quinta-feira, 1 de maio de 2014

Brejinho, capital das ametistas


Brejinho, capital das ametistas



Um lugar do sertão onde não há desemprego, onde os moradores respiram prosperidade. A riqueza vem da terra. Não a de plantar, mas a terra que esconde uma preciosidade. O povoado de Brejinho é a capital nordestina das ametistas. Para extrair o minério, o homem desmancha montanhas, rasga rochedos, arrisca a vida. Em um garimpo a céu aberto, a ametista está sendo encontrada no fim de uma ribanceira com mais de 70 metros. Só quando se chega perto do local de extração é que se percebe que essa é uma aventura um tanto perigosa. O problema não é a profundidade – o trabalho é a 70, 80 metros da superfície. O risco está na fragilidade da descida. A impressão que se tem é de que a madeira dos degraus pode quebrar em uma pisada. Nem o calor sufocante de 38 graus tira a disposição dos homens. São oito horas, às vezes dez, trabalhando sem parar, no rastro da pedra lilás.
O garimpeiro Fiel Macedo Ribeiro começou a trabalhar quando era garoto. Hoje, aos 71 anos, ainda tem força para perseguir a sorte. É o garimpeiro mais experiente da área. "A cor escura e a pedra lisa indicam boa qualidade. Quando não é de boa qualidade, ela não dá espelho. A boa pedra brilha mais", explica o garimpeiro. Uma caçamba sobre trilhos transporta tudo o que garimpeiros extraem da rocha. O cascalho é jogado no riacho. É o que eles chamam de rejeito. Mas o que é lixo para uns é dinheiro para outros.
Erlan da Conceição Batista é jogador profissional de futebol, atacante da Catuense, time que disputa o Campeonato Baiano. "Quando o campeonato fica parado seis meses, dou um jeitinho de ganhar o pão de cada dia. São seis meses jogando futebol e seis meses pegando ametista. O futebol dá mais dinheiro", diz Erlan. Sem contrato para este ano, Erlan vai se virando na beira do riacho, catando pedra. “Com um saco, faço R$ 80”, conta ele.
Aventura arriscada é descer na mina subterrânea. Os dormentes dos trilhos servem de escada. Uma escorregada pode ser fatal. Os garimpeiros trabalham a 80 metros de profundidade. Com picaretas, eles vão descobrindo o minério. As ametistas aparecem nas camadas de terra entre as rochas. "Tem pedra de até um metro", revela o garimpeiro Tibério Lima Gondim.
Tibério não pode se queixar da sorte. Ele descobriu o rumo das pedras. As ametistas saem do garimpo separadas em lotes, prontas para o mercado. São vendidas na região mesmo, em sacos de 30 a 35 quilos. É um negócio no escuro, como dizem os garimpeiros. O comprador não pode escolher.
"Porque tem pouca pedra e muito comprador”, explica Tibério. “Tudo o que se produz é vendido."
Para vender a produção, os garimpeiros criaram uma cooperativa. O lucro é dividido entre eles, em partes iguais. “Um saco é vendido por R$ 3 mil”, conta Tibério. Para o comprador, o negócio é também vantajoso. Um homem, que não quis ser identificado, com medo de assalto, comprou um saco lacrado.
"Neste lote tem seis quilos de ametista. Eu vendo por R$ 1 mil o quilo”, revela o comprador. “A boa pedra é escura e limpa”, avalia ele.
Pelos telhados novos das casas, se percebe que o dinheiro dos garimpos está sendo investido também em reformas, construções. Quem estava fora da terra voltou. O povoado dobrou de tamanho nos últimos três anos. Em Brejinho, a ametista fez a vida melhorar.

Gema é uma substância geralmente natural e inorgânica

Gema é uma substância geralmente natural e inorgânica que, por sua raridade, beleza e durabilidade, é usada para adorno pessoal. Na sua grande maioria, são minerais, de modo que gema e pedra preciosa são quase sinônimos. Mas, existem gemas importantes que têm outra origem, como a pérola e o marfim, que são substâncias orgânicas. Estas não podem ser chamadas de pedras preciosas, simplesmente porque não são pedras.
         Existem dezenas de gemas e só o Brasil produz 90 tipos diferentes.  Algumas são muito conhecidas e várias delas são citadas na Bíblia. Outras são conhecidas apenas por uma parcela restrita da população, seja por terem sido descobertas em tempos relativamente recentes, seja por não serem encontradas com facilidade no mercado.
         Veremos a seguir alguma daquelas gemas bem tradicionais, famosas, conhecidas desde tempos muito remotos.



  • Ágata
    A ágata é um tipo de calcedônia, que, por sua vez, é uma variedade de quartzo. Ela é muito usada em jóias e decoração de interiores, há mais de 3.000 anos.
    O que caracteriza a ágata são suas cores, distribuídas em faixas paralelas, retas e/ou curvas.  Ela forma-se em cavidades de rochas vulcânicas, como basaltos, e costuma conter, na porção central, cristais de outros minerais, como calcita, siderita, goethita, zeólitas ou outras variedades do próprio quartzo, como cristal-de-rocha e ametista.  A forma externa reflete a forma da cavidade da rocha em que a ágata se formou.
    As cores mais comuns são vermelho, laranja, marrom, branco, cinza e cinza-azulado. Mas, a ágata pode ser colorida artificialmente, processo que é  usado desde o século XIX. O procedimento varia de acordo com a cor desejada e é aplicado depois  que a gema foi lapidada. Pelo menos 90% das ágatas vendidas no mundo foram tingidas, mas das ágatas procedentes do Rio Grande do Sul só cerca de 40% recebem esse tratamento. Ágatas azuis, verdes, rosa ou roxas são produto de tingimento (mas, na Austrália existe ágata azul). A cor preta pode ser natural ou não.
     
     Foto Ágata Branca e Azul Bruta
    Foto Ágata Branca e Azul Bruta
     Foto Agata Colorida Lapidada
    Foto Agata Colorida Lapidada
     

    O maior produtor do mundo é o Brasil. O Rio Grande do Sul produz esta gema desde 1830 e dele provêm os mais belos exemplares conhecidos e o maior volume da produção. Extrai-se ágata também em Minas Gerais e Bahia, bem como no Uruguai, cujas jazidas são um prolongamento das jazidas do Rio Grande do Sul.


    Água-marinha
    Á água-marinha é uma variedade do mineral chamado berilo e tem esse nome por sua cor, azul ou esverdeada, em tons claros, semelhante à cor do mar.  Seus cristais são prismáticos, de base hexagonal, e chegam a atingir mais de 100 kg. É considerada a pedra preciosa mais típica do Brasil e aqui se encontrou a maior água-marinha conhecida. Ela foi encontrada em Marambaia (MG) e pesava 111 kg, medindo 45 cm de altura por 38 cm de largura. Outras águas-marinhas  famosas são a Lúcia, a Marta Rocha e a Cachacinha, todas brasileiras. Esta última tinha 65 kg.
    Minas Gerias produz as águas-marinhas mais valiosas do mundo, mas esta gema é produzida também no Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e Paraíba.  
    Não existe água-marinha sintética, mas muitas vezes se vende topázio natural e espinélio sintético azuis como se fossem água-marinha. Mais de 90% das gemas encontradas no comércio internacional devem sua cor azul ao aquecimento a que foram submetidas berilos amarelos ou verdes e a cor obtida desse modo não pode ser distinguida do azul natural. Além disso, as gemas de cor fraca são aquecidas a 400-500°C para ficarem mais escuras.
    As águas-marinhas mais valiosas são as azuis e quanto mais escuras, maior o valor.  Os preços vão de US$ 1 a US$ 750 por quilate (um quilate = 200 mg), para gemas lapidadas de 0,50 a 50 quilates.
     
     Foto Água Marinha Bruta
    Foto Água Marinha Bruta
     Foto Água Marinha Lapidada
    Foto Água Marinha Lapidada
     




    Âmbar
    O âmbar é uma resina fóssil de cor geralmente amarela, podendo ser marrom-escuro, marrom-esverdeado, marrom-avermelhado e branco. Não é portanto, uma pedra preciosa, e sim uma gema orgânica. É transparente a semitranslúcido e muito leve (densidade 1,08), podendo flutuar em água salgada.
     Foto do Âmbar
    Foto do Âmbar

    É muito usado como gema e em objetos ornamentais, podendo receber lapidação facetada ou simples polimento.

