudo de primeira linha. Algumas depois eram vistas em capas de revistas ou no carnaval do Rio. Foram as que mais ganharam com o garimpo.

Logo que se sai de Itaituba em direção a Apui há a Reserva Nacional da Amazônia.
Que lugar! O lugar mais espetacular que já vi na vida. Você se sente na casa de Deus.
É como se ele conduzi-se você lentamente. Há uma paz muito grande. Arvores muito alta. Pássaros cantando o tempo todo. Há um cheiro de vegetação.
É como se estivesse acontecendo um grande espetáculo e só você fosse à platéia e o teatro fosse todo seu. Você pode ver a apresentação na velocidade que quiser, pode pedir pra repetir e pode voltar atrás e ver de novo. Sentia-me leve, completo e em paz com Deus. Abençoado por poder estar ali. Fui tocando lentamente sem capacete e sem velocidade. Apenas vendo, ouvindo e sentindo. Extasiado
Obrigado meu Deus por esse dia.

Na década de 1980, Itaituba (a 890 quilômetros de Belém) era uma espécie de Dodge City brasileira

Agnaldo Timóteo
Na década de 1980, Itaituba (a 890 quilômetros de Belém) era uma espécie de Dodge City brasileira - muito ouro e uma lei de artigo único: calibre 38. Calcula-se que, por baixo, havia coisa de 120 mil garimpeiros emburacados floresta adentro. Circulava pelo mapa local cerca de 3,5 toneladas de ouro por mês. A cidade vivia um orgasmo permanente e ganhar dinheiro era tão fácil quanto morrer. O improvisado aeroporto da cidade chegou a contabilizar 382 pousos num único dia - metade do fluxo atual de Congonhas (SP).

Responsáveis por manter toda aquela doideira em movimento, os pilotos eram os que mais lucravam. "Costumava viajar com um saco cheio de dinheiro", lembra o piloto Clinger Borges do Vale, que chegou a transportar, em seu monomotor, artistas do naipe de Agnaldo Timóteo e Raul Seixas nas turnês pelos garimpos. Os donos dos aviões eram sempre garimpeiros para quem a sorte lhes estampara sorriso de ouro. Foi o caso de Zé Arara, um piauiense analfabeto dono de uma quinzena de aviões, entre eles um Lear Jet que usava para ir pessoalmente, manhã cedinho, à sua Parnaíba natal comprar a carne-de-sol que comeria no almoço, na volta a Itaituba. Outro que voou para Zé Arara foi o lendário comandante Rogério Maconha (veja seu depoimento a seguir).
Bem, agora não é boa hora para lembranças. O monomotor pilotado por Luís Feltrin está para fazer sua primeira parada e é preciso atenção. A pista aparece apenas quando já se está em cima dela. Tanto essa como a maioria só têm uma estrada para pouso, o que complica se o vento for de cauda. A descida até que não foi das piores. Parte da carga é rapidamente descarregada e seguirá seu trajeto no "jegue". Jegue, entenda-se, é um veículo tradicional dos garimpos, feito de um motor diesel e alguma carcaça disponível. É bem feio, mas é capaz de rodar três dias com cinco litros desse combustível - e isso, ali, o pessoal acha bem bonito. Primeira remessa entregue, hora de levantar vôo - e mais alguns apuros - até as paradas seguintes.
Cinco corpos
Antes do GPS, a aviação de garimpo era praticamente uma roleta-russa. Sobrevivia-se na sorte. "Um dia, prestes a levantar vôo, assisti à chegada de cinco corpos de pilotos mortos na véspera", relembra, no ar, o sempre inoportuno Feltrin. É verdade que, com tanto dinheiro em circulação, ninguém gostava de perder tempo fazendo manutenção de avião ou de pista. Usavam-se clareiras mínimas, de cerca de 200 metros, até em curvas ou em subidas. Nada disso, no entanto, importava - a coisa era a grana.

"Antes do GPS, a aviação de garimpo era praticamente uma roleta-russa. Sobrevivia-se na sorte"
A situação, hoje, é a que conhecemos. Com a queda da euforia, vários pilotos abandonaram a região. Uns foram parar na aviação comercial ou executiva. Outros, procurando manter o padrão de vida conquistado no auge do garimpo, partiram em busca de um novo Eldorado - o "ouro branco" da Colômbia. Os que ainda insistem em permanecer voando pelo garimpo o fazem por alguma paixão sobrevivente.
"Além de saber quem são seus passageiros, aqui você voa e sente o peso do avião na mão", explica Armando Palla Júnior, que continua resistindo a ofertas de trabalho em companhias de aviação. Graças a ele e outros persistentes pilotos de garimpo, Zé do Rifle receberá seus remédios, a boate terá suas meninas, Raimundo Nonato, sua carta, e o Negão do Curuá será finalmente levado para o hospital que tentará recolocar para dentro seu bucho escancarado, cortesia do terçado de Francisco - que vai embarcar no próximo vôo para explicar ao delegado o motivo da briga. Sorte que os monomotores continuam no ar.

1. Comércio de outro no garimpo de Água Branca (PA).
2. Atenção, preparar para o pouso: clareiras de apenas 200m.
3. às vezes, vai aos trancos mesmo.
4. O piloto Clinger, com a jaqueta que ganhou do "patrão" Raul Seixas numa turnê que o músico fez pela região: "Eu viajava com um saco de dinheiro".

Tempos de ouro

Tempos de ouro


A cidade foi chamada de último faroeste brasileiro, a capital dos garimpos. No auge da febre do ouro, Itaituba recebia hordas de gente vinda de todos os cantos do país. Vinte toneladas de ouro por ano chegaram a ser extraídos dos garimpos do Alto Tapajós no fim dos anos 80. Mesmo com a decadência da mineração no rio do ouro, eles não perderam a esperança. Dos mais de 700 garimpos, só 200 ainda estão em funcionamento. A produção não chega a três ou quatro toneladas por ano.
Zé Arara é o mais lendário garimpeiro do Tapajós. Na década de 60, foi o garimpeiro mais famoso da Amazônia. Ele formou um império, no município de Itaituba, de aviões, mansões, fazendas, muito dinheiro, tudo tirado do ouro. Aí veio a crise e ele teve que recomeçar tudo.
“Antes da crise fui o único brasileiro que vendeu na faixa de 40 toneladas de ouro ao governo brasileiro”, conta ele. Zé Arara perdeu muito, mas nunca foi um garimpeiro de alma livre, capaz de gastar em uma noite, com mulheres e bebida, tudo o que levou meses para ganhar.
Ao contrário, ele construiu um patrimônio. “Além de ter um jato, tinha 15 aviões pequenos e quatro bandeirantes”, ressalta. Um problema com o jato em Itaituba fez com que Zé Arara trasladasse o avião de volta para a fábrica, em Nova York. “O avião explodiu no ar. Morreram dois tripulantes, dois comandantes e dois mecânicos. Para eu desenrolar esse rolo e não ser preso nos Estados Unidos, tive que gastar 200 quilos de ouro”, conta o garimpeiro.
Desde então, ele está sem sair do garimpo. São onze anos pagando dívidas. “Não devo mais, agora estou lutando para reerguer nosso negócio”, conta. Zé Arara se diz dono de 23 mil hectares de terra, toda a área do garimpo de Patrocínio. Mesmo assim, os moradores criaram uma associação e querem transformar a região em uma comunidade.
Zé Arara se sente ameaçado. “Temo até pela minha segurança. Hoje, estou recomeçando aos 70 anos”, ele diz. O garimpo não é mais como antes. Das dez mil pessoas que buscavam ouro em Patrocínio só restam duas mil.