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Cinquenta
metros abaixo do chão, trabalhadores caminham por túneis estreitos,
abertos na rocha e cheios de poças de água, para extrair a pedra que
caiu no gosto do mercado de luxo da China. Com pás, picaretas e
furadeiras, uma centena deles retira todos os dias quilos e quilos de
turmalina na Mina do Cruzeiro, no município de São José da Safira,
interior de Minas Gerais. As pedras são exportadas em forma bruta,
lapidadas na China e também lá transformadas em anéis, brincos e
pingentes usados por chinesas endinheiradas.
O aumento do interesse
chinês por turmalinas e outras pedras preciosas e semipreciosas de cor
do Brasil é ainda uma novidade, mas já provoca uma pequena revolução no
mercado de gemas. Os chineses tornaram-se mais visíveis como compradores
depois da crise financeira mundial de 2008, quando os compradores
tradicionais - americanos e europeus - se retraíram. A demanda da China
literalmente salvou empregos em algumas cidades do interior de Minas
Gerais - o Estado mais tradicional na produção e venda de "pedras
coradas" do país - que são centros de exploração ou comércio de pedras.
Mas o apetite asiático também é motivo de preocupação.
Grandes joalherias
brasileiras que usam em suas peças pedras nacionais viram quase de uma
hora para outra compradores chineses arrematando grandes lotes de
turmalinas, topázios, águas-marinhas e muito quartzo. A disponibilidade
de pedras para o mercado nacional diminuiu, ao mesmo tempo em que os
preços explodiram. Algumas pedras estão sendo vendidas a preços 400%
superiores aos que eram praticados há quatro anos e muitos produtores
acabam privilegiando fazer negócios com os chineses porque eles estariam
em geral mais dispostos do que os compradores brasileiros a pagar mais
pelas pedras, compram lotes maiores e pagam à vista.
Um dos efeitos do
aquecimento do mercado pela China se vê nas minas. Segundo o chefe do
escritório do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em
Governador Valadares, Marlucio Dias de Souza, há um movimento de
reabertura de minas na região. Marcos de Moura e Souza/Valor / Marcos de Moura e Souza/ValorO resultado do trabalho na Mina do Cruzeiro
Em seu discreto
escritório na cidade, Douglas Willian Neves, um dos proprietários da
Mina do Cruzeiro, diz que antes da crise de 2008 a China representava
20% de suas vendas. Hoje, representa 80%. Neves está à frente também da
Nevestones, empresa de compra e venda de gemas. "A China aqueceu o
mercado. Eles compram de tudo, pedras para joias e para bijuterias.
Antes de 2008, até o cascalho de turmalina [pedras pouco aproveitadas
para lapidação, mas que têm valor para coleções e entalhes], que custava
US$ 200 o quilo, hoje custa US$ 3,5 mil."
Outro comerciante de
pedras preciosas e semipreciosas de Valadares, José Henrique Fernandes,
dono da Pinkstone International e da Mina de Aricanga, diz: "Se não
fossem os compradores asiáticos, nós, pedristas, teríamos quebrado.
Exportávamos para o mercado dos EUA e da Europa, mas, com a crise, a
tendência dos preços era cair".
Não se trata apenas de
uma substituição do mercado. Os empresários que produzem pedras dizem
que com os chineses - e em menor escala outros novos clientes da Índia e
Rússia e de alguns países asiáticos - compram mais do que os americanos
e europeus.
Em 2009, a China já era
o principal destino das exportações de pedras brutas brasileiras.
Naquele ano, Hong Kong sozinha comprou US$ 6,5 milhões e a China
continental mais US$ 6,2 milhões. Em 2011, as vendas para cada um
estavam na casa dos US$ 11 milhões. Para a Índia, as exportações
saltaram de US$ 4,1 milhões para US$ 9,5 milhões. No mesmo período as
exportações para os EUA ficaram num nível bem inferior: de US$ 3,8
milhões em 2009 para US$ 4,7 milhões no ano passado. Para a Alemanha, a
maior economia da Europa, foram de US$ 1 milhão para apenas US$ 1,5
milhão. Marcos de Moura e Souza/Valor / Marcos de Moura e Souza/ValorLapidador em Valadares trabalha em turmalina
Quando a China começou a
abrir sua economia, o consumo local por pedras preciosas era quase todo
limitado ao jade, pedra verde com longa tradição no país e que era
usada para joias, estatuetas e talismãs, diz Hécliton Santini Henriques,
presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM),
cujos escritórios ficam em Brasília e em São Paulo. Com a abertura,
outras pedras ganharam espaço. Comerciantes de diamantes foram um dos
primeiros a se estabelecer. Depois, veio o forte consumo de platina. "De
três anos para cá, os chineses começaram a descobrir a cor, a variedade
de pedras de cor. E começaram a comprar turmalina, principalmente a
vermelha. Daí essa valorização brutal", diz Henriques. "Eles também
compram quartzo rutilado e a demanda por esmeraldas está em um processo
de crescimento."