    Pode conter muitas bolhas de ar e até mesmo insetos e restos vegetais.  Quando atritado contra um pano de lã fica eletrizado e consegue atrair objetos leves, como pequenos pedaços de papel.
    Os principais produtores de âmbar são Alemanha e Rússia, vindo a seguir a Itália. No Brasil, nunca foi encontrado. A maior peça conhecida desta gema é o Âmbar Burma, que tem 15,250 kg e está no Museu de História Natural de Londres.


    Ametista
    Gema muito apreciada por sua bela cor roxa, a ametista é uma variedade de quartzo transparente a semitransparente. É encontrada em cavidades de rochas vulcânicas e em pegmatitos, outro tipo de rocha ígnea. É muito usada como gema e em objetos ornamentais. Seus cristais podem atingir grandes dimensões, havendo, no Museu Britânico, um cristal com cerca de 250 kg. Na coleção particular de Dom Pedro II, Imperador do Brasil, havia um cristal de 80 x 30 cm, ao que consta procedente do Rio Grande do Sul. Neste Estado, descobriu-se um geodo (cavidade revestida internamente de cristais) medindo 10 x 5 x 3 m, com 35 toneladas.
    A cor da ametista que ficar muito tempo exposta ao Sol pode enfraquecer. Isso acontece, no Brasil, principalmente com as ametistas provenientes do Pará. A cor assim perdida pode ser recuperada com uso de raios X.
     
     Foto Ametista Bruta
    Foto Ametista Bruta
     Foto Ametista Lapidada
    Foto Ametista Lapidada
     

    Aquecida a aproximadamente 475°C, a ametista pode transformar-se em citrino, um quartzo de cor amarela, laranja ou, excepcionalmente, vermelha. O Rio Grande do Sul produz muito citrino por esse processo. Convém lembrar, porém, que nem todo citrino é obtido a partir da ametista; existe citrino natural.
    Algumas raras ametistas quando aquecidas ficam verde-amareladas e recebem o nome de brasilinita (não confundir com brasilianita, que é outra gema).
    O maior produtor mundial de ametista é o Brasil (Rio Grande do Sul, seguido da Bahia). Outros produtores são Rússia (Sibéria), Sri Lanka, Índia, Madagascar, Uruguai, EUA e México.
    O preço desta gema é relativamente baixo. Ametistas lapidadas de 0,5 a 1 quilate custam entre US$ 0,50 e US$ 20 por quilate, mesma faixa de preço do citrino.
    Ametistas sintéticas de ótima qualidade vêm sendo produzidas na Rússia e já são abundantes no mercado internacional.




    Diamante
    O diamante é a gema mais cara que se pode encontrar no mercado e difere das demais em vários aspectos.
    É composto de carbono puro, como a grafita (ou grafite), mas é completamente diferente deste mineral, na cor, no brilho, na dureza, na densidade e no valor.
    É transparente, quase sempre incolor ou com cor clara. De todos os diamantes produzidos, 99,9% são incolores ou levemente amarelados.  Salvo raras exceções, quanto  mais escura é a cor de uma gema, mais valor ela tem. Mas, o diamante, não: quanto menos colorido ele for, maior é o valor (a não ser que tenha uma cor bem definida).  O diamante pode ser amarelo, castanho, cinza, preto, leitoso, às vezes azul ou verde e raríssimas vezes vermelho.
    Tem um brilho intenso (chamado de brilho adamantino) e é a substância mais dura que se conhece. Na escala de Mohs, que vai de 1 a 10, ele tem dureza 10, mas é 150 vezes mais duro que o rubi e a safira, que têm dureza 9,0. Por essa razão, para serrar ou polir um diamante é preciso usar o próprio diamante. Embora muito duro, isso é, difícil de ser riscado, é frágil, sendo fácil de quebrar.
     Foto do Diamante
    Foto do Diamante

     Em muitos locais, o diamante ocorre numa rocha chamada kimberlito (foto). Na África do Sul, os kimberlitos têm em média apenas 67 mg de diamante em cada tonelada de rocha, mas mesmo assim o aproveitamento é lucrativo. No Brasil, é encontrado em aluviões e eluviões, não sendo ainda conhecidos kimberlitos diamantíferos economicamente aproveitáveis. Pode aparecer também em arenitos e conglomerados.
    Em 1983, descobriu-se, na Austrália, que também o lamproíto, outro tipo de rocha, pode conter diamantes.
    De todo o diamante produzido, apenas 1/3 são próprios para uso em jóias, mas esse 1/3 corresponde a 80% do valor total da produção.  O restante é usado como abrasivo e em instrumentos de corte e perfuração.
             A  maioria  dos  diamantes brutos comerciais tem de 0,3 a 1 quilate.
    A formação do diamante se dá a uma profundidade entre 150 e 200 km, sob temperaturas de 1.100-1.500 ºC e pressão também muito alta. De lá, ele é trazido para cima por magma kimberlítico ou lamproítico, que é bem mais jovem que o diamante.
    Atualmente já se extraem diamantes do fundo do mar.
    Embora muita gente chame o diamante de brilhante, isso está errado. Brilhante é um tipo de lapidação, não uma pedra preciosa. Como esse estilo de lapidação é o mais usado para o diamante, estabeleceu-se essa confusão.
    A lapidação de um diamante pode durar vários dias, enquanto a lapidação de outras gemas raramente excede alguns minutos.
    A extração de diamantes começou provavelmente entre 800 a.C. e 600 a.C. na Índia, e até o século XVIII só era produzido no Oriente. Em 1730, foram descobertas as jazidas brasileiras, e o nosso país tornou-se o maior produtor mundial. Em 1870, a liderança passou a ser da África do Sul.
     Em 2004, os maiores produtores, em volume, foram Rússia, Botswana e República Democrática do Congo. Levando em conta o valor da produção, os maiores produtores são Botswana, Rússia e África do Sul.
    O Brasil produz cerca de 1 milhão de quilates por ano, principalmente no Estado do Mato Grosso. Praticamente todos os estados, porém, possuem diamantes, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraná e Roraima.
    Ele é a mais cara das gemas, ou uma das três mais valiosas, dependendo do critério considerado. O seu preço é determinado em grande parte pela natureza do mercado, em que uma só empresa, a De Beers Consolited Mines, controla 75% do mercado. Diamantes brutos podem ter preços entre US$ 0,40 e US$ 2.900 por quilate para pedras de até 5,60 quilates. Os lapidados vão de US$ 70 a US$ 62.795 por quilate para gemas de 0,005 a 5,99 quilates.
    A produção sintética do diamante é feita desde 1954, mas só a partir de 1984 passou a haver produção de pedras com qualidade gemológica. As pedras sintéticas constituem 80% dos diamantes não gemológicos.
    As imitações e diamante de melhor qualidade são a moissanita sintética e a zircônia cúbica, mas há várias outras.
     Essa gema tem grande afinidade por gorduras e óleos, que podem ser removidos com uma mistura de água com amônia (ou detergente caseiro) em partes iguais.



    Esmeralda
     Assim como a água-marinha, a esmeralda é uma variedade de berilo, só que com cor verde, em tom escuro a médio.  Se contém menos de  0,1% de óxido de cromo, é considerada apenas berilo verde, não esmeralda.
    Forma cristais prismáticos de base hexagonal, como a água-marinha, mas não são transparentes, porque apresentam incontáveis fraturas e fissuras, muitas delas preenchidas por impurezas. Apenas gemas muito pequenas mostram-se bem límpidas
    É lapidada geralmente em um tipo facetado próprio, chamado de lapidação esmeralda, no qual a mesa (faceta maior) é retangular ou quadrada, com os cantos cortados.
    As primeiras minas de esmeralda surgiram no Egito, mas já não há produção nesse país. Ela já era comercializada 2.000 anos antes de Cristo, na Babilônia, mas foi rara até à época do Renascimento, quando se descobriram as jazidas sul-americanas.
    Hoje é produzida principalmente na Colômbia, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia, Madagascar e Brasil (Goiás, Bahia e Minas Gerais).
    Entre as esmeraldas que se tornaram famosas, estão a Kakovin, a Imperador Jehangir e a Devonshire.
    A esmeralda é uma das três gemas mais valiosas (as outras são o rubi e o diamante), em razão de sua cor, principalmente. As gemas de melhor qualidade com 5 a 8 quilates, podem valer até US$ 5.600 por quilate. Gemas de mesmo peso com qualidade média variam de US$ 100 a US$ 580 por quilate.
     
