sábado, 1 de março de 2014

EXTRAÇÃO DE PEDRAS PRECIOSAS DO POVOADO DE TAQUARAL / ITINGA MG

EXTRAÇÃO DE PEDRAS PRECIOSAS DO POVOADO DE TAQUARAL / ITINGA MG

PEDRAS PRECIOSAS "TURMALINAS"

As pedras preciosas são matérias minerais sólidas e com grande densidade e pigmentação nas cores : azul, verde, rosa (rubelita) e preta. São encontradas nas profundidades das rochas ou na superfície rasa do solo, formadas a bilhões de anos atrás e usadas como jóias à milhares de anos .
A extração das pedras preciosas e outros minerais no Povoado de Taquaral/Itinga se deu ainda no início do SEC. XX, mas muito pouco explorada . Foi com a vinda da Sra. Maria Gonçalves Soares ( Maria de Amaro )e sua família por volta dos anos de 1953 que se intensificou este tipo de exploração.
Segundo depoimentos da família, a vinda pra essa região se deu com a invasão de garimpeiros em suas terras .Sentido-se desepcinada com o ocorrido,vendeu as terras para uma Companhia Mineradora da época. Foi quando juntamente com seus filhos tomou uma difícil decisão de abandoná-las e ir à procura de um novo lugar para morar, resolveu então, comprar as novas terras,que até então eram do fazendeiro o Sr. Belizário Fulgêncio. Acreditando que ali seria improvável a existência de grandes quantidades de minérios nas novas terras, tiveram uma grande surpresa pois as novas terras adquiridas eram mais ricas em minérios, podendo ser facilmente encontradas em alguns lugares .
As explorações de pedras preciosas na região não era a principal atividade, pois naquela época eram ainda de baixo valor comercial, predominando a criação de animais e o cultivo da lavoura de subsistência.
Com o passar do tempo, a criação dos animais e o cultivo da lavoura foi se tornando cada vez mais difícil, principalmente com a escassez da chuva, cada vez mais agravante e com as descobertas de novas e grandes minas , conseqüentemente a exploração de pedras preciosas se tornou a principal fonte de renda da população local, atraindo garimpeiros e investidores dos mais diversos lugares.
Uma destas minas se tornou internacionalmente conhecida pelas boas qualidades de suas pedras produzidas, conhecida pelo nome de Lavra do Pirineu, descoberta por garimpeiros locais.
Tradicionalmente os nomes das lavras desta região são dadas pelos próprios garimpeiros através das diversidades de cada localidade, não é regra, mas na maioria das vezes são nomes criados pelos seus próprios descobridores. Como exemplo temos a lavra do Imbaré, nome dado por ali existir grandes árvores chamadas de Imbaré , da mesma forma a Lavra da Jurema , mas também temos a Lavra da Pinheira, Lavra do Maxixe, Lavra do Urubu, Lavra do Quarto, Lavra da Pitomba, Lavra do Arroz - de - Leite, Lavra da Malva, Lavra do Engano, Lavra de Dona Mariazinha, Lavra do Sr. Hidelbrando, Lavra da Marmita, Lavra do PT, Lavra do Baixão, Lavra da Cruzinha, Lavra da Caixa d'água, Lavra do Boqueirão, Lavra dos Netos, Lavra do Sr. Percílio e etc.
Neste álbum vamos conhecer uma dessas Lavras "Imbaré" e conhecer um pouco do dia - a - dia de um garimpeiro de 57 anos que desde aos 12 anos de idade dedica com prazer a lida do garimpo. Na companhia do Sr. Eustáquio Esteves Vieira vamos conhecer um pouco mais, passo - a - passo de como se garimpa este minério tão cobiçado.

