Mineração Caraíbas de olho no mercado de preciosos
Em entrevista à agência Reuters, Ailton Drummond,
diretor da Mineração Caraíbas, afirmou que a empresa diversificará suas
atividades, começando a extrair ouro e prata no primeiro semestre de
2, em seu projeto Nova Xavantina, no Mato Grosso. Segundo o
executivo, serão 2 toneladas de ouro e 2,5 toneladas de prata por ano,
durante uma década, o tempo de vida útil da mina - que pode ser
extendido, a depender de novas descobertas.
Os metais terão como
destino o mercado doméstico; Nova Xavantina, que custou US$ 40 milhões
em investimentos, encontra-se atualmente em fase de "planejamento
detalhado", depois da autorização ambiental emitida pelo governo
mato-grossense no final de Março.
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domingo, 27 de abril de 2014
Veja quais são as pedras preciosas mais valiosas do mundo
Veja quais são as pedras preciosas mais valiosas do mundo
Diamantes
raríssimos, pérolas gigantescas, esmeraldas brasileiras e muitas outras
pedras preciosas fazem dessa lista uma das mais caras do mundo.
1 – Diamante Koh-i-Noor
Fonte da imagem: Reprodução/OddeeEsse é simplesmente um dos diamantes mais famosos do mundo, pertencente à Coroa Britânica. Trata-se de um diamante especial, não somente pelo altíssimo valor, mas por estar envolto em lendas e mistérios ao longo dos séculos. Nos séculos passados, o Koh-i-Noor pertenceu aos indianos, considerado por muitos um dos maiores diamantes do planeta.
Alguns textos religiosos hindus indicam que o diamante pode ter sido encontrado há mais de 5 mil anos. Quando a Índia foi anexada ao Império Britânico, a Rainha Vitória foi declarada Rainha Imperatriz do país asiático, recebendo em mãos o Koh-i-Noor. Atualmente, esse precioso e raro item histórico pesa 108 quilates e é um dos diamantes mais brilhantes do mundo.
2 – Safira Millennium
Fonte da imagem: Reprodução/OddeeA Safira Millennium, que é do tamanho aproximado de uma bola de futebol, é uma preciosidade esculpida com desenhos de figuras históricas famosas. Caso você se interesse, essa raridade está à venda por míseros US$ 180 milhões. Contudo, se você quiser comprar, é necessário colocar a peça em um local onde as pessoas possam contemplar a grandiosidade do objeto.
Essa peça valiosíssima foi esculpida pelo artista italiano Alessio Boschi, que concebeu a Safira Millennium como um tributo aos seres humanos mais geniais que já andaram entre nós. Entre as personalidades, é possível encontrar Shakespeare, Beethoven, Michelangelo, Einstein e muitos outros. A safira mede 28 centímetros e foi descoberta em Madagascar, em 1995.
3 – Aquamarine Dom Pedro
Fonte da imagem: Reprodução/OddeeO maior pedaço de pedra aquamarine (ou água-marinha) encontrado no mundo foi aqui no Brasil. A preciosidade foi batizada com o nome do antigo imperador do Brasil, Dom Pedro, encontrada em 1980. Atualmente, ela está em exposição permanente em um museu em Washington, nos Estados Unidos.
Essa joia foi polida pelo alemão Bernd Munsteiner, que esculpiu o material no formato que ele possui hoje. A principal beleza da Aquamarine Dom Pedro está no brilho, por ser translúcida e de um azul-claro profundo.
4 – Maior pérola do mundo
Fonte da imagem: Reprodução/OddeeEssa é a maior pérola do mundo, pesando seis toneladas e medindo 1.6 metros de diâmetro. Ela foi descoberta na China e vale, aproximadamente, US$ 300 milhões – na China as pérolas são mais valorizadas do que diamantes. A pedra é formada, basicamente, de minerais fluoritas, compostos de fluoretos de cálcio.
Apesar de o material em si não ser algo raro, a magnitude da formação é que chama a atenção do público. As pessoas que poliram essa raridade levaram mais de três anos para deixá-la nesse formato arredondado perfeito. Além disso, ela é capaz de brilhar no escuro quando é exposta por tempo demais a luz.
5 – Esmeralda Bahia
Fonte da imagem: Reprodução/OddeeA Esmeralda Bahia é uma das preciosidades que também foi encontrada aqui no Brasil. Hoje, ela está nos Estados Unidos, e muitos clamam ser os donos reais da raridade. Trata-se de uma pedra que possui inúmeras esmeraldas dentro de si, pesando cerca de 360 quilos. O valor? Mais de R$ 700 milhões.
Cilindros verdes e brilhantes podem ser encontrados na rocha, em estado bruto, o que é muito raro de ocorrer com esmeraldas. Ela já passou por várias mãos até chegar aos Estados Unidos, muitos a vendarem sem saber o real valor da peça. Hoje ela está em disputa no Tribunal de Justiça de Los Angeles, sem um dono definido.
6 – Diamante Moussaieff

Esse é o maior diamante vermelho já encontrado no mundo – e também foi descoberto aqui no Brasil. Com quase um quilo, essa raridade possui um corte triangular característico, capaz de fazer com que ele emita mais brilhos e reflexos. Foi descoberto em 1990, nas Minas Gerais, na região de Alto Paranaíba.
O diamante vermelho foi comprado por William Goldberg, um famoso empresário no segmento de pedras preciosas. Originalmente, a preciosidade foi batizada de "Escudo Vermelho". Entretanto, a joia foi comprada em 2002 por Shlomo Moussaieff, que o rebatizou com o próprio nome.
7 – Turmalina Paraíba

Realmente o Brasil é uma terra de muitas preciosidades. A Etheral Carolina Divine também foi encontrada em nossas terras, classificada com uma turmalina Paraíba. As turmalinas Paraíba são nomeadas desse jeito por serem encontradas com maior facilidade nesse estado do Nordeste, apesar de serem extremamente raras. O principal diferencial dessa pedra é o tom de cor, levemente azulado, que não é encontrado em nenhum outro lugar do mundo.
A Etheral Carolina Divine vale aproximadamente US$ 100 milhões e já não se encontra no Brasil. Atualmente, o dono dela é o canadense milionário Vincent Boucher. Ela é a maior e mais preciosa turmalina Paraíba já encontrada no mundo.
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Conheça a Rota das Esmeraldas na Bahia
Conheça a Rota das Esmeraldas na Bahia
A pedra preciosa embala o sonho de alguns brasileiros. O trabalho exige sacrifício. Tem gente que abandona tudo para tentar vencer.Carnaíba, município de Pindobaçu, na Bahia, é um vilarejo que atrai garimpeiros do Brasil inteiro e endereço de uma das maiores reservas do país da mais cobiçada pedra verde. É a terra das esmeraldas.
São cerca de 70 garimpos nas terras de Carnaíba. Os mais rasos têm 50 metros de profundidade. Alguns já chegaram a 300 metros.
“Esse tem 200 metros, mas ninguém despencou daqui. Tem 20 garimpeiros lá embaixo”, comenta Noel Almeida, dono de um garimpo.
A vida por um fio, um cabo de aço e um cinto de borracha. Este é o único transporte para se chegar ao esconderijo das esmeraldas. É tão profundo que não dá para ver onde acaba. São cinco minutos descendo o abismo e uma eternidade para quem não está acostumado.
Nesse estranho mundo subterrâneo, o homem desconhece o medo e se entrega ao exaustivo trabalho braçal. O sonho desses aventureiros é, num piscar de olhos, encontrar a sorte.