Esse interesse, trouxe à
região de Valadares um tipo diferente: o comprador chinês de pedras
preciosas. "Os chineses ficam circulando por aqui, nas cidadezinhas
menores, como São José da Safira, por exemplo. Estão em todo o lugar.
Nos garimpos ilegais, eles dominam", diz Douglas Neves. Em Curvelo e
Corinto, municípios da região central de Minas e onde o forte é o
quartzo, chineses também passaram a fazer parte da paisagem e da
economia locais.
Esses compradores são
tipos sui generis, segundo a descrição que se ouve entre empresários:
andam de chinelo, mal vestidos, dormem em pensão ou às vezes debaixo de
lona no mato e falam um português arrevesado (quando falam). E, apesar
da aparência, compram lotes de pedras com dinheiro vivo, à vista -
muitas vezes pagam adiantado por uma produção. São eles que passaram a
concorrer com vários compradores de pedras brasileiros.
Parte das pedras sai do
subsolo de Minas Gerais de modo ilegal e entra também de modo ilegal no
mercado. Não há consenso entre empresários e autoridades, qual o peso
da extração e do comércio clandestino no comércio total de pedras no
Brasil. Mas até o DNPM em Valadares admite que o número de minas sem
autorização de funcionamento deve ser muito maior do que as meras dez
autorizadas em todo o leste e nordeste do Estado. Quanto ao envio das
pedras para o exterior, o caminho alegadamente mais fácil para quem está
no mercado clandestino é o de subfaturar lotes de pedras - algo difícil
de ser captado pelas autoridades.
Para os produtores e
comerciantes de maior porte, como Neves e Fernandes, a porta para o
mercado externo costuma ser outra. Como vários exportadores brasileiros,
José Henrique Fernandes, participa da feira de joias e gemas de Hong
Kong, a Jewellery and Gem Fair. É lá onde faz muito de seus negócios.
"Antes participávamos das feiras de Tucson, Nova York e Las Vegas (EUA) e
na Basileia (Suíça). Hoje, nos concentramos só nas feiras de Hong Kong,
que não atrai só compradores chineses, mas americanos e europeus." Na
edição de setembro da feira (são três edições anuais), das 35 empresas
no pavilhão do IBGM, 30 são de Minas, segundo Hécliton Henriques.
O Brasil é, segundo o
IBGM, o maior produtor de pedras coradas em termos de variedade. Produz
mais de cem tipos de gemas, num mercado que só aqui movimenta entre US$
250 milhões e US$ 300 milhões. Estimativas citadas pela instituição em
seu site apontam o Brasil como a fonte de cerca de um terço do volume
das gemas do mundo - sem levar em conta diamantes, rubis e safiras. Dois
Estados são grandes produtores e polos de negócios: Minas Gerais e Rio
Grande do Sul. Minas é o maior produtor em termos de valor.
De uma lavra de
turmalina, topázio imperial ou água marinha no interior de Minas, até a
vitrine de uma joalheira brasileira num shopping de São Paulo, por
exemplo, o caminho costuma ser mais ou menos o mesmo. Começa com o
empresário, o dono da lavra; passa pelos representantes das empresas de
joias que vão a campo ver e escolher os lotes de pedras; segue para as
mãos de lapidários; dos designers e da equipe de montagem da indústria
joalheira e pronto, as peças estão à disposição dos clientes. Se o
efeito China é ótima notícia para quem investe e trabalha na ponta
inicial dessa cadeia, para os demais é um estorvo.
Os lapidários, por
exemplo, parecem estar em fase de extinção. "Aqui em Valadares havia há
uns 10 ou 15 anos cerca de 2 mil oficinas de lapidação. Hoje são no
máximo 50", diz Ronaldo Rodrigues Barbosa, 45, ele mesmo um lapidário. É
a velha questão dos custos da mão de obra: enquanto no Brasil o preço
do trabalho por quilate oscila de US$ 0,80 a US$ 1,20, na China, fica
entre US$ 0,25 e US$ 0,35. Um grama é equivalente a 5 quilates. Barbosa
conta que muitos de seus colegas de profissão ficam duas ou três semanas
sem trabalho; outros tantos simplesmente abandonaram o ramo porque os
clientes que tinham passaram a contratar lapidários na China e na Índia.
