sábado, 27 de dezembro de 2014

Economia da Índia cresce e acelera importações de minério de ferro

Economia da Índia cresce e acelera importações de minério de ferro



A Índia tem o décimo maior PIB do mundo e o terceiro maior baseado na paridade do poder aquisitivo (PPP). É uma economia gigantesca que cresce a 5% ao ano o que não poderia deixar de impactar os mercados mundiais.

Pouco tempo atrás a Índia era a terceira maior exportadora de minério de ferro do planeta. No entanto, com a queda dos preços, o país simplesmente parou de exportar minério. Hoje os mineradores indianos, que produzem um minério de mais baixa qualidade, focam no mercado interno.

Mesmo assim a Índia continua precisando de uma grande quantidade de minério para manter a sua gigantesca economia crescendo a 5% ao ano.

Somente nos primeiros sete meses de 2014 a importação de minério de ferro, atingiu 6,8 milhões de toneladas. A maioria deste minério vem da África do Sul (40%) e da Austrália (15%).

Mesmo com as mineradoras locais em plena produção, os analistas esperam que a demanda do aço deva crescer em janeiro de 2015, forçando o país a importar mais minério de ferro.

Somente uma siderurgia indiana, a JSW Steel pretende importar mais do que 10 milhões de toneladas no ano que vem.

Com essa estratégia a Índia está causando um sério enxugamento do minério de ferro no mercado mundial.

Por um lado ela deixou de exportar mais de 120 milhões de toneladas por ano e pelo outro importa, ou retira do mercado, outras 20 milhões de toneladas.

Em outras palavras, somente a Índia irá subtrair mais de 140 milhões de toneladas do minério de ferro do mercado mundial em 2015.

Este minério era destinado aos portos chineses...

Some-se a este número toda a produção que desapareceu após o fechamento de dezenas de minas em 2014 e veremos que o tão propalado aumento da oferta da Vale + Rio + BHP não será assim tão impactante.

É até possível que em 2015 vejamos um forte crescimento nos preços do minério de ferro, ao contrário do que, todos os analistas predizem: um novo bull...

Foto: mina de minério de ferro da estatal indiana NMDC

Ouro Roxo é fechado

Ouro Roxo é fechado 




A mineradora Ouro Roxo, atuando no Garimpo Ouro Roxo foi fechada por ordem da Justiça Federal.

Ouro Roxo é um dos jazimentos de ouro descobertos pela Rio tinto na década de 90. Desde então ele vem sendo garimpado e mais recentemente submetido a uma pequena lavra pela mineradora Ouro Roxo, que negociou  com os garimpeiros.

Ouro Roxo tem uma história conturbada e violenta que levou à morte o geólogo Nelson Bueno, um dos acionistas do empreendimento, misteriosamente assassinado em Manaus.

A lavra foi paralisada pelo Juiz Rafael Leite por irregularidades no licenciamento ambiental.



Foto: Foto histórica de uma escavação onde foi descoberto o primeiro filão do Ouro Roxo

Ouro sobe e mineradoras recebem um presente da Natal

Ouro sobe e mineradoras recebem um presente da Natal



A maioria das mineradoras de ouro do mundo teve uma forte alta hoje. O motivo, como não podia ser diferente, uma subida de mais de 2% do ouro e um sentimento positivo por parte dos investidores.

O ouro fechou no spot em US$1.194,21, bem acima dos US$1.170 de segunda-feira. O ouro futuro reflete as expectativas do mercado e, também, fechou em alta.

A Yamana Gold fechou em forte alta, de 4,37%, assim como a Anglo Gold, com 5,13%. A maior mineradora de ouro do mundo, a Barrick, não decepcionou e teve uma alta de 1,78%.

Surto de garimpo destrói floresta e divide índios no Pará

Surto de garimpo destrói floresta e divide índios no Pará

Motivados pelo preço do ouro, cerca de 5 mil garimpeiros atuam dentro da Terra Indígena Kayapó, um dos últimos redutos de mata nativa no Estado.

