quinta-feira, 1 de maio de 2014

MINÉRIOS DA BAHIA, BERILOS ETC...

1 - CIANITA DE ANAGÉ

Características: Jazida com 188 mil toneladas de reserva medida, situada no município de Anagé, a cerca de 22km a oeste de Vitória da Conquista. Esta área, de titularidade da CBPM, também inclui a jazida de bentonita licitada e ganho pela empresa Companhia Brasileira de Bentonita – CBB cuja unidade mínero-industrial de produção de bentonita ativada está implantada e em fase pré-operação. São 352,5 hectares, onde ocorrem quatro corpos elúvio-coluviais de concentrações residuais principalmente de cianita, mas com participações subordinadas de granada, estaurolita e quartzo, em meio a material areno-argiloso inconsolidado, resultante da decomposição de xistos. Cinqüenta e seis por cento da reserva são formados por cristais de cianita maiores do que 5mm. Nos 44% restantes o comprimento dos cristais de cianita oscila entre 0,6 e 5mm. As concentrações de cianita apresentam a seguinte composição (%): SiO2 - 42,5 a 40,0; Al2O3 - 57,6 a 53,5; Fe2O3 - 2,5 a 0,93; MgO - 0,18 a 0,05; Na2O - 0,17 a 0,03; e K2O - 0,35 a 0,04. O minério é adequado para utilização como refratário, dentro das especificações da indústria nacional. A operação de lavra e beneficiamento da jazida poderá ser realizada com baixo custo, em razão da favorabilidade de suas características geológicas e da simplicidade das operações para a concentração do minério.

2 - ESMERALDA DE CARNAÍBA

CARACTERÍSTICAS: As zonas mineralizadas em esmeralda ocorrem em três áreas de pesquisa da CBPM, totalizando 1.512,49 hectares, situadas no Distrito de Esmeralda de Carnaíba, município de Pindobaçu, no norte da Bahia. A zona mineralizada mais importante, e já investigada com sondagem, situa-se na parte da reserva garimpeira numa área com 41,54 hectares. A esmeralda concentra-se na zona de interação metassomática de filões de pegmatitos, ou de mobilizados graníticos, com corpos ultramáficos serpentinizados. Esta interação resulta na formação de filões de biotita xistos, muitas vezes com um núcleo quartzo-feldspático. Esses filões são os hospedeiros das esmeraldas, que se apresentam como cristais hexagonais de berilo verde, em geral zonados (mais claros no interior) e de tamanhos variados (poucos milímetros a poucos decímetros de comprimento). Os fatores que controlam a concentração preferencial e a qualidade das gemas, como intensidade da cor, cristalinidade e inclusões, dentro dos filões, ainda não são bem compreendidos. A CBPM não só realiza trabalhos de pesquisa em suas áreas, principalmente através de sondagem, como também dá apoio técnico aos garimpeiros e micro-empresários da região. Em suas áreas de pesquisa, ela dimensionou, recentemente, uma reserva total de 18,3 milhões de toneladas de biotita xistos, das quais 6,3 milhões são de reserva medida e 12 milhões de reserva indicada. Em outras áreas de titularidade da CBPM, prevê-se um bom potencial de xistos hospedeiros de esmeralda-berilo. Dados históricos nos garimpos apontam para uma produtividade de 1,11kg de esmeralda total (gemológica e não gemológica) por tonelada de biotita xisto lavrado. Com base nesta relação, presumem-se, respectivamente, reservas da ordem de 7 mil e 13,4 mil toneladas de esmeraldas gemológica e não gemológica.

