quarta-feira, 3 de junho de 2015

Exportações de minério de ferro brasileiras batem recordes negativos


Exportações de minério de ferro brasileiras batem recordes negativos



O ano de 2015 está sendo péssimo para os mineradores e exportadores de minério de ferro.

Em meio a preços baixos do minério declinaram, também, as exportações.

Em abril as exportações de minério de ferro já sofreram uma retração muito preocupante, de 43,7%.


A queda das exportações só não foi pior do que a das importações que decresceram 18,1%.


New Liberty a primeira mina de ouro da Libéria sobrevive o Ebola e entra em produção


New Liberty a primeira mina de ouro da Libéria sobrevive o Ebola e entra em produção



A junior canadense Aureus Mining sobreviveu a pior epidemia de Ebola do continente africano.

Aureus é dona da New Liberty a primeira mina de ouro da Libéria. O Projeto recebeu um CAPEX de US$172 milhões e produziu o seu primeiro lingote na sexta-feira.

Segundo David Reading o CEO da Aureus, por pouco o Ebola não acabou com os recursos e investimentos da mineradora. Se a empresa paralisasse os seus investimentos eles teriam perdido tudo.

Para operar no meio da epidemia eles tiveram que praticamente selar o projeto e medir a temperatura de todas as pessoas que tentavam entrar na área da mina. A cada duas ou três horas uma nova tomada de temperatura era efetuada nos empregados identificando, desta forma, aqueles que haviam contraído a doença. As medidas, que custaram dezoito milhões de dólares adicionais, foram tão bem sucedidas que nenhum dos 1.000 funcionários contraiu o vírus.

Prevê-se que a Liberty estará em full ainda em 2015 quando será uma das maiores geradoras de renda de todo o país.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Sobre mineração e sustentabilidade

Sobre mineração e sustentabilidade

Em sua coluna de julho, o biólogo Jean Remy Guimarães aborda o interesse renovado pelo garimpo do ouro na Amazônia. O material desprezado por garimpeiros há 20 anos é agora retrabalhado por meio de processo altamente agressivo ao meio ambiente.

Sobre mineração e sustentabilidade
Com a subida do preço do ouro, a atividade mineradora ganha novo fôlego. Áreas exploradas na Amazônia na década de 1980 voltam a dar lugar aos mineiros, afetados diretamente pelos elementos tóxicos envolvidos na extração de metais. (montagem: C. Almeida)
A mineração é, por natureza, atividade não sustentável. Vive da extração de minerais cujos estoques são finitos. Uma vez exauridos, a única opção será reciclar os metais já extraídos.
Na maior parte dos casos, busca-se extrair um elemento valioso que está presente no minério em teores de gramas por tonelada. Para chegar ao minério, é necessário remover quase tudo o que há no caminho e achar onde botar tudo isso. O lugar designado para tal é adequadamente chamado de bota-fora. É nele que se descartam montanhas de material processado, rebaixado agora ao termo ‘estéril’.
No caso da mineração de ouro, por exemplo, gera-se cerca de uma tonelada de estéril para se obter três gramas do precioso metal. Dependendo de seu teor de água, o estéril é empilhado ou recolhido em bacias de decantação, cujos diques teimam em sofrer infiltração ou, pior, rompimento, geralmente em época de chuva.
Já as pilhas de estéril causam outro problema, a drenagem ácida. Os minérios são frequentemente ricos em enxofre, que forma sulfatos, combustível das bactérias sulfato-redutoras, cuja atividade incessante gera ácido sulfúrico. O chorume formado nessas pilhas de estéril pode ter acidez suficiente para matar dezenas de quilômetros da bacia de drenagem a jusante.
Chorume
Os resíduos da atividade mineradora são, em geral, empilhados ou recolhidos em bacias de decantação. O chorume formado nessas pilhas é extremamente ácido e nocivo ao meio ambiente. (foto: Cena Estrutural/ CC BY-NC-SA 2.0)
Falei em teor de água. Água de onde e para quê? Água de onde houver, em quantidade, para processar o minério moído, que se torna, assim, uma polpa, que pode ser bombeada, agitada e misturada homogeneamente com reagentes diversos. O fato de certas frações da polpa serem mais leves ou hidrofóbicas permite também removê-las por flotação, um processo parecido ao que se faz na cozinha com uma escumadeira.
Caramba, ainda não extraímos quase nada e já ocupamos uma área enorme com material inservível para agricultura e geralmente inadequado para construção, e transformamos rios de água em rios de lama. E, por enquanto, falamos mais da física do que da química e da toxicologia do processo.

