quinta-feira, 7 de maio de 2015

O renascimento da exploração mineral para depósitos de níquel na Austrália

O renascimento da exploração mineral para depósitos de níquel na Austrália



Publicado em: 4/12/2014 14:27:00 


Todo o geólogo e minerador sabe sobre as descobertas épicas feitas pela Western Mining de jazidas de níquel na Austrália nas décadas de 60 e 70.

Foi a época do boom de exploração que consolidou modelos de greenstones, os komatiitos e os jazimentos de níquel sulfetado do tipo Kambalda.

Para a maioria esta é uma época passada e hoje, só o que se permanece inexplorado são os jazimentos de níquel laterítico.

Verdade?

Não! Absolutamente não!

Parece que o sonho do níquel sulfetado australiano não morreu. Ele esteve adormecido nestas últimas décadas e, somente agora, algumas empresas juniors de pesquisa mineral estão revendo a geologia, geofísica e geoquímica de áreas no Oeste Australiano.

Por incrível que possa parecer ainda existem vastas áreas no Western Australia com pouca densidade de trabalhos de exploração mineral. Talvez nestas regiões não se descubra mais jazidas através dos estudos de gossans, como nas décadas de 60 e 70, mas sempre tem espaço para uma boa geologia e geofísica...

São essas áreas que estão sendo revistas hoje pelas junior companies australianas.

Alguns dos mais espetaculares casos de sucesso vem da junior Sirius Resources que em 2012 descobriu o jazimento de níquel denominado Nova e, em 2013 descobriu Bollinger..

Nova (veja o gráfico) é um depósito de níquel sulfetado associado a rochas magmáticas que lembra, não ao tipo Kambalda, mas aos depósitos canadenses do tipo Thompson, Raglan e Voisey´s Bay.

Coisa que nunca havia sido vista na Austrália e que demonstra claramente que um geólogo de exploração nunca deve apostar tudo em modelos. Temos que ser criativos e sempre estar preparados para as muitas surpresas que a geologia nos reserva.

Nova além do níquel tem cobre e cobalto, hospedados em rochas máficas metamórfizadas.

Nova tem 10.2Mt com 2.4% Ni, 1.0% Cu e 0.08% Co devendo entrar em produção em 2016 e poderá ser uma das minas com menor custo operacional do mundo.

Já Bollinger ( gráfico) é um corpo horizontalizado situado na continuação leste de Nova que foi descoberto em 2013. (veja o gráfico) As descobertas australianas não param por aí.

Outras junior companies como a Rumble Resources entraram também na corrida. Elas descobriram novos jazimentos como o Big Red e Zanthus que já atraíram o financiamento para estudos de viabilidade.

No sul da Austrália outra junior, a Monax Resources, está iniciando um grande programa de sondagem, mostrando que nem só no Oeste Australiano existe potencial para novas descobertas.

O que tudo isso nos está dizendo? Esta pequena história nos mostra que mesmo em um país que vem recebendo, sistematicamente, centenas de milhões de dólares por ano em pesquisa mineral nos últimos 60 anos ainda é possível a descoberta de grandes jazimentos minerais.

Para isso só é preciso um bom geólogo de exploração e o capital para financiar a pesquisa.

Imagine só o que nós podemos ainda descobrir no Brasil se nós investíssemos o dinheiro que os australianos investiram em pesquisa mineral?

Será isso um sonho inalcançável?

Mais uma vez não! É só o governo não atrapalhar e a Bovespa criar uma Bolsa para junior companies que nós faremos o resto.

Minério de ferro sobe acima de US$60/t

Minério de ferro sobe acima de US$60/t

O minério de ferro 62% Fe volta a ultrapassar a barreira de US$60/t pela primeira vez desde março.

No momento a tonelada está cotada a US$60,10.