3 - AREIAS ILMENÍTICAS DE PRATIGI, MUNICÍPIO DE ITUBERÁ

CARACTERÍSTICAS: Compreende mineralizações de placers de ilmenita, com rutilo, cianita e zirconita associados, relacionadas com cordões litorâneos localizados na região de Valença a Itacaré. Dez áreas de pesquisa de titularidade da CBPM distribuem-se numa área de 8.697,12 hectares. Os trabalhos de pesquisa e avaliação mineral desenvolvidos pela CBPM nas áreas de pesquisa de sua titularidade localizadas na região de Pratigi, no litoral sul da Bahia, resultaram no dimensionamento de 8,2 milhões de toneladas de areias ilmeníticas (cut-off 1,5%), com teor médio de 3,09% de minerais pesados, predominantemente ilmenita, estaurolita e zirconita, em depósitos placers antigos relacionados a cordões litorâneos.
Com o objetivo de estudar em detalhe os aspectos ambientais envolvidos na futura explotação dos depósitos, a CBPM contratou um grupo multidisciplinar de consultores externos que desenvolveram estudos de zoneamento ambiental na área de ocorrência das areias ilmeníticas. Os resultados desses estudos demonstraram que é perfeitamente possível compatibilizar as operações de lavra com as normas ambientais em vigor, tanto mais quando se considera que o método de lavra proposto (dragagem por sucção, seguida de concentração gravimétrica) executa imediatamente, e de modo contínuo, a recomposição das áreas lavradas.
A área avaliada, com extensão de 21km por 11km, abrange depósitos de minerais pesados formados em extensos cordões litorâneos, de idade holocênica e pleistocênica (Figura 1), durante fases de avanço e recuo do mar (jazidas do tipo paleopraia). Os depósitos foram amostrados com furos de trado, em malha de pesquisa de 500m x 50m. As amostras, após concentração dos minerais pesados, foram submetidas a estudos mineralométricos para identificação dos minerais e determinações de teor. Os resultados subsidiaram a elaboração da modelagem do depósito, feita com o software Gemcom. As análises mineralométricas efetuadas em 50 amostras de concentrados têm os seus valores médios expressos na tabela 1:
TABELA 1 - COMPOSIÇÃO MINERAL MÉDIA DO CONCENTRADO
DE MINERAIS PESADOS DA REGIÃO DE PRATIGI, ITUBERÁ- BAHIA
MINERAL
PESO (%)
MINERAL
PESO (%)
Ilmenita
75,14
Rutilo
0,35
Estaurolita
9,31
Hiperstênio
0,23
Zirconita
4,83
Espinélio
0,07
Cianita
4,26
Epidoto
0,02
Silimanita
1,65
Monazita
0,02
Turmalina
1,33
Muscovita
Traços
Actinolita
1,22
Anatásio
Traços
Andaluzita
0,97
Clorita
Traços
Granada
0,59
Biotita
Traços
Para a modelagem do depósito foram considerados os dados das pesquisas realizadas pela CBPM nas áreas de Barra dos Carvalhos, Rio do Campo e Barra do Serinhaém e o contorno das áreas de preservação ambiental definidas nos estudos de zoneamento realizados por consultoria contratada pela CBPM (Figura 2).
Para o cálculo das reservas foram usados teores de corte (cut-off) de 1,5%, 1,8% e 2,0%, que normalmente são utilizados por empresas que explotam depósitos de minerais pesados similares. A distribuição das reservas por intervalo de teor de minerais pesados nos depósitos de Pratigi, para o cut-off 1,5%, é mostrada na Figura 3. A Tabela 2 sintetiza as reservas da região de Pratigi, discriminadas por zona ambiental e por diferentes teores de corte.
TABELA 2 - RESERVAS DE MINERAIS PESADOS NA REGIÃO DE PRATIGI (em toneladas)

Teor
de
Corte
(%)
ZONAS AMBIENTAIS DO DEPÓSITO

RESERVA TOTAL
Zona de
Mangue (ZM)
Zona de vida silvestre (ZVS)
Zona sem restrição ambiental (SRA)
Reserva (t)
Teor Médio (%)
Reserva (t)
Teor Médio (%)
Reserva
(t)
Teor Médio
(%)
Reserva
(t)
Teor Médio
(%)
1,5
510.003
2,36
187.528
2,35
7.520.509
3,18
8.218.040
3,09
1,8
386.029
2,74
142.549
2,71
6.647.654
3,62
7.176.233
3,54
2,0
319.486
3,02
119.675
2,71
6.139.055
3,93
6.578.216
3,54


A pesquisa foi desenvolvida pela CBPM em três etapas distintas (Valença-Itacaré, Ilmenita de Serinhaém e Rio do Campo) cujos resultados, conjugando informações geológicas, econômicas e ambientais, apontam para a viabilidade da explotação sustentável dos depósitos de areias ilmeníticas de Pratigi, em harmonia com as normas legais e princípios de preservação do meio ambiente.

4 - OURO E METAIS BASE DO RIO SALITRE

CARACTERÍSTICAS: Prospectos em estágio inicial de exploração - Anomalias geoquímicas e geofísicas, sondagens e registros de massas de sufetos maciços, essencialmente a pirita-pirrotita, rastreados por uma extensão de 1,5km ao longo do strike.

5 - OURO E METAIS BASE DE SOBRADINHO

CARACTERÍSTICAS: Prospectos em estágio inicial de exploração - Anomalias geoquímicas e geofísicas, e um furo de sonda rotativo com interseção de mais de 100m de um horizonte pelito-grafitoso com persistentes valores de Au entre 0,1 e 0,4 g/t Au;
6 - OUTROS PROSPECTOS DE METAIS EM ESTÁGIO INICIAL DE AVALIAÇÃO

CARACTERÍSTICAS: Além dos depósitos minerais já avaliados, a CBPM possui outros prospectos em diversos ambientes geológicos do Estado, ainda em estágio inicial de avaliação. Na maior parte, apresenta potencial para ouro, metais-base e ferro. A maioria dos indícios de mineralização está localizada em ambientes vulcanossedimentares do tipo greenstone belt, que ocorrem em várias partes do Estado. Esses prospectos foram selecionados a partir de dados de levantamentos geológicos e aerogeofísicos, realizados em áreas requeridas pela CBPM. As informações contidas nos prospectos, ainda em estágio preliminar de avaliação de dados, relacionam-se com registros isolados ou agrupados de ocorrências minerais e de anomalias geoquímicas e geofísicas. O acervo já reunido está disponível para análise e avaliação por parte dos investidores e empresas de mineração. Ainda assim, a CBPM planeja realizar progressivos trabalhos de pesquisa e avaliação nessas áreas, que apresentam perspectiva de sucesso na atração de novos investimentos para o setor mineral do Estado. Os prospectos mais destacados são aqueles com potencialidade para minérios de ferro, ouro e metais base (Ni, Cu, Pb e Zn). Incluem-se nesta situação os conjuntos de áreas situados na extensão do Vale do Rio Paramirim, no centro-oeste da Bahia, e na borda ocidental da Chapada Diamantina. Em alguns desses prospectos a CBPM já iniciou os trabalhos de pesquisa e avaliação.

