Os minerais e as rochas sempre estiveram presentes
na vida do homem, por exemplo, o sílex no machado e na ponta das flechas
de nossos ancestrais; a turquesa nas jóias dos faraós; o betume nas
tochas que ardiam nas cidades egípcias.
Os nomes utilizados na
escala de tempo da pré-história do homem demonstram a importância dos
minerais e das rochas no desenvolvimento da civilização: Idade da Pedra,
Idade do Bronze e Idade do Ferro.
Os bens minerais podem ser considerados como "frutos da terra".
A exploração de minérios de forma indiscriminada pode ocasionar,
entretanto, a destruição da flora, a extinção da fauna, a erosão dos
solos e a poluição do ar e das águas. As rochas e os minerais levaram
até bilhões de anos para formarem-se e devem, portanto, ser extraídos de
maneira racional, pois ocorrem em quantidade finita e não renovável. Os
processos de formação dos recursos minerais são incompatíveis com a
escala de tempo do homem. Os minerais e rochas são "frutos da terra" que não dão duas safras.
Conceitos
Os recursos minerais englobam materiais rochosos que podem ser utilizados pelo homem. Como parte do recurso mineral, a reserva mineral
representa um determinado volume de rochas com caraterísticas próprias,
passível de aproveitamento econômico. Em outras palavras, recurso é "o que temos" e reserva é "o quanto temos".
A pesquisa de um indício mineral pode fornecer a localização de uma ocorrência mineral,
se a presença das substâncias de interesse não for economicamente
aproveitável nas condições atuais. Ou, então, resultar na descoberta do depósito mineral
que compreende, por sua vez, uma massa ou volume de rocha que contém
minerais ou elementos químicos em concentração anômala, quer dizer,
superior quando comparada a distribuição média na crosta terrestre, que
permite caracterizá-los como de interesse econômico. O grau de
concentração da substância mineral no depósito é dado pelo teor e somente a partir de um determinado valor será extraída com lucro. Assim, a jazida mineral consiste do depósito mineral em que ficou estabelecida a explotação, ou seja, a viabilidade econômica de extração das substâncias úteis.
A atividade que visa a descoberta de minérios denomina-se prospecção mineral,
geralmente realizada em três etapas sucessivas. A primeira fase envolve
o reconhecimento geológico para seleção de alvos; na segunda fase são
feitos estudos detalhados dos alvos; e por fim, na última fase, o alvo é
avaliado em termos econômicos.
O conjunto de operações coordenadas para aproveitamento do material da jazida é denominado lavra. A mina vem a ser a jazida mineral em lavra. A mina pode ser a céu aberto, subterrânea ou mista. A lavra pode ser executada de modo artesanal e rudimentar como nos garimpos ou realizada mecanicamente e em grande escala como nas minerações.
A avaliação da potencialidade do depósito mineral depende de vários fatores, mas principalmente de volume significativo e de teor adequado do minério para garantir seu suprimento a longo prazo. Minério
é definido, portanto, em bases econômicas e representa agregado de
minerais de ocorrência natural, a partir do qual uma ou mais substâncias
úteis podem ser extraídas com expectativa de lucro. Outros fatores
devem ser levados em consideração para viabilidade do depósito mineral,
por exemplo, localização do corpo mineralizado, disponibilidade de
energia elétrica e água, infra-estrutura da região, mão-de-obra, custos
de extração, preço do minério, meios de transporte, oferta e demanda do
mercado, taxação governamental, questões políticas e sociais e impacto
ambiental.
É necessário, na grande maioria dos casos, que o
minério seja submetido a processos industriais que permita sua
utilização. A tecnologia empregada no beneficiamento de minérios
depende das propriedades do material, como composição mineralógica do
agregado, dimensões e forma das partículas minerais, sub-produtos
associados e impurezas indesejáveis.
O beneficimento de minérios consiste na obtenção do concentrado e do rejeito,
através de operações que envolvem cominuição, classificação por
tamanho, separação, desaguamento e secagem. O concentrado é um produto
com elevado teor da substância de interesse e com especificação
apropriada. O rejeito é o material que não tem aplicação e será
descartado.