Marcelo Tas em Serra Pelada - 1984 (na íntegra)

O garimpo em Ataléia

O garimpo em Ataléia

Meu pai Jardelino Alves Teixeira, saudoso comerciante de pedras de Ataléia (1915-1999)
Salvador e jóias feitas com pedras da região

Zé de Maninho, comerciante de pedras da região 
Pedras da região de propriedade de  Zé de Maninho (Julho 2011)

Garimpo da chapada (julho 2011)
O garimpo foi a primeira atividade econômica da região de Ataléia e remonta a quase um século de exploração. Na década de 1920 surgiram os primeiros garimpeiros que se embrenharam nas matas e galgaram encostas e montanhas em busca do tesouro que se achava escondido no solo da região em diversos pontos. Com a notícia da existência das pedras semipreciosas e preciosas foram chegando mais e mais aventureiros na expectativa de extrair riquezas e, com isso, uma pequena comunidade foi se formando. Desta forma, juntamente com os colhedores de poaia (planta medicinal encontrada no interior das matas) e os fazendeiros, que se instalavam nas terras devolutas das redondezas e as cultivavam, os garimpeiros são os responsáveis pela criação do povoado de Santa Cruz do Norte que mais tarde viria a se transformar na cidade de Ataléia. Muitos foram os garimpos formados na região ao longo da história: Avião, Cari, Pacheco, Bananal, Zé Peixe, Córrego Seco, Neném Alchaar, Sebastião de Oliveira e muitos outros espalhados por todo o município. Uma grande quantidade de pedras, como águas-marinhas, topázio de diversos tipos, ametista, crisoberilo, citrino entre outras, foi retirada de nosso solo, lapidada principalmente na cidade vizinha de Teófilo Otoni e comercializada e enviada para todo o Brasil e para várias regiões do mundo, em especial para a América do Norte, Europa e Ásia. Hoje a extração de pedras e a quantidade de garimpeiros na região estão muito reduzidas, mas resta ainda alguns garimpos e alguns garimpeiros e comerciantes de pedras que, bravamente e de forma apaixonada,  mantêm aceso o brilho e a dignidade da profissão. Nomes como o de Antonio Lemos, Luiz Serra, Antonio Pereira, Melrim, Clemente Esteves Ferraz e de Jardelino Alves Teixeira são grandes referências do passado de nosso garimpo, ou como patrocinadores de garimpos ou como comerciantes de pedras. Segundo o garimpeiro Nivaldo Português, o Sr. Jardelino contribuiu muito para o garimpo de Ataléia, pois além de comprar muitas pedras retiradas de nosso garimpo, ajudava sempre que podia os garimpeiros, adiantando-lhes ou emprestando-lhes dinheiro. Nos dias atuais temos nomes como o de Salvador Botelho, garimpeiro inativo que comercializa jóias feitas dessas pedras, e nomes como os de José de Maninho e Pastor Gladstone que há anos se dedicam ao ramo de compra e venda de pedras preciosas na cidade, além dos autênticos garimpeiros, homens que labutam de sol a sol à procura dos minerais cristalizados escondidos no interior da terra pela natureza. Homens cuja tarefa é a de encontrar esses pequenos tesouros que provavelmente adornarão as coroas de um reino bem distante. Aqui alguns nomes de genuínos garimpeiros de Ataléia: Nivaldo Português, Geraldo Garimpeiro, Luís Lemos, Tião de Manelzinho, Zé de Nicomédio, Zé Ouriçado e Porró. A lista de garimpeiros e comerciantes de pedras é extensa e nem todos os nomes foram mencionados, contudo a homenagem do Mundo das Montanhas é estendida a todos os envolvidos nessa atividade no município de Ataléia.
O garimpeiro Tião de Manelzinho em fim de expediente na chapada (2011)

Escavações na chapada
Nivaldo Português e Geraldo Garimpeiro na ativa (Julho de 2011)
Garimpo da chapada - Ataléia, julho de 2011
Tenda de Geraldo Garimpeiro na chapada (Julho 2011)
O garimpeiro Nivaldo Português ainda em  atividade na chapada aos 74 anos de idade ( Julho 2011)

Quando os primeiros exploradores chegaram ao Brasil, o maior objeto de desejo era o ouro

Quando os primeiros exploradores chegaram ao Brasil, o maior objeto de desejo era o ouro, metal precioso o bastante para manter o fausto das cortes européias. As excursões pioneiras pelo litoral e até pelo interior foram frustrantes. Nada parecia haver naquela terra além de natureza pródiga, solo fértil e índios pagãos. Qualidades estas, aliás, para as quais os exploradores davam pouca ou nenhuma importância.