7 - NEFELINASSIENITO DE ITARANTIM

CARACTERÍSTICAS: A nefelina é um insumo mineral de largo emprego industrial na fabricação de vidros e produtos cerâmicos. O Canadá e a Noruega são praticamente os únicos produtores mundiais, enquanto os Estados Unidos e a Europa Ocidental são os maiores consumidores. O depósito, situado no Município de Itarantim, no sudoeste do Estado da Bahia, em sete áreas de titularidade da CBPM, com 5.782,57 hectares, compreende um maciço de biotita-nefelina-sienito com 16km de comprimento, largura variando de 3 a 12km e elevação máxima de 300 metros em relação ao terreno circundante. Nos corpos pesquisados, que constituem apenas uma pequena parte do maciço sienítico, foram dimensionadas reservas da ordem de 55,15 milhões de toneladas, das quais 2,65 milhões são de reserva medida (Serra do Felícimo) e 52,5 milhões de reserva indicada. A parte central do maciço alcalino, ainda não pesquisada em detalhe, sugere um potencial superior a 200 milhões de toneladas. A composição mineralógica média dos corpos pesquisados é a seguinte: K-feldspato (30-36%); albita (27-35%); nefelina (23-24%); carbonato (2-3%); minerais contendo ferro, principalmente biotita, com menor quantidade de ferro-hastingsita e magnetita (8-10%) e traços de apatita, titanita e zirconita. O minério do depósito foi submetido com sucesso a testes de beneficiamento e ensaios tecnológicos. Como resultados foram obtidos produtos com valores médios de 61% de sílica, 22% de alumina, 13,6% de álcalis e menos de 0,1% de ferro total, que atendem, portanto, às especificações exigidas pelas indústrias de vidro e cerâmica. Por se tratar de uma jazida de classe mundial, o empreendimento mínero-industrial para produção de nefelina poderá suprir, além de uma indústria de vidros associada ao próprio empreendimento, todo o mercado nacional, seguindo a estratégia de promover a substituição do feldspato.
Os depósitos de Nefelina Sienito de Itarantim e da Areia de Alta Pureza de Santa Maria Eterna, são jazidas de classe mundial que distam entre si aproximadamente 120km, e constituem insumos minerais essenciais para a produção de vidros planos e vidros especiais. Ensaios industriais de produção de vidro plano utilizando a areia de alta pureza de Santa Maria Eterna, juntamente com a nefelina da jazida de Itarantim, resultaram em excelentes produtos, que superam em qualidade as mais rígidas especificações industriais.

8 - CALCÁRIO CALCÍTICO DA REGIÃO DE JACOBINA

CARACTERÍSTICAS: Depósitos aflorantes de calcário calcítico, identificados e investigados pela CBPM no âmbito das áreas de 7 direitos minerários de sua titularidade, totalizando 4.745,57 hectares, situadas nas localidades de Lages do Batata, Fazenda Bonsucesso, Fazenda Ouro Verde, Taquarandi e Caatinga do Moura, no município de Jacobina (seis áreas com 3.880,21 hectares) e Taquarandi, no município de Mirangaba (uma área com 865,36 hectares), distando cerca de 330km a NW de Salvador. O minério desses depósitos é de excepcional qualidade para uso nas indústrias de cal, de cimento portland e de carbonato de cálcio precipitado. Os valores médios, em percentagem (%), de seus principais componentes são os seguintes: CaO – 54,18; MgO – 0,72; SiO2 – 1,36; Al2O3 – 0,19; P2O5 < 0,02; S < 0,04, Fe Total< 0,05; e TiO2 < 0,03.
Nestes depósitos foram dimensionados reservas da ordem de 149,66 milhões de toneladas, das quais 106,24 milhões são medidas, 7,42 milhões são indicadas e 36 milhões são inferidas. Os depósitos da fazenda Bonsucesso e da fazenda Ouro Verde, com reservas medidas de 51,26 milhões e 49,86 milhões de toneladas, respectivamente, são os mais importantes. Os depósitos apresentam excelentes condições de lavra, em razão da baixa relação estéril/minério; incipiente cobertura de solo; inexistência de intercalações silicosas e de níveis dolomíticos checados através de sondagens; mergulho suave das camadas (5o); e grande largura aflorante. A área dispõe de excelente infra-estrutura (energia elétrica, estradas asfaltadas, ferrovia relativamente próxima, água, telecomunicações e serviços) para implantação de um empreendimento mínero-industrial.