Desse modo, várias etapas devem ser seguidas, desde a
pesquisa de minérios até o estabelecimento e operação da mina. Os
trabalhos começam com a prospecção mineral para descoberta do depósito de determinada substância de interesse. Depois, são realizados os estudos de viabilidade para comprovar a economicidade do depósito e caracterizá-lo como jazida mineral. O desenvolvimento da mina é feito com a implantação da infra-estrutura necessária. A mineração consiste basicamente da extração do minério, seguida dos processos de beneficiamento do mesmo. Após o transporte do produto para o mercado consumidor, faz-se a sua comercialização.
Classificação dos Bens Minerais
O
bens minerais podem ser classificados de acordo com as reservas,
produção e consumo de determinados países. Mas isso tem caráter
transitório, quer dizer, o que é abundante em determinada época pode se
tornar escasso em outra. O contrário também tem validade com a
descoberta de novos depósitos minerais.
Os minérios excedentes,
a julgar pela razão produção/consumo, podem ser exportados, por um
longo prazo, sem risco para o abastecimento do mercado interno de
determinado país. Como minérios excedentes, o Brasil tem, hoje em dia,
nióbio, ferro, grafita, manganês, níquel, caulim e outros.
Os minérios suficientes
suprem as necessidades da demanda de um país, por um intervalo de tempo
relativamente longo, podendo ser exportados em determinadas
circunstâncias. Das substâncias minerais produzidas no Brasil, apenas
14% são tidas como suficientes, por exemplo, barita, gipsita e
fedspatos.
Os minérios insuficientes ou escassos
são aqueles inexistentes ou que não ocorrem em quantidade necessária
para atender a demanda de consumo interno do país, necessitando
freqüência na importação. O Brasil precisa importar, atualmente,
fosfato, enxofre, potássio, chumbo e combustíveis fósseis.
Já a
razão reserva/produção anual é utilizada para estimativa de duração das
reservas minerais conhecidas, tomando-se, como referência, o intervalo
de 20 anos, que coincide com o tempo necessário para descoberta de novos
depósitos minerais e o estabelecimento de minas. Desse modo, as
reservas podem ser classificadas como: abundantes, suficientes e reservas carentes.
No Brasil, as menores estimativas de reservas são para ouro, estanho e
zinco, e as maiores expectativas ficam com argilas refratárias, caulim e
magnesita.
A conservação dos recursos minerais (sabendo usar, não vai faltar)
deve se dar por racionalização na utilização dos minérios, poupança no
uso das substâncias escassas, reciclagem dos materiais e substituição
dos minérios raros pelos mais abundantes.
Classificação dos Minérios
O minério, como uma rocha, tem dois tipos de materiais associados: o mineral de interesse, denominado mineral de minério ou mineral minério e o mineral de ganga ou ganga, que não tem valor econômico.
Esse
conceito, entretanto, não é absoluto e isso quer dizer que o mineral de
interesse de determinado minério pode ser ganga em outro e vice-versa.
Vejamos, o principal minério de ferro brasileiro é o itabirito, que
contém basicamente hematita e quartzo. Nesse caso, a hematita constitui o
mineral de minério e o quartzo é considerado ganga. Nas indústrias de
vidro, o quartzo das areias é o mineral de interesse.
De acordo com a natureza das substâncias, os minérios podem ser classificados como: metálicos, não-metálicos e energéticos.
Os minérios metálicos são fontes de elementos metálicos, podendo ser divididos em ferrosos e não-ferrosos. No grupo dos minérios ferrosos
estão elementos como ferro, manganês, cromo, níquel, cobalto e vanádio,
entre outros, utilizados para fabricação de ferroligas. Os minérios não-ferrosos
podem ser divididos em básicos (cobre, chumbo, zinco e estanho), leves
(alumínio, magnésio e titânio) e preciosos (ouro, prata, platina e
paládio).
O grupo dos minérios não-metálicos também é conhecido como MRI - minerais e rochas industriais.
Essa classe é muito abrangente, incluindo materiais de construção
(areia, casacalho, brita e rochas ornamentais), materais para indústria
química (enxofre, fluorita e pirita), fertilizantes (NPK - nitrato,
fosfato e potássio), cimento (calcário), cerâmica (argilas, feldspatos e
sílica), refratários (cromita e magnesita), abrasivos (córindon,
diamante e alumina), isolantes (amianto e mica), fundentes (carbonato e
fluorita), pigmentos (titânio e ocre), gemas (diamante, esmeralda,
água-marinha, rubi, safira e turmalina) e águas minerais.
Os minérios energéticos são substâncias que podem ser usadas como fonte de energia e englobam os materiais nucleares e os combustíveis fósseis.
