segunda-feira, 3 de março de 2014

Voce sabe o que e NPV?

Voce sabe o que e  NPV?
A cada dia que passa a mídia especializada se enche de palavras e acrônimos que contém um enorme significado embutido no seu contexto. Estou falando de:
-NPV
-PV
-IRR
-Payback time
-EVA
-all-in cash costs -CAPEX
-OPEX
-EBITDA
-cash flow
Se você é um geólogo de exploração mineral que é ou vai ser, um dia, chefe de projeto ou executivo de uma empresa de mineração é bom saber, muito bem, o significado desses acrônimos.
Pois é, você tem que conhecer, não existe outra forma quando o assunto for avaliação econômica de projetos e de minas ou compra de empresas. Todo o executivo de empresa de mineração deve ser um excelente entendedor da economia mineral e lidar com esses conceitos, naturalmente, no seu dia-a-dia.
As coisas mudaram...
O interessante que esse approach era totalmente desconhecido da geologia e até o final da década de 70, nada disso era ensinado nas Universidades. Foi a fase da geologia romântica onde quem comprava as minas, as empresas e os projetos de mineração eram os economistas que nada sabiam de geologia.
Foi quando o canadense Brian MacKenzie, professor da Universidade de Queens, viu a oportunidade e trouxe para a geologia a economia mineral moderna e os conceitos de cash flow voltados para a avaliação de oportunidades minerais.
Que eu saiba eu fui o primeiro brasileiro a fazer o curso do Brian em 1977. Na época ele havia sido contratado pela Shell South Africa para ministrar o curso para os geólogos da Shell, na África do Sul onde eu trabalhava.
Foi um mundo novo se descortinando. A partir do Brian Mackenzie a exploração mineral, dentro da geologia, passou a fazer sentido econômico e os geólogos deixaram de ser os “poetas da mineração” como muito engenheiro costumava dizer. Foi a plataforma de lançamento para os primeiros geólogos-empresários que hoje são os donos e CEOs de uma multitude de empresas no mundo mineral.
Nós, que fizemos o curso, imediatamente espalhamos a notícia (ainda não havia internet) mas, mesmo assim, em poucos anos o Mineral Economics Course do Brian Mackenzie passou a ser o mais popular de todos os cursos na geologia mundial levando dúzias de brasileiros até a Universidade de Queens, no Canadá e mudando, definitivamente, a geologia e a economia mineral.
Mais tarde, Brian e seus ex-alunos aportaram no Brasil, a partir da década de 90, quando inúmeros cursos de economia mineral foram ministrados beneficiando aquelas gerações de geólogos.
Esse não é o seu caso?
Meu amigo(a), se você não aprendeu esses conceitos na Universidade ou na vida profissional não perca mais tempo. Estude, ou melhor, faça um bom curso.  Imediatamente!
Não há lugar, no mundo dos executivos da mineração e dos profissionais de geologia em cargos de chefia de projetos para geólogos que não dominam esses conceitos.
Ser um analfabeto da economia mineral é pecado grave no mundo atual.
Se você for estudante de geologia e a sua Universidade não tem um curso específico sobre esse assunto dentro da geologia econômica abra o olho e, literalmente, obrigue a Universidade a implementar esse curso.
Aí vai o meu conselho para esse carnaval: estude o que é NPV e suas implicações: o samba não vai ajudar na próxima avaliação de um projeto que a sua empresa for comprar.

Paradoxo: com preços do ouro em queda australianos aumentam a produção

Paradoxo: com preços do ouro em queda australianos aumentam a produção
Parece paradoxal. Com os preços do ouro em queda a Austrália produziu, em 2013, o maior volume de ouro nesta última década. Em 2013 a produção australiana de ouro atingiu 273t, 7% acima da de 2012.
O que levou os australianos a baterem recordes de produção em momento que o ouro caía é simples: eles pararam de lavrar o minério de baixo teor, que não pagava o investimento, e passaram a lavrar os minérios de alto teor. Essa estratégia aumentou, naturalmente, a produção de ouro para o mesmo volume lavrado. Bingo!! Foi batido o recorde.
Este é o lado positivo. O negativo é que as jazidas por terem maior volume relativo de baixo teor começam a perder o valor e, se os cálculos não forem bem feitos algumas serão inviabilizadas.
Tudo tem um custo a pagar...

Poconé ouro: Magellan se prepara para entrar

Poconé ouro: Magellan se prepara para entrar
A canadense Magellan Minerals assinou uma LOI com a ECI Exploration. A mineradora está se preparando para adquirir 50% dos prospectos da ECI na região de Poconé no Mato Grosso. A Magellan vai pagar um total de 1,5 milhão de dólares pela aquisição, se tudo correr bem.
Os prospectos de Poconé estão em uma faixa que vai de Cuiabá até Poconé e são caracterizados por venulações de quartzo com sulfetos e ouro encaixados em um xisto grafitoso de baixo grau que foi submetido a falhamentos de empurrão. Essa geologia de Poconé é similar à de Morro do Ouro e já havia atraído a Rio Tinto na década de 90. Na época a mineradora investigou a maioria dos garimpos mas não conseguiu identificar um depósito mínimo de 4 milhões de onças de ouro e abandonou Poconé. Desde então dezenas de mineradoras passaram por Poconé. Uma das características dos garimpos de região é a o intenso uso de máquinas pesadas que propiciou bons lucros aos garimpeiros locais, que são os mais desenvolvidos do Brasil, em termos de qualidade na lavra do minério de ouro. O Garimpo praticamente invadiu a cidade (foto) e foi duramente atacado pelos ambientalistas que tentam proteger o Pantanal. 