9 - LITHOTHAMNE – DEPÓSITOS CALCÁRIOS BIODETRÍTICOS

CARACTERÍSTICAS: Corresponde a acumulações de sedimentos marinhos biodetríticos originados da fragmentação, desagregação e deposição de colônias de algas que foram naturalmente extintas e acumuladas o fundo do mar. Os depósitos estão situados na região litorânea de Belmonte, no extremo Sul da Bahia, no âmbito de áreas de pesquisa de titularidade da CBPM, que totalizam 11.207,21 hectares. As acumulações de calcários biodetríticos marinhos de Belmonte constituem um importante depósito, que apresenta condições econômicas de explotação numa profundidade entre 10 e 25m de lâmina d’água. A CBPM desenvolveu trabalhos de pesquisa e bloqueou uma reserva total de 84 milhões de toneladas, das quais 35,7 milhões são de reserva medida e 48,3 milhões de reserva indicada. O minério carbonático possui os seguintes teores médios: CaO - 36%, MgO - 4% e CaO+MgO - 40%. Estes teores definem o minério dos depósitos avaliados como um calcário calcítico a magnesiano, de acordo com as classificações oficiais de calcário agrícola. Além desses principais componentes, o minério contém trinta micronutrientes sob forma livre e não composta. Isto mostra que, quando dissolvidos, esses elementos tornam-se disponíveis no solo e perfeitamente assimiláveis, tanto pelos organismos animais como vegetais. Esse calcário poderá, então, ser utilizado em agricultura na fertilização de solo e na constituição de ração animal. Essas características físicas e químicas do minério calcário lhes dão aptidão para usos industriais, como um produto carbonatado, rico em micronutrientes, 100% natural e por conseqüência, perfeitamente ecológico, não ocasionando contaminação no meio ambiente marinho e terrestre. Os depósitos reúnem excelentes características que são amplamente favoráveis ao seu aproveitamento econômico.

10 - ROCHAS ORNAMENTAIS – GRANITOS

Buscando ampliar a produção de granitos ornamentais no Estado da Bahia, hoje o terceiro maior produtor do país, a CBPM vem realizando trabalhos de pesquisa visando identificar e avaliar novas jazidas de granito. O objetivo é colocá-las à disposição da iniciativa privada para implantação de novos empreendimentos no setor de rochas ornamentais do Estado. Na atualidade a CBPM detém direitos minerários sobre 41 áreas de pesquisa para rochas ornamentais, distribuídas em várias partes do território baiano, totalizando 9.366,38 hectares. Nestas áreas, a CBPM delimitou 21 jazimentos, dos quais 9 foram transferidos para a iniciativa privada, por meio de processos de concorrência pública. Os outros 12 jazimentos definidos, totalizando reservas superiores a 2,5 milhões de metros cúbicos, permanecem disponíveis ao interesse de empresas privadas.

11 - COBRE DE RIACHO SECO

CARACTERÍSTICAS: As mineralizações de cobre estão situadas no extremo norte do Estado, na região de Riacho Seco, em cinco áreas de titularidade da CBPM, equivalentes a 2.404,52 hectares, no município de Curaçá. As mineralizações são constituídas por disseminações de sulfetos de cobre em rochas gabróicas anfibolitizadas, bastante deformadas. Em superfície, as mineralizações mostram-se oxidadas, transformadas em malaquita. Os trabalhos de pesquisa e avaliação mineral desenvolvidos pela CBPM dimensionaram uma reserva total da ordem de 5 milhões de toneladas de minério, com teor médio de 0,8% de cobre. A reserva é de pequeno porte, mas permanece em aberto a possibilidade de existência de reservas de maior porte. O depósito necessita do desenvolvimento de trabalhos adicionais de avaliação, considerando-se que está situado numa região com alto potencial para mineralizações de cobre, a exemplo da mina da Caraíba.

O Mineral Urânio

O Brasil possui uma das maiores reservas mundiais de urânio o que permite o suprimento das necessidades domésticas a longo prazo e uma possível disponibilização do excedente para o mercado externo.Toda esta riqueza mostra que o Brasil - face à sua extensão territorial, reservas asseguradas e domínio da tecnologia de todas as etapas do ciclo do combustível - ocupará uma posição estratégica em relação à demanda de fontes energéticas. A principal aplicação comercial do urânio é na geração de energia elétrica, como combustível para os reatores nucleares de potência.  O urânio é garantia de futuro com energia, de desenvolvimento planejado e encontra-se inserido nas necessidades do século 21.

O mineral

Minério de urânio é toda concentração natural de mineral ou minerais na qual o urânio ocorre em proporções e condições tais que permitam sua exploração econômica. O urânio se distribui sobre toda a crosta terrestre, como constituinte da maioria das rochas.
Não tem uma cor característica, pode ser amarelo, marrom, ocre branco, cinza... as muitas cores da terra. O que o diferencia de outros minerais é a sua propriedade física de emitir partículas radioativas, a radioatividade, que é aproveitada para produzir calor e gerar energia .