A Funai diz que há por volta de 25 frentes ativas de garimpo dentro da Terra Indígena (Foto: Ibama/BBC)A Funai diz que há por volta de 25 frentes ativas de garimpo dentro da Terra Indígena
Alimentado pelos preços em alta do ouro, um novo surto de garimpo ilegal está se alastrando com rapidez e gerando destruição numa das últimas áreas de floresta amazônica no sudeste do Pará. Com máquinas pesadas, os garimpeiros avançam por territórios habitados pelo povo kayapó e assediam os índios, que estão divididos quanto à atividade.
Alguns líderes kayapós passaram a tolerar o garimpo em suas terras em troca de um percentual dos lucros. Eles dizem precisar dos recursos para sustentar as aldeias e cobram do governo políticas que lhes permitam abrir mão das receitas.
A atividade, porém, é ilegal, e seu combate compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Fundação Nacional do Índio (Funai).
Segundo Thaís Dias Gonçalves, coordenadora geral de monitoramento territorial da Funai, a Terra Indígena (TI) Kayapó, em Ourilândia do Norte, é a área indígena do país onde a atividade garimpeira é mais intensa.
A Funai diz que há por volta de 25 frentes ativas de garimpo dentro da TI. O território – que ocupa cerca de 33 mil quilômetros quadrados, área equivalente à de Alagoas e do Distrito Federal somados – é quase inteiramente coberto por mata nativa.
O garimpo é o ilícito ambiental mais grave que o Ibama enfrenta hoje no país"
Luciano de Menezes Evaristo, diretor de proteção ambiental do Ibama
A TI Kayapó convive com surtos esporádicos de garimpo há décadas. Segundo a Funai, porém, a atividade alcançou níveis sem precedentes nos últimos meses.
A BBC Brasil acompanhou uma operação contra o garimpo na área na semana passada. De helicóptero ou avião, veem-se as enormes clareiras com lagos artificiais abertos pelas escavadeiras. Algumas frentes de garimpo têm cerca de 40 quilômetros quadrados, o equivalente a dez campos de futebol. Nos rios que cruzam a terra dos kayapó, cerca de 90 balsas reviram o solo em busca do metal.
Os agentes do Ibama e da Funai desceram em algumas minas e deram prazo de dez dias para que os garimpeiros deixassem o local. Os órgãos estimam que haja na terra indígena entre 4 e 5 mil garimpeiros, o equivalente a quase um terço do total de índios na área (16 mil). Segundo os agentes, quem ficar será expulso e terá seus equipamentos destruídos.
Moradores da região dizem que o garimpo poluiu os rios e reduziu drasticamente o número de peixes. Para separar e aglutinar o metal, garimpeiros usam mercúrio e cianeto, duas substâncias tóxicas.
"O garimpo é o ilícito ambiental mais grave que o Ibama enfrenta hoje no país", diz à BBC Brasil o diretor de proteção ambiental do órgão, Luciano de Menezes Evaristo.
Evaristo cita, além da destruição causada pela atividade, suas consequências sociais. "O garimpo traz no seu bojo uma decadência: com ele vêm o tráfico de drogas, a prostituição e a exploração do trabalho infantil."
O diretor do Ibama afirma que os casos de garimpo no país têm se multiplicado, especialmente no Pará. Segundo Evaristo, outro ponto crítico no Estado é a bacia do rio Tapajós, no oeste paraense, onde há pelo menos 3 mil frentes da atividade.
O diretor do Ibama atribuiu o surto ao bom preço do metal. Considerado um investimento seguro em tempos de instabilidade na economia, o ouro valia cerca de US$ 800 dólares a onça (31 gramas) no fim de 2007. Hoje vale US$ 1.297.
Índios divididos
Moradores da região dizem que o garimpo poluiu os rios e reduziu drasticamente o número de peixes (Foto: Ibama/BBC)Moradores da região dizem que o garimpo poluiu os rios e reduziu drasticamente o número de peixes (Foto: Ibama/BBC)
Na semana passada, a BBC Brasil acompanhou uma reunião na sede da Funai em Tucumã em que o Ibama informou autoridades locais e cerca de 15 líderes kayapós sobre a operação contra o garimpo.
Alguns índios se queixaram da ação e disseram que a atividade ajuda a sustentar suas aldeias. Segundo eles, os garimpeiros pagam às comunidades um percentual de seus lucros.
O cacique Niti Kayapó, da aldeia Kikretum, afirmou que o dinheiro do garimpo tem lhe ajudado a pagar o aluguel de tratores usados na colheita de castanha – atividade que, segundo ele, é a principal fonte de renda de sua comunidade.
"Eu preciso ter alguma coisa para a comunidade. Se vocês (governo) disserem que têm um projeto de 300, 500 mil reais para nós, a gente vai lá e tira os garimpeiros. Mas vocês não têm."
Houve um bate-boca quando um índio disse que o garimpo em área vizinha à sua aldeia tinha poluído a água usada por sua comunidade. A maioria dos líderes presentes assinou uma carta pedindo que os garimpeiros fossem expulsos da TI.
Na reunião, os índios também pediram às autoridades que pressionassem a mineradora Vale a executar seu plano de compensação por ter implantado uma mina a 34 quilômetros da TI.
Para mitigar o impacto na área da mina Onça Puma, que produz ferroníquel, a empresa se comprometeu, entre outras ações, a construir uma casa de apoio para indígenas em Ourilândia do Norte e financiar projetos de geração de renda nas aldeias.
Segundo a Funai, as ações, que vêm sendo negociadas há quase uma década, custarão cerca de R$ 3,5 milhões. Nesta semana, 70 índios foram à sede da mineradora em Redenção para reforçar a cobrança. Em nota à BBC Brasil, a mineradora disse que o plano começará a vigorar em agosto.
Os índios também cobram da estatal Eletrobrás e do consórcio Norte Energia que cumpram o compromisso de financiar projetos de geração de renda nas aldeias. O acordo é uma contrapartida pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, que fica a cerca de 500 quilômetros da TI Kayapó, rio Xingu abaixo.
Em nota, a Eletrobrás afirmou que os projetos devem ser pactuados com os índios até o fim de 2014 e executados a partir de 2015. Serão destinados R$ 1,5 milhão por ano às ações, ao longo de três anos.
Segundo Thaís Dias Gonçalves, coordenadora geral de monitoramento territorial da Funai, somente serão contempladas pelos programas da Vale e da Eletrobrás/Norte Energia as aldeias que não tenham qualquer envolvimento com o garimpo.
Ela afirma, no entanto, que os programas não serão capazes de competir com o garimpo em volume de recursos.
Para Gonçalves, erradicar a atividade na área de uma vez por todas exige um trabalho de inteligência policial, que identifique quem está lucrando com o negócio. "Tanto o garimpeiro quanto o indígena envolvido são parte muito pequena de uma cadeia fortíssima."