     Foto Esmeralda Bruta
    Foto Esmeralda Bruta
     
     Foto Esmeralda Lapidada
    Foto Esmeralda Lapidada

    A esmeralda é sintetizada comercialmente desde 1940. Ao contrário do que acontece com outros minerais, toda a produção de pedras sintéticas destina-se à joalheria.



    Granada
    Granada não é o nome de uma pedra preciosa, mas de um grupo delas. Geralmente aparecem na natureza na forma de belos cristais granulares (daí seu nome), nas cores vermelha, amarela, marrom, preta e, mais raramente, verde ou incolor.  São transparentes a semitransparentes.
    As granadas mais comuns chamam-se almandina, piropo, spessartina, grossulária, uvarovita e andradita (esta assim chamada em homenagem a José Bonifácio de Andrade e Silva, que foi, além de estadista, importante mineralogista). Para uso como gema, as mais importantes são o piropo, almandina e o demantóide. Para outros fins, a mais importante é a almandina.
    Quando não servem para uso em jóias, as granadas são empregadas como abrasivos ( em lixas, principalmente) e em relógios (como “rubis”).
    Os principais produtores são a República Checa, África do Sul (piropo), Rússia, Austrália, Sri Lanka, Áustria, Hungria, Alemanha, Índia, Madagascar e EUA. No Brasil, ocorrem em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Paraíba, Ceará, Rondônia e Rio Grande do Norte.
    A almandina e o piropo valem US$ 0,50 a US$ 35 por quilate para gemas de 0,5 a 30 quilates. A rodolita tem faixa de preço semelhante: US$ 0,50 a US$ 25.

     
     Foto Granada Bruta
    Foto Granada Bruta
     
     Foto Granada Lapidada
    Foto Granada Lapidada



    Jade
    Jade é o nome  usado para designar duas gemas diferentes, a jadeíta e a nefrita.  Ele tem sido usado como pedra preciosa desde a Antigüidade, principalmente na China. Os astecas o empregavam na forma de amuleto e era mais apreciado que o ouro. Hoje, é usado principalmente no Oriente.
    Não tem transparência sendo, por isso, lapidado em cabuchão ou na forma de pequenas esculturas.
             A jadeíta é o mais raro e o mais valioso dos dois tipos de jade. 
    Tem (como a nefrita) cor variável: branco, violeta, marrom, vermelho-alaranjado ou amarelo, mas, principalmente, verde intenso (devido ao cromo), às vezes com manchas brancas. É semitransparente a quase opaca, com brilho vítreo a sedoso. É produzida principalmente em Mianmar (ex-Birmânia). Outros produtores são China, Tibete, Japão, Guatemala e EUA.
             A nefrita é uma variedade do mineral chamado actinolita.É o mais comum e mais resistente dos dois tipos de jade. É fibrosa, translúcida a opaca, de brilho vítreo. A mais importante é a nefrita verde-escura, conhecida por jade-chinês (ou jade-espi-nafre). É usada principalmente em objetos ornamentais e sua lapidação requer um aquecimento prévio, seguido de brusco resfriamento.
     Os principais produtores de nefrita são Rússia e China. Outros produtores são Canadá, Nova Zelândia, Zimbábue e EUA. No Brasil, é encontrada em Roraima e na Bahia.



    Jaspe
    Como a ágata, o ônix e a cornalina, o jaspe é um tipo de calcedônia, variedade de quartzo. É muito usado como pedra ornamental.
    É opaco a levemente translúcido, contendo freqüentemente impurezas de óxido de ferro. Mostra imensa variedade de cores, conforme as impurezas presentes: a hematita dá cor vermelha; argilas dão cores branca, cinza e amarela; goethita dá cor marrom-escura; etc.
    O melhor jaspe está na Índia e na Venezuela. Outros produtores são EUA
    (jaspe orbicular), França, Alemanha, Rússia (listras vermelhas e verdes), Chipre, Egito, Itália, Brasil e África do Sul. No Brasil, existe jaspe em Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. A variedade mais conhecida e apreciada é a vermelha, produzida no Brasil, África do Sul, Índia, Austrália e Madagascar. África do Sul, Austrália e México produzem o jaspe leopardo, comum no mercado brasileiro. O jaspe-paisagem, também encontrado no nosso comércio, provém da África do Sul e dos EUA (Arizona).



    Lápis-lazúli
    O lápis-lazúli (e não lápis-lázuli, como pronunciam alguns) é uma gema que, ao contrário da imensa maioria das demais, não é um mineral, e sim uma rocha. De fato, ele é uma rocha composta principalmente de lazurita e calcita, com hauynita, pirita, sodalita e outros minerais. A pirita forma pontos amarelos e é um bom meio de identificar o verdadeiro lápis-lazúli Tem cor azul escura e é opaco a semitranslúcido.
    É usado como gema e em objetos ornamentais.

     
     Foto Lápis-lazúli Bruto 
    Foto Lápis-lazúli Bruto 
     
    Foto Lápis-lazúli Lapidado 
    Foto Lápis-lazúli Lapidado 

    O lápis-lazúli de melhor qualidade é o produzido no Afeganistão. Existe produção também no Chile, Irã, Rússia e EUA. A lazulita assemelha-se muito a ele, o mesmo acontecendo com a sodalita (mas, esta não costuma ter pirita).
    O lápis-lazúli é sintetizado desde 1976, com muita perfeição, podendo ser extremamente difícil diferenciá-lo do natural.
    É considerado a pedra nacional do Chile, onde é ex-traído em Cerro Azul, no norte do país.



    Opala
    A opala é uma gema que se destaca das demais pela enorme variedade de cores que pode exibir simultaneamente e pelas mudanças que essas cores sofrem quando a  gema é movimentada (fenômeno chamado de jogo de cores). Varia de transparente (opala-de-fogo) a quase opaca.
    Ela tem composição semelhante à do quartzo (óxido de silício), mas contendo também água (3% a 21%), ou seja, é uma sílica hidratada.  Por isso, deve-se evitar que seja submetida a calor intenso, porque a perda da água pode levar a gema a se fraturar ou pelo menos perder a cor.
    Possui inúmeras variedades, podendo-se dividi-las em dois grupos, as opalas comuns (sem jogo de cores e raramente usadas como gema) e as opalas preciosas (com jogo de cores e bem mais raras). Quanto à cor, as opalas podem ser brancas (cores claras) ou negras (com um fundo escuro), estas últimas mais belas, mais raras e, portanto, mais valiosas. Entre as variedades gemológicas destacam-se a opala-de-fogo, a opala-arlequim e a opala-musgo.
    A opala ocorre em fendas e cavidades de rochas ígneas, como nódulos em calcários e em fontes termais. Pode formar-se também sobre outros minerais e mesmo vegetais, dentes e conchas fósseis, além de formar, às vezes, estalactites.
    Opalas com jogo de cores são mais raras que o diamante. O preço das variedades brancas varia de US$ 1 a US$ 120 por quilate em gemas de 1 a 15 quilates.
    Há opalas sintéticas, mas não é muito difícil distingui-las das naturais.
    A única variedade que admite lapidação facetada é a opala-de-fogo. As demais são lapidadas sempre em cabuchão, sendo  comum lapidar com a gema o material sobre o qual ela se formou.
     
     Foto Opala Bruta
    Foto Opala Bruta
     
     Foto Opala Lapidada
    Foto Opala Lapidada

    O principal produtor é a Austrália (mais de 90%), seguindo-se Índia, México, Nova Zelândia e EUA. No Brasil, destacam-se as jazidas de Pedro II, no Piauí, existindo opala também na Bahia, no Ceará e no Rio Grande do Sul.