Já são 47 anos de exploração, e as pesquisas indicam que os garimpeiros ainda não extraíram 10% de todo o volume de esmeraldas concentrados na região. Lá embaixo, não há estudo geológico. É pela experiência que eles descobrem o caminho das pedras.
“A gente descobre que está rumo às esmeraldas quando pega um material preto, que é o cromo. Ele indica que tem esmeralda, que ela está perto”, comenta um garimpeiro.
Perto e muito arriscado – eles furam a rocha e enchem os buracos com dinamite.
“São cem detonações por dia”, calcula um garimpeiro.
Nem na hora do fogo, eles sentem medo. Ficam a 10 ou 15 metros, no máximo, do local da explosão. É assustador. A impressão é de que as galerias vão desabar.
Cerca de 50 garimpeiros já morreram em Carnaíba, mas nenhuma estatística é capaz de abalar o desejo de ficar rico de repente. Muita pedra vem abaixo. Pelas evidências, os garimpeiros estão diante de um futuro milionário.
“Não falei? Abaixo do material preto, tem esmeralda. É muita alegria. Sinal de que estou ficando rico”, comenta um garimpeiro.
Tem garimpeiro que abusa da sorte. Francisco José Campo não pode se queixar. Já achou esmeralda suficiente para nunca mais voltar ao garimpo.
“Achei que estava rico, mas voltei porque gastei tudo”, diz Francisco.
O que é lixo para uns é dinheiro para muitas famílias. No cascalho jogado fora ou nos arriscados porões das jazidas, o mundo das pedras preciosas é um labirinto de incertezas. Uma aventura que desafia a coragem do homem.
“Isso tudo é esmeralda. Dá para ganhar um dinheiro”, comenta a dona-de-casa Maria de Lourdes de Jesus.
A Chapada Diamantina localiza-se na Serra do Espinhaço que é uma cadeia montanhosa
- MAPAS
- Vista dos 3 Morrões
- Serra do Espinhaço
- Vista dos Morrões e do Morro do Camelho
- Poço Encantado
- Gruta da Lapa Doce
- Gruta da Pratinha
- Canyon do Buracão
- Rio Mucugezinho e Poço do Diabo
- GEOGRAFIA
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Há cerca de 1,8 bilhão de anos, aqui, onde hoje é sertão, já foi banhado pelas águas do mar. A Chapada foi coberta pelo oceano
até que um choque de placas tectônicas criasse as profundas fendas e depressões que compõem atualmente a geologia da região.
Assim, iniciou-se a formação das serras sedimentares, através da ação dos ventos, rios e mares, que juntaram pedacinhos de diversas pedras e desenharam as paisagens locais, criando a Bacia do Espinhaço, com elevações de formatos bem diversificados.
A região está dividida geograficamente entre várias serras, como a Serra de Rio de Contas, do Bastião, da Mangabeira, das Almas e do Sincorá. Elas são as divisoras de água entre a bacia do Rio São Francisco, Rio de Contas e o Paraguaçu, que deságuam no Oceano Atlântico.
A Chapada Diamantina localiza-se na Serra do Espinhaço que é uma cadeia montanhosa localizada no planalto Atlântico, estendendo-se pelos estados da Bahia e Minas Gerais. Seus terrenos são do Proterozóico e contêm jazidas de ferro, manganês, bauxita, diamante e ouro.
Seu nome fora dado pelo geólogo alemão Ludwig von Eschwege no século XIX[1]. É responsável pela divisão entre as redes de drenagem do Rio São Francisco e as redes de drenagem dos rios que correm diretamente para o oceano Atlântico. É considerada reserva mundial da biosfera, por ser uma das regiões mais ricas do planeta, graças sua grande diversidade biológica.
A Serra do Espinhaço pode ser considerada a única cordilheira do Brasil, pois é singular em sua forma e formação. Há mais de um bilhão de anos em constante movimento, é uma cadeia de montanhas bastante longa e estreita, entrecortada por picos e vales. Tem cerca de 1.000 quilômetros de extensão, no sentido latitudinal do Quadrilátero Ferrífero, ao Norte de Minas e, depois de uma breve interrupção, alcança a porção sul da Bahia. Todo esse percurso apresenta uma diferença mínima de longitude, ou seja, sua largura varia apenas entre 50 e 100 quilômetros.
A Serra do Espinhaço foi considerada pela Unesco em 27 de junho de 2005 a sétima reserva da biosfera brasileira, devido a sua grande diversidade de recursos naturais; mostrando-nos a importância de protegê-la
Mais da metade das espécies de animais e plantas ameaçados de extinção em Minas Gerais estão nas Cadeias do Espinhaço. Especialmente na Serra do Cipó, onde se encontra o maior número de espécies endêmicas da flora brasileira.
As raízes africanas, européias e indígenas se misturam no Espinhaço, deixando marcas nos costumes e manifestações culturais das comunidades locais. A beleza e a cultura da região oferecem condições para o desenvolvimento do ecoturismo.
Entre os municípios que são cortados pela Serra do Espinhaço estão Porteirinha, Mato Verde, Espinosa, Olhos-d'Água em Minas Gerais e Lençóis, Mucugê, Andaraí, Iraquara, Bonito, Ibicoara, Rio de Contas e Igatu.
Localização, Limites, Explicação dos Limites e Tamanho
Localizada na parte centro-sul do bioma, alongada no sentido N-S e em forma de "Y", seguindo o alinhamento do divisor de águas da Chapada Diamantina. É inteiramente circundada pela ecorregião da Depressão Sertaneja Meridional. Os limites são explicados principalmente pelas mudanças de relevo, altitude e tipo de solo. É a parte mais alta do bioma Caatinga.
Tamanho: 50.610 km2.
Unidades Geoambientais do ZANE
Nesta ecorregião estão presentes as unidades dos Maciços e serras altas (S2); Superfícies retrabalhadas (E4, E5, E8); Chapada Diamantina (C1, C3, C6, C8); Superfícies cársticas (J4).
Tipos de Solo, Geomorfologia, Relevo e Variação de Altitude
Esta é a ecorregião mais elevada da caatinga, quase toda com mais de 500 m de altitude. O relevo é bastante acidentado, com grandes maciços residuais, topos rochosos, encostas íngremes, vales estreitos e profundos, grandes superfícies planas de altitude e serras altas, estreitas e compridas. As altitudes variam de 200 a 1.800 m, com um pico (Pico do Barbado) de 2.033 m.
Nos maciços e serras altas os solos são em geral rasos, pedregosos e pobres, predominando os solos litólicos (rasos, pedregosos e de fertilidade baixa) e grandes afloramentos de rocha. Nos topos planos os solos são em geral profundos e muito pobres, com predominância de latossolos (profundos, bem drenados, ácidos e de fertilidade baixa).
Boa parte do leste da Chapada Diamantina é constituída por áreas que têm sofrido retrabalhamento intenso, causando um relevo bastante dissecado com vales profundos, com altitude variando de 200 a 800 m. Nestas áreas predominam os solos podzólicos (medianamente profundos, bem drenados, textura argilosa e fertilidade média) e os latossolos.
A Chapada Diamantina contém as cabeceiras de vários rios que correm para a Depressão Sertaneja Meridional.
Clima
Na parte oeste o clima vai de quente a tropical, com um gradiente crescente de precipitação das menores para as maiores altitudes. Nas áreas mais baixas a média anual fica em torno de 500 mm, enquanto ultrapassa os 1.000 mm nas partes mais altas. O período chuvoso vai de outubro a abril.
