quinta-feira, 9 de julho de 2015

Geológos identificam jazidas de diamantes

Geológos identificam jazidas de diamantes

Uma equipe de geólogos do governo federal identificou dezenas de novas áreas pelo país potencialmente ricas em diamantes. A maioria está no Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará. Até então, informações oficiais sobre esses pontos eram escassas ou não existiam. Os detalhes dos achados ainda são mantidos em reserva. A previsão é que sejam divulgados em 2016. O governo avalia que os dados poderão atrair empresas e levar a um aumento da produção de diamantes no país.
Os trabalhos fazem parte do projeto Diamante Brasil, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia. As pesquisas de campo começaram em 2010 e desde então geólogos visitaram cerca de 800 localidades em todo o país, recolhendo amostras de rochas, fazendo perfurações e levantando informações sobre as gemas de cada um dos pontos.
O objetivo, segundo o geólogo Francisco Valdir Silveira, chefe do Departamento de Recursos Minerais do CPRM e coordenador do projeto é fazer uma espécie de tomografia das áreas diamantíferas no território brasileiro. É um levantamento inédito.
O ponto de partida da equipe foi uma lista que a De Beers, gigante multinacional do setor de diamantes, deixou com o governo após anos de investimentos e atividades no Brasil. Da lista constavam coordenadas geográficas de 1.250 pontos, entre os quais muitos kimberlitos, mas nada de detalhes sobre quantidades, qualidade e características das pedras dessas áreas. Kimberlito é um tipo de rocha que serve como um canal do subsolo até a superfície e na qual em geral os diamantes são encontrados.
“O projeto Diamante Brasil não foi concebido para descobrir novas áreas de diamantes. Mas a grande surpresa foi que conseguimos registrar novos kimberlitos e áreas com potencial para que outros kimberlitos sejam descobertos”, disse Silveira ao Valor.
“O projeto já descobriu e cadastrou mais de 50 corpos [possíveis depósitos de diamantes no subsolo]“, disse. Em praticamente todos os Estados, segundo ele, a equipe identificou áreas com potencial para produção de diamantes. Várias delas não constavam nem do documento da De Beers. Caso, por exemplo, de um kimberlito descoberto no Rio Grande do Norte. Mas as maiores novidades estão no Norte e Centro-Oeste (Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará).
Este ano, com o trabalho de campo praticamente concluído, os geólogos do Diamante Brasil passam a se dedicar mais à descrição dos minerais encontrados e às análises dos furos das sondas. O projeto se encerra em 2014.
O diagnóstico ajudará a atrair investimentos de mineradoras e eventualmente ajudar a mobilizar garimpeiros em cooperativas. E com isso, aumentar a produção de diamantes no país. Hoje, a produção nacional é pequena e em grande parte ilegal, diz. Brasil é signatário do Processo de Certificação Kimberley, um acordo internacional chancelado pela ONU, que exige dos países participantes documentação que ateste procedência em áreas legalizadas.
Todo o diamante que sai do Brasil é ainda produzido em áreas de aluvião – pedras retiradas de leitos de rio ou do solo. Minas Gerais, Rondônia e Mato Grosso são alguns dos Estados com atividade garimpeira expressiva. O país não tem mina aberta extraindo diamante em rocha primária, no subsolo, onde estão depósitos maiores e as pedras mais valiosas. Os novos achados podem abrir caminho para potenciais novas minas.
Reservas dos chamados diamantes industriais e também de gemas (para uso em joias) se espalham pelo país, segundo Silveira. Estes últimos são os que fazem girar mais dinheiro.
Um diamante pode ser vendido em um garimpo do Brasil por R$ 2 milhões. Depois, um atravessador de Israel ou da Europa paga R$ 10 milhões pela pedra. E ela pode chegar a Antuérpia, por exemplo, para ser lapidada, ao preço de R$ 17 milhões, R$ 20 milhões.
Esses diamantes brutos, grandes e valiosos, também estão no radar do CPRM. O projeto ainda não conseguiu desvendar um mistério sobre a origem dos maiores diamantes do Brasil. O alvo principal é o município de Coromandel e região, no leste de Minas Gerais, onde foram encontrados nas últimas décadas grandes exemplares. Vários acima dos 400 quilates.