    Pérola
    A pérola é a mais importante e a mais usada das gemas orgânicas. É produzida por moluscos marinhos ou de água doce e constituída principalmente (92%) de aragonita, uma forma de carbonato de cálcio. Contém também conchiolina (6%) e água (2%). Esses constituintes depositam-se em camadas em torno de um núcleo, e é a camada de aragonita que dá à pérola brilho e iridescência.
    São geralmente brancas e esféricas, mas podem ter formato irregular (pérola-barroca) e cor cinza-alaranjada, preta, avermelhada, prateada, amarelada, azulada ou esverdeada.
    Costumam medir 1 a 30 mm; as pérolas encontradas no comércio têm, em média, 7 mm.
    O brilho é tipicamente nacarado, podendo ter reflexos metálicos, se for pérola de água doce. São fáceis de riscar (baixa dureza), mas muito resistentes a fraturas.
     O corpo estranho que desencadeia o processo de formação da pérola raramente é um grão de areia, ao contrário do que muitos pensam.  Geralmente, é um verme que perfura a concha e atinge o corpo do molusco.
    Cerca de 70% das pérolas são usadas em colares, mas as pérolas azuis nunca são perfuradas, pois isso altera sua cor.
     A principal imitação de péroilas é obtida com contas de vidro. Às vezes, usa-se coral rosado do Mediterrâneo. Pérolas falsas são fabricadas desde 1680. Entre as imitações mais conhecidas, encontram-se as chamadas pérola-girassol, pérola-indestrutível e a pérola-romana.
    Ela é usada sempre no seu estado natural, sem passar por lapidação.
    A maior produção e a melhor qualidade encontram-se no golfo Pérsico. Outros produtores são Sri Lanka, Austrália, Filipinas, Venezuela, golfo do México, ilhas do Pacífico, Europa e China. O Japão lidera a produção de pérolas cultivadas, junto com a China; esses dois países respondem por 96% da produção mundial.
    No Brasil, não há produção de pérolas, mas elas parecem ocorrer na porção sul da ilha de Marajó, no Pará.
     Foto da pérola e a concha em que se formou.
    Foto da pérola e a concha em que se formou.
    As pérolas têm valor inferior ao das pedras preciosas. Quanto mais esférica, mais valiosa ela é e seu valor cresce na razão do quadrado do seu peso.
    Não existe pérola sintética. Apesar de provocada artificialmente, a pérola cultivada forma-se por um processo natural e o produto resultante não é sintético, muito menos artificial.  Atualmente, praticamente não existe pérola natural no comércio, apenas pérolas cultivadas.
             Uma pérola pode perder o brilho e sofrer escamação pelo contato excessivo com suor, laquê ou cosméticos.
    Recomendam-se que pessoas de pele clara usem pérolas rosadas, brancas ou prateadas; as de pele escura devem preferir pérolas douradas ou creme.



    Rubi
    O rubi, como a safira, é uma variedade do mineral chamado coríndon. Chama-se de rubi o coríndon de qualidade gemológica com cor vemelha e de safira, as gemas de coríndon de qualquer outra cor.
    Ele forma geralmente pequenos cristais hexagonais de brilho vítreo, encontrados em mármores dolomíticos, basaltos decompostos e cascalhos.
    Pode ser confundido com várias gemas, como espinélio, almandina, jacinto, piropo, topázio e rubelita.
    Quando tem qualidade inferior, é usado em relógios e outros aparelhos de precisão, bem como na produção de raios laser e maser.
    O rubi é geralmente lapidado em cabuchão, estilo sempre adotado quando mostra asterismo (faixas luminosas que parecem flutuar sobre a gema). Pode receber também lapidação facetada oval.
    O maior rubi conhecido foi descoberto nos EUA. No estado bruto tinha 694,2 g; lapidado, deu várias gemas, a maior delas com 750 quilates. Sua qualidade, porém, não era boa. Em 1934, encontrou-se um rubi astérico de 593 g, no Sri Lanka.
    É produzido principalmente em Mianmar, Tailândia e Vietnã. Outros produtores importantes são Quênia e Tanzânia. As pedras de melhor qualidade provêm de Mianmar, Índia, Sri Lanka, China e Rússia. É raro no Brasil, existindo na Bahia e em Santa Catarina.
    O rubi é uma das quatro gemas mais valiosas, destacando-se principalmente as pedras vermelho-escuras, levemente púrpuras. O rubi de Mianmar de melhor qualidade (extra fine), sem tratamento, com 4 a 5 quilates, vale entre US$ 28.000 e US$ 40.000 por quilate. Gemas maiores que isso não têm cotação de mercado, sendo o preço acertado entre compradores e vendedores.
    Fabrica-se rubi sintético desde 1885, pelo menos. Ao contrário do que ocorre com a esmeralda, só 10% das pedras sintéticas são usadas em jóias. Esse rubi, com o passar do tempo perde o seu brilho.



    Safira
    A safira é a outra variedade de coríndon famosa como pedra preciosa.  Com exceção da cor vermelha, que identifica o rubi, pode ter qualquer cor (pode ser até incolor), mas a mais apreciada e mais valiosa é a azul. A safira incolor chama-se leucossafira ou safira branca e a alaranjada, padmaragaya.
    Costuma ocorrer em mármores, basaltos, pegmatitos e lamprófiros e pode ter asterismo, como o rubi.
    Entre as safiras famosas, estão a Estrela Negra (233 g no estado bruto) e a Stuart. Das gemas lapidadas, a maior de todas é a Estrela da Índia (563 quilate), que está no Museu Americano de História Natural de Nova Iorque. A Logan (azul, de 423 quilate, descoberta no Sri Lanka, que talvez seja a maior safira azul facetada do mundo) e a Estrela da Ásia (330 quilates) estão também nos Estados Unidos, na Smithsonian Institution (Washington). É também famosa a safira Ruspoli, de 135,8 quilates
     Foto Safira Bruta
    Foto Safira Bruta
    É produzida principalmente no Sri Lanka. Outros produtores importantes são Mianmar (ex-Birmânia), Tailândia e Vietnã. As melhores safiras vêm da Índia, mas as jazidas estão praticamente esgotadas. Ótimas gemas vêm de Mianmar, e as maiores, da Austrália. É rara no Brasil, existindo no Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Minas Gerais. O maior centro de lapidação é a Índia.
    É uma das gemas mais valiosas, principalmente a azul. A cinza tem valor gemológico só se mostrar asterismo. É sintetizada do mesmo modo que o rubi.
    Quando não serve para confecção de jóias, é usada em canetas esferográficas sofisticadas e instrumentos ópticos.



    Topázio
    Outra gema tradicional, o topázio forma cristais prismáticos que podem ser incolores ou de cor branca, amarela, laranja, marrom, rósea, salmão, vermelha ou azul. Tem brilho vítreo e é transparente a translúcido
    A variedade mais valiosa é o topázio-imperial, só produzida em Ouro Preto (MG).
    É usado apenas como gema.
    Em 1740, foi encontrado no Brasil (Ouro Preto, MG) o topázio Bragança, que se pensava inicialmente ser um diamante, e que tinha 1.680 quilates. O Museu Americano de História Natural de Nova Iorque tem um topázio bem formado de 60 x 60 x 80 cm. No Brasil, podem ser encontrados cristais com até mais de um metro e com mais de cem quilos.
    O maior topázio lapidado é o Princesa Brasileira; tem 21,327 quilates e foi encontrado em Teófilo Otoni (MG).
     Estima-se que provavelmente 80% das gemas vendidas como topázio-imperial são, na verdade, citrino.
    O principal produtor mundial de topázio é o Brasil, seguindo-se Rússia, Irlanda, Japão, Grã-Bretanha, Índia, Sri Lanka e EUA. No Brasil, é produzido principalmente em Minas Gerais, mas existe também no Ceará e na Bahia.
    O topázio avermelhado (cherry) situa-se entre as pedras preciosas mais valiosas, mas o azul está na faixa de preço do quartzo enfumaçado e do quartzo rutilado, e é mais barato que o citrino. Valem mais as pedras parecidas com a água-marinha.
    O topázio vermelho varia de US$ 33 a US$ 2.000 por quilate, para gemas de 0,5 a 50 quilates. O rosa varia de US$ 2 a US$ 1.400 por quilate. O salmão, de US$ 2 a US$ 1.200 e o alaranjado, de US$ 2 a US$ 450, sempre para gemas entre 0,5 e 50 quilates.
     
     Foto Topázio Imperial Bruto
    Foto Topázio Imperial Bruto
     
     Foto Topázio Lapidado
    Foto Topázio Lapidado

    O topázio amarelo vale, depois de lapidado, US$ 2 a US$ 100 por quilate,
    para gemas de 0,5 a 20 quilates; o azul, US$ 0,80 a US$ 3,50 por quilate, para gemas de 0,5 a 100 quilates.
     O topázio não é sintetizado, pelo menos em escala comercial.