Mas quem se queixa mais
da concorrência asiática são mesmo as empresas de joias que dependem da
oferta das pedras nacionais. "Tivemos de rever o tamanho das pedras de
algumas de nossas coleções. Antes, podíamos fazer o que quiséssemos com
pedras de quaisquer tamanhos, hoje já não é mais assim", diz Rodrigo
Robson, designer da Vivara, empresa paulistana, fundada em 1962, que se
apresenta como a maior rede varejista de joalherias do Brasil. Segundo
ele, a maioria dos fornecedores de pedras da empresa são de Minas
Gerais. Topázio e quartzo são as duas mais usadas nas joias de Vivara.
"O que estamos percebendo é uma diminuição na oferta de pedra bruta. As
pedras maiores vão para a China."
Daniel Sauer, diretor
da Amsterdam Sauer, sediada no Rio, diz: "Se eu quiser comprar, tenho de
pagar o preço que eles [chineses] estão pagando ou mais. E tem pedras
que eles estão pagando o dobro e ninguém quer pagar mais". "A China não
está apenas comprando commodities. Está consumindo muito produto de luxo
e a joia está nesse contexto."
A vantagem de sua
empresa, diz ele, é estar há 70 anos no mercado, enquanto os chineses
ainda não estabeleceram uma base de confiança com muitos fornecedores.
Os chineses, no entanto, compram quantidades maiores e pagam valores
acima do que as joalherias nacionais estão dispostas a pagar.
Em Belo Horizonte, a
grife joalheira mais conhecida da cidade, a Manoel Bernardes, desistiu
de depender da pedra preciosa de cor brasileira. "Comprávamos mais de
Minas Gerais, mas hoje 80% das pedras brutas de cor que compramos vêm da
África, de Moçambique e Nigéria. Às vezes também do Paquistão", diz
Marcelo Bernardes, que junto com o irmão, Manoel, dirige a empresa
fundada pelo pai. A vantagem, diz ele, é que a oferta africana é maior e
mais contínua.
Segundo Bernardes, a
oferta brasileira de pedras é pequena e os produtores preferem vender
mais para quem paga mais, que são os chineses atualmente. "É difícil
para nós pagarmos o preço que eles pagam. Sai mais barato comprar em
Moçambique do que aqui".
Nem todos veem assim.
Raymundo Vianna, um dos maiores exportadores de joias do Brasil, com
vendas para 112 países, é um deles. Dono da Vianna Brasil, ele diz que
se fosse depender de pedras importadas para competir mundo afora seria
derrubado pela carga tributária do Brasil, que onera pedras preciosas de
fora em 40%. "Nossa empresa já está tendo dificuldade de adquirir
matéria-prima no Brasil. Se continuar assim, a empresa não terá
condições de sobreviver."
Presidente do Sindicato
da Indústria de Joalheria, Bijuteria e Lapidação de Gemas de Minas
Gerais (Sindijoias-MG), Vianna defende medidas drásticas do governo:
estancar a saída de pedra bruta do Brasil e motivar empresas de joias e
lapidação a se instalarem aqui. "Algo tem de ser feito, senão acaba a
indústria da joia no Brasil."
A maior esmeralda do mundo será leiloada no Canadá
Teodora,
a maior esmeralda do mundo, será leiloada e pelo Western
Star Auctions em Kelowna. Adquirida na Índia por um caçador de joias de
Calgary, a pedra foi avaliada em 1,15 milhão de dólares (Western Star
Auctions)
A maior esmeralda lapidada do mundo,
comprada recentemente por um empresário de Calgary, será leiloada no
final do mês, apesar de algumas dúvidas em relação a sua autenticidade.
O ornamento de 57.500 quilates pesa mais
de 11 kg e foi levada para o Canadá pelo caçador de joias Regan Reaney.
A pedra foi extraída de uma mina no Brasil, mas Regan comprou-a na
Índia por uma quantia não divulgada.
Batizada de Teodora, que em português
significa “dádiva de Deus”, a joia será leiloada
Western Star Auctions de Kelowna com um lance inicial de 500 mil
dólares.