Nas margens do Tripuí foram encontradas as pepitas de ouro que mudaram a história do Brasil

Qual das montanhas de Minas seria Sabarabuçu?
 
Foi no contato com os índios que os estrangeiros se deram conta que algo de muito valioso se escondia nos recônditos do Brasil. Não faltavam histórias sobre uma terra distante, onde o ouro brotava no leito dos rios. No alto de suas montanhas podiam ser retiradas pedras de magníficas cores, verdes e azuis... O nome de uma dessas serras era Sabarabuçu, mas havia outras, muitas outras.
A Corte Portuguesa desincentivava as jornadas pelo interior, com receio de que a corrida lhe tirasse o controle sobre o que viesse a ser descoberto. Mas não foi possível segurar a força das lendas, que finalmente provariam ser a mais pura verdade. A primeiras expedições, conforme consta em alguns estudos, se deram já no séc. XVI. Não foram bem sucedidas e muitos aventureiros não voltaram para contar o que viram na terra virgem e hostil. Somente no final do século seguinte se daria o achamento das primeiras e tímidas lavras de metais.
"Bandeira" era o nome das grandes incursões pelo país naqueles tempos. As "bandeiras" que penetraram Minas inicialmente partiam do planalto de Piratininga, em São Paulo. A de Fernão Dias, em 1674, tinha por finalidade encontrar Sabarabuçu, o Eldorado. Foram sete longos anos de trabalho árduo, nos quais poucas pedras foram encontradas. No entanto, a jornada revelou grande parte do imenso território. Dos pousos para descanso das tropas de Fernão Dias surgiriam mais tarde núcleos povoados, cujo papel foi fundamental para a colonização do estado.
Fernão Dias morreu em 1681, nas proximidades da cidade de Caeté, talvez frustrado por não ter encontrado as esmeraldas que buscava. Talvez tivesse pensado que o ouro e as pedras estavam mais ao norte, ainda mais distantes nas entranhas do Brasil. Se pensou assim estava errado. Mal sabia ele que tinha alcançado Sabarabuçu e que só faltou procurar mais um pouquinho. Seus companheiros continuariam seu trabalho, entre eles seu filho Garcia Rodrigues Paes e seu genro Borba Gato, que abriram importantes caminhos para o interior.
 
Ouro faz brotar do chão uma história
Produção de ouro nas Minas Gerais
1697
1699
1705
1715
1739
1744
1754
1764
115 Kg
725 Kg
1,5 Ton
6,5 Ton
10 Ton
9,7 Ton
8,8 Ton
7,6 Ton
O tão sonhado ouro por fim se acharia nos fins daquele século XVII. E era muito, muito ouro, opulentas minas. O mais provável é que o descobridor tenha sido um paulista, Antônio Rodrigues Arzão, que não pôde concluir seu feito por causa da animosidade dos índios que caçava. Bartolomeu Bueno de Siqueira assumiu, com as informações que recebeu, a busca pelo metal. Descobriu em 1694, nos arredores de Itaverava, jazidas cujas amostras de ouro foram levadas para o Rio de Janeiro, para apreciação do Governador, que tinha jurisdição sobre todas as descobertas.
Pico do Itacolomi, referência para os primeiros bandeirantes (Mariana - MG)

Câmara e Cadeia (Mariana - primeira capital da província das Minas Gerais)

Mina de ouro (Ouro Preto - MG) Belas paisagens no caminho do ouro (Cachoeira do Campo - MG)
 