As ações das mineradoras sobem. Aqui no Brasil a mair alta é a da Usiminas que chega a 5%. Na Austrália a maior alta está com a Fortescue que subiu 4,88%.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Diamante cor-de-rosa raro é leiloado por R$ 42,7 mi e bate recorde

Diamante cor-de-rosa raro é leiloado por R$ 42,7 mi e bate recorde

Diamante cor-de-rosa vendido por US$ 42,7 milhões em Hong Kong (Associated Press)
Raridade de diamante cor-de-rosa perfeito gerou 'entusiasmo' entre interessados, disse Sotheby's
Um diamante rosa vívido perfeito estabeleceu um novo recorde mundial ao ser leiloado por US$ 17,8 milhões (R$ 42,7 milhões) em Hong Kong.
A pedra de 8,41 quilates havia sido estimada entre US$ 13 milhões e US$ 15,5 milhões, mas superou as expectativas depois de atrair "seis ou sete interessados", disse o vice-presidente da casa de leilões Sotheby na Asia, Quek Chin Yeow.
"Tivemos pelo menos seis ou sete interessados, o que foi uma grande emoção", disse Quek Chin Yeow.
"Claro que no final percebemos as pessoas um pouco mais hesitantes, tentando poupar cada milhão de dólares possível. Mas claro que nesse nível as pessoas vão tentar superar umas às outras nesse nível de preço."
Segundo especialistas, a perfeição é uma qualidade rara em diamantes de rosa vívido, a cor mais concentrada na categoria - e foi nesta categoria que o diamante bateu o recorde de preço.
Juntas, as duas características fizeram da gema "um dos diamantes mais raros e mais desejáveis já leiloados".

Paládio O “Novo” Branco


Paládio
O “Novo” Branco 




Neste último ano observou-se muita conversa sobre um “novo” metal branco na joalheria – o paládio. Para ser bem precisa, ele não é exatamente “novo”, visto que este raro metal branco foi usado em coleções de jóias nos EUA que datam de mais de meio século. Mesmo assim, com algumas das maiores marcas da indústria adotando-o agora, ele tem se tornado o metal branco escolhido atualmente pelos designers.
A Mina Stillwater, berço dos mais ricos depósitos de paládio do mundo, está a apenas 35 milhas ao norte do Parque Nacional de Yellowstone, no estado de Wyoming e na fronteira sul do estado de Montana, nos EUA. Embora o paládio já seja uma parte integral de muitas aplicações, notadamente eletrônicos, conversores catalíticos, pilhas termelétricas, refinamento de óleo e na odontologia por muitos anos, só muito recentemente o seu uso na indústria joalheira começou a explodir. Frank McAllister, diretor executivo da Companhia de Mineração Stillwater (Stillwater Mining Company) explica: “esperamos que o paládio se transforme num fator significativo de crescimento na indústria joalheira. As pessoas estão cativadas por sua raridade, seu branco exuberante e seu intenso brilho. O paládio é tão raro quanto a platina e é um metal branco e brilhante, cuja densidade é perfeita para a joalharia”.
O paládio é um dos metais do grupo da platina (PGM – Platinum Group Metal). Foi identificado em 1803 por William Hyde Wollastone, que assim o chamou inspirado em Palas, companheiro de Atenas, a Deusa Grega da Arte
Possibilidades do paládio
McAllister não é o único entusiasta do uso deste metal na joalharia. Scott Kay, um dos lideres influentes na indústria e fundador de uma das marcas mais solicitadas pelas noivas nos EUA, fez toda sua linha de alta joalharia disponível em paládio, incluindo jóias nupciais (scottkay.com). “O paládio vai mudar a indústria joalheira que conhecemos agora. É um metal precioso, naturalmente branco, com propriedades tais que faz dele uma escolha natural para a joalharia”, ele explica. Quando perguntado se ele está abandonando sua famosa platina, Kay responde: “se as pessoas acham que eu estou pulando fora do barco da platina, estão enganados. Ela sempre será o meu primeiro amor, mas o paládio está marcando presença. Ele não é uma “platina de pobre”. O paládio fornece um fundo impressionante para os diamantes e outras pedras preciosas. É o sonho do joalheiro, a oportunidade do consumidor e um tesouro escondido, natural e puro”.
 