Os materiais nucleares são minerais que contém elementos radioativos
como urânio e tório. Os combustíveis fósseis têm origem na acumulação de
microrganismos em sedimentos, estes transformados posteriormente em
rochas sedimentares por processos diagenéticos, sendo divididos em
sólidos, como a série turfa-linhito-carvão mineral-antracito, e líquidos
e gasosos, como o óleo e o gás natural do petróleo (moléculas compostas
por carbono e hidrogênio).

Esquerda: Amostra de Monazita (Fonte: Home Page da INB-Indústrias Nucleares do Brasil).
. 
Esquerda: Amostra de Ilmenita (Fonte: Home Page da INB-Indústrias Nucleares do Brasil).
Direita: Amostra de Zirconita (Fonte: Home Page da INB-Indústrias Nucleares do Brasil).
Principais Bens Minerais do Estado do Rio de Janeiro
O Estado do Rio de Janeiro caracteriza-se pela disponibilidade de recursos minerais não-metálicos, especialmente material para construção civil e água mineral. Destaca-se, também, pelas grandes reservas de óleo e gás natural da Bacia de Campos, responsável pela maior produção de petróleo do país. No que diz respeito aos recursos minerais metálicos, destacam-se as areias portadoras de rutilo, ilmenita e zirconita.
Os
principais recursos minerais do Estado do Rio de Janeiro estão
relacionados a seguir, juntamente com as ocorrências típicas no
território fluminense.
Águas Minerais: são
procedentes de fontes naturais ou captadas, possuem características
físico-químicas distintas das águas comuns e dotadas de propriedades
terapêuticas. O Estado do Rio de Janeiro conta com águas minerais das
seguintes variedades: potáveis de mesa e radioativas na fonte (Petrópolis, Teresópolis, Magé, Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Rio Bonito, Nova Iguaçu, Seropédica e Rio Claro); fluoretadas (Miguel Pereira, Carmo, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu, Magé, São Gonçalo e Nova Iguaçu); alcalino-bicarbonatadas e alcalino-terrosas (Paraíba do Sul, Cantagalo, Itaperuna e Cardoso Moreira), carbogasosas (Itaperuna, Santo Antônio de Pádua e São Fidélis); e raras (Três Rios, Cachoeiras de Macacu, Santo Antônio de Pádua e Macaé).
Areia Monazítica:
concentração natural de minerais pesados que pode ocorrer ao longo do
litoral (depósitos de praia) e em determinados trechos de rios
(depósitos fluviais). Minerais pesados têm alta densidade, elevada
estabilidade química e grande resistência física ao transporte. No
Estado do Rio de Janeiro, a principal jazida de areia monazítica
encontra-se em Buena, município de São Francisco do Itabapoana. Outros
depósitos menores ocorrem em Parati, Angra dos Reis, Cabo Frio e Campos
dos Goytacazes. Pequenos depósitos fluviais ocorrem em Sapucaia e
Valença. Essas areias são constituídas principalmente monazita, zircão,
ilmenita e rutilo.
monazita: fosfato de
elementos de terras raras (ETR), com quantidades variáveis de tório e
urânio, apresentando radioatividade. Várias utilizações, principalmente
na fabricação de vidros especiais (tubo de televisão, catalizadores para
"cracking" do petróleo e fibras óticas).
zircão:
silicato de zircônio, podendo conter háfnio. Utilizado na fabricação de
produtos refratários, moldes de fundição e peças para reatores
nucleares. ilmenita: óxido de ferro e titânio. Tem ampla aplicação na indústria aeroespacial, como ligas em motores e turbinas.
rutilo: óxido de titânio. Usado principalmente na fabricação de pigmentos nas indústrias de tintas.
Areia Quartzosa: material composto essencialmente por grãos de quartzo depositados ao longo dos rios (areias fluviais) ou da costa (areias litorâneas ou de praia).
As areais fluviais são impuras, constituídas por grãos angulosos e
pouco selecionados, misturados a torrões de argila, fragmentos de rochas
e detritos orgânicos. Já as areias litorâneas, devido ao
retrabalhamento, possuem grãos bem arredondados e selecionados, podendo
ter fragmentos de conchas e sais marinhos. As areias de praia são
utilizadas na indústria de fundição (moldagem); como abrasivo (para
jateamento e fabricação de lixas); na obtenção de farinha de sílica
(carga tanto em produtos de limpeza como em tintas); e na siderurgia
para fabricação de ferro-silício. No Estado do Rio de Janeiro, os
principais depósitos de areias litorâneas localizam-se em Macaé, Cabo
Frio, Araruama, Maricá e Parati. As areias fluviais, usadas na
construção civil, ocorrem em todos os municípios, porém grande parte da
produção está próxima aos grandes centros urbanos. Os principais
municípios produtores são Seropédica, Itaguaí, Queimados, Nova Iguaçu,
Paracambi, Rio de Janeiro, Barra Mansa, Três Rios, Casimiro de Abreu e
Silva Jardim.