Brasil e França devem agir contra garimpo ilegal de ouro

Brasil e França devem agir contra garimpo ilegal de ouro


Brasília (DF) - Com a futura ratificação pelo Governo Federal de um acordo Brasil - França, aprovado no fim de 2013 pelo Congresso Nacional, os países deverão atuar em conjunto contra o garimpo ilegal de ouro em uma faixa de 150 quilômetros em ambos os lados da fronteira entre a Guiana Francesa e o estado do Amapá (confira o mapa). A aprovação do pacto pelo Câmara e pelo Senado aconteceu após 5 anos de tramitação, graças à passagem do presidente francês François Hollande pelo Brasil.

Conforme o acordo, “a extração ilegal do ouro ameaça a preservação do patrimônio ambiental do Planalto das Guianas e compromete a saúde e a segurança das populações que extraem os seus meios de subsistência da floresta” e por isso os países “se comprometeram a implantar um regime interno completo de regulamentação e controle das atividades de pesquisa e lavra de ouro nas zonas protegidas ou de interesse patrimonial.

O pacto prevê “a implantação de medidas necessárias para combater toda atividade de extração ilegal e comércio de ouro não transformado, especialmente as atividades de venda e revenda, e toda atividade de transporte, detenção, venda ou cessão de mercúrio efetuada sem autorização” e, ainda, “o confisco e, em última instância, a destruição dos bens, material e instrumentos utilizados para extrair o ouro ilegalmente”. Confira abaixo lista das unidades de conservação e terras indígenas no território atingido pelo acordo.