CPRM aposta na mineração em terras indígenas

CPRM aposta na mineração em terras indígenas




A descoberta de diamantes no sul do Amazonas levou a CPRM e o Governo do Estado à criação de um Grupo de Trabalho para tratarem conjuntamente de medidas que possibilitem a exploração racional dos minérios supervalorizados no mercado europeu. Nesta entrevista ao Jornal do Commercio o superintendente Marco Antônio de Oliveira também fala da possibilidade da exploração de diamantes em territórios indígenas e enfatiza sua aposta no Congresso Nacional sobre a questão.

Jornal do Commercio – Como o Serviço Geológico do Brasil, CPRM, está tratando a descoberta de diamantes no norte da Amazônia?
Marco Antônio de Oliveira - O Projeto Diamante Brasil trata da questão em duas etapas. Numa primeira etapa a ideia era estudar os diamantes em todo o país pra tentar definir a proveniência desses diamantes. O Brasil é signatário da Certificação Kimberly. Qualquer exportador que queira enviar pedras de diamantes para fora do país terá que explicar a procedência das mesmas. É preciso estudar as gemas e ver as assinaturas que cada uma delas tem. A partir de 2010, o trabalho foi ampliado para estudos que nos ajudasse a entender como se formam as rochas que originam os diamantes. Afirmo que no mundo inteiro 85% dos diamantes são originários de uma rocha denominada kimberlito, uma rocha descoberta na África do Sul, na cidade de Kimberly, que ainda hoje é a maior produtora de diamantes do mundo. No Brasil foram cadastrados mais de mil kimbertlitos pela empresa anglo-sul-africana De Beers. Em 2002 esse acervo passou para a CPRM que tratou de investigar se dentre esses mil kimberlitos havia alguma ocorrência de diamantes. Além das mil ocorrências, a CPRM encontrou mais 50 corpos, possíveis depósitos de diamantes no subsolo brasileiro, que estavam fora desse banco de dados, alguns deles aqui na região Norte, principalmente na fronteira de Rondônia com Mato Grosso e Amazonas. Agora, não sei informar exatamente onde estão os kimberlitos, porque são corpos com 30, 40 metros de diâmetro, localizados embaixo da floresta.

JC – Como é a produção de diamantes pelos garimpos em Rondônia?
Marco Antônio – A produção está localizada na Reserva Roosevelt, de propriedade dos Índios Cintas-largas, no sul do estado de Rondônia, na cidade de Espigão do Oeste. Lá o diamante dos kimberlitos já foi parar nos aluviões dos igarapés. É uma quantidade imensa de diamantes que já foi embora do país. É uma situação de clandestinidade dentro de um território indígena, sabemos que enquanto não se regulamentar a exploração de minérios nos territórios indígenas, não se poderá extrair minério desses territórios. Lá às vezes, uma pessoa enche o bolso de pedrinhas de diamantes, um avião pousa lá e leva tudo para longe do país, sem controle nenhum.

JC – No mercado europeu uma pedra de diamante é comercializada de forma milionária, equivalente a dois milhões de reais...
Marco Antônio – O preço vai se multiplicando. Geralmente a pedra sai do Brasil na sua forma bruta, vai para Israel, depois para Antuérpia (na Áustria), e daí vai para o mundo inteiro. A pedra pode custar 2 milhões de reais ou até 17 milhões. Hoje a empresa De Beers monopoliza a produção de diamantes no mundo, ela controla os preços, estoca tudo, compra os kimberlitos e os trabalha conforme sua conveniência de negócios.

JC – Como a CPRM avalia a exploração de diamantes em terras indígenas?
Marco Antônio – No Congresso Nacional há mais de dez projetos de lei para regulamentar essa questão. O último deles, de autoria do senador roraimense Romero Jucá (PMDB), está andando com celeridade, e há também um projeto do deputado federal Édio Lopes, também do PMDB de Roraima. Já houve várias audiências públicas no Amazonas, Pará e em Roraima, além do Mato Grosso, com as comunidades indígenas, incorporando ideias aos projetos. Esperamos que esses projetos sejam votados neste ano de 2013. A Constituição Federal permite exploração de minérios em território indígena desde que haja regulamentação e haja as oitivas indígenas para a gente saber se os índios querem ou não a mineração em suas terras.