Amalgamação e cianetação

Seguindo com nosso exemplo do ouro: há vários processos para sua extração, mas os mais usados são a amalgamação com mercúrio metálico e a cianetação. O mercúrio é um elemento muito peculiar, líquido e pouco volátil à temperatura ambiente, condutor, e capaz de dissolver outros metais.
Entre muitos outros usos, essas propriedades permitem fazer obturações dentárias baratas e duráveis – misturando-se mercúrio, prata e cobre – e também extrair ouro fino de solos e sedimentos. Depois de amalgamado com o ouro e a prata ali contidos, o mercúrio é removido por aquecimento.
Naturalmente, isto pode gerar grave exposição ocupacional e injeta vapor de mercúrio na atmosfera, que pode se dispersar por grandes distâncias. Também gera quantidade expressiva de material contaminado com mercúrio metálico. Embora simples e barato, esse processo não consegue remover mais de 30% do ouro.
Para aumentar o rendimento da extração, seus efluentes são frequentemente submetidos à cianetação. O cianeto é bem menos conversável do que o mercúrio. Pequenas bobeiras no seu uso podem gerar vapores fatais, e sua liberação em corpos d’água transforma-os em desertos por dezenas de quilômetros. Sua toxicologia é, digamos, mais rápida e objetiva.

De draga em draga

Mas foi o processo de amalgamação que sustentou a corrida do ouro na Amazônia brasileira durante os anos 1980. Concentrada nos rios Madeira e Tapajós, essa corrida produziu cerca de 100 toneladas anuais de ouro e a liberação de quantidade equivalente de mercúrio em solos, águas e atmosfera, além de causar assoreamento de rios e modesto desmatamento.
A corrida do ouro na Amazônia produziu cerca de 100 toneladas anuais de ouro e a liberação de quantidade equivalente de mercúrio em solos, águas e atmosfera
Durante uma década, o garimpo de ouro ocupou um milhão de garimpeiros, gastou mais carpete do que a construção civil e foi o principal consumidor de motores diesel e de popa do país.
No rio Madeira, grandes dragas e balsas foram improvisadas com flutuadores de todo tipo, dos barris de óleo amarrados uns aos outros aos grandes cilindros metálicos encomendados em pequenas metalúrgicas. Cobertos com piso de madeira e lona, abrigavam equipes de quatro a seis pessoas, que trabalhavam, comiam e dormiam a bordo e se deslocavam ao sabor do teor de ouro no sedimento do rio.
Em pontos mais atraentes, as dragas e balsas se acotovelavam tornando quase possível a travessia do rio sem molhar os pés, pulando de draga em draga. Armazéns, bordéis, restaurantes, postos de venda de gasolina, diesel e mercúrio eram flutuantes e tão móveis quanto os seus clientes.
Já no Tapajós e em Serra Pelada, o garimpo era de terra firme e deixava marcas mais visíveis, como as grandes cavas empapadas de água. Por que esse cenário épico não foi tema de algum filme à la Fitzcarraldo, de Werner Herzog, é uma pergunta que não quer calar.
Em plena crise inflacionária oficial, essa economia paralela, porém muito concreta, era regida pelo ouro e os estabelecimentos não tinham caixa registradora, mas sim balanças de precisão. Uma cerveja ou maço de cigarro, 1 grama de ouro. Um programa, 2 gramas, e assim por diante.
Uma cerveja ou maço de cigarro, 1 grama de ouro. Um programa, 2 gramas, e assim por diante
Tudo isso era ilegal, já que ninguém tinha autorização de lavra, só de prospecção, e o uso de mercúrio no garimpo não era autorizado. Mas com 100 toneladas anuais de ouro, quem vai se importar, não é mesmo? E as 100 toneladas anuais de mercúrio? Eram importadas, já que não temos jazidas desse metal multiuso no Brasil. Importadas para “uso odontológico” ou “usos não especificados”. Haja obturação, mas ninguém estranhou.