Em 23 de junho de 1698, a "bandeira" comandada por Antônio Dias de Oliveira chegou aos pés de um pico, chamado Itacolomi. Ali seriam lançados os fundamentos de uma fabulosa cidade, por cujas ruas percorreriam o ouro e os ideais de liberdade: nascia a inesquecível Vila Rica (atual Ouro Preto), que foi capital da província até o final do século XIX. Em 1709 era criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. No início da mineração, o ouro encontrado no leito dos rios obrigou os garimpeiros a viverem como nômades. Esgotada a lavra partiam para outras mais lucrativas. A população encontrava-se bastante dispersa. Os imigrantes vinham de todo lugar, ansiosos por fazer riquezas naquele novo Eldorado. Quando o ouro começou a ficar escasso nos rios, a extração passou para as encostas das montanhas. O trabalho de cavar exigiu que o minerador se fixasse. As minas foram surgindo e junto a elas os núcleos povoados. O ouro parecia brotar em todo lugar. Sabarabuçu, Cataguás ou Cataguases, Caeté, do Rio das Mortes, Itambé, Itabira, Ouro Preto, Ouro Branco etc. Eram enfim muitas minas, ou melhor dizendo, "Minas Gerais". Já em 1701 o nome começou a ser usado, sendo oficializado em Carta Régia de 1732.
A ambição dos imigrantes origina o primeiro grande conflito pelo ouro: a guerra dos emboabas, que envolveu paulistas e demais imigrantes. Em decorrência disso, a Coroa Portuguesa criou em 1720 a Capitania das Minas, desmembrada de São Paulo. Passou a controlar duramente a extração, recolhendo 20% de tudo que era produzido, o chamado quinto. As atividades agrícola e manufatureira praticamente não existem. Apenas uma agricultura de subsistência e criação de pequenos animais, como o porco. Os demais produtos chegam às regiões mineradoras no lombo de burros. A província cresce rapidamente e com ela a carência por produtos de primeira necessidade. Os mercadores ambulantes também se estabelecem nos povoados. Surge o primeiro grande mercado consumidor do Brasil. Tudo é comercializado, de escravos africanos a artigos importados da Europa. A abertura do Caminho Novo, por Garcia Rodrigues Paes, intensificou ainda mais a troca de mercadorias, ligando o Rio de Janeiro às regiões mineradoras. O ouro fez com que a capital da Colônia se transferisse de Salvador, na Bahia, para a cidade do Rio de Janeiro em 1763.
A intensa mistura de pessoas tão diferentes em um mesmo ambiente, impulsionadas pelo poder do ouro, deu início a uma nova sociedade. Portugueses, paulistas, negros, índios e outros imigrantes se misturavam e formaram um mosaico cultural. Até então vigorava no Brasil a rígida sociedade dos engenhos, com sua estrutura paralítica, cujos rumos eram ditados pelos Senhores, principalmente os das grandes fazendas de açúcar. A incipiente e efervescente sociedade mineira tinha características mais democráticas, os padrões de conduta não eram tão rígidos e a ascensão social era mais fácil. Até mesmo um escravo, numa bateada feliz, podia enricar e comprar sua liberdade. A combinação da vida urbana com a atividade mineradora cria novos ofícios, desenvolvendo um novo embrião de classe média. São escultores, músicos, tropeiros, pintores, marceneiros, alfaiates, entalhadores, advogados, poetas... Um Estado Moderno nasce no Brasil, com administração burocrática, fiscalização e arrecadação de impostos.
  Os diamantes também escreveram a história de Minas (Diamantina - MG)

Igreja São Francisco de Assis, obra-prima do Barroco Mineiro (Ouro Preto - MG) Igreja N.Sra. do Ó, pequena jóia do Barroco Mineiro (Sabará - MG)

Teto da Igreja São Francisco de Assis (Ouro Preto - MG)
Nesse ambiente tornou-se possível o surgimento de um movimento artístico e cultural sem precedentes no Brasil. As vilas se tornam prósperos redutos, onde floresce uma rica arquitetura. As artes tomam impulso, lembrando em muito o renascimento europeu. Vigora o mecenato e mestres como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Manuel da Costa Ataíde encontram o ambiente perfeito para exercerem sua genialidade. O Barroco Mineiro impressiona por seu esplendor, sua força e dramaticidade. É uma arte de fervor religioso, teatral e encontrou em Minas o cenário perfeito para se estabelecer.

Os Metais Preciosos

Os Metais Preciosos

São chamados de metais preciosos (ou metais nobres) o ouro, prata e os metais do grupo da platina. Estes compreendem platina, paládio, ródio, rutênio, irídio e ósmio.
O ouro e a prata são os mais importantes e os mais conhecidos. Mas a platina é bem mais valiosa.
Na indústria joalheira, usam-se ouro, prata, platina, paládio e ródio, este último geralmente como revestimento de outros metais (banho de ródio).

