sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

RUBI E SAFIRA (CORUNDUM)

RUBI E SAFIRA (CORUNDUM)

Nesta Tese foram estudados os depósitos de coríndon que ocorrem nas variedades rubi e safira, distribuídos nas proximidades da cidade de Barra Velha, região nordeste do Estado de Santa Catarina. O coríndon ocorre em depósitos sedimentares inconsolidados localizados ao longo da bacia de drenagem do Rio Itapocu, tendo sido detectadas ocorrências também na porção norte da bacia de drenagem do Rio ltajaí Açu, aproximadamente 40km a sul da cidade de Barra Velha. Ao todo os depósitos e suas ocorrências menores cobrem uma área de aproximadamente 80km2. A geologia regional é representada pelo Complexo Granulítico de Santa Catarina, caracterizado por um contexto essencialmente metamórfico de alto grau, onde estão presentes gnaisses granulíticos, rochas ultramáficas, quartzitos e formações ferríferas bandadas. O coríndon ocorre em depósitos coluvio aluvionares quaternários, concentrados nos flancos dos morros locais (rampas coluviais), distribuídos também nas planícies regionais. Os cascalhos são constituídos principalmente por seixos e calhaus de quartzo leitoso, quartzito e fragmentos líticos quartzo-feldspáticos, distribuídos em uma matriz areno argilosa de coloração cinza. Esses fragmentos apresentam-se angulosos sugerindo condições de sedimentação via fluxos gravitacionais de encosta, com transporte pequeno a ausente. Os minerais pesados associados são representados principalmente pelas fases magnetita, ilmenita, hematita, rutilo, zircão, monazita, hiperstênio, hornblenda e epidoto, cuja origem está relacionada aos litotipos que ocorrem na região. O coríndon ocorre na forma de cristais euédricos, subédricos e de fragmentos irregulares, principalmente na cor vermelha (rubi), e em menor freqüência nas cores branca, rósea, cinza e preta (safiras). Apresenta hábito em barrilete característico, transparência limitada e dimensões que vão desde milímetros até exemplares com 1Ocm de comprimento. Os cristais exibem partição romboédrica pronunciada em função da ocorrência de diásporo nos planos de geminação polissintética. O diásporo se forma a partir da alteração do coríndon em um processo gradual, resultando em uma associação íntima entre esses dois minerais onde o diásporo se distribui na forma de uma rede romboédrica constituída por camadas sucessivas de coríndon e diásporo. Do ponto de vista químico, o coríndon é constituído essencialmente de 'Al IND.2"O IND.3' (96 a 99% em peso) contendo impurezas de Cr2O3 (0,00 a 0,83% em peso), contendo impurezas de 'Cr IND.2"O IND.3' (0,00 a 0,83% em peso), FeO (0,12 a 1,51% em peso), e outros elementos em proporções menores. O cromo é o elemento cromóforo sendo responsável pela cor vermelha ou rósea, enquanto o ferro influi nas colorações escuras e saturação das cores observadas. O coríndon de Barra Velha hospeda um grande número de inclusões cristalinas entre as quais foram identificadas biotita, clorita, zircão, rutilo, monazita, pirita e alguns óxidos de ferro. A biotita ocorre na forma de cristais castanhos constituídos por uma mistura homogênea dos termos extremos desse grupo, sendo compatível com o fácies granulito. A clorita é rica em ferro, magnésio e alumínio e sua origem poderia estar relacionada ao metamorfismo de sedimentos pelíticos ricos em ferro. O zircão ocorre na forma de cristais arredondados sugerindo tratar-se de um mineral detrítico nos pelitos originais, que teriam sofrido metamorfismo até o fácies granulito. As outras inclusões encontradas são compatíveis com as litologias regionais. As inclusões fluidas ocorrem na forma de cristais negativos de contorno hexagonal e canais alongados sendo que em muitos casos apresentam paralelismo com as direções cristalográficas do hospedeiro. Medidas microtermométricas revelaram que as inclusões são constituídas essencialmente de 'CO IND.2', cujas temperaturas de fusão são iguais ou inferiores a -56,6ºC. As temperaturas de homogeneização do 'CO IND.2' variaram de -25 a +25°C, sendo as menores, representativas dos fluidos originais. Os histogramas construídos a partir dos dados microtermométricos apontam que as inclusões de densidades maiores são compatíveis com as condições do fácies granulito, sendo as de densidades menores indicativas dos eventos posteriores. Apesar do coríndon não ter sido encontrado ainda em sua rocha matriz, as evidências de campo e os dados obtidos em laboratório apontam por uma derivação a partir dos terrenos granulíticos subjacentes aos depósitos. Os levantamentos realizados mostraram que os gnaisses granulíticos contendo intercalações de rochas ultramáficas e quartzitos, constituem os litotipos predominantes na regiäo. A ausência de arredondamento exibida pelo coríndon e demais constituintes dos cascalhos, indicam que os depósitos originaram-se a partir dos granulitos circundantes. Os minerais pesados, representados por fases compatíveis com os granulitos reforçam essa hipótese. As inclusões sólidas identificadas no interior dos cristais de coríndon, são representadas por minerais compatíveis com o metamorfismo de sedimentos pelíticos antigos submetidos a metamorfismo de grau médio a alto. As inclusões fluidas, essencialmente carbônicas, são também compatíveis com ambiente anidro necessário para a geração das rochas granulíticas regionais. As características exibidas pelas inclusões fluidas observadas no coríndon de Barra Velha, são similares àquelas reportadas para os depósitos do Sri Lanka, onde o coríndon é derivado de granulitos regionais.
