Outras Gemas
"Opala”
A palavra opala deriva do termo em latim opalus,
mas a origem desta palavra é ainda uma questão de debate. No entanto, as
referências mais recentes sugerem que tem origem na palavra em
sânscrito Upala. O termo aparece pela primeira vez em referências
Romanas cerca de 250 a.C., numa época em que a opala era valorizada
acima de todas as outras pedras preciosas.
A opala de qualidade Gema denomina-se opala CT.
Gemologicamente distinguem-se as seguintes variedades: opala negra;
opala branca; opala de fogo; opala de água; opala matrix.
É a gema mais apreciada dentro do grupo do sílice
(Si O2); é composta de 2% a 20% de água e 2 minerais de cor branca ou
leitosa turva, conhecidos pelo nome de Cristobalita e Tridimita, que sob
a forma de sucessivas capas de lepisferas provocam o efeito iridescente
tão apreciado e também conhecido por jogo de cores.
Embora a opala seja considerada por muitos um
sílice amorfo, podemos no entanto defini-la como semi-cristalina, visto
os minerais que a compõem cristalizarem em maclas ou pequenos cristais
tabulares (ambos óxidos de sílicio). Existem algumas variedades deste
material, sendo as mais importantes, e por ordem decrescente, a opala
nobre, a opala comum e a menos conhecida, uma variedade de cor verde
bastante similar em aspecto à Crisóprasa e que deve a sua cor ao níquel.
Na variedade nobre destacaremos a opala negra, a opala branca, a de
água, a opala de fogo, etc.
A estrutura interna de opala faz com que difracta a
luz; dependendo das condições em que se formou pode assumir variadas
cores. A opala varia de transparente a branco, cinza, vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul, magenta, rosa, castanho e preto. Dessas matizes, o
conjugação de vermelho e negro é a mais rara, enquanto que brancos e
verdes são as mais comuns. Ela varia de densidade óptica de opaco para
semi-transparente. Para o uso como pedras preciosas em ourivesaria, a
sua cor natural é muitas vezes reforçada pela colocação de camadas finas
de opala sobre uma pedra de tom mais escuro, como basalto.
A Austrália produz cerca de 97% das opalas
existentes do mundo. A opala banca constitui até 60% da totalidade das
opalas, mas não pode ser encontrada em todos as minas exploradas.
A maior e mais valiosa opala do mundo é conhecida
como "Olympic Australis", tendo sido encontrada em Agosto de 1956 perto
da localidade australiana de Coober Pedy. Com um peso de 17 mil quilates
(3.450 gramas), possui 280 mm de comprimento, com uma altura de 120 mm e
uma largura de 110 mm.
As principais jazidas encontram-se na Austrália e
no México (As opalas negras encontra-se unicamente na Austrália, na
região Lightning Ridge; As melhores opalas de fogo encontram-se no
México).
"Ametista”
A ametista é uma gema fanerocristalina que
cristaliza no sistema trigonal. Outrora muito utilizado pelos antigos
egípcios na Antiguidade, este quartzo apresenta uma cor violeta ou
púrpura de óxido de silício (SiO2).
Até ao século XVIII foi a principal pedra preciosa
(chegando a ser considerada a Rainha das Pedras Preciosas). A origem da
palavra provém do grego a, "não" e methuskein, "intoxicar", relacionada
com a antiga crença de que a pedra protegia o seu dono da embriaguez.
A sua cor, de um roxo/lilás intenso, deve-se a
centros de cor produzidos por Fe2+ ou Fe3+- (Ferro Ferroso ou Ferro
Férrico). Esta cor, podendo variar de intensidade e tornando-se mais
valiosa quanto mais escura for, é passível de ser alterada ou eliminada
por aquecimento e radiações ultravioletas e o seu brilho vítreo passa a
iluminar um tom amarelado ou mesmo incolor.
Tendo uma dureza de 7, segundo a Escala de Mohs, e
um peso pouco elevado de 2,65 gr, a gema é composta por uma
sobreposição irregular de lâminas alternadas de quartzo esquerdo e
direito que assumem pequenas formas triangulares.
Apesar de a ametista ser amplamente conhecida,
apenas alguns locais abrigam esta pedra preciosa. Tais cristas ocorrem
em cavidades alongadas em rochas de granito e em revestimentos de ágata.
Há pedras lindíssimas provenientes da Rússia, Uruguai, Índia e Sri
Lanka, sendo que o principal produtor é o Brasil.
Por vezes, o corindon comum roxo ou a safira, de
qualidade gema, em tons de ametista são designados ametista oriental,
expressão utilizada por joalheiros para pedaços de quartzo ametista
comum, mesmo não sendo proveniente de fontes orientais.
Considerada a pedra do nascimento, a ametista é o
símbolo do entendimento celeste, do pensamento pioneiro e da acção na
filosofia e religião. Outrora, fora utilizada pelos soldados nos cabos
das espadas como amuleto contra a morte nas batalhas.
"Alexandrite”
A alexandrite é uma das três variedades distintas
do crisoberilo. É um óxido duplo de alumínio e berilo (BeAl2O4). A união
da sua rede cristalina é iónica. Cristaliza no sistema rômbico e
raramente em cristais isolados.
A característica mais sensacional desta gema
consiste na sua surpreendente capacidade de mudar de cor. Verde ou
verde-azulado à luz do dia, a Alexandrite adquire um tom suave de
vermelho ou púrpura sob uma luz incandescente. Esta propriedade óptica
produz-se porque absorve radiações amarelas e azuis, deixando passar as
vermelhas e verdes. Esta característica óptica única faz com que seja
uma das gemas mais interessantes.
A alexandrite é muito escassa, algo que está
directamente relacionado com a sua composição química. É basicamente um
crisoberilo, um mineral incolor ou amarelo transparente. Este difere de
outros crisoberilos na medida em que não só contém ferro e titânio, mas
também crómio como uma impureza principal. E é este elemento que explica
a sua mudança de cor espectacular.
Ao contrário de outras gemas, a alexandrite
necessita de condições geológicas muito específicas para a sua formação.
O elemento berílio (um dos principais constituintes do crisoberilo) e
crómio (o corante numa alexandrite) têm características químicas
contrastantes e geralmente não ocorrem em conjunto, sendo encontrados em
tipos de rocha distintos. Este cenário geológico ocorre raramente na
Natureza, motivo pelo qual as alexandrites são escassas.
A Rússia manteve-se como a principal fonte de
alexandrites a partir do momento em que gemas extraídas de minas nos
Urais se tornaram disponíveis no mercado. É deste país que a gema recebe
o seu nome, em homenagem ao czar Alexandre II. Esta situação
modificou-se em 1987, quando alexandrites foram descobertas na região de
Minas Gerais, no Brasil. A cor das pedras brasileiras é
reconhecidamente um verde não tão forte como o da alexandrite russa, mas
a mudança de cor é claramente perceptível. A alexandrite é também
obtida de fontes no Sri Lanka, na região de Tunduru no sul da Tanzânia –
que tem vindo a produzir alguns exemplares em circulação desde meados
da década de 1990, na Índia, na Birmânia, em Madagáscar e no Zimbabwe.
É uma gema bastante rara que alcança valores muito
elevados. Como nota, as Alexandrites dos Montes Urais (Rússia) estrão
completamente esgotadas, na actualidade.
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