O gemologista Jeff Nechka disse que
inicialmente tinha dúvidas se uma esmeralda daquelas dimensões podia ser
real, mas após uma análise cuidadosa garantiu que era verdadeira e
avaliou-a em 1,15 milhão de dólares.
“É tão grande que é incomum uma esmeralda ocorrer dessa forma naturalmente”, afirmou Nechka.
“Testei a zona de corte e considerando
algumas inclusões na pedra, sua matriz e o fato da tonalidade ser
heterogênea, em minha opinião, ela é sem dúvida uma esmeralda.”
Nechka é o proprietário da joalharia
Premier Gems em Calgary. Ele estudou no Instituto Gemológico Americano e
é o único membro canadense ocidental da Associação Internacional de
Gemas Coloridas.
Ele admite que encontrou provas de que a pedra havia sido tingida e incluiu essas informações na avaliação.
O tingimento de esmeraldas é uma prática
considerada enganadora na indústria, devido à impossibilidade de
discernir a cor original da pedra depois de ser tratada.
“Cada variedade de esmeralda é designada
pela cor. Como tal, a cor verde intensa a designaria como uma
esmeralda, mas é difícil dizer, uma vez tendo sido tingida, quanto
tingimento foi aplicado na pedra”, afirmou Regan.
As esmeraldas são uma forma rara de
berilo, mas o berilo branco é muito mais comum que a variedade verde e
não tem praticamente qualquer valor. Nechka acredita que a esmeralda
seja um berilo verde cuja cor foi apenas acentuada.
Ele acrescentou que tingir não afeta
significativamente o valor desta pedra específica, porque tem apenas
qualidade comercial. O valor reside em suas dimensões, no fato de ser a
maior do mundo.
Curiosidade internacional
Regan disse que o valor da pedra pode também aumentar graças à atenção da mídia e da curiosidade internacional que atraiu.
“A pedra está recebendo muita atenção,
mas é muito difícil avaliar algo desta escala e quanto realmente vale. O
leilão decidirá quanto vale sua condição de mercado”, afirmou ele.
Desde a chegada da esmeralda a Calgary
há duas semanas, Nechka e Reaney foram entrevistados por grandes mídias
internacionais, incluindo a CNN, a BCC e a Discovery Network.
Nechka disse que a Reaney tem recebido
ofertas de compra pela pedra de todo o mundo, mas não tem ideia de quem
será a maior oferta no sábado.
Alguns gemologistas e compradores que
ainda não analisaram a pedra expressaram algum ceticismo em relação a
seu valor e avisaram potenciais compradores que realizassem uma
avaliação independente antes da compra.
Nechka disse que os pessimistas estão
apenas tentando obter alguma atenção da mídia para si próprios. “Não sei
se querem apenas roubar a atenção da pedra ou o quê.”
As esmeraldas são uma das joias mais
valiosas do mundo e o primeiro registo de venda remonta a 4.000 a.C. nos
mercados da Babilônia.
Atualmente, a Colômbia, o Brasil e a Zâmbia produzem a maioria das esmeraldas comerciais.
Apesar de o Brasil produzir mais
esmeraldas por ano que qualquer outro país, é na Colômbia que são
extraídas as pedras de maior qualidade a nível mundial e que definem o
padrão global de dimensões e cor.
Assim como nós, humanos, os animais e as plantas, as pedras preciosas, ou Gemstones,
também são matérias regidas pelas leis da natureza. As ações do vento,
temperatura, pressão, águas subterrâneas e movimentações da superfície
ajudam a formar as pedras preciosas que tanto admiramos. São necessários
milhões de anos para que partes da superfície terrestre formem essa
variedade de minerais e de cristais.
Existem três tipos de formação de pedras preciosas: 1. Formação magmática:
são as pedras formadas pela consolidação do magma. A lava no interior
da Terra sofre pressões tão grandes que se solidificam, moldando-se em
cristais valiosos. Formação das rochas magmáticas
Exemplos: diamante, esmeralda e água-marinha.
DiamanteEsmeraldaÁgua-marinha bruta2. Formação sedimentar: são as pedras formadas pela
sedimentação de outras rochas. Os minerais dissolvidos pela erosão
dessas pedras, com a ajuda do vento e da água, formam camadas que ao
evaporarem se cristalizam. Formação das rochas sedimentares.
Exemplos: arenito, argilito e calcário.