Palavras-chave em inglês
Não informadas pelo autor.
Resumo em inglês
This Thesis comprises studies on the corundum deposits-ruby and sapphire varieties-dispersed near the town of Barra Velha, northeast of Santa Catarina. Corundum, which appears in unconsolidated sedimentary deposits along the Rio ltapocu drainage basin has also been found in the northern area of the Rio ltajaí Açu drainage basin, 40 km south of Barra Velha. As a whole the deposits and their smaller occurrences cover an area of approximately 80 km2. The regional geology is represented by the Santa Catarina Granulitic Complex , characterized as of high metamorphic grade, where granulitic gneiss, ultramafic rocks, quartzites and banded iron formations are present. Corundum occurs in Quaternary alluvial colluvium deposits concentrated on the hill-sides as well as in the plains of the area. The gravel, consisted mainly of pebbles and cobbles of quartzite, milky quartz, quartz-feldsphatic lithic fragments, are embbeded in a greyish sand and silt matrix. Such fragments, displaying high degree of angularity, suggest sedimentation conditions through slope gravity flow, with little or no transportation. The associated heavy minerals are represented mostly by magnetite, ilmenite, hematite, rutile, zircon, monazite, hypersthene, hornblende and epidote phases, whose origin is related to the areas' lithotypes. Corundum occurs as euhedral and subhedral crystals and irregular fragments, primarily in red color (ruby) and less frequently in white, rose-colored, grey and black colors (sapphire). lt displays characteristic barrel habit, limited transparency and size varying from few millimeters to 10 centimeters in length. The crystals exhibit distinguished rhombohedral parting due to the presence of diaspore in the polysynthetic twinning plane. Diaspore is formed as a result of a gradual process of corundum weathering, culminating in a close relation between the two minerals, and generating a rhombohedral network of successive corundum and diaspore layers. From the chemical point of view corundum is composed essentially of 'Al IND.2"O IND.3' (96 to 99% in weight) containing impurities of 'Cr IND.2"O IND.3' (0.00 to 0.83% in weight), FeO (0.12 to 1.51% in weight) and other elements in smaller proportions. Chrome is the chromophore element responsible for the red or rose-colored color, while iron controls the dark colors and saturation. The Barra Velha corundum hosts a great number of crystalline inclusions such as biotite, chlorite, zircon, rutile, monazite, pyrite and some iron oxides. Biotite occurs as brown crystals constituted by a homogenous mixture of the extreme terms of its group, compatible to the granulite facies. Chlorite is rich in iron; the magnesium and aluminum present could have their origin related to the metamorphism of iron-rich pelyte sediments. Zircon appears as rounded crystals, suggesting to be a detrital mineral in the former pelytes which would have suffered metamorphism up to the granulite facies. Other inclusions are compatible to the regional lithologies. the fluid inclusions appear as negative crystals showing hexagonal contour and elongated channels; in many cases show a parallelism feature to the host crystallographic directions. Microthermometric measurements revealed that the inclusions are mostly constituded of 'CO IND.2' and that fusion temperatures are equal or below -56°C. The 'CO IND.2' homogenezation temperatures varied from -25 to +25°C, the low temperatures being representative of the original fluids. Histograms built based on microthermometric data indicate that the inclusions with higher density are compatible to conditions of the granulitic facies , while the lower density ones point out to late events. Field work demonstrated that the granulitic gneiss with intercalations of quartzite and ultramafic rocks are the prevailing lithotypes in the region. Notwithstanding the fact corundum so far has not been found within the source rock, field evidence and laboratory data suggest the source as the granulitic bodies underlying the deposits. The corundum and the other constituents lack of roundness as well as the heavy minerals present emphasizes this hypothesis. Solid inclusions identified within the corundum crystals, are represented by minerals compatible to metamorphism of middle to high grade underwent by the pelyte sediments. The fluid inclusions, carbonic in essence, are also compatible to an anhydrous environment necessary to generate the regional granulitic rocks. Features exhibited by fluid inclusions observed in the Barra Velha corundum, are similar to those reported on Sri Lanka deposits where corundum stems from regional granulites.
 

