sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Chineses invadem cidades da região Central de MG em busca de pedras semipreciosas

Chineses invadem cidades da região Central de MG em busca de pedras semipreciosas

Pedras preciosas em estado bruto saem de Minas com destino ao gigante asiático em contêineres com preço abaixo do mercado. Em Curvelo e Corinto, negócio gera R$ 50 mi

Euler Júnior/EM/DA Press


Curvelo – São 7h30 da manhã de terça-feira em Curvelo, na Região Central de Minas Gerais, e já se nota o início do carregamento de caminhões com contêineres cheios de pedras preciosas brutas que sairão do meio do estado em direção à indústria de joias na China. Somente em municípios mineiros como Corinto e Curvelo, a extração e venda clandestina de pedras movimenta mais de R$ 50 milhões ao ano, segundo cálculo a partir de informações da Cooperativa Regional Garimpeira de Corinto (Coopergac) e da Associação Comercial e Empresarial de Curvelo (Ace). Isso sem contar o faturamento em municípios como Inimutaba, Diamantina, Felixlândia, Governador Valadares, Teófilo Otoni e em pequenas cidades da região.

O número contrasta com a informação oficial de exportação de pedras preciosas em bruto no estado. Em 2011, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas externas desse material em toda a Minas Gerais foram de US$ 23,06 milhões (R$ 46, 12 milhões), um total inferior à estimativa de faturamento de apenas dois municípios mineiros. Entre 80% e 90% das pedras preciosas em bruto produzidas no Brasil são exportadas, principalmente ao gigante asiático.

O dinheiro apurado no negócio é invisível aos olhos oficiais. É que 95% dele circula nas mãos de uma poderosa indústria clandestina, que começa no garimpo informal e segue comandada por atravessadores, compradores – hoje, chineses, em sua maioria –, despachantes e empresas de exportação. O silêncio ronda todos os agentes que, de uma ou de outra forma, participam do esquema. A reportagem do Estado de Minas procurou conversar com vários deles. A maioria se recusou a dar declarações sobre o assunto. Outros forneceram informações sob a condição de anonimato.

Segundo uma dessas fontes, a cada 20 dias, em média 12,5 contêineres carregados com 250 toneladas de pedras extraídas dessa região seguem de Curvelo para serem embarcadas no Rio de Janeiro. O mesmo acontece com dezenas de tambores cheios de material mais valioso, que viajam de avião. Tudo aparentemente certo, não fosse o fato de que as notas fiscais mostram valores subfaturados, o que permite que essas pedras sejam enviadas para fora a preços muito inferiores aos praticados pelo mercado. “Um dos caminhos do subfaturamento é a própria Receita Estadual. Os garimpeiros saem de lá com o documento nas mãos”, diz G.L.H, que atua no ramo.

“Qualquer empresário, de dentro ou de fora do país, só pode comprar pedras preciosas de mineradoras legalizadas ou de cooperativas de garimpeiros. Mas os números da nossa exportação são tão baixos que ou elas saem altamente subfaturadas ou são contrabandeadas”, diz Raymundo Vianna, presidente do Sindicato das Indústrias de Joalheria, Ourivesaria, Lapidação de Pedras Preciosas e Relojoaria de Minas Gerais (Sindijoias). Curvelo é o centro mineiro dessa indústria fantasma. De lá partem minerais como quartzos e cristais variados (rutilo, cabelo fachado, lodo verde), ametistas e águas-marinhas, que enriquecem os integrantes da rede.

Euler Júnior/EM/DA Press


Esquema Para facilitar o caminho até as pedras, os chineses contam com empresas que oferecem a eles um pacote de serviços para localização, compra e desembaraço das pedras por cerca de R$ 13 mil. São R$ 3.500 de transporte de Curvelo ao porto, R$ 300 para o “chapa” (carregador), R$ 2.000 pelo frete marítimo e R$ 500 de imposto. Para cada contêiner, o lucro dos prestadores de serviço com o negócio é de cerca de R$ 7 mil. Ou seja: uma média de R$ 87,5 mil ao mês para cada 12,5 contêineres enviados ao exterior, segundo uma fonte que pediu anonimato.

“Em média, o total declarado para o conteúdo de cada contêiner é de US$ 6 mil (R$ 12 mil), mas o valor de fato pode ser US$ 100 mil (R$ 200 mil)”, diz uma fonte do setor. Ele lembra que o quartzo mais barato custa R$ 2 o quilo, mas, segundo Raymundo Vianna, o preço do quilo do quartzo muda de acordo com a variedade e a qualidade da pedra. “O quartzo rosa e o rutilado de boa qualidade custam entre R$ 8 mil e R$ 10 mil o quilo. Já a ametista e a rodonita, outras variedades, podem valer até R$ 30 mil o quilo. Porém é impossível estabelecer o valor da pedra sem a avaliação de um perito”, diz.

Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda, há equipes especializadas para atuar na fiscalização do setor nas regiões onde a exploração de gemas é predominante. Além disso, o produtor individual pode emitir sua nota fiscal, mas um procedimento de retaguarda é adotado no caso de remessa de mercadoria para o exterior.

Chineses invadem o estado

A rota de interesse dos chineses pelas pedras preciosas brasileiras passa por municípios mineiros e também baianos. Em Minas, os principais são Curvelo, Corinto e Inimutaba. Na Bahia, Novo Horizonte, Ipupiara, Campo Formoso e Oliveira dos Brejinhos. Em Curvelo, profissionais que atuam com eles, mesmo sem formação superior, aprendem até a falar mandarim, ainda que com noções rudimentares. Com isso, têm rendimentos garantidos. Os pagamentos são todos feitos em dinheiro vivo. E adiantados. Entram nessa lista prestadores de serviço, restaurantes, hotéis, postos de gasolina, imobiliárias e lojas de aluguel de veículos. Todos extremamente satisfeitos.

“De coração, se for para prejudicar os chineses não faça essa matéria. Eles pararam de comprar pedras por quatro meses por causa do preço e do ano novo chinês e Curvelo inteira sentiu”, diz um prestador de serviços que viu na chegada dos compradores da China a solução para ter renda. De acordo com ele, de 2006 para cá a presença de chineses na cidade cresceu 70%. “Só na Bahia tem dez famílias”, afirma. Em Curvelo, alguns vivem em hotéis baratos, de R$ 25 a R$ 70 a diária, outros alugam casas onde vivem por cerca de três meses, depois dos quais voltam para o seu país de origem e são substituídos por membros da família.

Em junho de 2010, a Polícia Federal apreendeu 700 quilos de pedras semipreciosas e cristal em Itacambira. Elas foram obtidas por meio da exploração ilegal por quatro chineses e dois brasileiros. As investigações indicaram a existência de um esquema de venda dos produtos para a China, que teria base em Curvelo, na Região Central do estado. Foram presos os chineses Wu Tsung Ying, Daí Yong Dong, Rayoin Huo e Shao Kang He, além do garimpeiro Adilson Mariano de Oliveira e Cláudio Afonso dos Santos, transportador e intermediário do negócio.

Os 700 quilos de cristal e pedras semipreciosas estavam sendo transportados em 18 sacos de linhagem na carroceria de um Fiat Strada e, de acordo com informações da Polícia Federal, foram vendidos para os chineses por R$ 15 mil. Os produtos minerais teriam sido retirados de garimpo no povoado de Machados, na zona rural de Bocaiúva, e seguiam para Itacambira, passando por uma estrada vicinal. A Polícia Militar de Itacambira fez a apreensão, depois de receber uma denúncia anônima. Dias antes, também no Norte de Minas, foi apreendida 1,2 tonelada de cristal de quartzo e 20 quilos de pedras semipreciosas, que saíram de Licínio de Almeida, no sertão da Bahia, e que seriam levados para Curvelo. Segundo a PF, os minérios extraídos na Bahia também teriam como destino a China.

"Se for para prejudicar os chineses não faça essa matéria. Eles pararam de comprar pedras por quatro meses por causa do preço e do ano novo chinês e Curvelo inteira sentiu" - prestador de serviços aos chineses em Corinto, que pediu para não ser identificado.

Caminhos da pedra brasileira rumo à Ásia

Garimpo
É dos garimpos, a maioria deles clandestinos, que saem as pedras preciosas brutas que serão exportadas pelo estado

Subfaturamento
É esse um dos caminhos usados pelos produtores para "maquiar" a pedra bruta clandestina, tornando-a aparentemente legalizada

Venda
Uma vez feita a "maquiagem", as pedras são repassadas aos atravessadores, que vão vendê-las aos clientes estrangeiros

Desembaraço
Empresas especializadas desembaraçam a mercadoria, enviando-a para o Rio de Janeiro, de onde será exportada

China
As pedras chegam à indústria joalheira na China, a segunda maior do mundo, onde serão transformadas em joias, semijoias e bijuterias

Joias montadas (prontas)
Parte das joias e bijuterias entram novamente no Brasil, muitas vezes via contrabando, prejudicandoa indústria joalheira nacional

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Oportunidade: Braziron tem relatório final aprovado pelo DNPM

Oportunidade: Braziron tem relatório final aprovado pelo DNPM



A australiana Braziron cujos principais acionistas são brasileiros teve o seu relatório final, do Projeto Urubu, aprovado pelo DNPM.

Trata-se de um jazimento de 447  milhões de toneladas a 25,3% de minério de ferro na Bahia cuja concentração é simples e barata e não tem contaminantes. A jazida do Urubu fica as margens do Rio S. Francisco que será utilizado para o transporte dos concentrados com 65%Fe. A empresa planeja, também, produzir ferro gusa o que vai adicionar valor aos seus produtos.

