terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Esmeraldas colombianas: o encanto verde

Esmeraldas colombianas: o encanto verde

Haga click sobre la imagen para ampliarla Museo de la Esmeralda en Bogotá Museo de la Esmeralda en Bogotá
Uma cor que identifica a Colômbia tanto quanto as três cores de sua bandeira, é o verde: o das extensas planícies, montanhas e reservas naturais; o verde que colore muitas de suas férteis paisagens e que rodeia seus rios, quebradas e cascatas; o verde da Amazônia e da espessa selva presente nas costas sobre o oceano Pacífico.
A Colômbia também se identifica com um verde brilhante que não se nota a simples vista e que está engolido pelas montanhas da Cordilheira Leste entre os estados de Boyacá e Cundinamarca. É o verde de suas esmeraldas, as mais famosas do mundo.
As esmeraldas colombianas são as mais famosas do mundo.
Há muitos motivos pelos quais a Colômbia tem prestígio internacional. Ser o primeiro produtor mundial de esmeraldas é um deles, já que na produção total de esmeraldas, o país contribui com 55%, contra 15% de países como o Brasil e a Zâmbia que o seguem na lista. E não é questão só de quantidade, mas também de qualidade, pois graças a suas características esta pedra preciosa colombiana é uma das mais cobiçadas.

Lenda das esmeraldas

A Colômbia produz 55 por cento do total das esmeraldas no planeta. Em seguida estão o Brasil e a Zâmbia.
Como muitas das tradições colombianas, a história da esmeralda se atribuiu a uma série de contos que disputa veracidade com as causas geológicas da pedra preciosa na Colômbia. Existe uma lenda que conta a existência de dois seres nativos: Fura e Tena, mulher e homem criados pelo deus Ares com o objetivo de que, sem infidelidades, povoassem a terra em troca de sua eterna juventude. Fura, a mulher, falhou à promessa, causando seu acelerado envelhecimento e a morte de Tena.
Ares com pena dos infelizes os converteu em duas formações rochosas protegidas por tempestades e serpentes e em cujas entranhas as lágrimas de Fura se tornaram esmeraldas. Hoje, as serras de Fura e Tena, com uma altura de 840 e 500 metros sobre o vale do rio Mineiro, protegem a zona de esmeraldas da Colômbia. Localizam-se a 30 km ao norte das minas de Muzo, entre as de maior produção da Colômbia.

Boyacá e Cundinamarca, as zonas de esmeraldas da Colômbia

E assim em Muzo, na zona nordeste do estado de Boyacá, é onde se concentram as maiores jazidas desta pedra preciosa. Além de Muzo, destacam-se as minas de Borbur, Coscuez, Chivor, Peñas Blancas, La Pita e Quípama (esta última caracterizada pelo predomínio da mineração informal, os chamados guaqueros). Gachetá e Gachalá, dois municípios do nordeste de Cundinamarca, completam a zona mais importante de exploração de esmeraldas do país.
Na mina Las Cruces, da população de Gachalá (Cundinamarca), extraiu-se La Emilia, a maior pedra de esmeralda já encontrada até agora com um peso de 6.900 quilates.

O trabalho na escuridão

Mas o brilho e a beleza espetacular da esmeralda colombiana são qualidades antecedidas pelo difícil trabalho dos mineiros. É uma árdua tarefa que, segundo se afirma, tem uma história anterior à existência de Jesus Cristo, quando os antepassados penetravam as montanhas para oferecer o que encontravam a seus deuses.
Milhares de homens têm o rosto marcado pela escuridão resultante das suas longas jornadas dentro das minas em busca desse encanto verde que em sua composição química é uma pedra de berilo que deve sua cor ao conteúdo de cromo e vanádio, dois elementos químicos muito escassos na superfície terrestre e uma das razões que influi no valor da esmeralda, sendo a única pedra cristalina de cor verde.