O paládio já era usado na alta joalharia há mais de 60 anos,
como mostrado nas capas de um catálogo de 1940
(imagens por cortesia de Amber and Elichai Fowler)

Tom McLaughlin, designer, joalheiro e co-proprietário da Lennon's Jewelers of Clay, em Nova York, concorda. Após ter usado o paládio, ele “apaixonou-se pelo metal”, assim como os seus clientes. Ele acrescenta: “através do meu desenho e fabricação personalizados, achei o paládio um metal extremamente fácil de trabalhar, com muitas vantagens, incluindo o custo. É naturalmente branco, hipoalergênico, muito maleável e responde bem ao polimento. Tensão nas garras e quebra são virtualmente eliminados, também.” McLaughlin acredita que o futuro do metal é brilhante e que “ocupará seu próprio lugar na indústria”.  
Anel em paládio, diamante azul e turmalina azul - by Tom McLaughlin
(Foto: Mark B. Mann, Mann Design Group, Inc.).
A designer, joalheira e varejista Brenda Warburton, co-proprietária da Ann Arbor e da Austin & Warburton (austinandwarburton.com) relata que “a aceitação do cliente pelas nossas peças em paládio tem sido maravilhosa. Quando apresentado como um metal branco diferente e não como um substituto pobre da platina, o consumidor consegue apreciar o paládio pelos seus próprios atributos, incluindo sua melhor habilidade de reter polimento. Embora nunca vá substituir a platina, ele agora é parte do arsenal de metais para o mercado nupcial atual.”  

Bracelete em paládio, safira e diamante - by Brenda Warburton
(Foto: Mark B. Mann, Mann Design Group, Inc.).
Noivas
Embora as peças da moda em paládio estejam difundindo-se rapidamente, o segmento industrial que primeiro abraçou o metal em larga escala foi o setor nupcial. Lieberfarb (lieberfarb.com), presente há mais de 70 anos na área da joalharia nupcial, introduziu o paládio na sua linha de anéis de noivado. “A beleza do metal está nas suas características de pureza e durabilidade” diz a empresa, acrescentando que o seu acabamento branco naturalmente brilhante, que jamais manchará ou perderá o brilho, combina bem com a joalharia nupcial.
Outro grande artista neste ramo é Frederick Goldman, que oferece a Coleção Stillwater Mining Palladium, assim chamada por causa da mina, comercializando-a com o seguinte slogan: “Além do Raro, Além do Branco”. A empresa também está usando o metal em 4 novas linhas de sua coleção ArtCarved, assim como em linhas mais clássicas da coleção Diana Classic (artcarvedbridal.comfgoldman.com).
Gerwin Platz, do COGE Design Group (coge.com), acredita que o metal oferece uma ótima opção para peças nupciais. “O paládio é um metal precioso e naturalmente branco, de preço bastante acessível. Permite ao fabricante oferecer um produto valioso, hipoalergênico, a um preço que o consumidor consegue entender. Vendemos platina, e o paládio é agora uma adição às nossas linhas de jóias. Ele mantém sua cor natural e, em uma liga 950, o paládio é mais puro que o ouro branco de 18K e nunca precisa ser prateado novamente.”

Bruce Pucciarello, proprietário da Novell Design Studio (novelldesignstudio.com), também defende que o metal seja recomendado.  “Todas as vezes que visualizamos a oportunidade de aumentar o número de  opções para os nossos clientes, nós o consideramos. O paládio faz sentido. É muito útil nas aplicações onde a platina possa ser muito pesada para ser prática.
Uma grande vantagem é que o metal satisfaz os clientes que não gostam do tom amarelo empalidecido que os seus anéis de ouro branco tomam com o tempo, fazendo do paládio uma escolha natural para os produtos nupciais.” A Novell também introduziu o metal em sua marca de bijuterias Rose Veltri.
Branco, na hora certa
A indústria joalheira não está sozinha ao voltar os olhos para o paládio. Muitas companhias relojoeiras também adotaram o metal branco. Entre elas estão alguns dos maiores nomes suíços de prestígio na área. Por exemplo, Ulysse Nardin lançou recentemente a coleção “Macho Palladium 950” (ulysse-nardin.com), enquanto Parmigiani Fleurier está usando-o em sua linha “Kalpa” (parmigiani.com).

