domingo, 12 de abril de 2015

Duzentos quilos de ouro são retirados mensalmente no rio Madeira, diz garimpeiro

Duzentos quilos de ouro são retirados mensalmente no rio Madeira, diz garimpeiro

PORTO VELHO, RONDÔNIA - Para quem acha que o ouro do rio Madeira acabou por causa do blefo generalizado de garimpeiros no final da década de 80, em Porto Velho, pode estar redondamente enganado. Hoje, somente no trecho entre Teotônio e a Vila de Vai Quem Quer, próximo ao antigo distrito de Mutum-Paraná existe uma reserva de aproximadamente 700 toneladas de ouro, num trecho de aproximadamente 160 quilômetros. Uma riqueza que está sendo negligenciada pelo poder público.

Os dados foram apresentados pelo presidente da Cooperativa dos Garimpeiros, Mineração e Agroflorestal – Minacoop, durante audiência pública realizada na Câmara de Porto Velho, na tarde desta quinta-feira 16. Proposta pelo vereador Alan Queiroz (PSDB), a audiência discutiu a urgente necessidade de o município criar mecanismos de controle na cobrança de impostos resultantes da lavra garimpeira no rio Madeira, uma atividade lucrativa e que ainda está em expansão.

A audiência contou com a presença de representantes de cooperativas que atuam no setor da lavra, do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM) e do Governo do Estado. Mais uma vez o município mostrou desinteresse em assunto tão relevante a não enviou representantes. Perde o município que continua sendo omisso numa questão que poderia garantir sustentabilidade nunca vista aos cofres públicos municipais.

O vereador Everaldo Fogaça (PTB) questionou ao representante do DNPM, Deolino Neto sobre a fiscalização das pedreiras da Ponta do Abunã, cuja produção serve a quase 100% ao estado vizinho do Acre. Segundo Deolino, a jurisdição do DNPM da região abrange Rondônia e Acre e não há como fiscalizar todos os ilícitos minerais ao mesmo tempo. De acordo com Deolino a falta de estrutura para fiscalizar e o desconhecimento sobre legislação mineral é um problema comum a todos os Estados.

“A questão da Ponta do Abunã é bem clara. O Estado produz riqueza mas a falta de fiscalização e um mecanismo arrecadador desses impostos inexiste. Perde o município, perde o Estado, perde o País”, ressaltou Fogaça. De acordo com o vereador, a Contribuição que cabe ao Município pelo imposto do minério é mais de 60%, bem superior ao que é vai para os cofres do Estado (23%) e à União (12%). “O Município está deixando nossa riqueza escapar por pura negligência”, comentou o vereador.

Os garimpeiros presentes à reunião e que falaram na audiência deixaram claro que os duzentos quilos de ouro produzidos mensalmente pode até parecer pouco, mas alertam que a atividade da lavra envolve outras matérias como pedras preciosas, cascalho, e areia que em muitos casos abastecem a construção civil do Estado.

Yamana deve lançar ações da Brio Gold no terceiro trimestre

Yamana deve lançar ações da Brio Gold no terceiro trimestre




A Yamana Gold planeja abrir o capital de sua nova empresa a Brio Gold ainda no terceiro trimestre de 2015. Com o IPO a Yamana espera capitalizar e adicionar valor aos projetos Fazenda Brasileiro na Bahia e Pilar em Goiás e C1 Santa Luz.

A produção de ouro da Brio Gold no último trimestre foi de 31.000 onças de ouro sendo que 61,29% foi proveniente da mina de Pilar em Goiás.

Os custos operacionais médios das duas minas é de US$825. No entanto a Yamana espera que a produção da Brio Gold atinja 1,3 milhões de onças em 2015 com um custo operacional médio de US$730/t.

A mina de Pilar tem um controle mais moderno e deverá melhorar a produção e os custos operacionais ao longo do ano.

Já a mina de Santa Luz, ainda em estudos metalúrgicos, deverá eventualmente contribuir com 100.000 onças de ouro a partir de 2016.

 
O Brasil ainda vai ser o maior  exportador de ouro do mundo. Só a região de Marabá, Altamira, Tapajós no Pará, tem toneladas de  ouro a serem descobertas, só em Altamira/Pa a Belo Sun Confirmou toneladas de ouro em apenas 5% dos Alvarás na Volta Grande do Xingú, vai ser outra "SERRA PELADA" OU TALVEZ 100 Vezes a reserva da serra pelada, muitos bilhões de dólares!