Características das esmeraldas

O valor da esmeralda se determina segundo a cor, o tamanho, a pureza e o brilho.
O trabalho do mineiro é o passo inicial e o mais complicado no processo da esmeralda, cujo valor se determina segundo a cor, o tamanho, a pureza e o brilho. Avaliadas estas características, o preço de uma pedra pode estar entre dez e quatro milhões de dólares, ainda que não seja muito frequente encontrar uma gema de tão considerável valor.
Ainda que verde seja a cor genérica da esmeralda, nem todas as pedras conservam tal pureza em sua tonalidade, característica que os experientes identificam plenamente à hora de estabelecer o valor. Nesta ordem de idéias, há cinco classes distintas de esmeraldas:
  • verde azulado,
  • verde ligeiramente azulado,
  • verde muito ligeiramente azulado,
  • verde ligeiramente amarelo
  • e verde profundo
A cor verde profundo é a mais formosa, a mais escassa, a mais valiosa, mas também a mais exclusiva, a que só se encontram nas entranhas da Colômbia.

Corporação Museu da Esmeralda Colombiana (MEC) em Cartagena

Durante muitos anos na Colômbia não existiu um espaço onde se lapidassem peças exóticas das esmeraldas mais famosas do mundo, com suas formas e variedades. É por isso que há mais de 30 anos um grupo de pessoas interessadas em resgatar o verdadeiro valor histórico, cultural e natural da esmeralda, se reuniu para pôr à disposição dos turistas a Corporação Museu da Esmeralda Colombiana (MEC) em Cartagena.
Na Colômbia se encontram diferentes cristalizações da esmeralda, pouco conhecidas no mundo por sua escassez, cuja importância geológica é de uma importância incomparável no patrimônio cultural.
Hoje em dia, na Corporação Museu da Esmeralda Colombiana se dá a conhecer a evolução do mineral, desde que se forma na natureza até seu comprador final e oferece uma exibição dos exemplares mais interessantes e as maiores esmeraldas com a mais ampla gama de cores (verde arroz, verde azul, verde amarelo e algumas com o característico fogo interior).
Este interessante museu constitui ao mesmo tempo um espaço pedagógico de análise, investigação científica e certificação de autenticidade das esmeraldas colombianas. Para ampliar a informação sobre as esmeraldas, MEC abre também suas portas às exposições da pintura, a escultura, a joalheria, o artesanato, a fotografia e a literatura, disciplinas que reconstruíram em grande parte a história da esmeralda e que enriquecem a sua mostra.
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Dados do Museu da Esmeralda em Cartagena

Localizção:
Centro histórico, calle D. Sancho N° 36-75, Cartagena de Indias
Telefone:
+ 57 (5) 664 4075

Joias de Época

Porque usamos joias? Historiadores, antropólogos e etnólogos concordam que os adornos corporais surgiram da necessidade latente ao ser humano de sobressair-se, individualizar-se numa busca estética para mostrar feitos e posses, crenças e amores, perpetuar uma lembrança, marcar uma época da vida, ou, algumas vezes, pelo suposto poder da energia das pedras.
Com o passar do tempo, muitas descobertas e técnicas foram sendo incorporadas aos costumes e a joalheria tornou-se um verdadeiro testemunho das culturas e da própria história da humanidade.
Na Idade Média, por exemplo, católicos europeus usavam relíquias junto ao corpo, que eram vistas como proteção contra o demônio e uma extensão do poder divino. Fios de cabelo, ossos de santos e mártires, pedaços de suas roupas ou outros itens por eles tocados ou usados se tornavam objetos de devoção guardados em relicários ricamente trabalhados.
No Brasil, os índios nativos foram relatados pelos exploradores como um povo que usava muitos adornos, a maioria feita de conchas, pedras, penas e sementes coletadas na natureza. Foi após a colonização que recebemos as influências da ourivesaria europeia.
Acompanhe-nos aqui numa viagem pelo tempo através da joalheria, seguindo a evolução das técnicas, dos costumes e da cultura joalheira pelo mundo. Através do conhecimento da história, poderemos obter elementos que nos levem a identificar-nos com determinada época ou região, expressando-nos, a partir daí, com autoconhecimento e personalidade.