    Turmalina
    Assim como as granadas, as turmalinas constituem um grupo de  minerais, e não uma espécie só. São onze espécies, mas as usadas como gema são, na sua maioria, variedades de elbaíta.  A turmalina preta é outra espécie, a schorlita.
    Formam em geral cristais colunares alongados verticalmente, quase sempre com faces curvas e estriadas na direção de maior comprimento.
    A cor é muito variável e, de acordo com ela, a elbaíta recebe nomes como rubelita (rosa ou vermelha), indicolita(azul),acroíta (inco­lor), verdelita (verde).
    Um cristal de turmalina pode ter uma cor em cada extremidade e ainda uma terceira no centro ou ter uma cor por fora e outras no seu interior, distribuídas concentricamente.  A turmalina de duas cores é chamada de turmalina bicolor. Se tem cor rosa no centro e verde externamente, recebe o nome popular de turmalina melancia.
    A indicolita é bastante rara e a schorlita, a mais comum.   

     
     Turmalina-melancia bruta
    Turmalina-melancia bruta
     
     Turmalina bicolor (lapidada) e com três cores (bruta)
    Turmalina bicolor (lapidada) e com três cores (bruta)

    São gemas opacas a transparentes, de brilho vítreo. A rubelita costuma ter muitas fissuras. As mais usadas em jóias são as amarelo-esverdeadas, amarelo-mel, azul-escuras, vermelhas, verde-escuras e rosa.
    São produzidas principalmente na Namíbia, no Brasil e nos EUA, vindo em seguida Rússia, Mianmar (ex-Birmânia), Sri Lanka (turmalina amarela), Índia e Madagascar. No Brasil, destaca-se o Estado de Minas Gerais, mas existem turmalinas também no Ceará, em Goiás e na Bahia.
    Em 1978, no município de Conselheiro Pena (MG), descobriram-se vários cristais de rubelita gemológica com dezenas de quilogramas.
    Não existe turmalina sintética no comércio de gemas.
    O valor dessas gemas cresce com a intensidade da cor, mas entre as verdes, as mais claras (mais parecidas com a esmeralda) valem mais. Nas turmalinas bicolores, o valor maior corresponde ao maior contraste de cor. A turmalina Paraíba, a mais valiosa de todas as turmalinas, com a cor azul néon vale de US$ 15 a US$ 15.000 por quilate, para gemas de 0,5 a 3 quilates. A verde néon é um pouco menos cara: US$ 10 a US$ 9.000 por quilate.  Como as reservas brasileiras de turmalina Paraíba estão esgotadas e as da África estão no fim, esses preços deverão subir, se já não subiram.
    As variedades rubelita, verdelita e bicolor variam de US$ 1 a US$ 280 por quilate, para gemas com 0,5 a 20 quilates. A indicolita é um pouco mais cara que elas: US$ 2 a US$ 480 por quilate. Dravita e uvita custam de US$ 3 a US$ 30 por quilate, para gemas com 0,5 a 1 quilate. A schorlita, a mais barata de todas, vale de US$ 0,20 a US$ 1,80 por quilate, para pedras com até 100 quilates.


    Turquesa
    Outra gema tradicional, usada há muitíssimo tempo, a turquesa é bem conhecida por sua cor azul-celeste, verde-azulada ou verde-amarelada. É semitransparente a opaca e tem brilho porcelânico, enquanto  a maioria das gemas tem brilho vítreo.
    É porosa, suja com facilidade e é fácil de riscar, exigindo, portanto, cuidados no seu uso  Além disso, está sujeita a alterações de cor por ação da luz solar, suor, cosméticos e desidratação
    Há várias imitações de turquesa, feitas com materiais diversos, como a chamada turquesa Viena.
    A turquesa pode ser confundida com amazonita, crisocola, jade e outros minerais. É lapidada sempre em cabuchão e, na Ásia, usada, como o jade, para pequenas esculturas.
    É produzida principalmente no Egito, EUA, Irã e Turquia, seguindo-se Rússia, Austrália, Afeganistão, Israel, Tanzânia e China. As melhores pedras vêm do Irã.  No Brasil, há pequena produção na Bahia.
    A turquesa não é uma gema cara. Dentre as diversas variedades, tem mais valor a compacta e de cor azul-celeste.
    É sintetizada desde 1972 e não é muito fácil diferenciar a sintética da natural. A presença de pontos brancos indica uma origem natural.

     


    CURIOSIDADES
    *        Em certos países da Europa, o âmbar (e o coral) são usados pelas crianças contra mau-olhado e contra a tosse.


    *        A ametista e considerada símbolo da sinceridade, da lucidez, servindo, acreditam alguns, para combater a embriaguez, o sono e até mesmo gafanhotos.
    ‘É a pedra do anel de formatura dos professores e do anel dos bispos.
    Seu nome vem do grego amethystos (não ébrio), porque se acreditava, na Idade Média, que a bebida servida em cálice feito com essa gema não provocava embriaguez.


    *        Não existe refugo na produção de diamante; tudo é aproveitado, até mesmo o pó que se forma na lapidação.
    O menor diamante lapidado tem 0,00063 quilate, 57 facetas e 0,53 mm de diâmetro. Foi lapidado na Antuérpia (Bélgica).
    O maior e mais célebre de todos os diamantes já encontrados é o Cullinan, descoberto na mina Premier, em Pretória (África do Sul), em 25 de janeiro de 1905, por Sir Thomas Cullinan. Tinha 3.106 quilates (621,2 gramas) no estado bruto. Lapidado, deu uma gema de 530,2 quilates e 104 outras menores.
    O mais caro diamante lapidado do mundo tem 101,84 quilates. Foi vendido em Genebra (Suíça), em 14 de novembro de 1990, por US$ 12,8 milhões.
    O mais alto preço já pago por um diamante bruto foi US$ 9 milhões por uma pedra de 255,10 quilates, em 1989.
    Em 1993, a Nasa anunciou a descoberta de enormes concentrações de nuvens de microdiamantes no interior da Via Láctea, com uma massa total de 6 sextilhões de toneladas.
    Um diamante azul de 6,04 quilates foi vendido por US$ 7.981.835 em 2007, sendo este o maior preço por quilate já pago na venda de um diamante.
    O diamante azul Hope, da Smithsonian Institution, é considerado por alguns a peça de museu mais visitada do mundo.
    A empresa suíça Pat Says Now fabricou um mouse revestido de ouro 18 K e cravejado com 59 diamantes, vendido por US$ 24 mil.
    A mais cara obra de arte contemporânea é um crânio feito pelo artista britânico Damien Hirst, coberto com 8.601 diamantes e avaliado, em 2007, em US$ 105,2 milhões; chama-se Pelo Amor de Deus.
    Em outubro de 2007, a Philips holandesa e a joalheria nova-iorquina A Link apresentaram, na Índia, um televisor de tela plana de 42 polegadas, contendo, no gabinete, 2.250 diamantes.
    Na Antigüidade, acreditava-se que o diamante, se usado na segunda-feira, trazia azar, sendo o sábado o dia mais indicado para seu uso. Segundo o Talmude, se ficasse embaçado diante de um suspeito de crime, este era culpado. No século XVIII, era tido como dissipador de raios e fantasmas e defensor da virtude. Acreditava-se também que era capaz de se reproduzir. Os birmaneses acreditam que, ingerido, é tão venenoso quanto o arsênio.


    *        Na Antigüidade, recomendava-se que a esmeralda só fosse usada na sexta-feira. No século IV, era tida como fonte de felicidade. Se seu proprietário agisse de modo incorreto, ela se estilhaçaria. Era considerada por Aristóteles remédio contra a epilepsia. Já se acreditou que a esmeralda pudesse tornar invisível o homem solteiro e, até há pouco, era usada como remédio contra febre, disenteria e mordidas de animais venenosos. Atualmente é usada como amuleto na Índia.
    É a gema usada no anel do papa.


    *        O maior cristal conhecido de granada foi descoberto na Noruega; tinha 2,30 m e 37,5 t.


    *        O maior jade conhecido foi descoberto na China, em 17 de setembro de 1978; é um bloco de 603 m3 e 143 t.
    Em um templo de Xangai (China), há uma estátua de Buda de 1,5 m de altura e 3 t, esculpida em jade branco.
    O nome jade derivado do espanhol piedra de ijada (pedra para cólicas), pois se acreditava que curasse infecções renais. Dessa crença deriva também o nome nefrita, do grego nephros, rim.
    No Museu Metropolitano de Nova York e no Museu Britânico, em Londres, há dois blocos de nefrita, cada qual com cerca de uma tonelada


    *        Acreditam alguns ser o jaspe útil para afastar o medo de fantasmas e bruxarias. Na Antigüidade, era considerado provocador de chuva.