Os metais preciosos são todos raros na crosta terrestre, embora possam estar muito disseminados, como é o caso do ouro. Possuem alta densidade, são maleáveis (podem ser reduzidos a folhas) e dúcteis (podem ser reduzidos fios).

O Ouro


O elemento químico
O ouro é o elemento químico de número atômico 79 e massa atômica 196,97. É um metal do Grupo 1B da tabela periódica, como a prata e o cobre.

O mineral
O ouro raramente se combina com outros elementos, sendo, por isso, encontrado na natureza geralmente no estado nativo. Cristaliza na forma de cubos e octaedros, mas é muito mais
Pepita de Ouro
Pepita de Ouro
comum encontrá-lo na forma de escamas, massas irregulares (pepitas) ou fios irregulares. É opaco e tem cor amarela típica, mas, quando pulverizado, pode ser vermelho, preto ou púrpura. Seu brilho é metálico, a dureza baixa (2,5 a 3,0) e a densidade muito alta (19,30).

A baixa dureza permite que ele seja facilmente riscado com um canivete ou mesmo com um pedaço de vidro. Devido à alta maleabildiade, quando martelado amassa em vez de quebrar. Se mordido, fica com marcas dos dentes. O brilho não é muito intenso, ao contrário do que muitos pensam.
A pirita, é um sulfeto de ferro que, por sua semelhança com o ouro, é chamada popularmente de ouro dos trouxas ou ouro dos tolos. Ela é, na verdade, até bem diferente do ouro. É bem mais leve que ele, não é maleável e seu brilho costuma ser bem mais forte. E, ao contrário do ouro, é comum aparecer na forma de belos cristais.
O ouro ocorre em aluviões e em veios de quartzo associados a rochas intrusivas ácidas. É encontrado também como teluretos e ligas naturais, pois geralmente contém algo de prata. Forma série isomórfica com a prata, ou seja, a mistura ouro-prata pode ocorrer em todas as proporções.
Está muito disseminado na crosta terrestre, geralmente associado ao quartzo ou à pirita. Estima-se haver quase nove milhões de toneladas de ouro dissolvido na água do mar. Um dos poucos elementos com o qual o ouro se combina é o telúrio, formando teluretos. Assim, este metal é encontrado em minerais como krennerita, calaverita e silvanita. A liga com prata chama-se eletro.

O metal
O ouro é o mais maleável e o mais dúctil dos metais. Com 1 g desse metal, podem-se obter até 2.000 m de fio ou lâminas de 0,96 m2 e apenas 0,0001 mm de espessura. É bom condutor de calor e eletricidade e não é afetado nem pelo ar, nem pela maioria dos reagentes químicos. Há quem o considere o mais belo dos elementos químicos. Seu ponto de fusão é 1.063 °C.

Fontes de obtenção
Os principais minerais fornecedores de ouro são ouro nativo, krennerita, calaverita, eletro, silvanita e pirita. Ele é obtido também na metalurgia de vários metais.
Estudos indicam que o metabolismo da bactéria Ralstonia metallidurans leva à formação de pepitas de ouro.

Usos
O ouro é usado principalmente em moedas; em segundo lugar, em jóias e decoração. É útil
Acervo do Metropolitan Museum of Arts (N. Iorque).Foto: P.M.Branco
Acervo do Metropolitan Museum of Arts (N. Iorque).Foto: P.M.Branco
também em Odontologia (hoje muito pouco usado), instrumentos científicos, fotografia e indústria eletrônica. Para confecção de jóias, usam-se ligas com 75% de ouro (o chamado ouro dezoito quilates) ou, às vezes, com apenas 58,33% (ouro quatorze quilates). É empregado também em fotografia, na forma de ácido cloro-áurico (HAuCl4), indústria química, ligas com cobre, prata, níquel e outros metais.

A foto ao lado, mostra sandálias e dedeiras de ouro da antiga civilização egípcia. As sandálias foram escurecidas para se assemelharem ao couro.
Quem tem uma jóia e não sabe ao certo se ela é feita com ouro, deve fazer o teste usando água-régia, uma mistura de ácido nítrico com um volume três ou quatro vezes maior de ácido clorídrico, ambos concentrados. As agências de penhores da Caixa Econômica Federal fazem esse teste, que indica se a jóia é feita com ouro e se se trata de ouro 18 quilates, ou outra tipo de liga (ouro puro não se usa em jóias).