ArenitoArgilitoCalcário
3. Formação metamórfica: são as pedras formadas
pela transformação, química e física, de outras rochas. Mudanças
bruscas de temperatura, pressão, deslizamentos, são alguns dos fatores
que provocam a cristalização desse tipo de rocha. Formação de rochas metamórficas e seus tiposExemplos: granito, quartzo e mármore. GranitoQuartzoMármore
Existem também dois tipos de depósito, o primário e o secundário que
são assim chamados devido à ordem que as pedras preciosas são
encontradas. 1. Depósito Primário: As pedras desse tipo de depósito se encontram no seu local de origem, o que torna a retirada muito mais difícil. 2. Depósito Secundário: Já o depósito secundário é
formado por pedras que foram transportadas do seu local de origem. No
caso do depósito secundário, a pedra já foi transportada e, devido a
isso, as pedras possuem formato mais arredondado. Existem três tipos de
depósitos secundários: os depósitos em vias fluviais, os depósitos
marinhos e, por último e menos comum, o depósito eólico.
Gemstones
Chama-se de gema um mineral, rocha ou material
petrificado que, quando lapidado ou polido, é colecionável ou usável
para adorno pessoal em joalheria.
A distribuição das pedras preciosas pela Terra são muito irregulares.
As regiões onde podemos encontrar mais pedras são a África do Sul, o
sudeste da Ásia, o Brasil, a Austrália e as zonas montanhosas nos
Estados Unidos. Diamante Hope, um dos mais famosos do mundoPulseira de Esmeralda da BvlgariÁgua-marinha após lapidação
SEU TIBÚRCIO em sua casa em Novo Oriente de Minas,
triste com sua sina, afastado do garimpo por ordens médicas e do seu
passado de glórias pelo tempo
Lembra de Martha Rocha? De seu sorriso? Do rosto? Dos olhos azuis de
nossa eterna miss? Os mais novos, talvez não, mas os mais velhos...
Martha provocou comoção nacional em 1954 ao perder o título de Miss
Universo por duas polegadas a mais nos quadris. Isso mesmo: duas
polegadas, algo em torno de cinco centímetros. Naquele tempo, concurso
de miss era coisa séria. Tinha glamour. Apelo popular. Emoção. Ela não
ganhou mas empolgou a nação. O povo já a elegera a mulher mais bonita do
mundo. Martha virou mito. Seu nome passou a ser sinônimo de bonito –
não o da moça escolhida Miss Universo. Como é mesmo o nome dela?
Em
1957, o garimpeiro Tibúrcio José do Santos fez um achado extraordinário
ao cavucar a terra em Marambaia, distrito de Teófilo Otoni, considerada
a “capital mundial das pedras preciosas”, situada a 450 quilômetros de
Belo Horizonte. Ele topou com uma água-marinha de 35 quilos (175 mil
quilates), azulada – um azul tendendo para o verde, da cor dos olhos da
miss (à dir.). Justamente uma água-marinha, gema da família dos berilos,
tida como a pedra do amor e da felicidade, protetora das sereias – o
historiador romano Plínio colocava-a dentro d’água, na praia, para
checar sua pureza. Se “desaparecesse” na mão, confundindo-se com a água
do mar, então era verdadeira. Batizada Martarrocha, é a mais famosa das
gemas coradas brasileiras – gema corada é o nome que a indústria de
jóias, bijuterias, folhados e artefatos de pedras dá às pedras preciosas
em geral, especialmente as coloridas. Desde então, foram encontradas
água-marinhas de maior tamanho mas nenhuma tão bonita (tão perfeita)
quanto ela.
CITRINOS BRUTOS, cujo nome deriva do latim citrus,
que significa amarelo-limão. As principais jazidas estão em Minas
Gerais, Bahia, Goiás e Rio Grande do Sul
Passados tantos anos, Martha continua linda. Mora em Volta Redonda, RJ, e
dedica parte do dia à pintura – dizem que seus azuis são incomparáveis.