Argilas: material composto de
partículas extremamente finas denominadas argilo-minerais. Quando
molhadas são plásticas, mas secas e convenientemente aquecidas tomam-se
rígidas. Geralmente, resultam da alteração química supergênica de rochas
feldspáticas e passam por processos de tratamentos. As argilas são
usadas principalmente para: cerâmica vermelha ou estrutural (tijolos, telhas, manilhas, ladrilhos e azulejos); cerâmica branca (louça sanitária e doméstica, pastilhas e também azulejos e ladrilhos); cerâmica especial
(fins artísticos). Também são empregadas nas indústrias de cimento,
papel, cosméticos e farmacêutica, veículo para inseticidas e tratamento
de substâncias oleosas (petróleo). Os principais municípios produtores são: Campos dos Goytacazes, Rio Bonito, Itaboraí, Três Rios e Paraíba do Sul.
Esquerda: Extração de areia quartzosa (Seropédica)
Direita: Extração de argila (Campos dos Goytacazes)
Barita ou Baritina:
é um sulfato e praticamente a única fonte de bário. Tem sua principal
aplicação na indústria petrolífera, sendo adicionada à lama de
perfuração das sondas, com a finalidade de equilibrar a pressão de
fluidos dos poços. Utiliza-se também na fabricação de tintas, vidros,
cerâmica, papel, plásticos, asfalto e borracha. No município de
Seropédica tem uma pequena ocorrência de barita, sob a forma de veio
hidrotermal, assim como em Tribobó.
Bauxita: é o
principal minério para obtenção de alumínio. Trata-se de uma mistura de
minerais ricos em hidróxidos de alumínio, geralmente gibbsita, boemita e
diásporo, contendo impurezas de óxidos de ferro e titânio, sílica e
argilominerais. No Estado do Rio de Janeiro, as ocorrências de bauxita
são derivadas do intemperismo químico de rochas de complexos alcalinos,
situados nos municípios de Resende (Itatiaia e Morro Redondo), Nova
Iguaçu (Mendanha) e Rio Bonito.
Brita ou Pedras Britadas:
compreendem fragmentos rochosos no intervalo granulométrico entre 10 cm
a 6 mm. São usadas principalmente no concreto para construção civil e
no asfalto para revestimento de estradas. No que diz respeito à
qualidade dos materiais, são utilizadas rochas cristalinas de alta
resistência mecânica, baixa porosidade, composição mineralógica
favorável e sem minerais de alteração, por exemplo, granitos, gnaisses,
basaltos, quartzitos e calcários cristalinos. Os maiores produtores de
brita estão no noroeste fluminense e nos municípios de Rio de Janeiro,
Nova Iguaçu e Magé.
Calcário: rocha de origem
sedimentar constituída predominantemente de carbonato de cálcio. Em
função da estrutura e/ou presença de outro composto, recebe denominações
variadas: calcário dolomítico (calcário com dolomita); calcário
pisolítico (com pequenas esferas de origem química, cimentadas entre
si); calcário margoso (mistura de calcário e argila); calcário
fossilífero (contém fósseis). O calcário tem sua principal utilização na
fabricação de cimento, corretivo de solos, obtenção da cal que é usada,
por sua vez, na construção civil, indústria química e purificação de
águas. Também tem aplicação na indústria de borracha, vidros e muito
apreciada como rocha ornamental. Quando o calcário passa por pelo
processo de metamorfismo, passa a denominar-se mármore.
No Estado do Rio de Janeiro, as maiores reservas e produção de mármore
para cimento são encontradas no munícípio de Cantagalo. Até a década de
80, em Itaboraí, calcário foi explotado para a indústria cimenteira.