O garimpo voltou

Mas aí a queda brusca do preço do ouro fez ‘tcham’, o plano Collor fez ‘tchum’ e a partir de 1990 a atividade garimpeira desabou, assim como a visibilidade do tema. Mas nada é para sempre, a não ser a morte e a extinção. Os preços do ouro vêm subindo forte nos últimos anos. O garimpo voltou. Não à ribalta, mas às ribeiras.
Todo mês alguma draga é abalroada no Madeira por um barco de passageiros ou uma balsa de transporte. Não tem onde reclamar, afinal, não deveriam estar ali. Mas no garimpo há trabalho, come-se carne e pode-se sonhar com riqueza num pais ainda campeão de desigualdade.
E assim, com a subida da cotação do ouro, o estéril de ontem virou matéria-prima. No Tapajós, o material desprezado pelos garimpeiros de 20 e poucos anos atrás é agora retrabalhado com cianetação. Sem alarde midiático nem documentário da BBC.
No Madeira, grandes hidrelétricas estão em construção no trecho que sofreu garimpo nos anos 1980 e só no futuro saberemos que efeito isso terá sobre os níveis de mercúrio em peixes, nas próprias represas e rio abaixo.
No Peru, a região de Madre de Dios é cenário de uma corrida do ouro localizada, mas muito intensa, em áreas cuja drenagem flui para o nosso pais. E todas as áreas auríferas estão em exploração crescente, no mundo todo, e novos projetos se multiplicam.
Mercúrio
Líquido, pouco volátil à temperatura ambiente e capaz de dissolver outros metais, o mercúrio tem sido usado na extração do ouro. O governo do Amazonas acaba de autorizar o seu uso nos garimpos do estado, a despeito dos efeitos altamente nocivos. (foto: Wikimedia Commnos)
No Brasil, o governo do estado do Amazonas deu sua contribuição ao debate autorizando o uso de mercúrio nos garimpos do estado, quando muitos visitantes da Rio+20 não haviam ainda feito as malas. Só saiu em versões on-line de alguns jornais.
Mas não se preocupe, será exigido um relatório de impacto ambiental. Difícil vai ser o preenchimento do quadro “local da atividade”. Afinal, não há espaço suficiente no formulário para escrever “onde houver ouro, num trecho de 900 quilômetros do rio Madeira, a partir da divisa do estado, e em afluentes no mesmo trecho”. E tudo isso só faz algum sentido, se fizer algum, caso haja alguma presença do estado nos locais em questão.
Algo me diz que não vai ser o caso. Vamos acabar sendo abalroados por um documentário da BBC ou algo parecido. Mas com tanto ouro, quem se importa, não é mesmo?

Um diamante branco de 478 quilates foi apresentado neste sábado nos Emirados Árabes Unidos.

Maior diamante do mundo é exibido em Dubai

Um diamante branco de 478 quilates foi apresentado neste sábado nos Emirados Árabes Unidos. O brilhante foi descoberto em setembro, em uma jazida de Lesoto, na África austral. As informações são da Efe.

Um diamante branco de 478 quilates foi apresentado neste sábado nos Emirados Árabes Unidos. O brilhante foi descoberto em setembro, em uma jazida de Lesoto, na África austral. As informações são da Efe.
A exibição, organizada pela companhia Letseng Diamonds e pelo CCD (Centro Comercial de Dubai), ocorreu em recepção no luxuoso Hotel Atlantis, segundo informou comunicado dos organizadores. O evento é parte das atividades da Feira Oriente Médio-China de Diamantes e Jóias, que foi inaugurada hoje e que vai até amanhã.
Os especialistas em pedras preciosas afirmaram que, caso o diamante seja polido para ser arredondado, o peso poderia chegar a cerca de 150 quilates, o que o transformaria no maior de seu tipo.
Alguns peritos da companhia Gem Diamonds examinaram o diamante com a ajuda de uma técnica sofisticada na sede do CCD.
O governo de Lesoto, que junto com a Gem Diamonds é proprietário da mina Letseng, batizou o diamante de "O Brilhante de Letseng", por sua radiante alvura e pureza.
Diretores da Letseng Diamonds anteciparam que, graças à tecnologia, será possível determinar as particularidades do diamante antes do brilhante ser polido.

Amazônia Doc.3 traz um olhar sobre a floresta

Amazônia Doc.3 traz um olhar sobre a floresta

Após voltar o olhar do mundo para as probelmáticas da região, o cineasta faleceu em Londres.
Foram 50 anos dedicados à maior floresta tropical úmida do mundo. Mérito que deu ao jornalista Adrian Cowell o merecido título de maior documentarista da Amazônia. Traduzidos em imagens, estão lá a trajetória do líder seringueiro Chico Mendes, o drama vivenciado pelos garimpeiros da Serra de Carajás, o avanço brutal da sociedade sobre os territórios indígenas.

Após voltar o olhar do mundo para as problemáticas da região, o cineasta chinês faleceu em Londres no último dia 10 de outubro, enquanto dormia. A informação anunciada dias antes do início da terceira edição do Festival Pan-Amazônico de Cinema – Amazônia Doc. 3, que, no seu ano de estreia exibiu pela primeira vez em Belém os filmes do cineasta, causou pesar, mas também estimulou uma mostra especial em homenagem à sua vida e obra.

Para a diretora geral do Amazônia Doc., Zienhe Castro, o tributo a Cowell é uma forma de homenagear um cineasta que, durante longos anos de sua existência, se empenhou em evidenciar a importância de embrenhar-se floresta adentro, num mergulho profundo na essência humana, na realidade quase ficcional do homem simples amazônida.