A água-marinha que levou seu nome foi vendida, revendida e mais tarde
cortada em várias pedras menores. Para Tibúrcio, porém, a coisa ficou
feia. Aos 83 anos, pobre, adoentado, passa o dia inteiro na cama, aos
cuidados dos filhos – teve 12, quatro dos quais “particulares”, ou seja,
nascidos fora do casamento oficial. Ele não lembra em nada o garimpeiro
forte e sacudido dos tempos de glória. Na ocasião, apareceu em jornais e
revistas de todo o país, dando entrevistas ou mostrando a pedra. Ficou
famoso, mas não chegou a bamburrar. Metade do dinheiro obtido com a
venda foi rateado entre os sócios Irineu de Oliveira e Lindolfo
Capivara, fornecedor da quicaia – conjunto de ferramentas
indispensáveis, tais como lebanca (espécie de alavanca), picareta,
enxada, bateias, peneiras, cacumbu (um tipo de machado) e calumbés
(gamelas cônicas, na quais o cascalho que vai ser lavado nas catas de
ouro ou diamante é conduzido). Da outra metade, 20%, pelo menos, ficaram
com o fazendeiro Antônio Galvão, dono da terra. Do que lhe coube ao
final da partilha (cerca de 200 mil contos – um dinheirão, na época),
Tibúrcio gastou quase tudo em terras, carro e farras. Hoje, restam-lhe
somente um sítio improdutivo em Novo Oriente de Minas e 48 hectares em
São Juliano, onde outros filhos tentam ganhar a vida com roça e gado.
Com raras exceções, sua história pessoal repete a da maioria dos
garimpeiros do Brasil, país pródigo em recursos minerais, pobre em
investimentos no setor, confuso quanto à legislação e à fiscalização,
ignorante quanto ao volume produzido, o valor movimentado, o número de
pessoas envolvidas e a importância de tal contingente na economia,
especialmente nas pequenas cidades. “Garimpeiro é esbanjador; vive
sonhando”, afirmam Maurino dos Santos e Valdomiro Pinheiro, parceiros
nas catas e túneis de Padre Paraíso, município ao norte de Teófilo
Otoni.
VALDOMIRO, com a picareta, alargando o túnel pelo
qual entrará com um carrinho de mão para retirar o entulho: “Qualquer
hora a gente acha a pedra grande”
Maurino relaciona histórias pessoais e casos semelhantes em que os
colegas ganharam bom dinheiro para em seguida perder tudo ou quase tudo.
“Três vezes levantei rico e fui deitar pobre”, conta, resignado. A
maior pedra de sua lavra foi um crisoberilo de 20 quilates e a mais
valiosa, uma água-marinha que lhe rendeu 140 mil reais na ocasião
(1979). Em agosto passado, eles inventaram um modo novo de ganhar
dinheiro no garimpo: abriram um túnel atrás de gemas no morro ao lado do
Parque de Exposições Pampulinha, em Teófilo Otoni, a convite dos
organizadores da 16a Fipp – Feira Internacional de Pedras Preciosas, um
dos maiores eventos do gênero, realizada anualmente no país,
paralelamente à Feira Livre de Pedras Preciosas. Esta, parece uma feira
livre comum, com inúmeras barracas ao longo da rua. Ao invés de frutas,
legumes, verduras, carnes, etc., vende- se principalmente pedra bruta,
além de gemas, bijuterias e artefatos minerais. Os compradores
estrangeiros que acorrem ao Pampulinha também circulam por ali, atrás de
bons negócios.
Maurino e Valdomiro foram contratados para VALDOMIRO, com a picareta,
alargando o túnel pelo qual entrará com um carrinho de mão para retirar o
entulho: “Qualquer hora a gente acha a pedra grande” mostrar aos
visitantes, especialmente aos compradores estrangeiros, de onde vêm e
como são extraídas algumas das pedras preciosas que eles, avidamente,
procuram. Franceses, holandeses, alemães, ingleses, chineses, indianos,
israelenses e sul-africanos, as feiras brasileiras do setor atraem gente
do mundo inteiro. Tem até quem venha e fique, como o engenheiro mineral
Markham Wilson, da Carolina do Norte, EUA. Ele veio duas vezes ao ano
nos últimos 15 anos. Neto de joalheiros, comerciante de pedras brutas
para colecionadores, certa vez foi convidado a visitar túneis e minas na
região de Téofilo Otoni, algo que jamais ocorrera nos demais países que
visitara. Ele sonhava com tal oportunidade. Queria saber como os
garimpeiros chegavam às pedras que ele aprendeu a gostar – sempre usa
uma em forma de colar. Encantado, descobriu nos túneis que tinha
“coração garimpeiro” e mudou-se de mala e cuia para o Brasil. “As pedras
me chamaram.” Virou otoniense.