“O bloco de conservação do escudo das Guianas é de extrema relevância ecológica, pois conecta unidades de conservação ao norte, fora do Brasil, e outras áreas no noroeste do Pará, formando um mosaico com mais de 12 milhões de hectares, a maior faixa preservada de florestal tropical do planeta", lembrou Jean Timmers, superintendente de Políticas Públicas do WWF-Brasil.

"Embora a atividade garimpeira no Amapá ainda seja vista, por vezes, como interessante do ponto de vista socioeconômico, na verdade traz prejuízos grandes aos trabalhadores, devido às péssimas condições de trabalho, além de graves prejuízos às áreas de conservação e às comunidades locais”, ressaltou.

O acordo Brasil - França para banir a exploração ilegal de ouro foi assinado no fim de 2008, nos governos dos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, no lançamento da obra da ponte que une os dois países sobre o Rio Oiapoque. No entanto, a demora na ratificação do acordo pelo Congresso Nacional, inclusive pela atuação de parlamentares ligados ao garimpo ilegal, fez crescer a degradação socioambiental e a violência na região. Se estimam em mais de 20 mil os brasileiros atuando com garimpo clandestino na Guiana Francesa.

Dois militares franceses foram mortos em junho de 2012, um cabo de 32 anos e um ajudante de 29 anos, quando integravam a Operação Harpia contra o garimpo clandestino regional. Dois outros policiais franceses foram feridos. Em abril do mesmo ano, cerca de 100 garimpeiros brasileiros foram presos na Guiana Francesa. Já em 2010, outros 1.500 estrangeiros em situação irregular haviam sido presos. Em 24 de junho passado, um barqueiro brasileiro foi morto por um policial francês na Guiana. Ele estaria transportando produtos clandestinos para um garimpo.

Além da violência, o garimpo ilegal de ouro usa mercúrio líquido. A substância é extremamente tóxica à saúde e serve para apartar o ouro de outros materiais, mas se dissemina no ambiente, na carne de peixes e de outros elos das cadeias alimentares. Para produzir um quilo de ouro, os garimpeiros clandestinos chegam a usar um quilo de mercúrio. A Rede WWF estima que 30 toneladas de mercúrio sejam descartadas no ambiente natural das Guianas a cada ano, inclusive dentro de áreas protegidas e de terras indígenas.

Na região alta do Rio Maroni (Suriname e Guiana Francesa), um terço dos habitantes de pequenas comunidades sofre com a contaminação por mercúrio, apresentando níveis acima dos estipulados pela Organização Mundial da Saúde. Até 15 milhões de pessoas estariam contaminadas pelo metal na América do Sul, África e Ásia.
A corrida do ouro ganhou força com a alta do preço do minério no mercado internacional após a crise financeira de 2008 e pelo aumento da demanda por jóias em países emergentes, como a Índia.

Em outubro passado, cerca de 140 países, incluindo o Brasil, aprovaram o texto final da Convenção de Minamata das Nações Unidas para banimento do uso de mercúrio até 2020. O tratado foi negociado por quatro anos e estabelece medidas de controle e de diminuição do uso e da produção da substância utilizada em vários produtos e processos industriais. A convenção entrará em vigor quando for ratificada por pelo menos 50 países.

"Defendemos e atuaremos para uma solução pacífica e que leve alternativas de trabalho e geração de renda de forma sustentável para as pessoas que hoje atuam com garimpo ilegal. A região tem alto potencial turístico, ampliado com a inauguração da ponte entre Brasil e França, e há possibilidade de concessões florestais para manejo madeireiro, por exemplo", lembou Jean Timmers, do WWF-Brasil.


Unidades de Conservação e Terras Indígenas atingidas total ou parcialmente pelo acordo

Brasil
Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque
Parque Nacional do Cabo Orange
Floresta Nacional do Amapá
Floresta Estadual do Amapá
TI Waiãpji
TI Uaçá
TI Parque do Tumucumaque

Guiana Francesa
Réserve Naturelle Nationale des Nouragues
Réserve Naturelle du Mont Grand Matoury
Réserve Naturelle Nationale des Marais de Kaw-Roura
Parc Naturel Regional de Guyane