domingo, 16 de novembro de 2014

Orinoco planeja mineração subterrânea em projeto de ouro Cascavel

Orinoco planeja mineração subterrânea em projeto de ouro Cascavel


A Orinoco Gold afirmou hoje (12) que decidiu alterar o plano de desenvolvimento do projeto de ouro Cascavel, em Goiás, após avaliar os resultados de alto teor e as informações geológicas obtidas a partir da rampa de exploração. A nova estratégia prevê baixo custo, mineração subterrânea e planta simples de separação por gravidade, com capacidade inicial para 40 mil toneladas de minério por ano.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A Philae está viva! Primeiras fotos enviadas


A Philae está viva! Primeiras fotos enviadas

Publicado em: 13/11/2014 15:08:00


A Philae pousou!

A notícia do pouso bem sucedido foi motivo de intensa comemoração no mundo científico. A Missão Rosetta, com mais de 10 anos desde o lançamento, está, agora, realmente começando.

 A nave robótica Philae havia pousado no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko: uma nova página da história espacial havia sido feita.

O pouso foi tenso.

Os arpões de atracação não funcionaram e a nave ricocheteou no cometa, três vezes, vindo a se estabilizar depois de 1km do primeiro choque. Ela está em terreno muito irregular (veja a foto) aparentemente pendurada em apenas duas de suas três “pernas”.

O primeiro choque quase projetou o artefato de 110kg,  de volta ao espaço, o que seria o pior desastre possível.



Na imagem é possível ver o local planejado para o pouso e a cratera escura onde a Philae está aprisionada, a 1 km de distância.

Após a parada constatou-se um sério problema: a nave está em um local muito escuro, possivelmente encaixada no fundo da  cratera.

Na foto observa-se que o local do pouso é muito irregular e escuro. As fotos tiveram que ser intensificadas para serem visualizadas já que a superfície é quase preta.

Algo que chama a atenção de todos é a cor do cometa, muito escura, mais escura do que o carvão normal, o que prenuncia uma grande quantidade de matéria rica em carbono, para não dizer orgânica...

Estima-se que os cometas sejam os responsáveis pela disseminação de água e de vida: a base da teoria da Panspermia. Uma das possíveis descobertas a ser feita é a existência de matéria orgânica compatível com a vida.

O cometa deve ser constituído por gelos de composições variadas intercalados com materiais carbonosos, escuros e poeira seca muito fina. As análises feitas indicam a presença de água congelada, dióxido de carbono, metanol, amônia e uma variedade de compostos orgânicos já analisados através do espectrômetro a bordo da Rosetta.

 Observa-se que o cometa foi submetido a inúmeros esforços e está intensamente fraturado, brechado e estruturado, o que implica em tectonismo possivelmente relacionado às órbitas ao redor do Sol e a possíveis impactos de meteoritos ao longo de seus bilhões de anos. O cometa pode, também ter agregado inúmeros pedaços de outros corpos espaciais com as composições mais variadas.




Os próximos dados a serem divulgados já poderão conter análises do material coletado pela Philae. Ela está equipada com radar de penetração nas sapatas e de espectrômetro para analisar as rochas.

 Segundo o pessoal da missão a quantidade de luz que o robô está recebendo é insuficiente para gerar a eletricidade necessária para que a missão seja bem sucedida.

As baterias tem uma carga, atual, de 50 horas. Se elas descarregarem a Philae entrará em hibernação até que sejam novamente carregadas.

No momento a nave opera normalmente e as comunicações entre a nave Rosetta e a Philae só ocorrerão duas vezes por dia graças a órbita da Rosetta em relação à nave estacionada na superfície do 67P.

Possivelmente a órbita da Rosetta será otimizada para permitir uma comunicação mais frequente. 

Black Beauty, um meteorito de Marte, pode ser vendido por R$204.000

Black Beauty, um meteorito de Marte, pode ser vendido por R$204.000


Em janeiro de 2013 foi encontrado um meteorito raro no Deserto do Saara. Ele foi apelidado de Black Beauty.