TURMALINAS CUPRÍFERAS DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE

TURMALINAS CUPRÍFERAS 
DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE



As turmalinas conhecidas sob a designação ”Paraíba”, em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas, causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então jamais vistas.
A descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência deu-se sete anos antes, no município de São José da Batalha, onde estas turmalinas, da espécie elbaíta, ocorrem na forma de pequenos cristais irregulares em diques de pegmatitos decompostos, encaixados em quartzitos da Formação Equador, de Idade Proterozóica, associadas com quartzo, feldspato alterado, lepidolita, schorlo (turmalina preta) e óxidos de nióbio e tântalo, ou bem em depósitos secundários relacionados.
Estas turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis claros, azuis turquesas, azuis “neon”(ou fluorescentes), azuis esverdeados, azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda, devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes, sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.
A singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação mais forte que os usualmente observados em turmalinas azuis e verdes de outras procedências.
Estes matizes azuis e verdes estão intimamente relacionados à presença do elemento cobre, presente em teores de até 2,38 % CuO, bem como a vários processos complexos envolvendo íons Fe2+ e Fe3+ e às transferências de carga de Fe2+ para Ti4+ e Mn2+ para Ti4+. Os matizes violetas avermelhados e violetas, por sua vez, devem-se aos teores anômalos de manganês. Uma considerável parte dos exemplares apresenta zoneamento de cor, conseqüência da mudança na composição química à medida que a turmalina se cristalizou.
Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de Tucson, nos EUA, teve início a escalada de preços desta variedade de turmalina, que passaram de umas poucas centenas de dólares por quilate a mais de US$2.000/ct, em questão de apenas 4 dias. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo dos anos 90, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais. A máxima produção da Mina da Batalha ocorreu entre os anos de 1989 e 1991 e, a partir de 1992, passou a ser esporádica e limitada, agravada pela disputa por sua propriedade legal e por seus direitos minerários.
A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte.
Estas minas passaram a produzir turmalinas cupríferas (Mina Mulungu com até 0,78 % CuO e Mina Alto dos Quinhos com até 0,69 % CuO) de qualidade média inferior às da Mina da Batalha, mas igualmente denominadas “Paraíba” no mercado internacional, principalmente por terem sido oferecidas muitas vezes misturadas à produção da Mina da Batalha. A valorização desta variedade de turmalina tem sido tão grande que, nos últimos anos, exemplares azuis a azuis esverdeados de excelente qualidade, com mais de 3 ct, chegam a alcançar cotações que superam os US$20.000/ct, no Japão.
Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico, a temperaturas entre 350 oC e 550 oC. O procedimento consiste, inicialmente, em selecionar os espécimes a serem tratados cuidadosamente, para evitar que a exposição ao calor danifique-os, especialmente aqueles com inclusões líquidas e fraturas pré-existentes. Em seguida, as gemas são colocadas sob pó de alumínio ou areia, no interior de uma estufa, em atmosfera oxidante. A temperatura ideal é alcançada, geralmente, após 2 horas e meia de aquecimento gradativo e, então, mantida por um período de cerca de 4 horas, sendo as gemas depois resfriadas a uma taxa de aproximadamente 50 oC por hora. As cores resultantes são a cobiçada azul-neon, a partir da azul esverdeada ou da azul violeta, e a verde esmeralda, a partir da púrpura avermelhada. Além do tratamento térmico, parte das turmalinas da Paraíba é submetida ao preenchimento de fissuras com óleo para minimizar a visibilidade das que alcancem a superfície.
Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos através de análise química por fluorescência de raios X de energia dispersiva (EDXRF), um ensaio analítico não disponível em laboratórios gemológicos standard. No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”, sobre o qual trataremos no artigo do próximo mês.