Na parte leste o clima vai de tropical a semi-árido, com período chuvoso de novembro a maio e precipitação média de 678 a 866 mm/ano.
Grandes Processos Característicos ou Influências
Gradientes de altitude (inclui os pontos mais altos do NE) que formam "ilhas" de campos rupestres separadas por vales mais baixos de caatinga - processo de isolamento que gera especiações.
Gradiente de temperaturas (apresenta as temperaturas mais baixas do semi-árido)
Grande influência de longos períodos secos, contrastando com uma pluviosidade anual acima de 1.000 mm (chegando em alguns anos a 2.000 mm - maiores índices pluviométricos do semi-árido) e formação de neblina o ano inteiro. Abriga as nascentes da maioria dos rios perenes da Depressão Sertaneja Meridional, sendo o grande divisor de águas daquela ecorregião.
Há influência da Serra do Espinhaço em elementos da flora, e a presença de cavernas é muito importante para a fauna.
Tipos de Vegetação
Mosaico que inclui caatinga com grande diversidade (abaixo de 1.000 m de altitude), cerrado, campos rupestres, e diferentes tipos de mata (da mais seca à mais úmida).
Acima de 1.000 m de altitude, onde existem mais afloramentos rochosos, predominam os campos rupestres (ligados a quartzitos); onde o solo é mais arenoso, predomina o cerrado (solo podzólico). As matas, predominantes nas encostas, são mais ligadas a granitos e gnaiss, e tornam-se mais úmidas à medida em que a altitude aumenta. As matas de caatinga são do tipo floresta estacional caducifólia, com muitas árvores espinhosas, especialmente dos gêneros Acacia e Mimosa, e abundância de Cactaceae e Bromeliaceae. Algumas espécies são marcantes na fisionomia da vegetação, como o umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) e o juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.). Porém, existe uma diversidade muito grande na flora, e muitos gêneros e espécies endêmicos.
A caatinga ocupa grande extensão da ecorregião, em altitudes de até 1.000 m, onde se entremeia com os cerrados de altitude. A caatinga também predomina para o norte, nos vales do rio de Furnas, rio de Contas e rio Paraguaçu, assim como na parte mais a oeste das serras, onde a altura cria uma barreira impedindo a passagem das chuvas.
Exemplos de Grupos Taxonômicos Típicos
Flora:
As caatingas da Chapada têm alguns gêneros endêmicos das famílias Leguminosae, Cactaceae, Sterculiaceae, Scrophulariaceae, Martyniaceae e Compositae. Os campos rupestres abrigam uma flora completamente diferente da caatinga, mas contêm muitas espécies endêmicas da Chapada.
Gêneros endêmicos: Rayleya (Sterculiaceae) - gênero com uma espécie, só de Andaraí; Mysanthus (Leguminosae) - gênero com uma espécie da parte sul da Chapada; Heteranthia (Scrophulariaceae) - gênero com uma espécie de áreas brejosas do leste da Chapada; Holoregmia (Martyniaceae) - gênero com uma espécie de Rio de Contas até Anajé.
Espécies endêmicas: Mimosa irrigua Barneby (Leguminosae), Chamaecrista eitenorum var. regana I. & B. (Leguminosae), Portulaca werdermanii Poelln. (Portulacaceae, do Morro do Chapéu e Mucugê), Melocactus glaucescens Buin. & Bred. (Cactaceae, do Morro do Chapéu), Arrojadoa bahiensis (U. Brawn & Esteves) M. P. Taylor & Eggli (Cactaceae), Pilocarpus trachylophus Holmes (Rutaceae - ocorre em MG, BA e CE).
Estado de Conservação Estimado
A área, que é muito frágil, está ameaçada pela agricultura de café nas áreas planas, pela pecuária, e principalmente por lavras (vários tipos de minério) e pedreiras.
Também é preocupante a crescente pressão do turismo de várias modalidades, além do extrativismo de espécies ornamentais (orquídeas, sempre-vivas, bromélias).
Rio Paraguaçu
Na chapada Dia,amtina ocorre a formação do Rio Paraguaçu o maior rio genuinamente baiano. Suas nascentes são diamentíferas, suas margens férteis, muito piscoso em todo a sua extensão e navegável das cidades à sua foz. Já foi a principal via de transporte e comunicação de toda a região.
O nome Paraguaçu" é de origem tupi e significa "mar grande", através da junção dos termos pará ("mar") e gûasu ("grande"). No Brasil Colônia, foi escrito de várias formas: Paraguaçu, Paraoçu, Paraossu, Peroguaçu, Perasu, Peoassu e Peruassu. Segundo historiadores, em 1504 os franceses já traficavam pelo Rio Paraguaçu com os nativos. Porém a sua descoberta é atribuída a Cristóvão Jacques, comandante da primeira expedição guarda-costa que chegou ao Brasil em 1526 para combater os franceses no contrabando do pau-brasil no litoral. Frei Vicente do Salvador, primeiro historiógrafo brasileiro, relata que Cristóvão Jacques, na ilha "dos Franceses" situada no baixo curso do Paraguaçu, encontrou duas naus da França ali ancorada, comerciando com os indígenas, afundando-as com equipagens e mercadorias.
Nasce no Morro do Ouro, Serra do Cocal, município de Barra da Estiva, Chapada Diamantina, segue em direção norte passando pelos municípios de Ibicoara, Mucugê e até cerca de 5km a jusante da cidade de Andaraí, quando recebe o rio Santo Antônio. Muda de direção em seu curso para oeste e leste, servindo como divisor entre os municípios de Itaeté, Boa Vista do Tupim, Marcionílio Souza, Itaberaba, Iaçu,Argoim, Santa Teresinha, Antônio Cardoso, Castro Alves, Santo Estevão, Cruz das Almas, Governador Mangabeira,Cabaceiras do Paraguaçu, Conceição da Feira, Muritiba de São Félix, e as cidades de São Felix de Cachoeira e Maragogipe desemboca na Baía de Todos os Santos entre os municípios de Maragogipe e Saubara.
Tem seiscentos quilômetros de curso, ao longo do qual banha cidades importantes, inclusive sob o ponto de vista turístico, a exemplo das acima citadas e povoados como Santiago do Iguape, São Francisco do Paraguaçu, Nagé, Coqueiros, São Roque e Barra do Paraguaçu. É navegável em seu baixo curso, da foz até as cidades de Cachoeira e São Félix, passa por Maragogipe num percurso de 46 km. Dentre os afluentes principais destacam-se somente os da margem esquerda: Santo Antônio, Tupim, Capivari (São Félix), do Peixe. Forma algumas quedas d'água, destacando-se a de Bananeiras.
Nele, se pesca ao longo de todo o curso, principalmente tucunarés, traíras e piaus, sendo que no baixo curso encontram-se camarões, robalos e tainhas.
Com a construção da barragem de Pedra do Cavalo, responsável pelo controle de suas cheias, ganhou mais uma utilização, a de responder pelo abastecimento de água todo o Recôncavo, Feira de Santana e a Grande Salvador.
Para se conhecer a Chapada Diamantina em sua exuberância propomos o mais diversificado roteiro da Chapada Diamantina, através do qual se pode visitar os principais atrativos do Parque Nacional e seu entorno: cachoeiras, cavernas, cânions, montanhas, cidades históricas integrantes dos ciclos do Diamante e do Ouro, além de atividades do turismo de aventura, para iniciantes e praticantes. Com variadas opções de trilhas curtas e longas, este roteiro é flexível aos diversos perfis de visitantes e conta com infra-estrutura turística de qualidade. Tombadas pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as cidades de Lençóis, Mucugê, Igatu e Andaraí preservam o casario colonial do final do século XIX. A diversidade cultural confere um clima charmoso a Lençóis, que também se posiciona como portão de entrada para a Chapada Diamantina.