Exploração mineral: como fazer um erro de bilhões de dólares?

Exploração mineral: como fazer um erro de bilhões de dólares?




O Geólogo de exploração e sua equipe são os principais responsáveis por trilhões de dólares de retorno para as suas empresas e para os países onde elas trabalham. São eles os descobridores dos jazimentos, que podem ser pequenos ou gigantescos, que irão alimentar a indústria e praticamente todos os segmentos da economia, criando milhões de empregos e, muitas vezes, mudando completamente a economia e o rumo do país.

Imagine um Brasil sem Carajás, ou uma África do Sul sem platina e diamantes, os Emirados Árabes sem o petróleo, um Chile sem o cobre ou os Estados Unidos sem o ferro...

A importância dos minerais no cotidiano de todos nós é tão grande que é praticamente impossível pensar em qualquer coisa que nos cerca que não tenha sido originado em uma mina ou cuja existência não esteja diretamente ligada aos produtos minerais extraídos. Até os produtos orgânicos como a madeira, os tecidos e o próprio papel não seriam usados intensivamente se não fosse a mineração.

Mas, como sempre, existe o outro lado da moeda. O mesmo geólogo de exploração que descobre riquezas pode ser o responsável direto por prejuízos imensos.

Talvez você se pergunte como isso é possível.

Na maioria das vezes o erro bilionário, como todo o erro,  só será percebido e quantificado muito tempo depois de ter sido feito.

É o caso de Argyle, que uso para ilustrar o ponto.

Descoberto em 1979, Argyle é um olivina lamproito que se tornou o maior produtor individual de diamantes do planeta, famoso por ser, também, a fonte dos melhores e mais caros diamantes rosa do mundo.

Em 1994 a mina de Argyle produziu  42 milhões de quilates de diamantes, o equivalente a uma carga completa de um caminhão...

Pois essa mina, que gerou e vai gerar bilhões de dólares à sua dona a Rio Tinto, poderia ter uma história muito diferente se não fosse um erro crasso feito pela equipe de exploração mineral da De Beers, algum tempo antes da descoberta...

Segundo a história oficial, o diamante de Argyle foi descoberto por uma equipe de geólogos de uma associação entre a CRA Ltd (Rio Tinto) e a australiana Ashton Mining Ltd. A descoberta ocorreu durante um follow-up em uma anomalia de diamante descoberta em sedimentos de corrente coletados na drenagem Smoke Creek, durante um programa de prospecção regional.

Os geólogos estavam coletando amostras de sedimento de corrente e rochas, durante o follow-up, quando foi avistado um diamante em um formigueiro... A drenagem de Smoke Creek nasce em uma estrutura onde está encaixado o lamproito de Argyle (imagem).

O achado acelerou o processo e, em 1983, foi tomada a decisão de implantar uma gigantesca mina a céu aberto.

Até aí essa é a história que todos conhecem. O que ainda está para ser contado é o que aconteceu antes da descoberta oficial.

Décadas depois do início da mina, o amigo John Collier, que era o General Manager da  CRA na época da descoberta e, mais tarde, o responsável pela exploração mundial da Rio Tinto, me confirmou que a história do diamante no formigueiro era real. Mas, o que eu fiquei sabendo, contado pelo próprio geólogo do projeto, Warren Atkinson, foi tremendamente interessante e cria uma nova versão à descoberta, ao mesmo tempo em que desvenda um dos grandes erros da exploração mineral mundial.

Bem antes da CRA e Aston coletarem as duas amostras com diamantes nas drenagens de Smoke Creek, uma outra mineradora, a gigante Sul-Africana De Beers, considerada por muitos como a única empresa  no mundo a dominar a prospecção de kimberlitos, havia também trabalhado e amostrado a região de Argyle.

O que levou os geólogos da De Beers a perder a maior jazida aflorante de diamantes do mundo?  Uma jazida cujos diamantes formavam um halo de dispersão de dezenas de quilômetros drenagem abaixo: uma das amostras da CRA, com diamante, foi coletada a 20km de distância do corpo...