A ORIGEM DAS MINAS GERAIS

A ORIGEM DAS MINAS GERAIS

Garimpo explorado por Fernão Dias no Vale do Jequitinhonha é atração turística

Jair Amaral/EM/D.A Press

Diamantina e Sabará
– Fernão Dias Pais e dezenas de homens de sua tropa, entre eles o genro, Manuel Borba Gato, desbravaram parte das terras que hoje formam o Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais carentes do país, atrás de uma serra resplandecente de esmeraldas, a Sabarabuçu, e de uma lagoa cheia do mesmo tesouro, a Vupabuçu. Corria os anos de 1680 e 1681. A bandeira se aventurou na área da Serra Fria, hoje cidade do Serro, e garimpou, sem sucesso, outras pedras preciosas em leitos da região. Quase três séculos e meio depois, o garimpo ainda é o ofício principal de muitos cabras daquelas bandas.

Há grupos que procuraram pepitas no fundo de rios, como o Rio Jequitinhonha, sem se preocupar com o meio ambiente. Derramam produtos químicos no leito e tampam a vegetação ciliar com areia retirada. Mas um garimpeiro, o qual acredita ser o único no Brasil, ganha a vida de forma interessante. Belmiro Luiz Nascimento, de 51 anos, transformou o “empreendimento” da família numa atividade turística. Apoiado por entidades como o Sebrae e o Instituto Estrada Real, ele mostra a grupos de visitantes como os garimpeiros retiravam diamantes da terra e do fundo d’água na época dos desbravadores.

O turismo herdado dos bandeirantes é o tema da terceira reportagem da série A origem das Minas Gerais, que o EM começou a publicar na segunda-feira em razão dos 340 anos da coluna liderada por Fernão Dias. A expedição deixou a Vila de Piratininga, em 1674, à procura de esmeraldas. Adentrou no inóspito sertão que hoje forma o estado de Minas Gerais e, durante a jornada de sete anos, fundou povoados e abriu picadas. Sem saber, Dias e seus homens começavam a formar a Capitania de Minas Gerais.