Mais tarde cientistas da NASA determinaram que o meteorito era proveniente de Marte. Black Beauty não só é raro por vir de Marte, mas, também, por conter 10 vezes mais água do que os demais meteoritos marcianos conhecidos.

A rocha magmática, com menos de 10cm, foi formada a 2,1 bilhões de anos sendo o segundo meteorito marciano mais velho.

A peça está sendo vendida, em leilão, pela Christies´s de Nova York e deve ser vendida por R$204.000, segundo os especialistas.

O retorno da Esmeralda Bahia

O retorno da Esmeralda Bahia 


A Esmeralda Bahia é a maior esmeralda descoberta, em 2001, no planeta. Esta peça gigantesca com 180.000 quilates (foto) foi descoberta na Bahia e é objeto de uma disputa judicial internacional que se alonga por quase uma década.

A pedra, com 380kg, tem esmeraldas euédricas incrustradas, que foram avaliadas em dois bilhões de dólares. No momento a pedra se encontra retida na Corte de Los Angeles. 

Agora, após todos esses anos, a Advocacia Geral da União (AGU) requereu à Corte de Los Angeles a extinção do processo e o retorno da Esmeralda Bahia ao Brasil.

A AGU alega que a pedra foi extraída sem autorização, em território brasileiro e contrabandeada ao exterior ilegalmente.

Vários órgãos do Governo, como o DNPM e Receita Federal subsidiam o pedido da AGU.

O DNPM avalia que a peça possa valer US$2 bilhões e deve ser destinada a museus.

A ação penal que envolve os autores transita em sigilo em S. Paulo.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Os diamantes do Tapajós

Os diamantes do Tapajós



O Tapajós é conhecido mundialmente por abrigar a maior província aurífera do Brasil. Foi o ouro que atraiu milhões de garimpeiros nos últimos 46 anos que, como formigas, criaram milhares de garimpos no meio da selva. Foi o ouro que atraiu as empresas de mineração que descobriram as principais jazidas da região. E foi o ouro que desenvolveu os importantes centros regionais como Itaituba.

No entanto é o diamante que está adicionando uma nova dimensão aos garimpos do Tapajós.

O diamante não é uma raridade na história da Amazônia. Importantes ocorrências de diamantes foram lavradas ao longo do tempo nos Rios Tocantins, a sul e norte de Marabá, no Xingu a leste de Altamira, e em Cachoeira Porteira as margens do Rio Mapuera.

Grandes empresas como a Rio Tinto e a De Beers investiram elevadas somas atrás das fontes primárias desse diamante.

Na década de 90 a Rio Tinto cobriu uma boa parte do Tapajós com levantamentos aerogeofísicos e com follow-ups de sedimentos de correntes visando a identificação de diamantes e dos minerais satélites de kimberlitos e lamproitos.  Os trabalhos da Rio Tinto mostraram algumas interessantes ocorrências de diamantes e a descoberta de alguns corpos kimberlíticos e lamproíticos.

Os minerais indicadores, que foram formados em grandes profundidades, dentro do campo de estabilidade do diamante, praticamente não foram descobertos.  São esses indicadores juntamente com o próprio diamante que realmente interessam ao geólogo de exploração.

 Na época a Rio Tinto considerava o fato do Tapajós estar em uma região afetada por um forte magmatismo Proterozóico, o Uatumã, como um ponto negativo. Afinal o magmatismo  poderia ter aquecido aquela região crustal inviabilizando o desenvolvimento de jazidas primárias de diamantes.

O Tapajos foi colocado em segunda prioridade e a empresa nunca mais voltou, fechando todos os principais projetos de prospecção, alguns anos depois.

Ainda na década de 90 os garimpeiros descobriram diamantes em um garimpo de ouro na Cachoeira Porteira e, mais tarde, nos sedimentos a sudeste de Itaituba. Foi quando foi explorado o primeiro garimpo de diamantes do Tapajós, o estopim das descobertas que vieram a seguir.