  • Um pouco de sua história
Em 1789, o químico alemão Martin Klaproth identificou o mineral que o mundo desconhecia: o urânio. Um átomo com núcleo pesado, que ganhou esse nome em homenagem ao planeta que havia sido descoberto oito anos antes. É o mais pesado entre os elementos naturais, seu símbolo na escala periódica é U. A partir do fim do século XIX e até meados do século XX,os fantásticos trabalhos dos cientistas Henri Becquerel, Marie Curie, Ernest Fermi e Otto Hahn permitiram que a fissão nuclear pudesse ser controlada. É o calor produzido pela fissão dos átomos de urânio que produz o vapor que movimenta as turbinas das usinas nucleares, gerando energia elétrica. O elemento químico Urânio é um metal branco-níquel, pouco menos duro que o aço e encontra-se, em estado natural, nas rochas da crosta terrestre. Sua principal aplicação comercial é na geração de energia elétrica, como combustível para reatores nucleares de potência. É também utilizado na produção de material radioativo para uso na medicina e na agricultura. A prospecção e pesquisa de minerais de urânio tem por finalidade básica localizar, avaliar e medir as reservas, depois de uma seleção das áreas promissoras, indicadas por exame de fotografias aéreas, imagens de radar e de satélites. A seguir é feita a verificação de campo, para identificar as estruturas ou condições geológicas favoráveis da ocorrência. Se os resultados forem positivos, os trabalhos de mineração são iniciados.
  • Extração - Beneficiamento - Produção de Concentrado de Minério de Urânio - U3O8
A rocha que contém urânio é extraída do solo e em seguida submetida a um processo industrial chamado lixiviação, para retirada do urânio. Do processo resulta um licor, que é levado à usina de beneficiamento, onde é clarificado e filtrado, passando então um processo químico até se transformar num sal de cor amarela, o concentrado de urânio, cuja composição química é o diuranato de amônio, conhecido como yellowcake ou concentrado de U3O8.
A partir do concentrado e até a geração de energia elétrica, o urânio passa por outras etapas do chamado “ciclo do combustível nuclear”: a conversão em gás, o enriquecimento isotópico, a produção de pó de UO2, a fabricação de pastilhas e a montagem do elemento combustível.
A única mina de urânio em operação em toda a América Latina é operada pela INB em Caetité, no sudoeste da Bahia.

EUA revelam ricas reservas de cobre e lítio no Afeganistão

EUA revelam ricas reservas de cobre e lítio no Afeganistão

De acordo com geólogos americanos, quase US$ 1 tri de reservas mineiras ainda inexploradas se concentram no país


Trabalhador afegão em mineradora na cidade de Helmand
Trabalhador afegão em mineradora na cidade de Helmand: dúvida agora é se o país, devastado pela guerra, conseguirá produzir riquezas a partir dos minérios
Cabul - O Afeganistão possui quase um trilhão de dólares em reservas minerais ainda inexploradas, segundo um estudo de geólogos americanos, que incluem reservas de lítio tão importantes quanto as da Bolívia - entretanto, não se sabe se o devastado país, corroído pela corrupção, poderá gerir esta riqueza.
Estas informações foram reveladas em janeiro pelo presidente afegão Hamid Karzai, mas só agora foram confirmadas pelos geólogos americanos que encontraram essas reservas em 2004, segundo o jornal New York Times.
Segundo o jornal americano, a descoberta foi feita através de mapas geológicos dos anos 1980 elaborados por soviéticos e escondidos por geólogos afegãos durante a Guerra Civil (1992-1996) e o regime dos talibãs (1996-2001).
Estas reservas, que incluem ferro, ouro, nióbio e cobalto, seriam suficientes para fazer deste país devastado pela guerra um dos primeiros exportadores mundiais de minérios.
Só as reservas de lítio do Afeganistão seriam comparáveis às da Bolívia, país que tem as maiores reservas deste minério que é componente indispensável das baterias recarregáveis, usadas por celulares e computadores.
Da mesma forma, as reservas de ferro e de cobre poderão fazer do Afeganistão - um dos países mais pobre do mundo - um dos principais exportadores mundiais desse minério.
"Há um potencial sensacional", declarou ao New York Times o general David Petraeus, chefe do Estado-maior das forças armadas americana.
A descoberta foi feita por uma pequena equipe de geólogos e dirigentes do Pentágono que utilizaram os mapas e os dados coletados pelos especialistas durante a ocupação desse país pela URSS nos anos 1980.
Os geólogos afegãos esconderam os mapas para protegê-los depois da retirada da URSS e eles permaneceram ocultos até a queda dos talibãs em 2001.
"Tínhamos os mapas, mas não foram explorados porque tivemos de 30 a 35 anos de guerra", explicou Ahmad Hujabre, engenheiro afegão que trabalhou no ministério de Minas nos anos 1970.
O Afeganistão poderá, no entanto, encontrar problemas para exportar esses minérios pela escassa rede de suas infraestruturas. Só uma rota importante une o Norte e o Sul do país e nela quase diariamente explodem minas de fabricação caseira.
"Duvido que o país seja capaz de gerir adequadamente estes recursos e ou utilizar estas riquezas para construir um Afeganistão mais pacífico e mais próspero", afirmou Janan Mosazai, um analista político.
O Afeganistão poderá virar a "Arábia Saudita do lítio", segundo uma nota interna do Pentágono citada pelo jornal.
"Os recursos naturais do Afeganistão terão um papel determinante no desenvolvimento econômico do país", declarou à AFP Jawad Omar, porta-voz do ministério afegão de Minas e Indústria.