O Vale do Jequitinhonha, embora seja uma área carente, contribuiu para manter a regalia da coroa portuguesa na época do Brasil colônia. De Diamantina e do Serro, saíram muitas pedras de diamantes. O garimpo da família de Belmiro tem cerca de 200 anos. Fica às margens do Ribeirão do Guinda, na área rural de Diamantina. O local é bem preservado e não há agressão ao meio ambiente: tanto o leito do ribeirão quanto a mata no entorno são preservados pelo homem, que cobra R$ 30 de cada visitante.

Chineses invadem cidades da região Central de MG em busca de pedras semipreciosas

Chineses invadem cidades da região Central de MG em busca de pedras semipreciosas

Pedras preciosas em estado bruto saem de Minas com destino ao gigante asiático em contêineres com preço abaixo do mercado. Em Curvelo e Corinto, negócio gera R$ 50 mi

Euler Júnior/EM/DA Press


Curvelo – São 7h30 da manhã de terça-feira em Curvelo, na Região Central de Minas Gerais, e já se nota o início do carregamento de caminhões com contêineres cheios de pedras preciosas brutas que sairão do meio do estado em direção à indústria de joias na China. Somente em municípios mineiros como Corinto e Curvelo, a extração e venda clandestina de pedras movimenta mais de R$ 50 milhões ao ano, segundo cálculo a partir de informações da Cooperativa Regional Garimpeira de Corinto (Coopergac) e da Associação Comercial e Empresarial de Curvelo (Ace). Isso sem contar o faturamento em municípios como Inimutaba, Diamantina, Felixlândia, Governador Valadares, Teófilo Otoni e em pequenas cidades da região.

O número contrasta com a informação oficial de exportação de pedras preciosas em bruto no estado. Em 2011, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas externas desse material em toda a Minas Gerais foram de US$ 23,06 milhões (R$ 46, 12 milhões), um total inferior à estimativa de faturamento de apenas dois municípios mineiros. Entre 80% e 90% das pedras preciosas em bruto produzidas no Brasil são exportadas, principalmente ao gigante asiático.

O dinheiro apurado no negócio é invisível aos olhos oficiais. É que 95% dele circula nas mãos de uma poderosa indústria clandestina, que começa no garimpo informal e segue comandada por atravessadores, compradores – hoje, chineses, em sua maioria –, despachantes e empresas de exportação. O silêncio ronda todos os agentes que, de uma ou de outra forma, participam do esquema. A reportagem do Estado de Minas procurou conversar com vários deles. A maioria se recusou a dar declarações sobre o assunto. Outros forneceram informações sob a condição de anonimato.

Segundo uma dessas fontes, a cada 20 dias, em média 12,5 contêineres carregados com 250 toneladas de pedras extraídas dessa região seguem de Curvelo para serem embarcadas no Rio de Janeiro. O mesmo acontece com dezenas de tambores cheios de material mais valioso, que viajam de avião. Tudo aparentemente certo, não fosse o fato de que as notas fiscais mostram valores subfaturados, o que permite que essas pedras sejam enviadas para fora a preços muito inferiores aos praticados pelo mercado. “Um dos caminhos do subfaturamento é a própria Receita Estadual. Os garimpeiros saem de lá com o documento nas mãos”, diz G.L.H, que atua no ramo.

“Qualquer empresário, de dentro ou de fora do país, só pode comprar pedras preciosas de mineradoras legalizadas ou de cooperativas de garimpeiros. Mas os números da nossa exportação são tão baixos que ou elas saem altamente subfaturadas ou são contrabandeadas”, diz Raymundo Vianna, presidente do Sindicato das Indústrias de Joalheria, Ourivesaria, Lapidação de Pedras Preciosas e Relojoaria de Minas Gerais (Sindijoias). Curvelo é o centro mineiro dessa indústria fantasma. De lá partem minerais como quartzos e cristais variados (rutilo, cabelo fachado, lodo verde), ametistas e águas-marinhas, que enriquecem os integrantes da rede.

