Descoberta em Juína a maior mina de diamantes do Brasil
O Estado de Mato Grosso deve manter o título de
maior
produtor de diamante do País. Isso porque foi descoberta no município
de Juína, localizado a 724 quilômetros de Cuiabá, a maior mina do
mineral no Brasil. A cidade mato-grossense, líder na produção do
mineral, vai aumentar ainda mais sua capacidade no setor.
A reserva está avaliada em US$ 350 milhões, e concentra um total de 14
milhões de toneladas de minério de diamante industrial com teor de 0,5
quilate por tonelada, o que representa um depósito de 7 milhões de
quilates. A pesquisa na região de Juína e a descoberta da jazida foram
feitas pelo grupo canadense Diagem Internacional Resource Corp. Segundo
informações do gerente do Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM), Amóss de Melo Oliveira, a produção de diamante em Mato Grosso
foi de aproximadamente 500 mil quilates ao ano.. Em todo o País a
produção chegou a 700 mil quilates.
Segundo ele, a reserva descoberta em Juína se destaca de várias outras
no Estado por ter diamante encravado na rocha-mãe, o qual deve ser
explorado por indústrias especializadas e com máquinas apropriadas.
Apesar de ser de difícil exploração a jazida é realmente viável,
prossegue ele. "Existem centenas de corpos kimberlíticos (rochas que dão
origem aos
diamantes)
descobertos em Mato Grosso, em Minas Gerais, em Rondônia e no Maranhão,
mas nenhum até agora havia apresentado viabilidade técnico-econômica",
informa o especialista em diamantes do DNPM.
O especialista explica que a produção de diamante no País está em baixa
devido à sua vocação original. Ou seja, o mineral é proveniente, na sua
maioria, de atividade garimpeira. "Houve a diminuição com o
fortalecimento das ações dos ecologistas, que impediu um pouco a forma
de exploração garimpeira", complementou. Justamente por esse motivo a
exploração da jazida de Juína vale a pena, pois a atividade que deve ser
instalada no local é diferente da tradicional.
A reserva descoberta em Mato Grosso pode revitalizar também o valor de
comercialização da pedra regional. Segundo Oliveira, apesar do Estado
ser o maior produtor do mineral, o preço do diamante mato-grossense
ainda é inferior ao de outros mercados, devido à qualidade do produto.
Enquanto o diamante de Juína é vendido a US$ 25,00 o quilate, em outras
regiões o preço pode atingir até US$ 120 o quilate. Essa realidade pode
mudar.
Em entrevista concedida a um jornal de circulação nacional, o gerente-delegado da Diagem no
Brasil,
José Aldo Duarte Ferraz, disse que o estudo de viabilidade da jazida
está pronto e o plano de aproveitamento da lavra deve ser concluído até
janeiro do ano que vem. "O DMPN só poderá comentar sobre o período que a
jazida vai começar a gerar lucro depois que receber o plano de
aproveitamento econômico da empresa, que tem o prazo até o ano que vem
para entregar o documento", finalizou Oliveira.
A Diagem anunciou que vai investir US$ 8 milhões para explorar a jazida
de Juína. Inicialmente, a usina de beneficiamento vai processar 20 mil
toneladas de minério de diamante por hora.