Muitos dirão que a De Beers tropeçou na sua própria fama.

A empresa havia desenvolvido uma metodologia de prospecção que usava os minerais satélites de kimberlitos, extraídos de sedimentos de corrente, cuidadosamente coletados. Através dos estudos desses minerais, principalmente das granadas tipo piropo, ilmenitas e cromo-diopsídios a De Beers conseguia perceber, com grande dose de precisão, a proximidade de um corpo kimberlítico. Esse método exploratório funcionou muito bem na África e até no Brasil. No entanto, na Austrália, tudo deu errado e a maior jazida de diamantes do mundo foi, simplesmente, perdida.

É que Argyle não é um kimberlito, mas sim um lamproito, uma rocha diferente, com minerais satélites distintos. O lamproito de Argyle praticamente não tem granadas, poucas ilmenitas e raros cromo-diopsídios.

O melhor satélite do lamproito de Argyle, como você já deve ter imaginado, é o próprio diamante e, secundariamente, a cromita. Se a De Beers tivesse analisado as suas amostras para micro diamantes, diamantes com diâmetro menor que 0,5mm, ela teria encontrado Argyle antes de qualquer outra empresa.

Aí a realidade seria muito diferente da de hoje...


satélites do diamante
Na imagem acima granadas piropo e um microdiamante recuperados em programa de prospecção para fontes primárias de diamantes.

É irônico, mas algumas amostras de sedimentos de corrente coletadas pela De Beers, isso só foi constatado após Argyle, continham micro e, também, macro diamantes.

O erro foi grave, afinal quando pesquisamos um mineral ou elemento a primeira análise deve ser direcionada para o próprio, coisa que a prepotência da De Beers, que achava que tudo sabia da exploração mineral para diamante, a fez errar.

Não foi só Argyle que a De Beers perdeu.

Ela perdeu todas as demais jazidas diamantíferas da região, como Ellendale 4 e todas as jazidas, incluindo as canadenses descobertas posteriormente pela Rio Tinto que, fortaleceu-se com Argyle, tornando-se uma feroz e poderosa competidora.

Mais ainda, a De Beers viu o seu cartel, o CSO (Central Selling Organization), ruir. Era o CSO, que regulava os preços e controlava com mão de ferro 90% das vendas de diamantes no mundo.  A Rio Tinto foi a primeira mineradora, fora do Cartel, a contestar a De Beers e estabelecer uma operação de venda, em 1996, na Antuérpia, o que ajudou a desmontar a CSO.

O prejuízo da De Beers, por não ter tratado adequadamente as amostras coletadas, foi simplesmente imenso, da ordem de muitos bilhões de dólares e repercute até hoje.

A responsabilidade do geólogo de exploração é enorme. Lembre-se disso quando fizer o seu trabalho de pesquisa mineral.

Nada supera a qualidade!

Projeto da Belo Sun pode produzir 3,5 Mi de onças de ouro no Pará

Projeto da Belo Sun pode produzir 3,5 Mi de onças de ouro no Pará




A Belo Sun informou ontem que concluiu o estudo de viabilidade do projeto de ouro Volta Grande, próximo a Altamira (PA). A mineradora canadense afirma ser possível uma produção anual média de 205 mil onças de ouro durante 17 anos de vida útil da mina. O documento apontou reservas provadas e prováveis de 3,8 milhões de onças de ouro em Volta Grande.

domingo, 5 de abril de 2015

ALEXANDRITA

ALEXANDRITA



A mais rara e valiosa variedade de crisoberilo exibe as cores verde e vermelha, as mesmas da Rússia Imperial, e seu nome é uma homenagem a Alexandre Nicolaivich, que mais tarde se tornaria o czar Alexandre II; de acordo com relatos históricos, a sua descoberta, nos Montes Urais, em 1830, deu-se no dia em que ele atingiu a maioridade.

Como uma das mais cobiçadas gemas, esta cerca-se de algumas lendas, a mais difundida das quais diz que o referido czar teria ordenado a execução de um lapidário, depois que este lhe devolveu uma pedra de diferente cor da que lhe houvera sido confiada para lapidar.