Pegmatíticos na Zona de Cúpula do Granitóide Ritápolis, Região de São João del Rei,,
Stockscheider
Quartzo-Moscovíticos e Pegmatíticos na Zona de Cúpula do
Granitóide Ritápolis, Região de São João del Rei, Minas Gerais
Quartz-Muscovite and Pegmatite Stockscheider in the Dome of Ritápolis Granitoid, Region of São João del Rei, Minas Gerais
Resumo
Em quatro áreas da Província Pegmatítica de São João del Rei são encontrados clusters de corpos constituídos basicamente por quartzo-moscovita, que estão em estreita associação com pegmatitos posicionados paralelamente à zona de cúpula do granitóide Ritápolis, no contato deste com as rochas metassedimentares - metavulcânicas da faixa greenstone Rio das Mortes. As associações mineralógicas determinadas para os stockscheider quartzo-moscovíticos e pegmatíticos, representadas por columbita-tantalita, cassiterita, gahnita, zircão, xenotímio e monazita, são semelhantes às determinadas para os demais pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei. Os tipos de inclusões (Pb-tantalita, microlita, Pb-microlita, U-microlita, Ba-microlita, zircão rico em Hf) contidas na Fe-columbita associada ao stocksheider também são as mesmas da Fe-columbita associada aos pegmatitos mais evoluídos da província. Os stockscheider quartzo-moscovíticos e pegmatíticos estão vinculados ao granitóide Ritápolis e este, aos demais pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei. O mecanismo proposto para a formação dos clusters de stockscheider quartzo-muscovíticos e pegmatíticos é o da cristalização de bolsões localizados contendo fluidos tardi-magmáticos e pós-magmáticos (hidrotermais - metassomáticos) segregados do magma granítico, os quais foram injetados ao longo de fraturas paralelas à zona de cúpula do granitóide Ritápolis.
Palavras-chave: Stockscheider; Corpos quartzo-moscovíticos; Fe-columbita; Província Pegmatítica de São João del Rei.
Abstract
Clusters of essentially quartz-muscovitic rocks were found in four areas of the São João del Rei Pegmatite Province in close association with pegmatites positioned parallel to the contact between the Ritápolis granitoid and the metavolcanic - metasedimentary rocks of the Rio das Mortes greenstone belt. The suite of accessory minerals associated to the quartz-muscovite and pegmatite stockscheider (columbite-tantalite, cassiterite, gahnite, zircon, xenotime and monazite) are similar to those determined for the pegmatites of the province. The mineralogy of inclusions (Pb-tantalite, microlite, Pb-microlite, U-microlite, Ba-microlite, Hf-rich zircon) in the Fe-columbite associated to the stockscheider is similar to those determined for the Fe-columbite of the more evolved pegmatites found in the province. The quartz-muscovite and pegmatite stockscheider are related to Ritápolis granitoid with is related to the other pegmatites of São João del Rei Pegmatite Province. The proposed mechanism for the formation of clusters of muscovite-quartz and pegmatitic stockscheider is the crystallization of pockets of tardi-magmatic and pos-magmatic hydrothermal - metasomatic fluids segregated from the parental granitic magma and injected into fractures parallel to the roof contact of the granitoid dome.
Keywords: Stockscheider; Quartz-moscovite bodies; Fe-columbite; São João del Rei Pegmatite Province.
1 Introdução
A Província Pegmatítica de São João del Rei (Francesconi, 1972) está situada na porção centro-sul do Estado de Minas Gerais e abrange os municípios de Nazareno, São Tiago, Resende Costa, Cassiterita (atual Conceição da Barra de Minas), São João del Rei, Ritápolis e Coronel Xavier Chaves. Desde o início da década de 40 do século passado (época da descoberta das mineralizações estano-tantalíferas - Coelho, 1942) até por volta de 1980, processou-se uma intensa explotação dos corpos pegmatíticos contendo cassiterita e columbita-tantalita desta província, os quais cortam as diversas unidades paleoproterozóicas da região. Dentre as lavras historicamente famosas podem ser citadas as do Volta Grande e Minas Brasil (em Nazareno), Lavra da Barra (em Conceição da Barra de Minas), Paiol (em Ritápolis) e Cascalho Preto (em Coronel Xavier Chaves). Esses corpos e outros pegmatitos foram estudados e os resultados publicados em trabalhos isolados (Rolff, 1947 e 1952; Guimarães & Guedes, 1944; Guimarães, 1950; Guimarães & Belezkjy, 1956; Heinrich, 1964; Francesconi, 1972, Quéméneur, 1987; Pires & Pires, 1992; Lagache & Quéméneur, 1997; Pereira et al., 2003 e 2004), que em geral enfocavam somente os grandes corpos pegmatíticos produtores (Volta Grande e Paiol).
Durante os levantamentos de campo realizados pela presente equipe na Província Pegmatítica de São João del Rei foi constatada a presença de corpos rochosos constituídos essencialmente por quartzo e moscovita, que ocorrem nas proximidades da zona de contato do granitóide Ritápolis com suas rochas encaixantes, basicamente rochas metassedimentares e metavulcânicas máficas pertencentes à faixa greenstone Rio das Mortes (Pereira et al., 2011). De uma forma muito semelhante aos pegmatitos da província, os corpos quartzo-moscovíticos também apresentam columbita-tantalita, gahnita e, eventualmente, cassiterita nas suas composições mineralógicas. Neste contexto, o presente trabalho tem como escopo divulgar as informações disponíveis, até o presente momento, sobre uma série de pequenos corpos de composição quartzo-moscovítica encontrados na zona de cúpula do granitóide Ritápolis, estabelecendo a provável ligação genética destes com o referido batólito e com os pegmatitos, que apresentam-se distribuídos ao longo de toda a província.
2 Província Pegmatítica de São João del Rei
A Província Pegmatítica de São João del Rei está localizada na porção sudeste do Estado de Minas Gerais (Figura 1) e difere em idade e mineralizações para a província Pegmatítica Oriental Brasileira (Pereira et al., 2007). Esta está inserida na extremidade meridional do cráton do São Francisco, no contexto geológico do cinturão Mineiro, que corresponde à junção de vários arcos magmáticos paleoproterozoicos, desde intra-oceânicos a continentais (Noce et al., 2007; Ávila et al., 2010; Heilbron et al., 2010).
A região onde está localizada a Província Pegmatítica de São João del Rei (Figura 2) sempre foi alvo da atenção dos geólogos, principalmente por apresentar uma série de ocorrências minerais tais como ouro, manganês, cassiterita e tantalita. Segundo Ávila (2000) e Ávila et al. (2003 e 2010) essa região apresenta evolução geológica complexa e é constituída por pelo menos três sequências greenstone belt (Rio das Mortes, Nazareno e Dores de Campos), por ortognaisses tonalíticos a graníticos (corpos Itutinga, Itumirim, Cassiterita, Fé) e por corpos plutônicos máficos e félsicos com feições primárias preservadas (dentre eles o granitóide Ritápolis e o diorito Brumado), além de uma série de pegmatitos de diversas dimensões, incluindo alguns corpos expressivos (Ex: Volta Grande e Minas Brasil). Rochas metassedimentares Paleo, Meso e Neoproterozoicas das megasseqüências São João del Rei, Carandaí e Andrelândia ocorrem sobrepostas às unidades acima mencionadas por discordância angular e/ou litológica (Ribeiro et al., 2003).