Principais reservas de cobre brasileiro

Principais reservas de cobre brasileiro

No Brasil, em 2008, as reservas totalizaram 17,3 Mt Cu-contido (reservas medidas e indicadas) que representam apenas 1,7% das reservas mundiais de cobre.
A maior concentração encontra-se na região Norte, principalmente no Pará, onde concentram-se as maiores reservas brasileiros, temos dois depósitos que se destacam O depósito de Salobo contém as maiores reservas decobre do Brasil, com 1.242.845.000 t de minério e teores de 0,72% de cobre, seguidas de Sossego, com 320.757.401 t de minério, mas com teores maiores, de 1,14% de cobre. Há também produção no estado Rondônia.
No Nordeste temos destaca para o Estado de Alagoas com reservas com até 467.956t de cobre, com mais reservas para serem descobertas. Outro estado também com grandes reservas de cobre é aBahia com reservas de até 767.009t de cobre contidas. O Ceará temabém tem lá seu poder quando o assunto é reserva de cobre, tendo no estado o cobre associado, a prata, e além de conter 418.726t de cobre contido.
Na região Centro-Oeste temos destaque tanto para os estados de Goiás como do Mato Grosso, sendo que o primeiro tem uma reserva que apresenta 957.115t de cobre contido e o segundo com reservas de menores, umas com até 120.000 toneladas de cobre contido.
Na região Sudeste temos algumas reservas em Minas Gerais e em São Paulo, nenhuma delas chega a ser grande com em outros estados, o primeiro apresenta reservas de até 3.572t de cobre contido e o segundo reservas de até 20.535t de cobre contido.
Por fim a região Sul com destaque para o Rio Grande do Sul com reservas de até 25.201t de cobre