Publicado em: 3/3/2014 12:00:00

Brazil Resources: ações sobem exponencialmente após a compra de jazimentos no Tapajós

Brazil Resources: ações sobem exponencialmente após a compra de jazimentos no Tapajós
A junior canadense Brazil Resources sabia que estava fazendo um bom negócio ao adquirir, a preço de crise, a Brazilian Gold Corp. No negócio ela comprou os principais ativos da BGC que são os jazimentos de S. Jorge, Boa Vista e Surubim. A jazida do S. Jorge foi descoberta pela Rio Tinto na década de 90 e, desde então passou por muitas mãos. A última foi a BGC. Boa Vista é uma descoberta da Octa-Majestic que, após a saída da Brazilian Gold ainda permanece no negócio. E Surubim é um garimpo de ouro conhecido que foi adquirido pela BGC recentemente. Apesar do estágio ainda preliminar das cubagens os ativos somam mais de 2 milhões de onças de ouro com certificação NI-43-101, mas com potencial para superar facilmente as 3 milhões de onças de ouro.
O que a Brazil Resources talvez não esperasse foi a vertiginosa subida de suas ações após um breve período de dormência onde ela buscou capital para as novas empreitadas. As ações subiram 142% em 1 mês e parece que ainda não perderam o fôlego podendo subir mais ainda nas próximas semanas.
Mais uma grande dica de investimento feita pelo Portal do Geólogo que dedicou um artigo sobre o bom momento para comprar junior companies..

(veja  a matéria )

domingo, 2 de março de 2014

O ESTADO DO PARÁ E O PARADOXO DA SUA ABUNDÂNCIA MINERAL

O ESTADO DO PARÁ E O PARADOXO DA SUA ABUNDÂNCIA MINERAL
Xafi da Silva Jorge João (1).
(1) CPRM.
Resumo:
Os indicadores econômicos da indústria de base mineral do Estado do Pará mostram a alta performance do setor mineral estadual no
cenário amazônico e nacional, denunciando a fertilidade do seu substrato geológico, o qual reflete uma abundância mineral que contrasta com
o crescimento econômico e com o desenvolvimento social do Estado. O diagnóstico construído é indicativo de uma significativa contribuição do
setor mineral paraense para a lógica do desenvolvimento nacional, porém, com uma participação minúscula para a lógica do desenvolvimento
estadual, estabelecendo-se um aberrante paradoxo envolvendo uma relação entre os abundantes recursos minerais como riqueza e os escassos
índices sociais como pobreza. O paradoxo da abundância mineral paraense – o 2º maior produtor nacional - fica evidente quando da
comparação dos indicadores econômicos e sociais do Estado aos demais estados da Região Amazônica, com destaque para a produção , o
valor de comercialização, a pauta de exportações e a balança comercial em contraste com as taxas de crescimento, PIB Real estaduais, PIB Per
Capita e Índice de Desenvolvimento Humano. Os principais atores sociais do Estado do Pará vêm, historicamente, discutindo o geodestino
paraense baseado na economia dos seus recursos minerais, mostrando que políticas públicas dirigidas ao Estado, centradas no extrativismo e
no enclavismo mineral, não colocam o Pará no eixo do desenvolvimento. Ao Estado do Pará se impõe um modelo mineral meramente extrator e
exportador de bens minerais primários, cuja comercialização tem participação desprezível na internalização da renda mineral. Dissociada de um
modelo endógeno de desenvolvimento, a configuração da atividade mineral, no Estado do Pará, está segmentada nas vertentes do garimpo e da
grande empresa. O garimpo estimulado como uma atividade econômica alternativa e a grande empresa, atraída pelas vantagens comparativas,
proporcionadas pela dimensão e qualidade de suas jazidas de classe internacional, atendem a um modelo mineral desenhado pelas políticas
minerais dos anos 70 e 80. Essas políticas permanecem dirigidas ao apoiamento de grandes projetos minerais, objetivando a geração de divisas
e atender aos interesses de segmentos do setor privado. A ausência de políticas públicas de fomento ao pequeno minerador tem contribuído
para a exclusão do garimpo do setor mineral formal da região, com conseqüente marginalização de milhares de pequenos produtores. O
grande desafio paraense está centrado na capacidade de se evoluir do forte perfil extrativista para uma fase industrial de transformação mineral
com maior agregação de valor econômico, fortalecendo a reprodução e a retenção de renda gerada pelo aproveitamento de seus recursos
minerais. O desenvolvimento do Estado, alicerçado na indústria de base mineral, dependerá da verticalização em seu próprio território, sendo
imperativo a oferta abundante de hidro-energia e outros empreendimentos de infraestrutura, tendo em vista a natureza eletro-intensiva dos
minerais produzidos. O Estado do Pará exportando bens minerais primários como ferro, manganês, bauxita, cobre e caulim, exporta também,
a geração de empregos e rendas, eternizando uma situação de pobreza regional e cristalizando um inaceitável paradoxo