Outras Gemas

Outras Gemas

"Opala”
A palavra opala deriva do termo em latim opalus, mas a origem desta palavra é ainda uma questão de debate. No entanto, as referências mais recentes sugerem que tem origem na palavra em sânscrito Upala. O termo aparece pela primeira vez em referências Romanas cerca de 250 a.C., numa época em que a opala era valorizada acima de todas as outras pedras preciosas.
A opala de qualidade Gema denomina-se opala CT. Gemologicamente distinguem-se as seguintes variedades: opala negra; opala branca; opala de fogo; opala de água; opala matrix.
É a gema mais apreciada dentro do grupo do sílice (Si O2); é composta de 2% a 20% de água e 2 minerais de cor branca ou leitosa turva, conhecidos pelo nome de Cristobalita e Tridimita, que sob a forma de sucessivas capas de lepisferas provocam o efeito iridescente tão apreciado e também conhecido por jogo de cores.
Embora a opala seja considerada por muitos um sílice amorfo, podemos no entanto defini-la como semi-cristalina, visto os minerais que a compõem cristalizarem em maclas ou pequenos cristais tabulares (ambos óxidos de sílicio). Existem algumas variedades deste material, sendo as mais importantes, e por ordem decrescente, a opala nobre, a opala comum e a menos conhecida, uma variedade de cor verde bastante similar em aspecto à Crisóprasa e que deve a sua cor ao níquel. Na variedade nobre destacaremos a opala negra, a opala branca, a de água, a opala de fogo, etc.
A estrutura interna de opala faz com que difracta a luz; dependendo das condições em que se formou pode assumir variadas cores. A opala varia de transparente a branco, cinza, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, magenta, rosa, castanho e preto. Dessas matizes, o conjugação de vermelho e negro é a mais rara, enquanto que brancos e verdes são as mais comuns. Ela varia de densidade óptica de opaco para semi-transparente. Para o uso como pedras preciosas em ourivesaria, a sua cor natural é muitas vezes reforçada pela colocação de camadas finas de opala sobre uma pedra de tom mais escuro, como basalto.
A Austrália produz cerca de 97% das opalas existentes do mundo. A opala banca constitui até 60% da totalidade das opalas, mas não pode ser encontrada em todos as minas exploradas.
A maior e mais valiosa opala do mundo é conhecida como "Olympic Australis", tendo sido encontrada em Agosto de 1956 perto da localidade australiana de Coober Pedy. Com um peso de 17 mil quilates (3.450 gramas), possui 280 mm de comprimento, com uma altura de 120 mm e uma largura de 110 mm.
As principais jazidas encontram-se na Austrália e no México (As opalas negras encontra-se unicamente na Austrália, na região Lightning Ridge; As melhores opalas de fogo encontram-se no México).


"Ametista”
A ametista é uma gema fanerocristalina que cristaliza no sistema trigonal. Outrora muito utilizado pelos antigos egípcios na Antiguidade, este quartzo apresenta uma cor violeta ou púrpura de óxido de silício (SiO2).
Até ao século XVIII foi a principal pedra preciosa (chegando a ser considerada a Rainha das Pedras Preciosas). A origem da palavra provém do grego a, "não" e methuskein, "intoxicar", relacionada com a antiga crença de que a pedra protegia o seu dono da embriaguez.
A sua cor, de um roxo/lilás intenso, deve-se a centros de cor produzidos por Fe2+ ou Fe3+- (Ferro Ferroso ou Ferro Férrico). Esta cor, podendo variar de intensidade e tornando-se mais valiosa quanto mais escura for, é passível de ser alterada ou eliminada por aquecimento e radiações ultravioletas e o seu brilho vítreo passa a iluminar um tom amarelado ou mesmo incolor.
Tendo uma dureza de 7, segundo a Escala de Mohs, e um peso pouco elevado de 2,65 gr, a gema é composta por uma sobreposição irregular de lâminas alternadas de quartzo esquerdo e direito que assumem pequenas formas triangulares.
Apesar de a ametista ser amplamente conhecida, apenas alguns locais abrigam esta pedra preciosa. Tais cristas ocorrem em cavidades alongadas em rochas de granito e em revestimentos de ágata. Há pedras lindíssimas provenientes da Rússia, Uruguai, Índia e Sri Lanka, sendo que o principal produtor é o Brasil.
Por vezes, o corindon comum roxo ou a safira, de qualidade gema, em tons de ametista são designados ametista oriental, expressão utilizada por joalheiros para pedaços de quartzo ametista comum, mesmo não sendo proveniente de fontes orientais.
Considerada a pedra do nascimento, a ametista é o símbolo do entendimento celeste, do pensamento pioneiro e da acção na filosofia e religião. Outrora, fora utilizada pelos soldados nos cabos das espadas como amuleto contra a morte nas batalhas.