    *        A maior opala conhecida é a Olympia Australis, de 17.700 quilates, descoberta na Austrália, em agosto de 1950. Está exposta em Melbourne, naquele país, e seu valor é estimado em US$ 1.800.000.
    Na Antigüidade, a opala valia mais que o diamante e pensava-se que tinha o poder de evitar o mau-olhado, de curar doenças dos olhos e de advertir do perigo. No século XIX, passou a ser considerada de mau agouro, razão pela qual, durante certo tempo, seu uso diminuiu muito.


    *        A maior pérola conhecida, a Pérola da Ásia, tem 121 g.
    De cada 40 conchas, só uma, em média, contém pérola, mas conchas com várias pérolas podem ser encontradas.
    Elas são usadas como gema há seis mil anos. A jóia mais antiga que se conhece feita com pérolas é um colar de três fios e 216 pérolas, encontrado em escavações feitas no Irã, e que se encontra no Museu do Louvre, em Paris (França).
    Segundo os hindus, as pérolas são lágrimas congeladas nascidas do contato das nuvens com as águas. Os gregos diziam que delas emanavam forças vivificantes e protetoras. Na Antigüidade, era triturada e misturada com vinho e cerveja quando se pretendia homenagear pessoas de alta linhagem.


    *        No século IV, o rubi era símbolo do amor. Antigamente, era usado para combater epidemias, pesadelos e melancolia, além de aumentar a inteligência e curar desgostos amorosos. Acreditava-se também que combatia a obesidade.


    *        A grife Victoria’s Secret, de Nova Iorque, confeccionou um biquíni com 3.024 gemas, entre elas 1.988 safiras e um diamante de 5 quilates.
    Acreditam alguns que a safira, usada sobre o coração, ela proporciona valentia. São Jerônimo via nela um meio de adquirir prestígio junto aos poderosos e proteção contra a cólera divina. Era tida como remédio contra a febre, e os egípcios a ingeriam como tônico.
     Os que usam cristais para tratamento de saúde dizem que a safira é útil no caso de suores excessivos, úlceras e distúrbios da visão, principalmente a safira-macho (azul-celeste). Com leite ou vinagre, é usada para combater reumatismos e resfriados.
    A safira é a gema usada no anel dos cardeais.


    *        O topázio, na Antiguidade, simbolizava a amizade e atribuía-se-lhe o poder de acalmar a cólera e conter hemorragias


    *        A turquesa era usada pelos egípcios no tratamento da catarata. Acreditava-se, outrora, que protegia contra acidentes e que tinha o poder de acusar a presença de veneno, exsudando abundantemente. Para Aristóteles, era antídoto contra picadas de cobras.

    Corindo – Mineral Coríndon, Coríndon ou Corundum

    Corindo – Mineral Coríndon, Coríndon ou Corundum
    O corindo é o mineral mais duro na natureza depois do diamante. Por este motivo só pode ser riscado e trabalhado por ele. A palavra corindo surgiu nos meios científicos europeus no fim do século XVIII, quando foram trazidos da China cristais de um mineral que nesse país era pulverizado e usado como abrasivo. Era idêntico ao comercializado pelos mercadores de Bombaim com o nome de kurund ou corundum.
    foto de cristal corindo
    As análises demonstraram que a sua composição era a mesma da telesia (em grego “perfeito”), nome que o célebre vulcanólogo francês René Just Haüy havia atribuído ao rubi e à safira, ambos usados como gemas. Foi o próprio René quem identificou o corindo como telesia e optou pelo novo nome indiano, para evitar confusões com as denominações europeias tradicionais.
    O mineral corindo é composto por 53% de alumínio puro, pode conter pequenas quantidades de cromio, ferro e titânio, impurezas que lhe dão os diferentes coloridos. O corindo comum é pouco brilhante e não transparente, de cor cinzenta, por vezes róseo, amarelo ou verde. Das gemas, as variedades mais conhecidas são o rubi de cor vermelha e as safiras, azul carregado (safira propriamente dita), incolor (leucossafi ra), amarela (topázio oriental), verde (esmeralda oriental), roxa (ametista oriental) ou rósea.
    Existe ainda uma variedade que é corindo maciço, granular, cinzento a negro, que juntamente com magnetite, hematite e espinela formam uma rocha denominada esmeril. Mohs classifi cou-o no grau 9 da sua escala de dureza. Tal como o diamante que é o único mineral com dureza 10, o corindo é a única substância natural de dureza 9. Génese. O corindo é um mineral típico das rochas metamórficas, isto é, das que se formam a partir de rochas preexistentes quando submetidas a altas pressões e temperaturas.
    Também pode ser encontrado em rochas formadas pela consolidação de magmas profundos pobres em sílica. Ocorrência. As gemas ocorrem na Birmânia, Sri Lanka, Tailândia, Índia, Bornéu, Madagáscar, Tanzânia, Estados Unidos, Alemanha e República Checa. Depósitos de esmeril ocorrem no Cabo Emeri na ilha de Naxos na Grécia, na região de Aiden na Turquia e nos Urais Centrais. Utilização. A mais lucrativa é como gema em joalharia, a esta se destinando as variedades mais coloridas, sobretudo o rubi e a safira, o que desde finais do século XIX tem levado ao fabrico de corindos sintéticos.
    O esmeril é utilizado como abrasivo em pastas de polimento e em instrumentos de perfuração e corte. Mais recentemente, safiras e rubis sintéticos são usados como revestimento de vidros (altamente resistentes à abrasão), na indústria dos lasers, como substratos de microcircuitos (protegendo-os de radiações perturbadoras) e como pontas de mísseis (dada a sua transparência à radiação que os conduz ao alvo, aliada à sua dureza, muito útil em teatros de guerra onde tempestades de areia poderiam “cegar” os mísseis).
    A safira apresenta-se na natureza, tal como já foi referido, em todas as tonalidades com destaque para o azul ténue e o azul intenso. Nas pedras perfeitamente transparentes a cor mais apreciada é a intermédia entre os dois extremos. Frequentemente confundida durante a Idade Média com o lápis-lazuli, o seu nome vem do grego sappheiros, “pedra azul” ou do hebreu sappir, “a coisa mais bela”. Os Romanos chamavam-lhe hyacinthus, por a sua cor se parecer com a do esplêndido jacinto azul como Plínio explica no livro XXXVII da sua História Natural.
    Colar de Safira em exposição na coleção Smithsonian
    Como todas as gemas azuis ou incolores, é incluída entre as “pedras de ar”, que os Antigos consideravam directamente ligadas ao céu. Era o símbolo da justiça divina, da esperança, da coragem, da confi ança e da alegria. Do ponto de vista químico, a safi ra é um óxido de alumínio com pequenas quantidades de ferro e titânio em substituição do alumínio. Cristaliza no sistema trigonal, no estado puro apresenta-se sob a forma de cristais bipiramidais alongados, com estrias transversais.
    Safira Brooch Logan, no Museu Nacional de História Natural, em Washington DC
    Apresenta um brilho notável e a sua densidade é de 4. A safira apresenta uma capacidade de absorção de luz que varia consoante a direcção de onde esta se propaga, chama-se pleocroísmo. Por isso a cor que vemos é uma mescla de azul intenso e azul-esverdeado. Apresenta com frequência uma coloração localizada, com faixas claras e escuras que formam entre si um angulo de 120 graus, o efeito geral pode ser uma figura hexagonal completa, visível a olho nu.
    safira rosa
    Entre as inclusões típicas, visíveis à lupa merecem citação as de rútilo (óxido de titânio), que surgem na forma de cristais aciculares orientados entre si a 60º, cristais de pirite, biotite, espinela e zircão por vezes emitindo os halos característicos, que se devem à radioactividade emitida por vestígios de urânio e tório neles presentes.
    padparadscha facetada
    Génese
    As safiras têm geralmente origem em rochas metamórficas. O tipo de jazida mais comum é o sedimentar, formado por cascalhos e areias aluviais. No seu estado bruto tem o aspecto de um seixo opaco em forma de barril. As jazidas mais conhecidas são as do Sri Lanka, extraordinárias e ainda hoje muito produtivas, justamente consideradas um “cofre” natural. Outras jazidas importantes são as da Birmânia (Myammar), na região gemífera de Mogok (as safi ras de Mogok são muito apreciadas comercialmente), na zona tailandesa de
    Chantaburi e as do Cambodja, região de Pailin.
    Safira do Madagascar
    Hoje é quase impossível encontrá-las ali, mas as safi ras de Caxemira são magníficas, de um belíssimo azul-lírio. A região australiana de Queensland fornece uma grande quantidade de safi ras de um azul-esverdeado intenso, outras zonas onde recentemente foram encontradas safi ras em quantidades apreciáveis são o estado norte-americano de Montana e a ilha de Madagáscar.
    Lapidação
    A safira pode ser talhada de diversas formas, em geral usa-se uma lapidação mista, uma coroa de tipo brilhante com um pavilhão em degraus. No caso de pedras opacas ou translúcidas prefere-se o talhe em cabochão, imprescindível no caso das safiras estrela mostrando seis raios. Mais raramente, a safira é usada em trabalhos de gravação, utilizando-se técnicas já conhecidas de Egípcios e Romanos.
    safira sintética
    Imitações
    Hoje em dia, a imitação mais comum é, sem dúvida, a safira sintética, obtida por fusão à chama, muito difundida no mercado desde o início do século XX. É importante referir que as imitações constituídas por quartzos incolores tratados com corantes de proveniência brasileira e de safiras, cujo óptimo aspecto se deve à sofisticação dos tratamentos por termodifusão e não ao lento trabalho da Natureza.
    Gemas célebres
    Não é difícil encontrar nos museus de todo o mundo safiras com cores e dimensões excepcionais, como a Star of India de 536 quilates, guardada no Museu de História Natural de Nova Iorque, a Star of Asia de 330 quilates ou a Star of Artaban de 316 quilates.
    O nome Rubi vem do latim ruber, ou rubeus que signifi ca vermelho. A palavra surgiu no final da Idade Média. A cor, ligeiramente diferente segundo os diversos pontos de observação, varia entre o vermelho violáceo e o vermelho amarelado. Alguns rubis apresentam inclusões em forma de agulha de rútilo que em determinadas ocasiões produzem reflexos luminosos em forma de estrela de seis pontas.
    cristal de rubi natural
    Este fenómeno chamado asterismo, é evidente se a pedra for lapidada em superfície curva, ou cabochão. Se as inclusões forem paralelas o reflexo produzido é de um único raio, fenómeno que é conhecido pelo nome de olho de gato. Se as inclusões aparecerem desordenadamente, origina-se um reflexo interno nacarado denominado seda.
    Bracelete - Pulseira de rubis e diamantes
    Génese
    A maioria dos rubis aparece em mármores, rochas metamórficas formadas a temperaturas e pressões muito altas. No entanto, esta pedra não é extraída directamente da rocha mãe em que se forma, mas sim de depósitos de cascalhos e areões aluviais, “placers” resultantes da erosão da rocha mãe. Os principais produtores de rubis são na Ásia: Birmânia, Sri Lanka, Tailândia e Cambodja. No Sri Lanka, os placers gemíferos de maior rendimento situam-se na região de Ratnapura, na Birmânia, as principais jazidas encontram-se no vale do Irawaddi, ao norte de Rangun; na Tailândia, na região de Chantaburi. Em África no norte da Tanzânia, também se encontram rubis opacos, mas bem coloridos e de grandes dimensões.
    Rubis no Museu Nacional de História Natural, Washington DC, E.U.A.
    Lapidação
    Geralmente, os rubis transparentes são lapidados em facetas, ao passo que para os translúcidos se prefere a superfície curva, ou cabochão. Os rubis de grandes dimensões, como os da Tanzânia são adequados para talhe em esmeralda e em brilhante. Imitações. Como todas as pedras preciosas, também os rubis são alvo de muitas imitações e falsificações. A gema natural que mais se parece com ele é a espinela-nobre, de um vermelho mais claro e menos intenso. As falsificações mais frequentes são as de vidro colorido e as de quartzo colorido.
    Os rubis sintéticos, que são fabricados há mais de um século são as melhores imitações das pedras naturais. Muitos “anéis da avó” conservados com veneração ostentam frequentemente rubis sintéticos.
    Gemas célebres
    Os rubis transparentes são sempre de pequenas dimensões, uma pedra de dez quilates já é excepcional. Por isso são considerados extraordinários rubis como o Eduard de 167 quilates, exposto no Museu Britânico de Historia Natural, em Londres, o Estrela de Reeves, com 138,7 quilates, exposto na Smithsonian Institution em Washington e o Long Star, de 100 quilates, exposto no Museu de História Natural de Nova Iorque. Em Teerão conservam-se numerosos rubis com mais de 40 quilates que fazem parte juntamente com milhares de outras pedras preciosas, do fabuloso tesouro do Irão.