 
Esquerda: Pedreira de Brita na Região Metropolitana (Nova Iguaçu)
Direita: Mármores Calcíticos para Cimento (Cantagalo)
Caulim:
é o termo comercial para argilas constituídas principalmente por
caulinita (silicato de alumínio hidratado). Provém da alteração de
rochas ricas em feldspatos. Devido à baixa reatividade química, alvura, e
maciez tem larga utilização, por exemplo, indústrias de papel, têxteis,
cosméticos, borracha, porcelanas e veículo para inseticidas. As
baixadas Fluminense e Campista possuem consideráveis depósitos de
caulim.
Conchas Calcárias: trata-se de calcário
conchífero muito puro de origem orgânica. As conchas se acumulam em
pequenas lentes ao longo das praias ou formam depósitos consideráveis em
lagunas. Até recentemente, eram extraídas conchas da Lagoa de Araruama,
para obtenção de barrilha (bicarbonato de sódio), material este
empregado na fabricação de sabões, tecidos, vidros e fibras sintéticas.
Córindon (óxido de alumínio):
Devido sua elevada dureza, é usado como abrasivo no polimento. No
Estado do Rio de Janeiro, raríssimas vezes ocorre com qualidade
gemológica de grande valor, nas variedades vermelha (rubi) ou azul
(safira). Há uma ocorrência de córindon (tipo safira) associado às
rochas alcalinas, no município de Duque de Caxias.
Diatomito:
Rocha sedimentar constituída de carapaças silicosas de algas
diatomáceas. São porosas e quando puras, brancas. Tem sua principal
utilização como abrasivo suave para polimento, absorvente para
nitroglicerina líquida, na filtração de líquidos, como isolante térmico e
como suporte para inseticidas. Em Campos existem jazidas de diatomito.
Feldspato (aluminossilicato de potássio, sódio e cálcio):
É um dos principais minerais constituintes das rochas. Nos pegmatitos
os cristais são grandes e muitas vezes incluem cristais de quartzo,
mica, turmalina, etc. Ocorre em São Gonçalo, Niterói, Itaboraí,
Porciúncula, Cantagalo, Casimiro de Abreu, Campos, etc. É utilizado
principalmente na manufatura de porcelana, indústria de vidro, na
fabricação de esmaltes, azulejos, papel, entre outros.
Fluorita (fluoreto de cálcio):
Apresenta-se em cristais de cores variadas. É utilizada principalmente
como fundente em metalurgia, em cerâmica, na indústria química e na
fluoretação de águas. Ocorre em Tanguá e Rio Bonito. Único minério
explorado em mina subterrânea no RJ.
Garnierita:
É um termo geral para silicatos hidratados de níquel. É a única fonte
de níquel dos minérios lateríticos. O campo de aplicação do níquel é
muito vasto devido às suas propriedades físicas e de alta resistência à
corrosão. Suas principais aplicações são em ligas ferrosas e não
ferrosas, indústria automobilística, indústria química, indústria
aeronáutica, fabricação de aços inoxidáveis, ímãs permanentes, etc. Em
Areal há uma pequena ocorrência sem valor econômico.
Gnaisse:
Rocha metamórfica constituída principalmente por quartzo, feldspato e
micas. É utilizado quase sempre como brita, as vezes em revestimentos e
pisos. Ocorre praticamente em todo Estado.
Grafita (carbono):
Mineral de cor escura, mole (dureza 1,5) e untuoso ao tato.
Apresenta-se geralmente em palhetas e pequenos cristais lamelares.
Ocorre sempre em rochas metamórficas diversas. É utilizado na fabricação
de minas de lápis, cadinhos refratários, tintas anti-ferrugem e
lubrificantes secos. Há diversas ocorrências em São Fidélis e Itaperuna,
tendo sido algumas delas lavradas durante a Segunda Guerra Mundial.
Granito:
Rocha ígnea intrusiva predominantemente constituída de quartzo,
feldspato e micas. É utilizado na fabricação de brita, paralelepípedos,
placas para revestimento, pisos e na decoração. Da mesma forma que o
Gnaisse, ocorre em praticamente todo Estado. Na Região Metropolitana
existem inúmeras pedreiras.
Muscovita (aluminossilicato básico de potássio):
Possui a propriedade de se partir com facilidade, se separando em
lamelas finíssimas. Como o quartzo e o feldspato, é um dos principais
constituintes dos pegmatitos. Tem utilização como isolante térmico e
elétrico e, quando moída, é empregada na fabricação de tintas de
proteção contra a ferrugem.