"Alexandrite”
A alexandrite é uma das três variedades distintas do crisoberilo. É um óxido duplo de alumínio e berilo (BeAl2O4). A união da sua rede cristalina é iónica. Cristaliza no sistema rômbico e raramente em cristais isolados.
A característica mais sensacional desta gema consiste na sua surpreendente capacidade de mudar de cor. Verde ou verde-azulado à luz do dia, a Alexandrite adquire um tom suave de vermelho ou púrpura sob uma luz incandescente. Esta propriedade óptica produz-se porque absorve radiações amarelas e azuis, deixando passar as vermelhas e verdes. Esta característica óptica única faz com que seja uma das gemas mais interessantes.
A alexandrite é muito escassa, algo que está directamente relacionado com a sua composição química. É basicamente um crisoberilo, um mineral incolor ou amarelo transparente. Este difere de outros crisoberilos na medida em que não só contém ferro e titânio, mas também crómio como uma impureza principal. E é este elemento que explica a sua mudança de cor espectacular.
Ao contrário de outras gemas, a alexandrite necessita de condições geológicas muito específicas para a sua formação. O elemento berílio (um dos principais constituintes do crisoberilo) e crómio (o corante numa alexandrite) têm características químicas contrastantes e geralmente não ocorrem em conjunto, sendo encontrados em tipos de rocha distintos. Este cenário geológico ocorre raramente na Natureza, motivo pelo qual as alexandrites são escassas.
A Rússia manteve-se como a principal fonte de alexandrites a partir do momento em que gemas extraídas de minas nos Urais se tornaram disponíveis no mercado. É deste país que a gema recebe o seu nome, em homenagem ao czar Alexandre II. Esta situação modificou-se em 1987, quando alexandrites foram descobertas na região de Minas Gerais, no Brasil. A cor das pedras brasileiras é reconhecidamente um verde não tão forte como o da alexandrite russa, mas a mudança de cor é claramente perceptível. A alexandrite é também obtida de fontes no Sri Lanka, na região de Tunduru no sul da Tanzânia – que tem vindo a produzir alguns exemplares em circulação desde meados da década de 1990, na Índia, na Birmânia, em Madagáscar e no Zimbabwe.
É uma gema bastante rara que alcança valores muito elevados. Como nota, as Alexandrites dos Montes Urais (Rússia) estrão completamente esgotadas, na actualidade.

Pedro II As opalas

Pedro II


As opalas



A cidade de Pedro II possui uma característica que pouca gente conhece: abriga uma das únicas regiões de garimpo de opala da América Latina, e no mundo só existem na Guatemala, México, Austrália, Estados Unidos e Japão. As pedras de Pedro II são muito mais resistentes, apresentando-se melhor do que as de seus concorrentes.
A opala é uma pedra abundante no município. Existem basicamente três tipos: a opala negra, de cor preta; a opala de fogo, de cor vermelha; e a opala nobre, considerada extra, com sete cores. A opala é a “pedra da lua”, por apresentar a cor do satélite terrestre. Existem em Pedro II aproximadamente dez garimpos, cada um com suas características próprias, que variam de acordo com a qualidade das pedras. De todas essas minas, a mais importante é a do Boi Morto, a 6 km do centro, hoje praticamente desativada, a não ser pelos poucos garimpeiros que ainda arriscam encontrar cascalho em uma montoeira. As pedras do Mina do Boi Morto são as mais valiosas por apresentarem boa qualidade e bom tamanho.