JC – A não exploração de minérios não é um absurdo em um país tão rico como o Brasil onde, aliás, a população indígena vive sob penúria?
Marco Antônio – Trata-se de um grande absurdo, pois o subsolo é da União independente de ser indígena ou Unidade de Conservação. O minério se encontra ali, ninguém vai procurar mina de diamantes em Manaus. Temos que procurar diamantes onde a natureza os colocou, onde há ocorrências, e as terras indígenas, na Amazônia perfazem mais de 25% de toda a região, e é nessas terras altas que se hospedam os principais bens metálicos como cassiterita e diamantes. Na Cabeça do Cachorro, em Iauaretê, município de São Gabriel da Cachoeira, no alto Rio Negro, existe tantalita, cassiterita, ouro, tem tudo, e, no entanto, a população indígena lá vive na miséria, quando poderia se beneficiar da mineração em suas terras. Admito que as comunidades mais isoladas sejam resguardadas, mas acho que os próprios indígenas concordam com a mineração em suas terras.

JC – Os índios querem a exploração de minérios em suas terras, mas as ONGs se opõem.
Marco Antônio – Em 1500 era natural que os índios tivessem receio. Hoje, contudo, o país é outro, há os órgãos ambientais, o Ministério Público. Hoje é mais fácil os índios terem controle sobre suas riquezas e suas terras do que há séculos atrás. Só o fato de eles serem ouvidos, consultivamente ou deliberativamente, já é uma grande vantagem. E outra questão é que os royalties que vão incidir sobre a exploração de minérios em terras indígenas ultrapassariam muito nossas perspectivas. Em Carajás, no Pará, o que fica retido de royalties significa dois por cento do faturamento líquido da empresa que explora a área, royalties que são divididos entre estado, União e município. No caso de exploração em terras indígenas isso pode significar 6% sobre o valor do faturamento bruto. Ou seja, os índios teriam um lucro fantástico, seriam índios ricos. Na Austrália e no Canadá as comunidades indígenas se beneficiaram muito desse tipo de mineração em suas terras.

JC – Como a CPRM e o Governo do Estado conduzem as responsabilidades com relação aos diamantes?
Marco Antônio – Na terça-feira (8), tivemos uma importante reunião. Decidimos criar um Grupo de Trabalho para analisar a questão, inclusive os dois garimpos que produzem diamantes no Estado do Amazonas: um no sul do Amazonas e outro na fronteira com o Pará. O Grupo de Trabalho também vai procurar apoiar quem produz com racionalidade esse bem mineral.

JC – A produção brasileira de diamantes chega a que patamar atualmente?
Marco Antônio – Não sei o patamar hoje na balança comercial do Brasil, mas a produção é pequena. No Brasil só existe uma região em que se explora os diamantes em kimberlitos, é na cidade de Coromandel, no Triângulo Mineiro. Há produção de garimpos em Roraima e alguns garimpos na fronteira do Amazonas com o Pará, mas não temos controle disso, há muita evasão, muito descaminho. A gente só sabe das coisas concretas quando uma pedra de dois milhões de reais aparece no mercado europeu.

JC – O que acha da exploração de diamantes pelo sistema de cooperativas nos garimpos?
Marco Antônio – Acho que poderia melhorar a produção nos garimpos. Na medida em que a gente conhece a geologia e as condições mais favoráveis à produção de diamantes, isso também é um atrativo para pequenas e grandes cooperativas. As cooperativas de diamantes podem produzir esses minérios de forma sustentável, com resultados muito positivos. Isso já aconteceu na década de 1980 em Roraima onde havia essa organização e os recursos iam para o Tesouro Nacional.

JC – Como está a questão ambiental nos garimpos hoje?
Marco Antônio – Geralmente a garimpagem aqui na Amazônia é mais ouro e cassiterita. Hoje o preço do ouro é recorde, R$ 100 a grama, fazendo todo mundo voltar a ser garimpeiro. No Amazonas a gente mede a situação pelo preço do ouro na Bolsa de Londres. Hoje há em torno de 300 mil garimpeiros atuando na Amazônia. Há mais de mil garimpeiros cooperados extraindo ouro na região do rio Madeira. A verdade é que as coisas hoje são mais acompanhadas pelos órgãos ambientais. A cooperativa de Humaitá, por exemplo, possui licenciamento ambiental tanto da parte do Estado como da parte do Ibama. O uso do mercúrio é mais acompanhado, mais fiscalizado.

