sábado, 29 de março de 2014

Minério de ferro na China: uma indústria em extinção

Minério de ferro na China: uma indústria em extinção
O grande número de pequenas minas, ou garimpos de minério de ferro, onde a lavra é feita com baixa qualidade, poucos investimentos e baixa tecnologia, está tornando o minério de ferro chinês inviável.
Essa é a discussão clássica sobre as vantagens e desvantagens do garimpo sobre a mineração tradicional. No médio-longo prazo o garimpo sempre irá perder, pois o que conta é o custo operacional da mina. Por mais socialistas que possamos ser, no final, o que separa os homens das crianças na mineração são os custos de produção. Nesse quesito os chineses estão longe dos mineradores profissionais que produzem com custos muito baixos.
O gráfico acima mostra a situação dramática que os produtores chineses se encontram. Em lilás vemos que os chineses, com raras exceções, produzem um minério de ferro caríssimo, entre 90 a 150 dólares por tonelada. São centenas de milhões de toneladas de um produto que não só é caríssimo, mas, também, de baixa qualidade. Em 2013,  83% da produção chinesa de minério de ferro veio de minas de pequeno a médio porte, que produziram 1,1 bilhões de toneladas de minério. Esse minério nunca poderá competir com o minério da Vale, Rio ou BHP,  que mesmo após o transporte de milhares de quilômetros chega aos portos chineses a US$50/t...
Já os grandes mineradores chineses, produziram apenas 17% da produção total, o equivalente a 224 milhões de toneladas. Esses 26 maiores mineradores tem um custo médio de US$74 por tonelada que não permite uma competição, sem subsídios, contra o minério de ferro importado. Em decorrência desta situação as importações de minério de ferro chinesas continuam crescendo. Em 2013 a China importou 818 milhões de toneladas de minério o que corresponde a 72% de suas necessidades. Já para 2016 a importação subirá para 80% . Enquanto isso a mineração chinesa de minério de ferro perde a competitividade e começa a ser sucateada, mesmo com os investimento de algumas mineradoras.
Até onde o governo pode sustentar essa situação?
Acreditamos que chegará o dia, na China, onde o minério de ferro será mais importante que os mineradores e a maioria dos mineradores chineses irão quebrar. Somente assim que os preços poderão, efetivamente, cair abaixo de US$90/t.
Uma escolha de Sofia que será enfrentada pelo Governo Chinês, em muito breve.

Megagrupo chinês quer produzir 440 milhões de toneladas de minério de ferro em 10 anos

Megagrupo chinês quer produzir 440 milhões de toneladas de minério de ferro em 10 anos
Cansados de não conseguir impor os preços do minério de ferro os chineses partem, agora, para o plano B. Eles estão criando um grupo de empresas lideradas pela Ansteel que deverá adquirir minas, no exterior, com uma produção mínima de 200 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Os membros desse grupo, em torno de oito grandes mineradoras chinesas, deverão já estar produzindo, pelo menos, 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, na China. O grupo, portanto, planeja produzir na China e no exterior, um mínimo de 440 milhões de toneladas em 2025.
A China é uma grande produtora de minério de ferro. No entanto a sua produção é feita por inúmeras pequenas minas com baixo controle de qualidade e tecnologia, tornando o minério produzido caro e de baixa qualidade.

Essa é, na realidade, a barreira que os chineses pretendem vencer: a da qualidade do produto interno. A produção de produtos de aço, na China, em 2013, foi de 1,07 bilhões de toneladas, mas poderia ser maior, caso o minério chinês tivesse uma maior qualidade.
Em 2013 o gigante asiático importou 820 milhões de toneladas de minério de ferro, 10,2% a mais do que em  2012. No mesmo ano a China produziu, internamente, 1,4 bilhões de toneladas de minério de ferro com custos elevadíssimos, entre US$100 a US$110/tonelada enquanto que a Vale, Rio Tinto e BHP colocaram seus produtos nos portos chineses com custos totais em torno de US$40-US$50/t. Com esses custos altíssimos as minas chinesas são pouco lucrativas e não conseguem investir o necessário em tecnologia, pessoal e equipamentos o que poderia torná-las mais competitivas.
É essa defasagem que realmente está em pauta. Se os chineses não tiverem qualidade no produto interno e um bom volume de minério importado de minas chinesas no exterior eles nunca conseguirão garantir um suprimento de minério a preço relativamente baixo que é o que a indústria do aço necessita para crescer, prosperar e suprir as necessidades internas decorrentes do plano de urbanização em andamento.