FEIRA LIVRE em Teófilo Otoni: ao invés de frutas e
hortaliças, mais de 100 barracas com pedras preciosas, bijuterias e
artefatos variados
Nem tudo são flores (pedras), porém. A cidade onde Markham agora mora
ainda é o principal centro lapidário do país, mas já foi maior. Há 20
anos, abrigava 2,7 mil oficinas. Hoje, restam 359. Havia cerca de 30 mil
garimpeiros em atividade. Atualmente não passam de 500, segundo Robson
de Andrade, presidente da Accompedras – Associação dos Corretores do
Comércio de Pedras Preciosas de Teófilo Otoni. “Estamos caindo em rabo
de égua”, diz ele, tratando logo de esclarecer a frase: “Rabo de égua só
vai pra baixo”. São números significativos, segundo ele, considerando,
também, o de vagas abertas no mercado: “São pelo menos dez empregos
gerados por cada garimpeiro”, justifica, relacionando entre eles o
lapidador, o serrador, o encanetador (“caneta” é um tubo em cuja ponta o
especialista fixa a pedra que será lapidada em discos abrasivos), o
polidor, o corretor (intermediário entre o garimpeiro e o comprador), o
desenhista de jóias e o joalheiro além dos demais envolvidos na cadeia
produtiva.
Robson também reclama da legislação por favorecer, indiretamente, a
“máfia do GPS” – expressão com a qual se designa os que usam aparelhos
de GPS (sistema de posicionamento global via satélite) para “marcar”
terrenos potencialmente produtivos em terras alheias e reivindicar o
direito de explorá-los, adiantando-se ao proprietário da terra. A
propósito, o subsolo brasileiro é propriedade da União. A concessão é
dada a quem a peça primeiro e demonstre condições de exploração, desde
que cumpra uma série de exigências (leia O que fazer, na última página).
Robson aponta outra distorção no setor, de resto recorrente no país:
exportar matéria-prima ao invés de produtos acabados, como ocorre com o
café, o ferro, a soja, etc. Segundo ele, dá-se o mesmo com as gemas: o
Brasil é responsável por 30% da produção mundial de gemas coradas
(excetuando-se o diamante, que corre à parte), embora participe com
apenas 4% do mercado internacional, que movimenta cerca de 1,5 bilhão de
reais anualmente. “Israel não produz esmeraldas mas tá no topo do
ranking mundial dos exportadores. Sabe como? Eles (os israelenses) vêm
aqui, compram pedras brutas das mãos dos garimpeiros ou intermediários,
lapidam e vendem as gemas (e jóias)”. (NR: ao eclodir a segunda guerra
mundial, muitos ourives europeus de origem judaica emigraram para o
Brasil. Com a recessão no mercado joalheiro internacional no pós-guerra,
mudaram- se para o recém criado Estado de Israel. Lá, ajudaram a
construir uma das maiores indústrias de lapidação do mundo, em grande
parte com pedras brutas brasileiras. Eles falavam português. Tinham
contatos aqui. Sabiam o caminho das pedras).
O presidente do IBGM – Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos,
Écio Moraes, concorda com Robson nesse ponto. “Se um alemão, por
exemplo, chega em Teófilo Otoni ou Valadares (Governador Valadares,
palco da Brazil Gem Show, outra grande feira comercial de caráter
internacional) e compra uma pedra bruta, ele sai do país com imposto de
exportação zero. Se eu trago essa mesma pedra para lapidar (agregar
valor) em São Paulo, pago 12% de ICMS”, compara. Em sua opinião, a
tributação excessiva é o principal entrave ao desenvolvimento do setor –
chega a 53%. Além de restrições de natureza tributária, Écio reclama da
burocracia, capaz, segundo ele, de fomentar a informalidade, cujo
índice ultrapassa 50% atualmente. Ou seja, mais da metade da produção e
da comercialização de pedras preciosas no Brasil é feita por baixo do
pano. Não se sabe ao certo quanto se tira do subsolo nem quanto se
vende, muito menos o montante real nas transações. Problemas à parte, as
exportações vêm crescendo 20% ao ano, de acordo com o IBGM – uma
espécie de confederação de associações estaduais e empresas do setor.