O níquel

Introdução
O níquel é um metal branco-prateado, dúctil, maleável, peso específico 8,5 g/cm3, dureza escala de Mohs 3,5; tem seu ponto de fusão em aproximadamente 1.453º C, calor de fusão 68 cal/g, peso atômico 58,68, possuindo grande resistência mecânica à corrosão e à oxidação; o sistema de cristalização é isométrico; número atômico 28. Os minerais de níquel são: os sulfetos (milerita e pentlandita (FeNi9S8), que se apresentam associados a outros sulfetos metálicos em rochas básicas, freqüentemente acompanhados de cobre e cobalto. O sulfeto é o principal mineral utilizado, contribuindo com mais de 90% do níquel extraído. O outro mineral é a garnierita ou silicato hidratado de níquel e magnésio, que se encontra associado às rochas básicas (peridotitos), concentrando-se por processos de intemperismo nas partes alteradas, onde forma veias e bolsas de cor verde maçã).
O metal níquel é obtido através da exploração dos minérios sulfetados e lateríticos, ambos com reservas e depósitos conhecidos, suficientes a nível mundial, para a exploração por mais de 100 anos. Este metal possui larga utilização na produção de aços inoxidáveis, juntamente com o cromo e o molibdênio, e na produção de ligas especiais, dentre outras aplicações.
Assim analisaremos neste relatório os principais usos do níquel, reservas e depósitos, produção mineral, processos de produção, custos operacionais, bem como os potenciais projetos, no cenário mundial. Neste contexto, são apresentados também a evolução da produção e do consumo de níquel refinado e o comportamento dos preços.
  1. Histórico
O nome níquel deriva de “kupfernickel”, referência dada a nicolita pelos mineiros alemães quando a identificaram no século XVII. Antes da era cristã, o metal já era utilizado. Moedas japonesas de 800 anos A.C. e gregas de 300 anos A.C. continham níquel, acredita-se que seja uma liga natural com o cobre. Nos anos 300 ou 400 A.C. fabricavam-se armas que possuíam ferro meteorítico, com conteúdo de níquel variando de 5 a 15%. Em 1751, Axel Frederich Cronstedt descreveu que havia detectado níquel metálico e, em 1755, o químico sueco Torbern Bergman confirmou seu trabalho. O minério teve pouca importância real na economia industrial até 1820, quando Michael Faraday, com a colaboração de seu associado Stodard, foram bem sucedidos fazendo uma liga sintética de ferro-níquel, sendo o início da liga níquel-aço que tem uma grande contribuição para o desenvolvimento industrial do mundo.
Em 1838, a Alemanha produziu o primeiro níquel metálico refinado, tendo iniciado o refinamento com umas poucas centenas de toneladas de minério importado e, em 1902, foi formada a International Nickel Co. of Canadá Ltd., a principal produtora de níquel do distrito de Sudbury.
O metal é muito usado sob a forma pura, para fazer a proteção de peças metálicas, pois oferece grande resistência à oxidação. Suas principais aplicações são em ligas ferrosas e não-ferrosas para consumo no setor industrial, em material militar, em moedas, em transporte/aeronaves, em aplicações voltadas para a construção civil e em diversos tipos de aços especiais, altamente resistentes à oxidação, como os aços inoxidáveis, bem como em ligas para o fabrico de imãs (metal Alnico), em ligas elétricas, magnéticas e de expansão, ligas de alta permeabilidade, ligas de cobre-níquel, tipo níquel-45, e em outras ligas não-ferrosas. A niquelagem de peças é feita por galvanoplastia, usando banhos de sais de níquel.
  1. Ligas de Níquel
As características físico-químicas do níquel permitem que ele ceda características muito importantes para ligas em variadas aplicações, sendo utilizado principalmente como elemento de ligas de aço em composição de 13%.
Dentre as varias características possíveis do níquel destacamos as seguintes: resistência a quente, devido ao seu alto ponto de fusão; resistência a corrosão, devido a sua alta dureza e tenacidade; reduzida variação dimensional, dada por seu modulo de elasticidade de 204GPa e elevada resistência elétrica eletronegatividade baixa, que garante um grande aquecimento durante a condução elétrica.
  • Exemplo de Ligas
– Níquel 200 e níquel 201, 99.5% Ni – resistência a corrosão;
– Duraniquel 301, 94% Ni – 4%Al e ate 1% Ti (e outros) – endurecimento
por precipitação de Ni3(AlTi) → maior resistência mecânica.
– Ni-Cu (Al, Fe, Ti) [Monel] – Endurecimento por envelhecimento → maior resistência e dureza; Maior resistência a corrosão.
– Ni-Mo [Hastelloy B2] – resistência a corrosão.
– Ni-Cr-Fe [Inconel 600, Incoloy 800] → resistencia a temperaturas elevadas.
– Ni-Cr-Mo [Hastelloy C-276, Hastelloy C-22, Inconel 625] → resistentes a corrosão alveolar. Aplicação em meios aquosos.
Há também uma variedade de ligas de níquel chamadas super ligas de níquel. Elas são desenvolvidas para aplicações especiais onde se exige grande resistência mecânica a temperaturas elevadas, ou seja, elevado resistência a fluência, sendo amplamente utilizada na industria aeronáutica e aeroespacial, que exigem muito dos matérias utilizados em seus processos.
Para adquirir tais propriedades a liga passa primeiramente em um processo de endurecimento por solução sólida de Cr, Co, Fe, Mo, W e Ni que lhe dará resistência mecânica e depois por um endurecimento por precipitação, formando um compostos intermetálico de Ni3( Al, Ti) com teores de 5% de alumínio e 1% de titânio, conferindo assim, resistência a quente para o material.
  1. Ocorrências no Brasil e no Mundo
  • No Brasil
Os jazimentos de níquel descobertos no Brasil são representados por minérios silicatados, que provêm da alteração de rochas muito básicas como peridotitos. O intemperismo mobiliza o níquel sob a forma de silicato hidratado, e o concentra em fissuras da rocha em processo de alteração, trazendo-o para a superfície. Nas jazidas deste tipo encontra-se na parte superior uma camada de laterita niquelífera e mais abaixo, geralmente, há uma zona enriquecida à custa da rocha subjacente que vai depois empobrecendo à medida que o níquel se desloca para a superfície. Nas jazidas são encontradas calcedônias que indicam ações hidrotermais provavelmente relacionadas com os pegmatitos também freqüentes. O processo de alteração dos peridotitos pode ser atribuído a ações hidrotermais além do intemperismo.
Analisando, pelo total de reservas nacionais de níquel, o percentual de participação dos Estados em relação à soma de suas reservas medida, indicada e inferida, são discriminadas, em primeiro lugar, pelo Estado do Goiás, cujas reservas de níquel representam 74,78 % do total do País, localizadas nos municípios de Niquelândia, Americano do Brasil, Barro Alto, Diorama, Goianésia, Iporá, Jussara, Montes Claros de Goiás; em segundo lugar, o Estado do Pará, que atinge 16,84 %, distribuídas entre os municípios de Marabá e São Félix; em terceiro, o Estado de Minas Gerais (4,20%) onde as reservas de níquel estão situadas no município de Fortaleza de Minas, Ipanema, Liberdade e Pratápolis; em quarta classificação está o Estado do Piauí (4,18%), em São João do Piauí. Ainda existem reservas de minério de níquel laterítico em pedido de sobrestamento autorizado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral em áreas de pesquisa no Estado de Mato Grosso que totalizam 14.306.000 t. com teor médio de 1,75% de Ni, incluindo as classes medida e indicada que foi o objeto do Relatório Final de Pesquisa protocolizado em 1999.