JC – Na década de 1980 o DNPM e a CPRM se preocupavam com a poluição mercurial nos rios da Amazônia, inclusive com a ameaça ao rio Amazonas. A situação agora é diferente?
Marco Antônio – As cooperativas do rio Madeira usam o Cadim, um equipamento que parece uma panela de pressão onde o garimpeiro concentra o ouro com o mercúrio. Antes, o processo era absurdo. O próprio garimpeiro respirava o mercúrio altamente prejudicial à saúde, esse produto ia para a atmosfera e atingia o ecossistema. Hoje o mercúrio é queimado dentro de uma panela de pressão e sai por uma mangueirinha sem prejuízo ao ecossistema. O garimpeiro consegue agora reutilizar cem por cento do mercúrio de que ele precisa para trabalhar o ouro. Esse é um requisito básico para a obtenção do licenciamento ambiental. Mas, é claro que existem os garimpos clandestinos onde o problema é lamentável. Nesses não há controle de nada.

A intrusão diamantífera Abel Régis (Carmo do Paranaíba, MG): kimberlito ou lamproíto?

A intrusão diamantífera Abel Régis (Carmo do Paranaíba, MG): kimberlito ou lamproíto?

(The diamond-bearing Abel Régis intrusion (Carmo do Paranaíba, MG): kimberlite or lamproite?)





Resumo
Centenas de intrusões de natureza kimberlítica ou relacionadas são conhecidas na Província Diamantífera do Alto Paranaíba, em Minas Gerais e Goiás. O pipe Abel Régis, localizado em Carmo do Paranaíba e descoberto pela De Beers na década de 1970, é um desses corpos, que tem sido, em geral, considerado como um kimberlito. Na área da intrusão, ocorrem metassedimentos neoproterozóicos do Grupo Bambuí, os quais são atravessados pelo pipe cretácico (?) de forma superficial aproximadamente circular, com cerca de 1.400 m de diâmetro. Foram distinguidas diversas fácies petrográficas no corpo, que é um dos poucos de toda a província mineral onde encontram-se preservadas feições da zona de cratera. Como o acervo de informações pré-existentes não era esclarecedor quanto à mineralogia de tal corpo, efetuaram-se também estudos com microssonda eletrônica, os quais demonstraram significativas mudanças quanto ao até então admitido. As mais importantes foram: predomínio local de Cr-espinélio sobre ilmenita entre os minerais indicadores, ilmenitas pouco magnesianas e presença abundante do K-feldspato sanidina. Essas características, somadas ao aspecto em forma de taça apresentado pelo corpo, permitem sugerir, em princípio, que a intrusão Abel Régis possa ser de natureza lamproítica.
Palavras-chave: Diamante, kimberlito, lamproíto, intrusão Abel Régis.

Abstract
Hundreds of kimberlite or related intrusions are known in the Alto Paranaíba Diamondiferous Province, in the states of Minas Gerais and Goiás. The Abel Régis intrusion, located in Carmo do Paranaíba county is one of these bodies that was discovered in the 1970´s by De Beers, and has generally been recognized as kimberlite. Neoproterozoic metasedimentary rocks of the Bambuí Group are found in the intrusion area. These rocks are cut by the Cretaceous(?) body outcropping as a nearly circular section with 1,400 m in diameter. Distinct petrographic facies, including crater facies, can be recognized in the body. As the previous data was not informative about the mineralogical features of the intrusion, studies were also performed with electron microprobe, which indicated significant changes in relation to the allowed concepts. The most important were: the local predominance of Cr-spinel in relation to ilmenite, Mg-poor ilmenites, and an abundant presence of the K-feldspar sanidine. These characteristics, added to the cup-shaped body, point out that the Abel Régis intrusion could probably present a lamproitic affinity.
Keywords: Diamond, kimberlite, lamproite, Abel Régis intrusion.