    Diamante azul de 29,6 quilates é encontrado na África do Sul

    Diamante azul de 29,6 quilates é encontrado na África do Sul

    O diamante azul de 29,6 quilates encontrado pela empresa na mina da África do Sul
    Foto: Petra Diamonds / Divulgação
    Um diamante azul de 29,6 quilates, um dos mais raros e mais cobiçados do mundo com um preço de possivelmente dezenas de milhões de dólares foi descoberto em uma mina sul-africana pela Petra Diamonds. A mineradora afirmou que o "excepcional" diamante do tamanho de uma bolota pequena o suficiente para caber na palma da mão foi descoberto na mina Cullinan, perto de Pretória.
    A mina, propriedade da empresa desde 2008, foi o local onde em 1905 foi descoberto o Diamante Cullinan, descrito como o maior diamante bruto já recuperado, de 3.106 quilates. Também foram encontrados outros diamantes notáveis na mina. Incluindo um diamante azul Cullinan de 25,5 quilates, achado em 2013 e vendido por 16,9 milhões de dólares, e um diamante achado em 2008, conhecido como a Estrela de Josephine, vendido por 9,49 milhões de dólares.
    Johan Dippenaar, diretor da Petra Diamons, com a pedra nos dedos: "As pedras no último ano estão vendendo bem, acima dos US$ 2 milhões"
    O diretor Johan Dippenaar disse à Reuters que a última descoberta do diamante azul pode ultrapassar descobertas recentes. "Com alguma margem... essa é provavelmente a pedra mais significante que nós, em termos de pedras azuis, descobrimos", afirmou. "As pedras no último ano estão vendendo bem, acima dos US$ 2 milhões. Isso não é citação minha, são atualizações de mercado", disse, antes do primeiro comunicado do primeiro semestre da empresa.
    A Petra Diamonds deve divulgar dados sobre produção e vendas para os seis meses até 31 de dezembro na quinta-feira, mas eles não levarão em conta a descoberta de janeiro. O analista Cailey Barker da corretora Numis avalia que o diamante pode custar entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões em um leilão.

    O DIAMANTE


         
     
       
      O Diamante
     
     
      Dentre todas as pedras preciosas, o diamante sem dúvida é o "Rei". Um diamante polido, engastado num anel ou colar, ou até numa coroa real, é uma jóia belíssima; além disso, seu preço é muito alto.

    O homem conhece o diamante há milhares de anos. Uma das doze pedras preciosas que o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) usava o Choshen (Peitoral) do Efod (veste do Sumo Sacerdote), representando as doze tribos de Israel, era um diamante.

    O diamante é conhecido por ser a pedra mais dura e mais resistente. A palavra "diamante" é derivada de uma palavra grega que significa "inconquistável".

    Há cerca de 130 anos, o diamante era bastante raro. Em 1866, os filhos de um fazendeiro na África do Sul encontraram uma pedra tão reluzente que chegava a soltar faíscas, e brincaram com ela, guardando-a entre seus brinquedos. Quando a mãe percebeu a pedra brilhante, deu-a a um vizinho, que a vendeu para um ambulante por alguns trocados. Aquela pedra era um diamante que depois foi classificado como pesando mais de 21 quilates.

    As pessoas começaram a encontrar mais diamantes na mesma área. Em 1869, um pastor vendeu um diamante com mais de 83 quilates pelo preço de 500 ovelhas, dez vacas e um cavalo. A notícia do achado destes tesouros espalhou-se como fogo na mata. Logo havia milhares de "caçadores de tesouro" perto do Rio Vaal na África do Sul, onde os diamantes acima mencionados tinham sido encontrados. Alguns anos depois, começou a escavação no agora famoso campo de Kimberly. Ali também, o primeiro diamante foi encontrado por acaso.

    Uns poucos "caçadores" chegaram ao local, onde mais tarde seria fundada a cidade de Kimberly. Eles estabeleceram uma fazenda. Isso foi no verão de 1871. Um dos trabalhadores fez algo de errado, e como castigo, foi mandado para cavar num campo das proximidades. Enquanto cavava, encontrou diamantes.