Ao chegar ao consumidor final, a opala passa por um trabalhoso processo, que envolve desde as escavações até a delicada forma de lapidação. Conheça agora como esse processo funciona:
1) Com exceção da Mina do Boi Morto, que se localiza numa furna, todas as demais são trabalhadas a céu aberto.]
2) Os equipamentos mais usados são: pá, picareta, peneira, enxadeco e bomba de irrigação, que tanto pode ser usada no desbaste, pela pressão da água, como na lavagem do cascalho na peneira.
3) Do garimpo, o material bruto colhido segue para os centros de lapidação, onde se inicia um processo que envolve: serragem do cascalho, através de serra diamantada; formatação da opala, usando rebolo de esmeril carburundo (granulação própria para pedra) ou diamantada; colagem, feita com laquê para colar a pedra na madeira; lixamento, usando-se lixa manual com granulação de 180 a 220; alisamento, feito com feltro usando grão de esmeril, de granulação 320; polimento, usando feltro com pó de Trípoli e óxido de cromo.
5) Na comercialização, a pedra é vendida por quilate e o preço pode chegar a US$ 70.00 na sua qualidade extra, geralmente pedras acima de 10 quilates. O maior centro de compra é São Paulo, com representação já instalada em Pedro II.
Versões
Existem muitas versões para a descoberta da opala em Pedro II. Uma delas conta que tudo aconteceu a partir dos botões da camisa de um antigo morador da cidade. Ao encontrar o mineral, o cidadão resolveu cortá-lo em forma de botão e usá-lo na camisa, chamando a atenção das pessoas. Outra versão conta que o processo de polimento se iniciou com a observação do conteúdo do papo de uma galinha, que ao ciscar no cascalho engolia as opalas, e a sua natureza avícola se encarregava de polir as pedras, encontradas já reluzentes em seu papo.