Principais produtores
É pro­duzido principalmente na África do Sul (11 % da produção mundial em 2006), seguindo-se EUA, Austrália, China e Peru.
Entre 1700 e 1850, o Brasil foi o maior produtor de ouro no mundo, com um total de 16 toneladas no período de 1750-1754, originada predominantemente das aluviões da região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. A importância do Brasil continuou crescente até à primeira metade do século XIX, quando perdeu a liderança diante das grandes descobertas de ouro aluvionar da Califórnia, nos Estados Unidos.

Entre 1965 e 1996, nossa produção alcançou 877 toneladas, representando cerca de 4% da produção mundial.
O ouro brasileiro é extraído principalmente em Minas Gerais e no Pará. Em 2003, a produção foi de 40,4 t e em 2004, de 47,6 t de ouro.

Segundo o Mapa de Reservas de Ouro do Brasil, elaborado em 1998 pelo Serviço Geológico do Brasil, as reservas em ouro brasileiras são estimadas em 2.283 toneladas.

Preço
O preço do ouro varia constantemente, já que é muito usado como investimento. Em 29 de junho de 2007, a onça-troy (31,103 gramas) valia US$ 647, metade do preço da platina (US$ 1.273), mas quase o dobro do preço do paládio (US$ 365).

Curiosidades
Estima-se que todo o ouro do planeta daria para fazer um cubo de 15 m de aresta. Em 1999, joalheiros de Dubai fizeram a maior corrente de ouro do mundo: 4.382 m. Usaram ouro 22 quilates e gastaram cerca de US$ 2 milhões. A peça foi vendida em praça pública, em pedaços.
 


A Prata


O elemento químico
A prata é o elemento de número atômico 47 e massa atômica 107,87. É um metal do grupo 1B, como o ouro e o cobre.

O mineral
A prata cristaliza no sistema cúbico (como o ouro), e seus cristais podem ser cubos, dodecaedros ou octaedros. Entretanto, eles são raros, e o mineral é geralmente acicular, fibroso, dendrítico ou irre­gular.
Prata de habito filiforme Fonte: Korbel,P. & Novák,M. Enciclopédia de Minerais
Prata de habito filiforme Fonte: Korbel,P. & Novák,M. Enciclopédia de Minerais
Tem cor cinza (prateada) , inclusive quando em pó. Não tem clivagem. Sua dureza é baixa (2,5 a 3,0) e a densidade, alta (10,50), mas muito inferior à do ouro. Ocorre em filões. Possui intenso brilho metálico, que enfraquece se o ar contiver enxofre, o que geralmente ocorre nas cidades.


O metal
A prata é um metal muito dúctil e maleável. Permite obter lâminas com 0,003 mm de espessura e fios de 100 m pesando apenas 38 mg. Duas peças de prata podem ser soldadas a marteladas, desde que aquecidas a 600ºC. Seu ponto de fusão é 960 °C. É o metal que melhor conduz o calor e a eletricidade. Tem propriedades semelhantes às do Cu e do Au.

Fontes de obtenção
A prata forma 129 minerais, sendo extraída de muitos deles, como pirargirita, argentita, acantita, cerargirita, galena argentífera, stromeyerita, tetraedrita, pearceíta, proustita, stephanita, tennantita, polibasita, silvanita e prata nativa. Pode ser obtida também como subproduto na metalurgia do zinco, do ouro, do níquel e do cobre. Ela está muitíssimo menos disseminada que o ouro na natureza.

Usos
Usa-se prata na joalheria, em moedas, espelhos, talheres, na Odontologia (como amálgama), soldas, explosivos (fulminato), chuvas artificiais (iodeto), óptica (cloreto), fotografia (nitrato), germicida, objetos ornamentais e em ligas com cobre. Para jóias e objetos ornamentais, usam-se ligas com 10% cobre (prata 90 ou prata 900) ou, mais freqüentemente, 95% de prata (prata 950).