As rochas metamáficas, metaultramáficas e metassedimentares que afloram próximas a Conselheiro Lafaiete (cujo prolongamento abrange as rochas ao norte da cidade de São João del Rei) foram reunidas conjuntamente com gnaisses sob a denominação de greenstone belt Barbacena, cuja idade seria provavelmente Arqueana (Pires, 1978). Posteriormente este conjunto foi subdividido geograficamente em duas faixas representadas pelo greenstone Itumirim-Nazareno (Teixeira, 1992), que aflora entre as cidades de Nazareno e Itumirim e pelo greenstone Rio das Mortes (Quéméneur, 1987), que está exposto parcialmente ao longo do rio das Mortes entre as cidades de Lavras e Ritápolis. Segundo Ávila (2000), na faixa correspondente ao greenstone Itumirim-Nazareno predominam rochas metaultramáficas (komatiitos e serpentina-talco-tremolita xistos) com raros filitos e quartzitos intercalados, enquanto o greenstone belt Rio das Mortes é constituído por rochas metamáficas (anfibolitos e actinolita xistos), que ocorrem associadas a espessos pacotes de rochas metassedimentares, representadas por filitos, gonditos, quartzitos e xistos.
3 Granitóide Ritápolis e Pegmatitos Associados
Os corpos pegmatíticos mineralizados em Sn-Ta-Nb (±Li) da Província Pegmatítica de São João del Rei (Figura 3) sempre foram correlacionados ao corpo granítico que aflora próximo a cidade de Ritápolis, independentemente da designação com que o mesmo foi contemplado. Este corpo apresenta proporções batolíticas, é composto por rochas tonalíticas, granodioríticas, monzograníticas e sienograníticas (Ávila, 2000; Souza, 2009) e foi designado de granito Ritápolis (Quéméneur & Baraud, 1983), de granito Santa Rita (Pires & Porto Júnior, 1986) e de granitóide Ritápolis (Ávila, 2000).
As rochas do granitóide Ritápolis são compostas principalmente por plagioclásio, quartzo, feldspato potássico (ortoclásio, microclina) e biotita, enquanto os minerais acessórios são representados por titanita, xenotímio, moscovita, zircão, allanita, granada e minerais opacos, dentre eles magnetita, ilmenita, pirita, molibdenita, galena e columbita. Os minerais secundários correspondem a sericita, clorita, zoisita, clinozoisita, epídoto e carbonatos (Ávila, 2000; Souza, 2009).
Ávila et al. (2006a) correlacionaram composicionalmente e temporalmente o granitóide Ritápolis (2121 ± 7 Ma) com os granitóides de Itumirim (2101 ± 8 Ma) e Macuco de Minas (2116 ± 9 Ma), apontando que estes corpos marcariam o final do magmatismo félsico paleoproterozoico da região entre as cidades de Itumirim e São João del Rei, pois as relações de campo indicam que os mesmos são intrusivos nas rochas anfibolíticas das faixas greenstone Rio das Mortes e Nazareno, bem como em corpos plutônicos máficos e félsicos, cujas idades variam entre 2255 ± 6 Ma e 2155 ± 3 Ma na região de Itumirim (Cherman, 2004) e entre 2188 ± 29 Ma a 2131 ± 4 Ma na região de São João del Rei (Ávila, 2000; Teixeira et al., 2008; Ávila et al., 2003, 2006b, 2010).
Em geral, os pegmatitos ocorrem como corpos tabulares, com mergulhos subverticais, com extensões e espessuras muito variáveis, podendo os mesmos estar enriquecidos em cassiterita, columbita-tantalita e microlita. Francesconi (1972) detalhou a mineralogia destes pegmatitos, que seriam compostos por quartzo, albita e moscovita, tendo como minerais acessórios, magnetita, ilmenita, cassiterita, columbita-tantalita, microlita, minerais litiníferos dentre eles o espodumênio e a lepidolita, além de pequenas quantidades de xenotímio, monazita, zircão, pirocloro, gahnita, rutilo, granada e estaurolita. Para Pires & Pires (1992) os pegmatitos de São João del Rei podem ser agrupados em quatro zonas: pegmatitos intragranitos; pegmatitos proximais; pegmatitos intermediários e pegmatitos distais.
4 Corpos Quartzo-Moscovíticos
Há na região de São João del Rei numerosos pegmatitos, que por serem corpos pequenos nunca suscitaram interesse por parte de empresas, de eventuais garimpeiros ou de pesquisadores. Durante um levantamento para amostragem desses pequenos pegmatitos constatou-se a presença de uma série de corpos rochosos com espessuras entre 0,4 m e 1,5 m, exclusivamente constituídos por quartzo (hialino, leitoso e fumê) e moscovita, e que são, em geral, portadores de mineralizações, não econômicas, de columbita-tantalita e, eventualmente, cassiterita. Esses corpos quartzo-moscovíticos geralmente constituem clusters e foram encontrados, até o presente momento, em quatro áreas:
a) Em Itutinga, nos arredores da fazenda São Jerônimo;
b) No entorno da Lavra da Barra, ao norte da cidade de Conceição da Barra de Minas (antiga cidade de Cassiterita);
c) Nas proximidades da cidade de Ritápolis;
d) No entorno do povoado de Penedo.
A moscovita dispersa pelo chão (Figura 4) ou concentrada nos pequenos cortes das estradas vicinais (Figura 5), na forma de palhetas centimétricas (Figura 6), representou o principal guia prospectivo utilizado para a localização dos corpos quartzo-moscovíticos, cujos minerais acessórios, representados principalmente por columbita-tantalita, gahnita, zircão, xenotímio e monazita (Tabela 1) são bastante semelhantes à aqueles encontrados nos pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei (Tabela 2), desde os corpos menos evoluídos (e.g., os dispostos como stockscheider) até aos apontados como os mais evoluídos, tais como os da Lavra da Barra e Volta Grande.
Os corpos quartzo-moscovíticos ocorrem preferencialmente nas proximidades dos contatos entre as rochas da faixa greenstone Rio das Mortes e do granitóide Ritápolis. Eles estão sobrepostos a pegmatitos à moscovita e ambos estão dispostos de maneira paralela - subparalela à configuração da cúpula granítica, cujo traçado acompanha a topografia local. Esses dois tipos de corpos foram considerados como constituindo feições do tipo stockscheider.
Quimicamente o principal niobo-tantalato presente nos corpos quartzo-moscovíticos corresponde a Fe-columbita, que pode ser agrupada em dois conjuntos: o primeiro com 60% de Nb2O5 e 20% de Ta2O5 e outro com 64% de Nb2O5 e 10% a 14% de Ta2O5. Os valores da Fe-columbita desse último conjunto equivalem aos da Fe-columbita derivada dos pegmatitos relacionados ao stockscheider. Já a composição química das Fe-columbitas associadas aos pegmatitos mais evoluídos da Província Pegmatítica de São João del Rei permitem estabelecer três conjuntos, onde os teores correspondentes são: 41,8%, 48,5% e 65,8% de Nb2O5 e 32,5%, 25,9% e 7,1% de Ta2O5 (Tabela 3 e Figura 7). As exsoluções (Figura 8) e inclusões sólidas (Figuras 9 e 10) encontradas hospedadas tanto na Fe-columbita dos corpos quartzo-moscovíticos, quanto na Fe-columbita dos pegmatitos são muito semelhantes e representadas por microlita, pirocloro e zircão rico em háfnio.