Mineração de opala pode gerar R$ 50 milhões

Mineração de opala pode gerar R$ 50 milhões

A mineração da pedra preciosa opala, que varia entre R$ 20 e R$ 300 o grama bruto, ainda pode ser mais bem explorada no Brasil. A afirmação, feita por especialistas no setor, indica que com um investimento de R$ 100 milhões nas minas do Piauí o rendimento da pedra, que hoje soma R$ 4,8 milhões no ano, poderia crescer 10 vezes, atingindo R$ 50 milhões em cinco anos.
“O mundo possui uma grande carência da gema que poderia ser suprida pelas minas brasileiras”, afirmou Marcelo Morais, especialista na questão da opala pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) estima que um terço do volume de produção de gemas – com exceção do rubi, do diamante e da safira – vem do Brasil.
De acordo com o especialista, a única mina no mundo que possui a extração da pedra está na Austrália, onde já há um desgaste bem maior do que o encontrado nas minas brasileiras. “O movimento na Austrália, por ser muito mais antigo, já está em fase de finalização. Números indicam que mais de 80% da mina deles foi explorada; já a nossa exploração é recente”, afirmou Morais.
Aproveitando esta possível lacuna dentro do setor, o professor de Arqueologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Carlos Antônio Monteiro argumenta que seria necessário um investimento na casa de R$ 100 milhões para que a pedra no Brasil fosse usada com mais qualidade. “Esse investimento, que seria em equipamentos, aumento de mão de obra, profissionalização e estudos profundos, traria um retorno de até dez vezes em cinco anos para as minas piauienses.”
Segundo números do Sebrae, o Piauí possui 30 minas descobertas que possuem opala. Todas ficam localizadas na cidade de Pedro II, a 222 quilômetros da capital, Teresina, e somam 700 hectares de terreno, o que representa sete milhões de metros “Trata-se de um espaço de potencial elevadíssimo, com condições de trabalho e mão de obra disponível”, afirmou Monteiro.
Para o geólogo do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) David Fonseca falta delimitação do minério na área, algo que deveria ser feito por mapeamento geológico para que o total da reserva seja calculado. “Gemas se localizam em bolsões nas rochas, portanto, precisam de estudo específico”. Fonseca explica que a geologia de Pedro II é errática, ou seja, de difícil localização e que as minas são exploradas de maneira muito rústica, o que acarreta em desperdício.
Existem três tipos de opala no Brasil. A opala-de-fogo, que é encontrada no Piauí, Rio Grande do Sul e em outros estados. A opala comum, presente em vários estados, e a nobre, que há somente no Piauí e é considerada a variedade mais preciosa e procurada.
Exportação
Quando o assunto é exportação, tanto Morais quanto Monteiro concordam: o Brasil possui um potencial extremamente amplo para o fornecimento da pedra no mundo. De acordo com números da Associação Gemológica da Austrália, o país da Oceania é responsável por 90% do abastecimento mundial, número que deverá ser alterado, caso o Brasil melhore sua produção. Em 2010, o total de exportações brasileiras do setor de gemas e metais preciosos atingiu R$ 2.269 bilhões, segundo dados do IBGM.
Atualmente, a cidade produz cerca de 500 quilos de joias por ano, de acordo com a Associação dos Joalheiros e Lapidários de Pedro II (Ajolp). Deste número, apenas 6% são exportados. “Nossos principais mercados estão na Europa. Com destaque para Alemanha, Bélgica e França”, afirmou Antônio Mário de Oliveira Lima, presidente da maior fabricante de joias da região, o Ateliê de Prata.
Para a presidente da Ajolp, Surlene Almeida, a exportação tem crescido, acompanhando o crescimento da região. “Prevemos um aumento na casa de 20% este ano, no sentido de alta nas exportações. Isso porque a Opala está caindo cada vez mais no gosto dos estrangeiros, e os modelos brasileiros também agradam”, afirmou.
Conforme avalia a diretora executiva da feira Bijoias, Vera Masi, a riqueza das opalas do Piauí é inestimável, pois possuem um grau de dureza ideal para a lapidação. “Um quilate bruto do produto chega a custar U$ 100, enquanto 100 kg de ametista custam U$ 10 mil”, afirmou a diretora, que atende lojistas há 25 anos.
Associação
Para organizar os ganhos com Opala na cidade, a cooperativa dos garimpeiros de Pedro II, presidida por José Cícero da Silva Oliveira, vem trabalhando para crescer de forma sustentável. “Hoje, somos 150 trabalhadores e podemos arrecadar por mês até R$ 60 mil, no máximo”, afirmou.
Depois da organização da cooperativa, Oliveira afirma que já houve na região um processo de formalização que antes não acontecia. “A exploração não é mais desordenada. Todos os trabalhadores da cooperativa trabalham em áreas regulares, com licenciamento, com equipamento de segurança. Sempre recebemos a visita de fiscais de vários ministérios”, afirmou. No regime de cooperativa, 10% de tudo o que se ganha em vendas é dividido entre os 150 associados.
Os números do Sebrae apontam ainda que na chamada Suíça piauiense, devido às temperaturas mais amenas tem cerca de 500 famílias, entre garimpeiros, lapidários, joalheiros e lojistas que vivem da opala.
A população que reside em Pedro II, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 37.500 pessoas.
“O município recebeu autorização legal para extração da pedra em 2005, antes disso, era tudo feito de forma muito crua” afirmou Monteiro.
O presidente da cooperativa explica também que em função desse mau uso da mina nos últimos 30 anos muita pedra foi jogada fora.
“Sem estrutura, os mineradores descartavam partes das rochas pois não achavam importantes os pequenos pedaços da pedra. Hoje, trabalhamos com toda a parte descartada, que chamamos de rejeito.”