O que ninguém sabia é que uma boa parte dos aluviões que já estavam sendo lavrados para ouro continham, também, milhares de quilates de diamantes de altíssima qualidade.

Aos poucos alguns garimpeiros mais espertos começaram a adaptar suas obsoletas caixas (sluice boxes) para a recuperação, também, de diamantes (detalhe foto abaixo).

caixa para diamante

 A experiência foi bem sucedida e as descobertas começaram a aparecer, principalmente no interflúvio do Jamanxim e do Tapajós.

As notícias atraíram os garimpeiros do Mato Grosso, acostumados a lavras de grande volume, com equipamentos bem mais pesados do que os usados no Tapajós. Esta nova invasão trouxe, também, os experientes garimpeiros da região diamantífera de Juína, que já haviam passado por um ciclo de garimpagem de diamantes.

Não demorou para que mineradores estrangeiros, vindos de Israel, também começassem a investir na pesquisa e prospecção dos diamantes do Tapajós.

Está formado o quadro atual.

Com esse contingente o Tapajós passou a produzir, além do ouro, milhares de quilates de diamantes (oficiais) por semana que aguçam a cobiça de muitos atraindo um grande número de garimpeiros e mais mineradores estrangeiros.

Estima-se que existam, hoje, mais de 2.000 PCs, retroescavadeiras de grande porte, que fazem o trabalho de dúzias de garimpeiros em poucos minutos. A remoção de terra e escavações, geralmente manuais, passaram a ser feitas por equipamentos cada vez maiores.

Os grandes rios como o Tapajós estão sendo invadidos por gigantescas balsas de sucção, de 18 polegadas, verdadeiros monstros que sugam milhões de metros cúbicos de sedimentos ricos em ouro e diamantes do fundo dos rios.

Essas balsas (foto) são fabricadas em Rondônia e usam motores de 400HP, chegando a custar R$1.200.000 cada. Algumas já foram adaptadas com caixas para a retenção dos diamantes (foto). Estes gigantescos equipamentos só podem ser utilizados em áreas realmente ricas, pois tem um custo operacional muito elevado, acima de 50 gramas de ouro equivalente por dia.

A invasão dos grandes equipamentos demonstra, na prática, a riqueza dos aluviões que estão sendo lavrados.

Será que agora serão descobertas as primeiras jazidas primárias de diamantes no Tapajós?

Segundo o conhecimento geológico atual a região não tem grande potencial para jazimentos primários. Ainda falta um cráton antigo, estável e frio como os que existem em praticamente todas as regiões onde os kimberlitos ricos são encontrados.

Um outro ponto que endossa essa hipótese negativa é a quase ausência de diamantes de baixa qualidade.

 A grande maioria dos diamantes do Tapajós é de qualidade gema: uma boa notícia para os mineradores.

 Isso indica que os diamantes foram transportados por grandes distâncias. Ao longo deste transporte as pedras de qualidade inferiores, mais frágeis, se quebram e praticamente, desaparecem. É essa a explicação para a excelente qualidade dos diamantes da costa da Namíbia, que foram transportados pelo rio Orange por centenas a milhares de quilômetros. Talvez seja por isso que não são encontrados os frágeis minerais satélites tão comuns nas proximidades de kimberlitos.

Com ou sem fontes primárias próximas os diamantes do Tapajós já fazem parte da história da região. Eles deverão mudar, mais ainda, o perfil dos mineradores e até da própria comunidade.

Em breve veremos a instalação de grandes washing plants equipadas com equipamentos de alta recuperação como os sortex. Esse será o momento em que o profissionalismo tomará conta e que o diamante começará, realmente , a ser recuperado no Tapajós.

Enquanto isso, em Itaituba, motivado pela produção de diamantes, um vereador local já prega que todos os diamantes devem ser lapidados localmente antes de saírem do Tapajós...Realmente, o diamante veio para mudar.