5 Considerações Finais
A maioria dos stockscheider quartzo-moscovíticos e pegmatíticos determinados estão na zona de contato do granitóide Ritápolis com as rochas metassedimentares e metavulcânicas da faixa greenstone Rio das Mortes. Entretanto, considerando-se o mapa geológico 1:100.000 da folha Lavras (Quéméneur et al., 2003), verifica-se que os corpos quartzo-moscovíticos da região de Itutinga encontram-se próximo às rochas da faixa greenstone Nazareno, aí representada principalmente por litotipos metakomatiíticos. Cabe, porém, uma ressalva, pois, no presente trabalho constatou-se que as faixas de filitos grafitosos, filitos manganesíferos, gonditos e anfibolitos situados nas imediações da fazenda São Jerônimo estariam mais de acordo com o que foi proposto por Ávila (2000) para a faixa greenstone Rio das Mortes do que para a faixa greenstone Nazareno.
A exposição, em superfície, do granitóide Ritápolis, incluindo o seu contato com as rochas da faixa greenstone Rio das Mortes, bem como os diversos roof pendants dessa unidade correspondem a testemunhos diretos dos processos erosivos que atuaram na região. E foi esse processo de denudação que permitiu, com a exposição da zona de contato granito - rochas metavulcanossedimentares, que os stockscheider quartzo-moscovíticos e pegmatíticos pudessem aflorar e fossem localizados.
A princípio, pressupôs-se que a geração dos stockscheider tenha se dado de forma generalizada e se desenvolvido por toda a zona de cúpula granítica. Entretanto, a localização deles em somente quatro sítios aponta para o fato de que o fenômeno gerador desses corpos se desenvolveu de forma restrita em relação à área total de exposição do batólito Ritápolis, como que concentrados em pequenos bolsões constituídos por uma fase magmática tardia que atuou conjuntamente com uma fase fluida. Os bolsões fluido-gasosos segregados no teto da intrusão granítica ficaram aí aprisionados sem possibilidade de escape. Possivelmente, ao longo do tempo deu-se a separação entre a fase magmática ainda rica em voláteis e a de fluidos hidrotermais-metassomáticos, que foram injetados em um sistema de fraturas paralelas à zona de cúpula granítica, onde cristalizaram como stockscheider pegmatíticos (fase tardi-magmática) e quartzo-moscovíticos (fase pós-magmática).
Existe uma estreita ligação mineralógica entre os pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei e os corpos quartzo-moscovíticos estudados. Por exemplo, a ganhita considerada por Francesconi (1972) como um importante integrante da súmula mineral dos pegmatitos mineralizados (produtores) da província, também se encontra associada aos corpos quartzo-moscovíticos. Da mesma forma, em termos do conteúdo das inclusões e exsoluções minerais, constata-se que a Fe-columbita derivada dos pegmatitos e a dos corpos quartzo-moscovíticos também são semelhantes. Neste sentido, pode-se considerar que os stockscheider pegmatíticos e quartzo-moscovíticos e os demais pegmatitos da província estejam geneticamente associados e que o plúton gerador de todos corresponde ao granitóide Ritápolis.
6 Conclusões
Stockscheider pegmatíticos e quartzo-moscovíticos são encontrados nas zonas de cúpula do granitóide Ritápolis e no contato deste com as rochas metavulcânicas e metassedimentares da faixa greenstone Rio das Mortes. A mineralogia destes corpos, com columbita-tantalita, cassiterita (mais raramente), gahnita, zircão, monazita e xenotímio assemelha-se à dos pegmatitos mais diferenciados da Província Pegmatítica de São João del Rei.
A assinatura da Fe-columbita dos corpos quartzo-moscovíticos, em termos das inclusões sólidas e exsoluções, é similar à determinada para esse mesmo mineral derivado dos pegmatitos presentes na região. Neste sentido, indica-se uma estreita relação entre os stockscheider quartzo-moscovíticos e os demais pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei e a associação de ambos com o mesmo corpo emissor, no caso o granitóide Ritápolis.
Quartz-Muscovite and Pegmatite Stockscheider in the Dome of Ritápolis Granitoid, Region of São João del Rei, Minas Gerais
Resumo
Em quatro áreas da Província Pegmatítica de São João del Rei são encontrados clusters de corpos constituídos basicamente por quartzo-moscovita, que estão em estreita associação com pegmatitos posicionados paralelamente à zona de cúpula do granitóide Ritápolis, no contato deste com as rochas metassedimentares - metavulcânicas da faixa greenstone Rio das Mortes. As associações mineralógicas determinadas para os stockscheider quartzo-moscovíticos e pegmatíticos, representadas por columbita-tantalita, cassiterita, gahnita, zircão, xenotímio e monazita, são semelhantes às determinadas para os demais pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei. Os tipos de inclusões (Pb-tantalita, microlita, Pb-microlita, U-microlita, Ba-microlita, zircão rico em Hf) contidas na Fe-columbita associada ao stocksheider também são as mesmas da Fe-columbita associada aos pegmatitos mais evoluídos da província. Os stockscheider quartzo-moscovíticos e pegmatíticos estão vinculados ao granitóide Ritápolis e este, aos demais pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei. O mecanismo proposto para a formação dos clusters de stockscheider quartzo-muscovíticos e pegmatíticos é o da cristalização de bolsões localizados contendo fluidos tardi-magmáticos e pós-magmáticos (hidrotermais - metassomáticos) segregados do magma granítico, os quais foram injetados ao longo de fraturas paralelas à zona de cúpula do granitóide Ritápolis.
Palavras-chave: Stockscheider; Corpos quartzo-moscovíticos; Fe-columbita; Província Pegmatítica de São João del Rei.
Abstract
Clusters of essentially quartz-muscovitic rocks were found in four areas of the São João del Rei Pegmatite Province in close association with pegmatites positioned parallel to the contact between the Ritápolis granitoid and the metavolcanic - metasedimentary rocks of the Rio das Mortes greenstone belt. The suite of accessory minerals associated to the quartz-muscovite and pegmatite stockscheider (columbite-tantalite, cassiterite, gahnite, zircon, xenotime and monazite) are similar to those determined for the pegmatites of the province. The mineralogy of inclusions (Pb-tantalite, microlite, Pb-microlite, U-microlite, Ba-microlite, Hf-rich zircon) in the Fe-columbite associated to the stockscheider is similar to those determined for the Fe-columbite of the more evolved pegmatites found in the province. The quartz-muscovite and pegmatite stockscheider are related to Ritápolis granitoid with is related to the other pegmatites of São João del Rei Pegmatite Province. The proposed mechanism for the formation of clusters of muscovite-quartz and pegmatitic stockscheider is the crystallization of pockets of tardi-magmatic and pos-magmatic hydrothermal - metasomatic fluids segregated from the parental granitic magma and injected into fractures parallel to the roof contact of the granitoid dome.
Keywords: Stockscheider; Quartz-moscovite bodies; Fe-columbite; São João del Rei Pegmatite Province.