RAFAELA Menditi, capixaba de Mimoso do Sul, de olho
nas gemas expostas na 17a Fipp: “Se eu tivesse dinheiro, compraria todas
elas”
O Brasil é uma das sete “províncias gemológicas” mais importantes do
planeta, com produção em todos os estados, alguns dos quais destacam-se
também pela exclusividade. Por exemplo, o Piauí, único produtor de
opalas brancas, descobertas em 1973, e a Paraíba, terra das “turmalinas
paraíba”, pedras azuis e verdes de rara beleza, encontradas pela
primeira vez em 1989. Ouro Preto, MG, também faz parte desse grupo. Na
antiga Vila Rica encontram- se as únicas jazidas de topázio imperial
rosa do planeta. A Bahia destaca-se pela produção de esmeraldas, safiras
e águas-marinhas, além de diamantes. O Rio Grande do Sul, pelas
ametistas, ágatas, citrinos, cristais de rocha e outras. O Pará, pelo
ouro. Minas, por dezenas de pedras – o estado não tem esse nome à toa.
Água-marinha, opala, morganita, topázio, safira, rubi, turmalina,
berilo, rubelita, cristal de rocha, quartzo, ametista, pirita (mineral
chamado “ouro dos trouxas”), citrino, calcedônia, cornalina, ágata,
alexandrita, amazonita, rutilo, brasilianita, granada, hematita, iolita,
turquesa, olho-de-gato, espodumênio, ônix, kunzita, lazulita,
malaquita, obsidiana, pedra-da-lua, diamante etc., o país guarda gemas
coradas de todas as cores e tonalidades, várias delas multicoloridas
como a opala nobre ou a turmalina “melancia” – lapidada a partir de
cristais com a cor verde por fora, uma fina camada branca e o miolo
rosa.
O Brasil produz 90 tipos diferentes de pedras preciosas. Há de tudo no
mercado. Pedras sintéticas, artificiais, coloridas por irradiação,
tratadas por difusão, tingimento, imersão em óleo e outras técnicas.
Encontra-se até diamantes sintéticos, embora ainda de qualidade inferior
àqueles formados há milhões de anos no interior da Terra, de cujo magma
emergiram para cristalizar em Diamantina, Gran Mogol, no mundo inteiro,
enfim, para satisfação de seu Ida, Totôca, seu Marão e tantos outros.
Principais áreas de ocorrência de pedras preciosas e
metais nobres do Brasil. A sobreposição de cores identifica regiões
potencialmente explosivas. Segundo levantamento, há mais de 200 garimpos
em reservas indígenas
Todos os estados brasileiros abrigam riquezas minerais. Alguns, mais,
outros, menos, como se pode ver no mapa ao lado. Legalmente, o subsolo
pertence à União. Se um fazendeiro quiser saber o que há em suas terras
deve contratar um geólogo. O segundo passo e pedir um Requerimento de
Autorização de Pesquisa ao DPNM – Departamento Nacional de Produção
Mineral, vinculado do MME – Ministério de Minas e Energia, descrevendo o
tipo de mineral e sua localização.
Também é preciso incluir um plano de pesquisa, detalhando prazo e
orçamento – a descrição da área e o plano deve ser preparado e assinado
obrigatoriamente por um geólogo ou engenheiro de mineração. O DNPM o
avalia e, caso não haja nenhum impedimento legal – se não estiver dentro
de área indígena, parque nacional ou área de proteção ambiental e não
houver requerimentos sobrepostos – emite um “Alvará de Pesquisa”, válido
geralmente por três meses, mas renovável.
Antes, porém, de pôr a mão na massa, o fazendeiro precisará de
licenciamento do órgão responsável pelo meio ambiente (varia de estado
para estado), de estudo e relatório de impacto ambiental (EIARima) e
autorização de outras instituições, caso necessite cortar árvores, usar
muito água ou atingir área de proteção ou hidrovia federais. Nesse caso,
terá de bater na porta do Ibama. Por baixo, gastará mais de 20 mil
reais.
Quadro das exportações
Produtos negociados no mercado internacional (em US$ milhões)
Mata Azul SA vai vender todo o concentrado de terras raras aos canadenses
A Mata Azul S.A. com jazimento de terras-raras no Estado do Tocantins,
assinou um acorde de venda, de longo prazo, com a Canada Rare Earth
Corp (CREC). Desta forma a Canada Rare Earths vai comprar todos os
concentrados produzidos pela Mata Azul.
As empresas ainda deverão construir uma nova refinaria com capacidade de produção de 6.000t por ano de concentrados.
Em fevereiro deste ano foi feita uma joint venture entre as duas
empresas onde a CREC comprou 45% das ações da Mata Azul S.A mas, mesmo
com 45% ela detém 50% dos direitos de voto. Na época estimava-se um
investimento de US$90 milhões para a finalização de um estudo de
viabilidade econômica no padrão JORC.