Com a aprovação do DNPM, o valor de mercado da Braziron deverá subir exponencialmente. Essa subida, que pode superar 10 vezes o valor de hoje, deve torná-la em um investimento ímpar, sem igual.

Hoje a empresa vale, apenas, o valor que ela tem em caixa: US$6 milhões. Trata-se de uma das raras oportunidades do momento.

A empresa deverá apresentar o seu plano de lavra nos próximos meses.

Americanos dão o primeiro passo para o controle dos bens minerais no espaço

Americanos dão o primeiro passo para o controle dos bens minerais no espaço



Afinal, os asteroides e os recursos minerais espaciais são dos americanos, dos chineses, dos russos ou da humanidade?

Para dois membros do Congresso Americano esta resposta já está equacionada.

Eles estão introduzindo o Asteroids Act uma legislação que visa proteger as empresas americanas que forem lavrar os asteroides.

A lei vai promover o uso comercial dos asteroides nos Estados Unidos dando à Administração Federal da Aviação (FAA) os poderes para facilitar a exploração, desencorajar barreiras governamentais (dos outros governos), alinhar as regras àquelas existentes nos Estados Unidos e promover o “direito” de empresas comerciais americanas de explorar, transferir e até vender os recursos.

Em suma, com o Asteroids Act os americanos estão se apossando, sem nenhuma cerimônia ou consulta, de um dos patrimônios da humanidade.

Desde quando eles têm essa prerrogativa?

A arrogância dos americanos só perde para a sua imensa ingenuidade.

Segundo eles, no item 7 (Property Rights),  todos os recursos auferidos no espaço sideral (observe que não é só nos asteroides) são de propriedade da entidade que encontrar os referidos recursos. Como os projetos americanos estão mais desenvolvidos que os do resto do mundo eles querem com isso, simplesmente se apoderar de todo o bem mineral encontrado no espaço.

Onde estão as megadescobertas da pesquisa mineral?

Onde estão as megadescobertas da pesquisa mineral?



Um dos efeitos da crise e da queda dos preços dos metais básicos é o consequente desinvestimento no setor da pesquisa mineral.

As junior companies reduziram os seus orçamentos para a pesquisa mineral (veja gráfico) na mesma proporção da queda dos preços.

Mais ainda, as juniors, que são responsáveis pela maioria das descobertas minerais no mundo, estão sendo forçadas a mudar a estratégia de curto e médio prazo. Coagidas pelo mercado, estão focando na produção como uma alternativa viável para a sobrevivência.

Aquela junior que ainda não está em produção terá grandes dificuldades para conseguir financiamentos, já que os investidores, cautelosos, estão apostando somente naquelas mineradoras capazes de criar um fluxo de caixa próprio.

Esta tendência gera um fato novo que vai impactar as descobertas e os mercados mundiais no médio-longo prazo: a não descoberta das grandes jazidas minerais.

As megadescobertas normalmente ocorrem em regiões pouco exploradas e durante grandes projetos de pesquisa mineral: os grassroots que, no momento são praticamente inexistentes.

No cenário atual as junior companies, acossadas pela falta de financiamento, são obrigadas a se concentrar na lavra e na pesquisa mineral em torno das jazidas conhecidas.

É a pesquisa mineral chamada de “brownfields exploration” cujas chances de sucesso são bem maiores mas que raramente geram grandes descobertas.

Esta solução, que parece fazer sentido, vai causar uma enorme deficiência no futuro: os programas de pesquisa mineral de longo prazo, os chamados greenfields, ou grassroots, já desapareceram e com eles as perspectivas das grandes descobertas minerais.

Esse fenômeno vai gerar, no médio prazo, uma menor oferta de vários metais, graças ao fechamento das minas antigas e a não substituição dessas pelas novas grandes descobertas.

Será a inflexão da curva de preços do gráfico e o início de um novo ciclo, que segundo acreditamos não está tão longe...

Prepare-se!

VANUATO

VANUATO

Vanuato, um pequeno arquipélago a nordeste da Austrália, se tornou o foco da mídia especializada mundial pelos seus interessantes jazimentos de sulfetos maciços  no fundo oceânico.

As jazidas estão associadas a chaminés hidrotermais vulcânicas e apresentam teores econômicos de cobre, ouro, prata e zinco.

As pesquisas submarinas nesta região estão entre as mais avançadas do mundo. Já foram concedidas mais de 300 concessões em ilhas como as Salomão, Vanuato e Tonga.

O possível impacto econômico destes jazimentos no pequeno país pode ser gigantesco.

Vanuato tem somente 267.000 habitantes e um PIB de US$1,2 bilhões, mas isso não fez o Chefe do Conselho Nacional  de Chefes, Jean Pierre Tom, aprovar a lavra submarina de imediato.

Jean Pierre vai, antes de qualquer coisa, ouvir a população das ilhas. A primeira consulta popular será feita ainda nas primeiras semanas de novembro. Os demais chefes se reservam o direito de permanecer em silêncio.