Esta lenda deve-se ao fato de que a alexandrita apresenta um peculiar fenômeno óptico de mudança de cor, exibindo uma coloração verde a verde-azulada (apropriadamente denominada “pavão” pelos garimpeiros brasileiros) sob luz natural ou fluorescente e vermelha-púrpura, semelhante a da framboesa, sob luz incandescente. Quanto mais acentuado for este cambio de cor, mais valorizado é o exemplar, embora, para alguns, os elevados valores que esta gema pode alcançar devam-se mais a sua extrema raridade que propriamente à sua beleza intrínseca.

Esta instigante mudança de cor deve-se ao fato de que a transmissão da luz nas regiões do vermelho e verde-azul do espectro visível é praticamente a mesma nesta gema, de modo que qualquer cambio na natureza da luz incidente altera este equilíbrio em favor de uma delas. Assim sendo, a luz diurna ou fluorescente, mais rica em azul, tende a desviar o equilíbrio para a região azul-verde do espectro, de modo que a pedra aparece verde, enquanto a luz incandescente, mais rica em vermelho, faz com que a pedra adote esta cor.

Este exuberante fenômeno é denominado efeito-alexandrita e outras gemas podem apresentá-lo, entre elas a safira, algumas granadas e o espinélio. É importante salientar a diferença entre esta propriedade e a observada em gemas de pleocroísmo intenso, como a andaluzita (e a própria alexandrita), que exibem distintas cores ou tons, de acordo com a direção em que são observadas e não segundo o tipo de iluminação a qual estão expostas.

Analogamente ao crisoberilo, a alexandrita constitui-se de óxido de berílio e alumínio, deve sua cor a traços de cromo, ferro e vanádio e, em raros casos, pode apresentar o soberbo efeito olho-de-gato, explicado detalhadamente no artigo anterior, no qual abordamos o tema do crisoberilo.

As principais inclusões encontradas na alexandrita são os tubos de crescimento finos, de forma acicular, as inclusões minerais (micas, sobretudo a biotita, actinolita acicular, quartzo, apatita e fluorita) e as fluidas (bifásicas e trifásicas). Os planos de geminação com aspecto de degraus são também importantes características internas observadas nas alexandritas.

Atualmente, os principais países produtores desta fascinante gema são Sri Lanka (Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru), Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e Andhra Pradesh).

No Brasil, a alexandrita ocorre associada a minerais de berílio, em depósitos secundários, formados pela erosão, transporte e sedimentação de materiais provenientes de jazimentos primários, principalmente pegmatitos graníticos. Ela é conhecida em nosso país pelo menos desde 1932 e acredita-se que o primeiro espécime foi encontrado em uma localidade próxima a Araçuaí, Minas Gerais. Atualmente, as ocorrências brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas Gerais (Antônio Dias/Hematita, Malacacheta/Córrego do Fogo, Santa Maria do Itabira e Esmeralda de Ferros), Bahia (Carnaíba) e Goiás (Porangatú e Uruaçú).

A alexandrita é sintetizada desde 1973, por diversos fabricantes do Japão, Rússia, Estados Unidos e outros países, que utilizam diferentes métodos, tais como os de Fluxo, Czochralski e Float-Zoning, inclusive na obtenção de espécimes com o raro efeito olho-de-gato.

A distinção entre as alexandritas naturais e sintéticas é feita com base no exame das inclusões e estruturas ao microscópio e, como ensaio complementar, na averiguação da fluorescência à luz ultravioleta, usualmente mais intensa nos exemplares sintéticos, devido à ausência de ferro, que inibe esta propriedade na maior parte das alexandritas naturais.

Na prática, a distinção por microscopia é bastante difícil, seja pela ausência de inclusões ou pela presença de inclusões de diferente natureza, porém muito semelhantes, o que, em alguns casos, requer ensaios analíticos mais avançados, não disponíveis em laboratórios gemológicos standard.
O custo das alexandritas sintéticas é relativamente alto - mas muito inferior ao das naturais de igual qualidade - pois os processos de síntese são complexos e os materiais empregados caros. O substituto da alexandrita encontrado com mais frequência no mercado brasileiro é um coríndon sintético “dopado” com traços de vanádio, que também exibe o câmbio de cor segundo a fonte de iluminação sob a qual se observa o exemplar. Eventualmente, encontram-se, ainda, espinélios sintéticos com mudança de cor algo semelhante à das alexandritas.