Ouro (Au):
Apresenta-se na natureza quase sempre como metal nativo. Possui cor
amarelo-brilhante, brilho metálico e dureza baixa (3). No Estado do Rio o
ouro já produzido provém dos rios Paraíba do Sul, Muriaé, Itabapoana,
Pomba e Negro. A garimpagem está proibida no Estado do Rio devido à
utilização do mercúrio pelos garimpeiros durante a retirada do ouro do
concentrado de minerais pesados. Utilizado na fabricação de moedas e
jóias, odontologia, galvanoplastia, fotografia, indústria eletrônica e
química e como lastro de reservas da economia.
Petróleo:
Óleo mineral natural de cor e viscosidade variadas. A matéria-prima do
petróleo constitui-se de restos de vegetais de origem marinha
depositados em bacias oceânicas e progressivamente recobertas por
sedimentos, transformando-se lentamente em hidrocarbonetos.
Através
do refino do petróleo obtém-se inúmeros derivados como a gasolina, a
querosene, o óleo diesel, gás, além de outros que são utilizados na
produção de plásticos, fertilizantes, etc. Na Bacia de Campos é extraída
a maior parte do petróleo produzido no Brasil.
Esquerda: Fluorita - Entrada de uma galeria escavada em brecha magmática
(Fonte Boletim Técnico n.º1 - Fluorita de Tanguá - DRM-RJ)
Direita: Fotografia de Plataforma de Petróleo na Bacia de Campos (Fonte: Home Page da Petrobrás)
Quartzo (óxido de silício):
O quartzo é um dos principais minerais constituintes das rochas.
Apresenta-se sob forma maciça ou em cristais. A ametista é a variedade
violeta do quartzo. Ocorre em pegmatitos e filões hidrotermais. Sua
utilização como gema é conhecida desde a Antiguidade. Há uma pequena
ocorrência em Campos, porém sem interesse gemológico. É utilizado na
indústria eletrônica e ótica.
Rochas Ornamentais e de Revestimentol:As
rochas ornamentais e de revestimento, também designadas pedras
naturais, rochas lapídeas, rochas dimensionais e materiais de cantaria,
abrangem os tipos litológicos que podem ser extraídos em blocos ou
placas, cortados em formas variadas e beneficiados através de
esquadrejamento, polimento, lustro, etc. (in CETEM/ABIROCHAS, 2001).
Três tipos podem ser distinguidos:
a) Mármores:
rochas calcárias ou dolimíticas, sedimentares ou metamórficas, que
possam receber desdobramento, seguido de polimento, apicotamento ou
flameamento;
b) Granitos: nome comercial dado a
qualquer rocha não calcária ou dolomítica, que apresenta boas condições
de desdobramento, seguido de polimento, apicotamento ou flameamento; e
c) Rochas de Revestimento:
compreendem outros materiais de revestimento na construção civil, não
sujeitos a processo industrial de desdobramento de blocos, tais como:
ardósias, arenitos, basaltos, gnaisses, quartzitos, serpentinitos, além
de outras passíveis de serem extraídas já em forma laminada ou que sejam
utilizadas em revestimento independente da mencionada forma. (ConDet,
1999)
Sal Marinho (cloreto de sódio): Também
chamado de halita, é um dos produtos naturais de uso mais remoto pelo
homem. O sal é utilizado na alimentação humana, na indústria química, na
indústria de conservação de alimentos, de borracha, etc. Ocorre
dissolvido nos oceanos ou no estado sólido em depósitos resultantes da
evaporação dos mares em períodos geológicos anteriores. Em ambos os
casos, sempre acompanhado de outros sais (de magnésio, de potássio, de
cálcio, entre outros). A obtenção do sal proveniente dos oceanos se dá
através da utilização da energia solar. É produzido nos municípios de
Araruama, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Saquarema.

Esquerda: Rochas para Revestimento (Santo Antônio de Pádua)
Direita: Sal Marinho - cloreto de sódio (São Pedro da Aldeia)
Sílex:
Rocha composta principalmente de calcedônia (SiO2). É utilizada como
material triturante em moinhos de bola. Ocorre em São Gonçalo.
Turfa:
Matéria vegetal constituída principalmente por musgos e plantas de
pântanos acumulados embaixo da água, onde não há oxidação. Como o
petróleo, a turfa é um combustível fóssil. Pode ser utilizada tanto na
produção de calor para consumo direto, como em usinas termoelétricas.
Também tem uso na agricultura como condicionador de solos. Ocorre em
várias regiões do Estado, desde Campos até Resende.
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