Euler Júnior/EM/DA Press


Esquema Para facilitar o caminho até as pedras, os chineses contam com empresas que oferecem a eles um pacote de serviços para localização, compra e desembaraço das pedras por cerca de R$ 13 mil. São R$ 3.500 de transporte de Curvelo ao porto, R$ 300 para o “chapa” (carregador), R$ 2.000 pelo frete marítimo e R$ 500 de imposto. Para cada contêiner, o lucro dos prestadores de serviço com o negócio é de cerca de R$ 7 mil. Ou seja: uma média de R$ 87,5 mil ao mês para cada 12,5 contêineres enviados ao exterior, segundo uma fonte que pediu anonimato.

“Em média, o total declarado para o conteúdo de cada contêiner é de US$ 6 mil (R$ 12 mil), mas o valor de fato pode ser US$ 100 mil (R$ 200 mil)”, diz uma fonte do setor. Ele lembra que o quartzo mais barato custa R$ 2 o quilo, mas, segundo Raymundo Vianna, o preço do quilo do quartzo muda de acordo com a variedade e a qualidade da pedra. “O quartzo rosa e o rutilado de boa qualidade custam entre R$ 8 mil e R$ 10 mil o quilo. Já a ametista e a rodonita, outras variedades, podem valer até R$ 30 mil o quilo. Porém é impossível estabelecer o valor da pedra sem a avaliação de um perito”, diz.

Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda, há equipes especializadas para atuar na fiscalização do setor nas regiões onde a exploração de gemas é predominante. Além disso, o produtor individual pode emitir sua nota fiscal, mas um procedimento de retaguarda é adotado no caso de remessa de mercadoria para o exterior.

Chineses invadem o estado

A rota de interesse dos chineses pelas pedras preciosas brasileiras passa por municípios mineiros e também baianos. Em Minas, os principais são Curvelo, Corinto e Inimutaba. Na Bahia, Novo Horizonte, Ipupiara, Campo Formoso e Oliveira dos Brejinhos. Em Curvelo, profissionais que atuam com eles, mesmo sem formação superior, aprendem até a falar mandarim, ainda que com noções rudimentares. Com isso, têm rendimentos garantidos. Os pagamentos são todos feitos em dinheiro vivo. E adiantados. Entram nessa lista prestadores de serviço, restaurantes, hotéis, postos de gasolina, imobiliárias e lojas de aluguel de veículos. Todos extremamente satisfeitos.

“De coração, se for para prejudicar os chineses não faça essa matéria. Eles pararam de comprar pedras por quatro meses por causa do preço e do ano novo chinês e Curvelo inteira sentiu”, diz um prestador de serviços que viu na chegada dos compradores da China a solução para ter renda. De acordo com ele, de 2006 para cá a presença de chineses na cidade cresceu 70%. “Só na Bahia tem dez famílias”, afirma. Em Curvelo, alguns vivem em hotéis baratos, de R$ 25 a R$ 70 a diária, outros alugam casas onde vivem por cerca de três meses, depois dos quais voltam para o seu país de origem e são substituídos por membros da família.

Em junho de 2010, a Polícia Federal apreendeu 700 quilos de pedras semipreciosas e cristal em Itacambira. Elas foram obtidas por meio da exploração ilegal por quatro chineses e dois brasileiros. As investigações indicaram a existência de um esquema de venda dos produtos para a China, que teria base em Curvelo, na Região Central do estado. Foram presos os chineses Wu Tsung Ying, Daí Yong Dong, Rayoin Huo e Shao Kang He, além do garimpeiro Adilson Mariano de Oliveira e Cláudio Afonso dos Santos, transportador e intermediário do negócio.

Os 700 quilos de cristal e pedras semipreciosas estavam sendo transportados em 18 sacos de linhagem na carroceria de um Fiat Strada e, de acordo com informações da Polícia Federal, foram vendidos para os chineses por R$ 15 mil. Os produtos minerais teriam sido retirados de garimpo no povoado de Machados, na zona rural de Bocaiúva, e seguiam para Itacambira, passando por uma estrada vicinal. A Polícia Militar de Itacambira fez a apreensão, depois de receber uma denúncia anônima. Dias antes, também no Norte de Minas, foi apreendida 1,2 tonelada de cristal de quartzo e 20 quilos de pedras semipreciosas, que saíram de Licínio de Almeida, no sertão da Bahia, e que seriam levados para Curvelo. Segundo a PF, os minérios extraídos na Bahia também teriam como destino a China.