1 Introdução
A Província Pegmatítica de São João del Rei (Francesconi, 1972) está situada na porção centro-sul do Estado de Minas Gerais e abrange os municípios de Nazareno, São Tiago, Resende Costa, Cassiterita (atual Conceição da Barra de Minas), São João del Rei, Ritápolis e Coronel Xavier Chaves. Desde o início da década de 40 do século passado (época da descoberta das mineralizações estano-tantalíferas - Coelho, 1942) até por volta de 1980, processou-se uma intensa explotação dos corpos pegmatíticos contendo cassiterita e columbita-tantalita desta província, os quais cortam as diversas unidades paleoproterozóicas da região. Dentre as lavras historicamente famosas podem ser citadas as do Volta Grande e Minas Brasil (em Nazareno), Lavra da Barra (em Conceição da Barra de Minas), Paiol (em Ritápolis) e Cascalho Preto (em Coronel Xavier Chaves). Esses corpos e outros pegmatitos foram estudados e os resultados publicados em trabalhos isolados (Rolff, 1947 e 1952; Guimarães & Guedes, 1944; Guimarães, 1950; Guimarães & Belezkjy, 1956; Heinrich, 1964; Francesconi, 1972, Quéméneur, 1987; Pires & Pires, 1992; Lagache & Quéméneur, 1997; Pereira et al., 2003 e 2004), que em geral enfocavam somente os grandes corpos pegmatíticos produtores (Volta Grande e Paiol).
Durante os levantamentos de campo realizados pela presente equipe na Província Pegmatítica de São João del Rei foi constatada a presença de corpos rochosos constituídos essencialmente por quartzo e moscovita, que ocorrem nas proximidades da zona de contato do granitóide Ritápolis com suas rochas encaixantes, basicamente rochas metassedimentares e metavulcânicas máficas pertencentes à faixa greenstone Rio das Mortes (Pereira et al., 2011). De uma forma muito semelhante aos pegmatitos da província, os corpos quartzo-moscovíticos também apresentam columbita-tantalita, gahnita e, eventualmente, cassiterita nas suas composições mineralógicas. Neste contexto, o presente trabalho tem como escopo divulgar as informações disponíveis, até o presente momento, sobre uma série de pequenos corpos de composição quartzo-moscovítica encontrados na zona de cúpula do granitóide Ritápolis, estabelecendo a provável ligação genética destes com o referido batólito e com os pegmatitos, que apresentam-se distribuídos ao longo de toda a província.
2 Província Pegmatítica de São João del Rei
A Província Pegmatítica de São João del Rei está localizada na porção sudeste do Estado de Minas Gerais (Figura 1) e difere em idade e mineralizações para a província Pegmatítica Oriental Brasileira (Pereira et al., 2007). Esta está inserida na extremidade meridional do cráton do São Francisco, no contexto geológico do cinturão Mineiro, que corresponde à junção de vários arcos magmáticos paleoproterozoicos, desde intra-oceânicos a continentais (Noce et al., 2007; Ávila et al., 2010; Heilbron et al., 2010).
A região onde está localizada a Província Pegmatítica de São João del Rei (Figura 2) sempre foi alvo da atenção dos geólogos, principalmente por apresentar uma série de ocorrências minerais tais como ouro, manganês, cassiterita e tantalita. Segundo Ávila (2000) e Ávila et al. (2003 e 2010) essa região apresenta evolução geológica complexa e é constituída por pelo menos três sequências greenstone belt (Rio das Mortes, Nazareno e Dores de Campos), por ortognaisses tonalíticos a graníticos (corpos Itutinga, Itumirim, Cassiterita, Fé) e por corpos plutônicos máficos e félsicos com feições primárias preservadas (dentre eles o granitóide Ritápolis e o diorito Brumado), além de uma série de pegmatitos de diversas dimensões, incluindo alguns corpos expressivos (Ex: Volta Grande e Minas Brasil). Rochas metassedimentares Paleo, Meso e Neoproterozoicas das megasseqüências São João del Rei, Carandaí e Andrelândia ocorrem sobrepostas às unidades acima mencionadas por discordância angular e/ou litológica (Ribeiro et al., 2003).
As rochas metamáficas, metaultramáficas e metassedimentares que afloram próximas a Conselheiro Lafaiete (cujo prolongamento abrange as rochas ao norte da cidade de São João del Rei) foram reunidas conjuntamente com gnaisses sob a denominação de greenstone belt Barbacena, cuja idade seria provavelmente Arqueana (Pires, 1978). Posteriormente este conjunto foi subdividido geograficamente em duas faixas representadas pelo greenstone Itumirim-Nazareno (Teixeira, 1992), que aflora entre as cidades de Nazareno e Itumirim e pelo greenstone Rio das Mortes (Quéméneur, 1987), que está exposto parcialmente ao longo do rio das Mortes entre as cidades de Lavras e Ritápolis. Segundo Ávila (2000), na faixa correspondente ao greenstone Itumirim-Nazareno predominam rochas metaultramáficas (komatiitos e serpentina-talco-tremolita xistos) com raros filitos e quartzitos intercalados, enquanto o greenstone belt Rio das Mortes é constituído por rochas metamáficas (anfibolitos e actinolita xistos), que ocorrem associadas a espessos pacotes de rochas metassedimentares, representadas por filitos, gonditos, quartzitos e xistos.
3 Granitóide Ritápolis e Pegmatitos Associados
Os corpos pegmatíticos mineralizados em Sn-Ta-Nb (±Li) da Província Pegmatítica de São João del Rei (Figura 3) sempre foram correlacionados ao corpo granítico que aflora próximo a cidade de Ritápolis, independentemente da designação com que o mesmo foi contemplado. Este corpo apresenta proporções batolíticas, é composto por rochas tonalíticas, granodioríticas, monzograníticas e sienograníticas (Ávila, 2000; Souza, 2009) e foi designado de granito Ritápolis (Quéméneur & Baraud, 1983), de granito Santa Rita (Pires & Porto Júnior, 1986) e de granitóide Ritápolis (Ávila, 2000).
As rochas do granitóide Ritápolis são compostas principalmente por plagioclásio, quartzo, feldspato potássico (ortoclásio, microclina) e biotita, enquanto os minerais acessórios são representados por titanita, xenotímio, moscovita, zircão, allanita, granada e minerais opacos, dentre eles magnetita, ilmenita, pirita, molibdenita, galena e columbita. Os minerais secundários correspondem a sericita, clorita, zoisita, clinozoisita, epídoto e carbonatos (Ávila, 2000; Souza, 2009).
Ávila et al. (2006a) correlacionaram composicionalmente e temporalmente o granitóide Ritápolis (2121 ± 7 Ma) com os granitóides de Itumirim (2101 ± 8 Ma) e Macuco de Minas (2116 ± 9 Ma), apontando que estes corpos marcariam o final do magmatismo félsico paleoproterozoico da região entre as cidades de Itumirim e São João del Rei, pois as relações de campo indicam que os mesmos são intrusivos nas rochas anfibolíticas das faixas greenstone Rio das Mortes e Nazareno, bem como em corpos plutônicos máficos e félsicos, cujas idades variam entre 2255 ± 6 Ma e 2155 ± 3 Ma na região de Itumirim (Cherman, 2004) e entre 2188 ± 29 Ma a 2131 ± 4 Ma na região de São João del Rei (Ávila, 2000; Teixeira et al., 2008; Ávila et al., 2003, 2006b, 2010).
Em geral, os pegmatitos ocorrem como corpos tabulares, com mergulhos subverticais, com extensões e espessuras muito variáveis, podendo os mesmos estar enriquecidos em cassiterita, columbita-tantalita e microlita. Francesconi (1972) detalhou a mineralogia destes pegmatitos, que seriam compostos por quartzo, albita e moscovita, tendo como minerais acessórios, magnetita, ilmenita, cassiterita, columbita-tantalita, microlita, minerais litiníferos dentre eles o espodumênio e a lepidolita, além de pequenas quantidades de xenotímio, monazita, zircão, pirocloro, gahnita, rutilo, granada e estaurolita. Para Pires & Pires (1992) os pegmatitos de São João del Rei podem ser agrupados em quatro zonas: pegmatitos intragranitos; pegmatitos proximais; pegmatitos intermediários e pegmatitos distais.