    Houve uma corrida até o campo, e cerca de 1600 homens compraram cotas do lugar, embora tivesse apenas 10 acres de tamanho. Todos começaram a cavar em sua propriedade, e carregavam a rocha e a levavam por correntes até a mina na superfície; ai a "rocha" era lavada e filtrada, para fazer surgir os diamantes. O campo da mina foi transformado numa densa rede de correntes; fervilhava como uma colméia, todos trabalhando para si mesmos, não pensando no vizinho. Com freqüência, as finas paredes entre as minas desabavam, porque não havia um sistema de cooperação. Muitas vezes, um ou outro mineiro atingia um regato subterrâneo que inundava sua mina, e também as dos vizinhos.

    Dois homens sonhavam criar um monopólio das minas de diamantes para eles próprios. Um deles era um inglês, Cecil Rhodes. Ele iniciou sua carreira alugando bombas de água para vários "escavadores", e pouco a pouco começou a adquirir pequenas cotas nos lucros. Também o outro homem, Barbey Barnatto, começou a comprar mais e mais cotas. Alguns anos depois Cecil Rhodes comprou as cotas de Barney Barnatto, e assim se tornou o único dono das famosas minas "De Beer". Este era o nome de uma família sul africana a quem os campos tinham pertencido originalmente, antes da descoberta dos diamantes.

    Rhodes pagou 26 milhões de dólares para se tornar o único dono das minas de diamantes. A empresa que ele formou "Minas Consolidadas De Beer Limitada", atualmente controla a produção e o preço dos diamantes em todo o mundo.

    Hoje em dia, 5 toneladas de diamantes são extraídas anualmente, e a maior parte vai para fins industriais, não para joalherias. O diamante pelo seu grau de dureza é usado para diversos propósitos: cortar ferro e aço, serrar pedras, polir, moer e raspar diversos tipos de instrumentos, etc.

    O diamante industrial, embora inútil como jóia, é uma parte vital na indústria mecânica, como eletricidade ou outras formas de força. Em 1957, por exemplo, os Estados Unidos importaram 15 milhões de quilates de diamantes. Desse total, menos de 2 milhões de quilates foram para joalherias. O restante – mais de 13 milhões de quilates, ou quase 3 toneladas – eram diamantes industriais.

    Como jóia, o diamante custa cerca de U$ 1000,00/quilate, ao passo que um diamante industrial custa apenas U$ 4,00/ quilate.

    As minas de diamantes da África do Sul produzem a maioria dos diamantes. O Congo Belga (atual República do Congo, na África Central) tem a maior quantidade de diamantes industriais. Em 1957, 13 milhões de quilates foram extraídos, porém 95% deles eram da qualidade industrial, mais barata, que é moída até virar pó para fins de polimento. A África como um todo produz 97% de toda a produção mundial de diamantes. A produção mundial supera os 23 milhões de quilates por ano. Tanganica, Gana, África Ocidental Francesa e outras partes do Continente Negro também produzem boa quantidade de diamantes, mas todos são vendidos através da empresa De Beer.

    Um dos primeiros países onde os diamantes foram descobertos foi a Índia. Ali os diamantes eram conhecidos há mais de 2000 anos. Segundo a lenda, o famoso "Koh-I-Noor" ("montanhas de luz"), que hoje faz parte dos tesouros da Coroa Britânica, foi descoberto na Índia.

    Houve certa vez um diamante com uma lenda ligada a ele, chamado "o grande Mogul", e pesava 787 quilates. Há cerca de 300 anos, desapareceu, e foi cortado em pedras menores. Uma dessas partes, pesando 280 quilates foi utilizado para a coroa de um marajá indiano.

    Dentre os tesouros russos, há um diamante das jóias da coroa dos antigos czares. É chamado "Orloff", e pesa 220 quilates. Um soldado francês o roubou de um templo hindu, do olho de uma estátua que ali havia. Isso ocorreu em 1700. A pedra mudou de mão muitas vezes, sempre com derramamento de sangue envolvido, até que chegou a Amsterdã em 1774. Ali, um príncipe russo, Orloff, comprou-a (por cerca de meio milhão de dólares) e deu-a de presente à rainha Catarina II. Alguns acreditam que também fazia parte do "Grande Mogul" extraviado.

    Um dos diamantes mais famosos é o "Hope", uma pedra enorme, azul, rara. Está envolvido nas mortes trágicas de doze pessoas; também causou tragédias em duas famílias reais. É parte de uma pedra maior, que pertenceu ao rei francês, Luiz XIV. Foi roubado na época da Revolução Francesa. Posteriormente, apareceu na Inglaterra (44 quilates) onde um banqueiro, Henry Thomas Hope, comprou-a em 1800. Mais tarde, um sultão turco, Abdul Al Hamid, comprou-a, e a deu para sua esposa favorita usá-la ao redor do pescoço. Aparentemente o diamante também trazia má sorte, pois ele perdeu o trono. A pedra agora pertence a um mercador de diamantes em Nova York.

    O maior diamante do mundo foi encontrado na Mina Premier em Transvaal, na África do Sul. Esta nova mina de diamantes foi descoberta em 1902 por um tal Thomas Cullinan. Três anos depois, o capataz, Frederick Wells, percebeu um raio de luz na lama de uma mina aberta; com seu canivete, ele desenterrou o maior diamante do mundo – 3106 quilates, ou meio quilo de peso.
    O Governo de Transvaal presenteou o "gigante" ao Rei Edward VII da Inglaterra. A pedra foi chamada de "Cullinan". O rei escolheu o famoso lapidador, J. Osher de Amsterdã, para cortar a pedra. Este especialista estudou a pedra durante meses. Uma batida no lugar errado poderia partir a o diamante em pedaços.

    As responsabilidade e a tensão eram indescritíveis. Algumas vezes ele desmaiou durante o trabalho. Finalmente, partiu com sucesso em nove diamantes grandes, e 100 jóias menores. A pedra maior pesava 530 quilates e foi engastada no Cetro real. A pedra leva o nome de "Primeira Estrela da África".

    A "Segunda Estrela da África" do diamante Cullinan pesa cerca de 130 quilates, e enfeita a Coroa Real Britânica, que é usada na Coroação.

    Cortar e polir um diamante bruto de tamanho grande pode levar um ano. O especialista precisa de extrema paciência, arte, e nervos de aço. Cada diamante tem suas próprias peculiaridades. O lapidador estuda os "músculos" internos, ou gramatura da pedra, faz diversas linhas demarcatórias ao redor do diamante, de modo a obter a pedra maior e o menor número possível de pedras pequenas; quanto maior a pedra, mais alto é o preço.

    Às vezes ocorre que um especialista corte a pedra com uma batida do martelo no ponto exato, como fez J. Osher com o diamante Cullinan (e desmaiou na mesma hora). Ele foi informado mais tarde que o golpe tinha sido perfeito. Atualmente, os diamantes são cortados por serras especiais. São rodas, finas como papel, cobertas com pó de diamante misturado com azeite de oliva, e giram mecanicamente a grande velocidade, serrando o diamante bem lentamente, muitas vezes durante semanas. Somente um diamante pode cortar outro, porque não existe substância mais dura que o diamante.

    Mas por que estamos contando sobre a história dos diamantes com tantos detalhes? Por que tudo que é criado no mundo, certamente possuí um propósito Divino.

    O Báal Shem Tov, cujo aniversário é a 18 de Elul, declarou que todo judeu é um "diamante", porque possui as qualidades naturais daquela gema; é duro e determinado (um povo que não se dobra), e inconquistável na sua profunda crença interior no Todo Poderoso; os traços e qualidades inatas do judeu reluzem como raios do sol. Porém, assim como um diamante é bruto e opaco quando retirado da terra, e somente após ser lavado, raspado e polido emerge o verdadeiro "diamante", o mesmo ocorre com cada judeu. Suas boas qualidades estão ocultas no seu âmago, sob uma camada de "lama" que precisa ser lavada e limpa, até que sua centelha interior brilhe até a superfície. Aqui também, muita paciência e amor são necessários, grande Ahavat Yisrael (amor ao próximo) para fazer surgir aquilo que há de bom no outro. A pessoa precisa atingir o "ponto" certo.

    Da mesma forma que é preciso um diamante para cortar e polir outro diamante, o mesmo ocorre com cada judeu. É somente num ambiente genuinamente judaico, que instila sabedoria de Torá e incentiva o cumprimento das mitsvot, que um judeu pode desenvolver suas qualidades da forma mais pura e elevada.