O preço do minério de ferro subiu e ultrapassou, novamente, a barreira psicológica dos US$90/t depois de uma queda de 34% somente em 2014, quando atingiu o mínimo de US$89,30/t.
A queda afetou a estratégia de mineradoras que produzem minérios de baixo teor.
A Rio Tinto já está dando desconto entre 6 a 13% no seu minério de baixo teor (57% Fe) para entrega em julho. Este minério, o Robe River Fines está sendo negociado a US$73/t. Outra mineradora de grande porte a Fortescue estará seguindo a estratégia da Rio e dará um desconto de 14% a partir de julho
Com esses descontos as mineradoras não irão gastar os seus produtos de alta qualidade enquanto “desovam” o minério de baixa qualidade cujo processo custa mais e polui mais.
Este não é um problema que a Vale deve enfrentar, já que o seu minério tipo Carajás é de altíssima qualidade.
Enquanto isso os chineses estão tendo uma produção de minério de ferro recorde em 2014. Eles esperam um crescimento da produção interna de seu minério de baixo teor, de 5,6% que totalizará 1,52 bilhões de toneladas em 2014. Esse minério de baixo teor não consegue competir com minérios de alta qualidade como os da Vale, acima de 64% de ferro, e só serão viabilizados se misturados aos minérios de alto teor.
A blendagem atual permite que 1 tonelada de minério importado viabilize quase quatro toneladas de minério ruim de baixo teor. É graças a esse artifício que os minérios ruins conseguem sobreviver.
Mesmo assim a maioria dos minérios chineses estão sendo produzidos com prejuízos, pois os custos operacionais superam os US$100/t.
As grandes minas chinesas, que são controladas pelas siderúrgicas, estão sendo forçadas a produzir para justificar os imensos CAPEX investidos nos últimos anos. Se os preços não voltarem a subir as minas chinesas começarão a ser fechadas.