4 Corpos Quartzo-Moscovíticos
Há na região de São João del Rei numerosos pegmatitos, que por serem corpos pequenos nunca suscitaram interesse por parte de empresas, de eventuais garimpeiros ou de pesquisadores. Durante um levantamento para amostragem desses pequenos pegmatitos constatou-se a presença de uma série de corpos rochosos com espessuras entre 0,4 m e 1,5 m, exclusivamente constituídos por quartzo (hialino, leitoso e fumê) e moscovita, e que são, em geral, portadores de mineralizações, não econômicas, de columbita-tantalita e, eventualmente, cassiterita. Esses corpos quartzo-moscovíticos geralmente constituem clusters e foram encontrados, até o presente momento, em quatro áreas:
a) Em Itutinga, nos arredores da fazenda São Jerônimo;
b) No entorno da Lavra da Barra, ao norte da cidade de Conceição da Barra de Minas (antiga cidade de Cassiterita);
c) Nas proximidades da cidade de Ritápolis;
d) No entorno do povoado de Penedo.
A moscovita dispersa pelo chão (Figura 4) ou concentrada nos pequenos cortes das estradas vicinais (Figura 5), na forma de palhetas centimétricas (Figura 6), representou o principal guia prospectivo utilizado para a localização dos corpos quartzo-moscovíticos, cujos minerais acessórios, representados principalmente por columbita-tantalita, gahnita, zircão, xenotímio e monazita (Tabela 1) são bastante semelhantes à aqueles encontrados nos pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei (Tabela 2), desde os corpos menos evoluídos (e.g., os dispostos como stockscheider) até aos apontados como os mais evoluídos, tais como os da Lavra da Barra e Volta Grande.
Os corpos quartzo-moscovíticos ocorrem preferencialmente nas proximidades dos contatos entre as rochas da faixa greenstone Rio das Mortes e do granitóide Ritápolis. Eles estão sobrepostos a pegmatitos à moscovita e ambos estão dispostos de maneira paralela - subparalela à configuração da cúpula granítica, cujo traçado acompanha a topografia local. Esses dois tipos de corpos foram considerados como constituindo feições do tipo stockscheider.
Quimicamente o principal niobo-tantalato presente nos corpos quartzo-moscovíticos corresponde a Fe-columbita, que pode ser agrupada em dois conjuntos: o primeiro com 60% de Nb2O5 e 20% de Ta2O5 e outro com 64% de Nb2O5 e 10% a 14% de Ta2O5. Os valores da Fe-columbita desse último conjunto equivalem aos da Fe-columbita derivada dos pegmatitos relacionados ao stockscheider. Já a composição química das Fe-columbitas associadas aos pegmatitos mais evoluídos da Província Pegmatítica de São João del Rei permitem estabelecer três conjuntos, onde os teores correspondentes são: 41,8%, 48,5% e 65,8% de Nb2O5 e 32,5%, 25,9% e 7,1% de Ta2O5 (Tabela 3 e Figura 7). As exsoluções (Figura 8) e inclusões sólidas (Figuras 9 e 10) encontradas hospedadas tanto na Fe-columbita dos corpos quartzo-moscovíticos, quanto na Fe-columbita dos pegmatitos são muito semelhantes e representadas por microlita, pirocloro e zircão rico em háfnio.
5 Considerações Finais
A maioria dos stockscheider quartzo-moscovíticos e pegmatíticos determinados estão na zona de contato do granitóide Ritápolis com as rochas metassedimentares e metavulcânicas da faixa greenstone Rio das Mortes. Entretanto, considerando-se o mapa geológico 1:100.000 da folha Lavras (Quéméneur et al., 2003), verifica-se que os corpos quartzo-moscovíticos da região de Itutinga encontram-se próximo às rochas da faixa greenstone Nazareno, aí representada principalmente por litotipos metakomatiíticos. Cabe, porém, uma ressalva, pois, no presente trabalho constatou-se que as faixas de filitos grafitosos, filitos manganesíferos, gonditos e anfibolitos situados nas imediações da fazenda São Jerônimo estariam mais de acordo com o que foi proposto por Ávila (2000) para a faixa greenstone Rio das Mortes do que para a faixa greenstone Nazareno.
A exposição, em superfície, do granitóide Ritápolis, incluindo o seu contato com as rochas da faixa greenstone Rio das Mortes, bem como os diversos roof pendants dessa unidade correspondem a testemunhos diretos dos processos erosivos que atuaram na região. E foi esse processo de denudação que permitiu, com a exposição da zona de contato granito - rochas metavulcanossedimentares, que os stockscheider quartzo-moscovíticos e pegmatíticos pudessem aflorar e fossem localizados.
A princípio, pressupôs-se que a geração dos stockscheider tenha se dado de forma generalizada e se desenvolvido por toda a zona de cúpula granítica. Entretanto, a localização deles em somente quatro sítios aponta para o fato de que o fenômeno gerador desses corpos se desenvolveu de forma restrita em relação à área total de exposição do batólito Ritápolis, como que concentrados em pequenos bolsões constituídos por uma fase magmática tardia que atuou conjuntamente com uma fase fluida. Os bolsões fluido-gasosos segregados no teto da intrusão granítica ficaram aí aprisionados sem possibilidade de escape. Possivelmente, ao longo do tempo deu-se a separação entre a fase magmática ainda rica em voláteis e a de fluidos hidrotermais-metassomáticos, que foram injetados em um sistema de fraturas paralelas à zona de cúpula granítica, onde cristalizaram como stockscheider pegmatíticos (fase tardi-magmática) e quartzo-moscovíticos (fase pós-magmática).
Existe uma estreita ligação mineralógica entre os pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei e os corpos quartzo-moscovíticos estudados. Por exemplo, a ganhita considerada por Francesconi (1972) como um importante integrante da súmula mineral dos pegmatitos mineralizados (produtores) da província, também se encontra associada aos corpos quartzo-moscovíticos. Da mesma forma, em termos do conteúdo das inclusões e exsoluções minerais, constata-se que a Fe-columbita derivada dos pegmatitos e a dos corpos quartzo-moscovíticos também são semelhantes. Neste sentido, pode-se considerar que os stockscheider pegmatíticos e quartzo-moscovíticos e os demais pegmatitos da província estejam geneticamente associados e que o plúton gerador de todos corresponde ao granitóide Ritápolis.
6 Conclusões
Stockscheider pegmatíticos e quartzo-moscovíticos são encontrados nas zonas de cúpula do granitóide Ritápolis e no contato deste com as rochas metavulcânicas e metassedimentares da faixa greenstone Rio das Mortes. A mineralogia destes corpos, com columbita-tantalita, cassiterita (mais raramente), gahnita, zircão, monazita e xenotímio assemelha-se à dos pegmatitos mais diferenciados da Província Pegmatítica de São João del Rei.
A assinatura da Fe-columbita dos corpos quartzo-moscovíticos, em termos das inclusões sólidas e exsoluções, é similar à determinada para esse mesmo mineral derivado dos pegmatitos presentes na região. Neste sentido, indica-se uma estreita relação entre os stockscheider quartzo-moscovíticos e os demais pegmatitos da Província Pegmatítica de São João del Rei e a associação de ambos com o mesmo corpo emissor, no caso o granitóide Ritápolis.
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