Principais produtores
O maior produtor de prata é o México, com 2.748 t (dados de 2002), seguindo-se Peru, China e Austrália, todos com mais de 2.000 t. O Brasil produziu, em 2002, apenas 10 t, em Minas Gerais e, sobretudo, no Paraná, como subproduto do chumbo. Curiosidade A maior pepita de prata conhecida foi encontrada em Sonora (México) e tinha 1.026 kg.

A Platina


O elemento químico
A platina é o elemento químico de número atômico 78 e massa atômica 195,09. Pertence ao grupo 8B das tabela periódica, junto com o níquel e o paládio.

O mineral
A platina é um mineral do sistema cúbico, geralmente encontrada em grãos irregulares, raramente em octaedros ou cubos. Tem cor cinza-aço, traço cinza brilhante, brilho metálico, sem clivagem. É, às vezes, magnética. Tem dureza 4,0 a 4,5 e densidade 21,40 (altíssima).
Cristal de platina(Fonte: Korbel,P. & Novák,M. Enciclopédia de MineraisO mineral
Cristal de platina(Fonte: Korbel,P. & Novák,M. Enciclopédia de MineraisO mineral

O metal
A platina é um me­tal maleável, dúctil, resistente à corrosão pelo ar, solúvel em água-régia. Absorve hidrogênio como o paládio. Provoca explosão do hidrogênio ou do oxigênio. Seu ponto de fusão é 1.773,5 °C.

Fontes de obtenção
Pode ser extraída de vários minerais: sperrylita, platini­rídio, polixênio, cooperita e ferroplatina.  A platina nativa ocorre na natureza geralmente misturada com ferro, irídio, paládio e níquel. Ocorre em rochas básicas, como dunitos, piroxenitos e gabros, e em aluviões.

Usos
É empregada em joalheria (com 35% de paládio e 5% de outros metais), instrumental para laboratório, Odontologia, eletricidade, ogivas de mísseis, catalisadores, pirômetros, liga com cobalto, fornos elétricos de alta temperatura, fotografia e em vários outros produtos industriais.

Principais produtores
A platina é produzida principalmente pela África do Sul (134 t em 2002), seguindo-se Rússia (35 t), Canadá (7 t) e EUA (4,39 t).

Preço
Em 29 de junho de 2007, a onça-troy de platina valia US$ 1.273, quase o dobro do preço do ouro (US$ 647).

Curiosidades
Em 1985, foi exposto em Tóquio (Japão) um vestido feito a mão, com fios de platina, pesando 12 kg e avaliado em um milhão de dólares.



O Paládio


O elemento químico
O paládio tem número atômico 46 e massa atômica 106,4. Pertence ao mesmo da platina (8B).

O mineral
É um mineral do sistema cúbico, de cor cinza-aço, que ocorre na forma de grãos (pepitas), às vezes com estrutura fibrorradiada. É séctil, de brilho metálico. Tem dureza. 4,5 a 5,0 e densidade 11,40.

O metal
O pládio é inoxidável, dúctil e muito maleável, podendo ser reduzido a folhas de 0,0001 mm de espessura. Seu ponto de fusão é 1.500 °C. Tem notável capacidade de absorção de hidrogênio (até 900 vezes seu próprio volume), formando, possivelmente, PdH2.

Fontes de obtenção
O paládio é extraído dos minerais de platina.

Usos
É usado como catalisador, em instrumentos odontológicos (Prótese e Ortodontia) e cirúrgicos, relojoaria e joalheria (neste caso, como substituto da platina). Forma ligas com ouro (ouro marrom, ouro branco-médio, ouro branco-suave).

Principais produtores
Em 2002, o maior produtor de paládio foi a Rússia (84 t), seguindo-se África do Sul, Estados Unidos e Canadá.

Preço
Em 29 de junho de 2007, a onça-troy de paládio valia US$ 365, pouco mais da metade do valor do ouro (US$ 647).

Curiosidades
O nome do paládio deriva de Pallas, planetóide descoberto em 1802, um ano antes de se descobrir o elemento. O mineral paládio foi descoberto pela primeira vez em Morro do Pilar, MG (Brasil).