“Adrian Cowell era um desbravador, um bandeirante, um realizador na plenitude da palavra, um documentarista raro na história da cinematografia mundial e, sobretudo, na cinematografia amazônida”, acredita. “Adrian Cowell foi um grande porta voz dos povos da floresta, um defensor e propagador das causas ‘amazônidas’”.

A contribuição do cineasta para a produção audiovisual na Amazônia foi dividida com os participantes do Amazônia Doc em 2009. Além de presenciar a experiência do cineasta através da exibição de seus filmes, o público, que lotou as sessões, pôde ouvir do próprio Cowell sua reflexão sobre a floresta na mostra “Amazônia – O Olhar de Adrian Cowell”, que contou com a ilustre presença do cineasta.

Até então, a sensibilidade da obra do chinês radicado em Londres sobre os desafios enfrentados na região só haviam sido apresentados no Brasil em duas ocasiões, em circuitos culturais organizados pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. A maioria de suas produções eram direcionadas a emissoras de televisão internacionais.

Cowell percorreu países como Inglaterra e Austrália, mas foram os estados da região amazônica que obtiveram o maior foco de suas produções. Sua primeira vinda ao Brasil foi resultado de um projeto da Oxford e Cambridge Expedition que previa a produção de quatro programas de 26 minutos para a série “Adventure” da emissora de televisão BBC. Quando a expedição seguiu viagem para o resto da América do Sul, Cowell ficou no Xingu.

A experiência rendeu a convivência com os irmãos Villas Bôas em expedições pelo interior de Mato Grosso. Por sete meses, o cineasta viu de perto o cotidiano dos índios, temática tão presente em sua obra. Como resultado, “A tribo que se esconde do homem”, realizado na década de 60, mostrava a saga de índios de diferentes etnias que, aliados aos irmãos Villas Boas, tentavam fazer contato com os índios conhecidos como Kreen–Akrore, isolados no Paraná. Contextualizado no período de construção de uma estrada, a luta dos índios para ‘salvar’ os Kreen–Akrore dos avanços da civilização foi eternizado pelas lentes de Cowell.
Eu quero viver

O documentário é apenas um dos que consagram o acervo de sete toneladas de filmes de 16 mm do cineasta, hoje sob a posse da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Dentre as obras produzidas nos anos de 1980, período intenso de suas documentações, Cowell deu destaque à liderança de Chico Mendes para a organização de seringueiros em defesa da floresta amazônica.

Além de documentar o nascimento da Aliança dos Povos da Floresta, fundada para reunir os principais movimentos sociais da Amazônia, e a luta pela demarcação das primeiras reservas extrativistas da região, o filme ainda aponta a trama armada para o assassinato do líder seringalista. A referência ao fato que comoveu o deu nome ao documentário A frase que teria sido pronunciada por Chico Mendes momentos antes de sua morte deu nome ao documentário “Chico Mendes – Eu quero viver”.

Em continuidade às suas filmagens, já aos 77 anos, Cowell se preparava para voltar ao Brasil, onde finalizaria a versão brasileira do filme Killing For Land (Matando pela terra) focado no atual clima de violência que toma a região do sul do Pará. O projeto, assim como o incansável trabalho de suas filmagens, foi interrompido no momento em que Cowell não pode mais respirar. Ainda assim, é retrato da existência do homem que dedicou grande parte da vida à revelação de uma região por tantas vezes esquecida.
Mostra Retrospectiva Adrian Cowell

A mostra que homenageia o cineasta chinês Adrian Cowell será exibida de 7 a 11 de novembro, no Cine Líbero Luxardo. Confira os filmes que serão exibidos:

“Batida na Floresta” - (Adrian Cowell – Brasil – 2005 - 59min)

“Na Trilha dos Uru Eu Wau Wau” - (Adrian Cowell – Brasil – 1990 - 52 min)

“Montanhas de Ouro” - (Adrian Cowell – Brasil – 1990 - 52 min)

“Nas Cinzas da Floresta” – (Adrian Cowell – Brasil – 1990 - 52 min)

“Chico Mendes - eu quero viver” – (Adrian Cowell – Brasil – 1989 – 40 min)

“O Destino dos Uru Eu Wau Wau” - (Adrian Cowell – Brasil – 1999 – 52 min)

“A Tribo que se esconde do homem” - (Adrian Cowell – Brasil – 1970 – 01 h 06 min)

“Uma Dádiva para a Floresta” - (Adrian Cowell – Brasil – 2001 - 25 min)

“O Sonho do Chico” - (Adrian Cowell – Brasil – 2003 - 25min)

“Barrados e Condenados” (Adrian Cowel – Brasil – 2000 – 25min)

“As Queimadas da Amazônia”. (Adrian Cowell – Brasil – 2002 – 45min)