  • No Mundo
No mundo, já foram identificadas reservas de minério de níquel em aproximadamente 20 países espalhados por todos os continentes, resultando em um teor global médio acima de 1%. As reservas de maior teor de níquel, a nível mundial, são estimadas em mais de 47 milhões de t, suficientes por 45 anos, considerando a demanda atual de níquel da ordem de 980 mil t/ano. Se forem considerados todos os depósitos com reservas medidas e indicadas, este montante atinge cerca de 130,6 milhões de ton.
Cuba detém o 1º lugar no que se refere às reservas mundiais de níquel, com 17,6% do total, seguida por Nova Caledônia com 12%, Canadá com 11% e Indonésia com 10%. O Brasil, com 4,5%, encontra-se em 10º lugar no contexto mundial. Estima-se que, segundo os teores médios praticados, a necessidade brasileira do metal, a demanda atual e as atuais reservas medidas e indicadas de níquel contido, dispõem-se de mais de 100 anos para exploração.
A região do pacífico asiático dispõe de extensos depósitos de minério Laterítico (denominação de um dos tipos de minério de níquel, posteriormente explicado), com teores de médio a alto. Nesta região, aproximadamente 70% da produção de níquel refinado é oriunda de minérios lateríticos, sendo os 30% restantes originados de minérios sulfetados. Com base nas expansões previstas e nos projetos em desenvolvimento nesta região, estima-se o crescimento da produção a partir de minério laterítico, passando de 210 mil t para 296 mil t no período 1998/2000.
  • Produção Mineral
A Rússia detém o primeiro lugar como produtor de minério de níquel concentrado com representativos 19%, através das empresas Norilsk Nickel com 86% da produção do país e Ural Nickel respondendo pelo restante. Em segundo lugar vem o Canadá com 15% seguido pela Austrália com 11%, posição esta que poderá ser mudada com o novo processo PAL ( Pressure Acid Leach ) de tratamento do minério laterítico e que vem sendo desenvolvido principalmente na Austrália. O Brasil ocupa a 7º colocação como produtor mundial de concentrado de níquel, puxado porPrincipais empresas produtoras no Brasil: Companhia Níquel Tocantins (Votorantim) - 42,6%, Anglo American Brasil - 40,7%, e Mineração Serra da Fortaleza (Votorantim) - 16,6%..
Acompanhando um pouco da evolução dos processos produtivos de extração de minério de níquel nos últimos anos, no período de 1988/ 93 a produção de minério de níquel no mundo foi crescente, atingindo 32.154 t de níquel contido no minério.
A partir daí houve uma redução verificada na produção durante os anos de 1994, 1995 e 1996 resultante da falta de estímulo no mercado em função da constante queda nos preços do metal na Bolsa de Metais de Londres (LME – London Metal Exchange) observada desde 1990, originada da diminuição da demanda industrial e do crescimento dos embarques russos de níquel para os depósitos da LME. Isso foi um desastre para alguns produtores marginais do metal para os quais o limite mínimo permitido de comercialização era de US$ 3,00 por libra-peso e que, no ano de 1994, atingiu US$ 2,88 por libra-peso.
Entretanto, o partir de 1997 começou a ocorrer um aumento gradual na produção de níquel eletrolítico, em função do aumento no consumo de níquel pela indústria de aço inoxidável nos países asiáticos, e a conseqüente elevação dos preços no mercado internacional em 1998. Esses fatores influenciaram o crescimento da produção de concentrado de níquel no Brasil, com expansão da lavra da Cia Níquel Tocantins, obtendo-se acréscimos de 15%, 19% e 35% na produção nacional de níquel contido até 2000.
  1. Principais Sistemas de Classificação e Designação
No meio industrial o níquel possuem classificação por classes que são definidas de acordo com as ligas de níquel utilizadas para cada processo e também de acordo com o uso dessa liga na indústria. Na classe I, classificam-se os derivados de alta pureza, com no mínimo 99% de níquel contido (níquel eletrolítico 99,9% e carbonyl pellets 99,7%) tendo assim larga utilização em qualquer aplicação metalúrgica. A classe II é composta pelos seus derivados com conteúdo entre 20% e 96% de níquel (ferro-níquel, matte, óxidos e sinter de níquel), com grande utilização na fabricação de aço inoxidável e ligas de aço.
Pela composição, o níquel recebe outra classificação, porem, diferentemente da divisão por classes, estas denominações estão mais ligadas à extração e processamento do minério de níquel, eles são denominados sulfetados e leteríticos.
Os minérios sulfetados possuem em sua composição, além do níquel, sulfetos de cobre, cobalto e ferro, assim como alguns metais valiosos (platina, prata e ouro) e enxôfre, utilizado para a produção de ácido sulfúrico. Originados em camadas subterrâneas abaixo da região saprolítica, os depósitos de minério sulfetado correspondem atualmente a cerca de 20% das reservas de níquel do ocidente, sendo principalmente encontrados na Austrália e CIS, seguidos por Canadá, China, África do Sul e Zimbábue. Cerca de 55% da produção total de níquel é oriunda dos minérios sulfetados. Recentemente foi descoberto um importante novo depósito de minério sulfetado em Voisey Bay, no estado de Labrador, Canadá.
Quanto ao minério laterítico, sua ocorrência se dá numa região mais superficial, mais especificamente a saprolítica. Seus depósitos, situados principalmente no Brasil, Cuba, Austrália, Indonésia, Nova Caledônia e Filipinas, possuem teores médios de níquel em torno de 1,95% e teores de óxido de ferro acima de 24%, além da presença de cobalto e magnésio.
Vários especialistas têm apontado a necessidade de desenvolver as possibilidades de exploração das reservas de minério laterítico, visando o atendimento à demanda futura e a redução dos custos de produção do metal.
  1. Processos de Obtenção
  • Histórico dos Processos
Segundo estatísticas fornecidas em 1995, o minério sulfetado era o mais utilizado para a produção de níquel, numa relação de 65% do sulfetado contra 35% do minério laterítico. A crescente preocupação com a oferta de minério e a redução dos custos de extração têm motivado, entretanto, uma tendência de maior utilização do minério de níquel de origem laterítica.
O minério sulfetado apresenta uma vantagem em termos de custo energético, pois este representa 15% do custo total da produção, enquanto no laterítico esta participação atinge 45%, segundo informações fornecidas em relatório do Banco Mundial, em 1995. Entretanto, dois pontos reforçam a utilização do minério laterítico:
  • As reservas de níquel sulfetado têm elevado custo de extração, dado sua localização profunda;
  • Rendimento superior dos minérios lateríticos. Numa amostragem, referente a 28% da produção mundial de níquel primário, realizada pela Preston Resources Ltda. E apresentada no 2nd Nickel & It’s Markets Seminar, em setembro de 1999 em Bruxelas, Bélgica, foi concluído pela empresa que os teores de níquel do minério de origem laterítica são superiores aos dos sulfetados, os quais apresentam, portanto, rendimento inferior.
Atualmente, os minérios lateríticos são mais utilizados para a produção de ferro–níquel e níquel eletrolítico, sendo os sulfetados direcionados principalmente ao processamento de níquel eletrolítico. Cerca de 45% da produção mundial de níquel contido é proveniente de minérios lateríticos.