Foto: Xinhua

Guerra dos terras-raras: China acusada de violar regras do comércio

Guerra dos terras-raras: China acusada de violar regras do comércio
A China está sendo acusada de quebrar as regras do Comércio Mundial segundo a WTO. Os chineses estão criando restrições às exportações de terras-raras, tungstênio e molibdênio. No caso dos terras-raras ao restringir as exportações os chineses causam uma relativa carência dos elementos no mercado mundial fazendo com que os preços aumentem significativamente. Os empresários americanos dizem que os preços dos terras-raras subiram, para eles, mais de três vezes, o que não ocorre com as empresas chinesas, em um flagrante caso de discriminação.
Os chineses alegam que as cotas servem para proteger os recursos escassos e, também, a natureza.
A Organização Mundial do Comércio (WTO) afirma que a China quebra as regras aplicadas aos membros e pede que as restrições sejam banidas.
Resta saber se os chineses, que não estão acostumados a obedecer as regras comerciais ocidentais, aceitarão esta imposição da WTO. 

Europeus podem ser salvos pelo folhelho americano

Europeus podem ser salvos pelo folhelho americano
Uma das maiores ameaça que paira sobre a Europa é a possível paralisação do suprimento de gás natural da Rússia. Os gasodutos russos passam pela Ucrânia e poderão ser simplesmente, fechados caso os russos assim o queiram.
Este foi um ponto de suma importância, que os líderes europeus debateram ontem com o Presidente Obama em Bruxelas: a Europa tem 25% do seu gás importado da estatal russa Gazprom.
O que os líderes pedem é que os Estados Unidos facilitem a obtenção de licenças de exportação do gás liquefeito dos folhelhos americanos por empresas europeias. Esse poderia ser um grande passo na direção de uma zona de comércio livre entre os Estados Unidos e a Europa.
É uma interessante reviravolta no assunto, pois, até pouco tempo atrás, os americanos estavam sob o fogo cerrado de organizações europeias que debatiam o uso do fracking na exploração dos folhelhos americanos. Parece que este ponto vai ser convenientemente esquecido, agora que o velho continente se vê ameaçado pela falta do gás russo.
Muito possivelmente os europeus começarão, também, a explorar as suas reservas de folhelhos em busca de novas fontes de gás natural já que a crise da Criméia foi um “despertar” segundo o Primeiro Ministro Inglês David Cameron.

Uma das maiores ameaça que paira sobre a Europa é a possível paralisação do suprimento de gás natural da Rússia. Os gasodutos russos passam pela Ucrânia e poderão ser simplesmente, fechados caso os russos assim o queiram.
Este foi um ponto de suma importância, que os líderes europeus debateram ontem com o Presidente Obama em Bruxelas: a Europa tem 25% do seu gás importado da estatal russa Gazprom.
O que os líderes pedem é que os Estados Unidos facilitem a obtenção de licenças de exportação do gás liquefeito dos folhelhos americanos por empresas europeias. Esse poderia ser um grande passo na direção de uma zona de comércio livre entre os Estados Unidos e a Europa.
É uma interessante reviravolta no assunto, pois, até pouco tempo atrás, os americanos estavam sob o fogo cerrado de organizações europeias que debatiam o uso do fracking na exploração dos folhelhos americanos. Parece que este ponto vai ser convenientemente esquecido, agora que o velho continente se vê ameaçado pela falta do gás russo.
Muito possivelmente os europeus começarão, também, a explorar as suas reservas de folhelhos em busca de novas fontes de gás natural já que a crise da Criméia foi um “despertar” segundo o Primeiro Ministro Inglês David Cameron.

Desastre em andamento: somente 47% da água de superfície da China não está contaminada

Desastre em andamento: somente 47% da água de superfície da China não está contaminada
A notícia é assustadora. Mais de 52% de toda a água de superfície, incluindo lagos, rios e reservatórios chineses, está contaminada. Ou seja, uma boa parte da população, de um país com uma área 14,2% maior do que a do Brasil, está ingerindo e usando água contaminada.
As maiores responsáveis por essa imensa poluição são as empresas que jogam dejetos e águas não tratadas, ilegalmente, no meio ambiente.
O Governo está aumentando as multas e as penalidades para poder coibir a poluição das águas. Foi criado um programa chamado de “três linhas vermelhas” que regulará a descarga de águas usadas, o consumo de água e a eficiência do sistema de águas da China.
O assunto é grave, pois uma boa parte das plantações chinesas estão sendo irrigadas com águas contaminadas o que pode estar causando uma série de problemas de saúde ainda não identificados na população.


Foto: Reuters