"Se for para prejudicar os chineses não faça essa matéria. Eles pararam de comprar pedras por quatro meses por causa do preço e do ano novo chinês e Curvelo inteira sentiu" - prestador de serviços aos chineses em Corinto, que pediu para não ser identificado.

Caminhos da pedra brasileira rumo à Ásia

Garimpo
É dos garimpos, a maioria deles clandestinos, que saem as pedras preciosas brutas que serão exportadas pelo estado

Subfaturamento
É esse um dos caminhos usados pelos produtores para "maquiar" a pedra bruta clandestina, tornando-a aparentemente legalizada

Venda
Uma vez feita a "maquiagem", as pedras são repassadas aos atravessadores, que vão vendê-las aos clientes estrangeiros

Desembaraço
Empresas especializadas desembaraçam a mercadoria, enviando-a para o Rio de Janeiro, de onde será exportada

China
As pedras chegam à indústria joalheira na China, a segunda maior do mundo, onde serão transformadas em joias, semijoias e bijuterias

Joias montadas (prontas)
Parte das joias e bijuterias entram novamente no Brasil, muitas vezes via contrabando, prejudicandoa indústria joalheira nacional

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Oportunidade: Braziron tem relatório final aprovado pelo DNPM

Oportunidade: Braziron tem relatório final aprovado pelo DNPM



A australiana Braziron cujos principais acionistas são brasileiros teve o seu relatório final, do Projeto Urubu, aprovado pelo DNPM.

Trata-se de um jazimento de 447  milhões de toneladas a 25,3% de minério de ferro na Bahia cuja concentração é simples e barata e não tem contaminantes. A jazida do Urubu fica as margens do Rio S. Francisco que será utilizado para o transporte dos concentrados com 65%Fe. A empresa planeja, também, produzir ferro gusa o que vai adicionar valor aos seus produtos.

Com a aprovação do DNPM, o valor de mercado da Braziron deverá subir exponencialmente. Essa subida, que pode superar 10 vezes o valor de hoje, deve torná-la em um investimento ímpar, sem igual.

Hoje a empresa vale, apenas, o valor que ela tem em caixa: US$6 milhões. Trata-se de uma das raras oportunidades do momento.

A empresa deverá apresentar o seu plano de lavra nos próximos meses.

Americanos dão o primeiro passo para o controle dos bens minerais no espaço

Americanos dão o primeiro passo para o controle dos bens minerais no espaço



Afinal, os asteroides e os recursos minerais espaciais são dos americanos, dos chineses, dos russos ou da humanidade?

Para dois membros do Congresso Americano esta resposta já está equacionada.

Eles estão introduzindo o Asteroids Act uma legislação que visa proteger as empresas americanas que forem lavrar os asteroides.

A lei vai promover o uso comercial dos asteroides nos Estados Unidos dando à Administração Federal da Aviação (FAA) os poderes para facilitar a exploração, desencorajar barreiras governamentais (dos outros governos), alinhar as regras àquelas existentes nos Estados Unidos e promover o “direito” de empresas comerciais americanas de explorar, transferir e até vender os recursos.

Em suma, com o Asteroids Act os americanos estão se apossando, sem nenhuma cerimônia ou consulta, de um dos patrimônios da humanidade.

Desde quando eles têm essa prerrogativa?

A arrogância dos americanos só perde para a sua imensa ingenuidade.

Segundo eles, no item 7 (Property Rights),  todos os recursos auferidos no espaço sideral (observe que não é só nos asteroides) são de propriedade da entidade que encontrar os referidos recursos. Como os projetos americanos estão mais desenvolvidos que os do resto do mundo eles querem com isso, simplesmente se apoderar de todo o bem mineral encontrado no espaço.