1. Introdução
Na atualidade, centenas de intrusões de natureza kimberlítica ou parentais são conhecidas na Província Diamantífera do Alto Paranaíba, em Minas Gerais e regiões contíguas de Goiás, especialmente na faixa NW-SE, que abrange os municípios mineiros de Monte Carmelo, Abadia dos Dourados, Coromandel, Patos de Minas e Carmo do Paranaíba. Embora depósitos diamantíferos aluvionares tenham sido descobertos no país nos primórdios do século XVIII, somente no final da década de 1960 iniciou-se a pesquisa sistemática de rochas fontes primárias pelo BRGM, órgão estatal francês de mineração. Através de sua subsidiária brasileira, a SOPEMI (mais tarde encampada pelo grupo minerador sul-africano De Beers), essa empresa identificou os primeiros pipes kimberlíticos na bacia do Rio Santo Inácio, em Coromandel, onde depósitos secundários eram lavrados desde inícios do século XX.
Na Província do Alto Paranaíba, logo dezenas de outros corpos foram identificados e pesquisados. Além disso, uma outra província diamantífera foi descoberta pela SOPEMI, cerca de 200 km a sudeste da anterior, designada de Província da Serra da Canastra. Tais pesquisas levaram à definição de alguns pipes mineralizados a baixo teor, bem como ao primeiro depósito primário no país com reservas economicamente viáveis, o kimberlito Canastra-1 (Chaves et al., 2008). A Província do Alto Paranaíba abrange uma superfície com pelo menos 30.000 km². Nesse contexto, em diversos corpos onde a mineralização foi anunciada, os seus potenciais econômicos permanecem de conhecimento exclusivo das companhias portadoras dos direitos minerários, e, assim, o relacionamento entre as intrusões com os diamantes aluvionares ainda não está perfeitamente estabelecido na região como um todo.
O "kimberlito" Abel Régis constitui um desses casos. Ele foi descoberto na década de 1970 e, do mesmo modo que a maioria das intrusões da região, foi classificado como um kimberlito (Read et al., 2004; La Terra, 2006; La Terra et al., 2006), embora esses trabalhos careçam de dados geoquímicos e/ou mineralógicos pertinentes. Informações adicionais obtidas em campo revelam ainda que o corpo tem produzido regularmente microdiamantes, amostrados com o programa de sondagens efetuado (Geólogo Ricardo Prates, inf. verbal, 2007). Através do levantamento detalhado do corpo (1:5.000), que determinou sua geologia e as fácies petrográficas típicas, bem como amostragem dos principais minerais indicadores visando a detectar aspectos mineraloquímicos em análises com microssonda eletrônica, observou-se que as pesquisas anteriores foram insatisfatórias na caracterização da tipologia da rocha, levando a uma proposta de redefinição da mesma no presente artigo.

2. Localização, breve histórico e síntese geológica
A intrusão está localizada cerca de 12 km WNW da sede da cidade de Carmo do Paranaíba, meio-oeste de Minas Gerais. O centróide aproximado do corpo está em (GPS) 349400N/7901500E, zona 23 e datum Córrego Alegre . Na década de 1970, quando a SOPEMI (Grupo De Beers) descobriu alguns de seus afloramentos através de rastreamento de minerais indicadores e prospecção geofísica por magnetometria, eles foram designados como Abel Régis, Sucesso-1 e Sucesso-2, admitindo-se, na ocasião, a existência de três blows independentes. O primeiro nome foi tirado do proprietário da fazenda, cuja sede localiza-se no interior da intrusão.
Novas pesquisas efetuadas pela Parimá Mineração, na década de 1990, rebatizaram tais blows como Régis-1, Régis-2 e Régis-3; os dois primeiros recentemente integrados em um só corpo (Régis) pela SAMSUL Mineração a partir de dados aerogeofísicos. Essa última etapa de pesquisas incluiu seis furos de sonda rotativa, dois deles (na porção central da intrusão) recuperando microdiamantes (MD): um com 316 m de profundidade amostrou 129 MD e outro, com 251 m, amostrou 20 MD (Geólogo Ricardo Prates, inf. verbal, 2007). Doravante, a intrusão será designada conforme sua caracterização original pela SOPEMI - "Abel Régis'.
A geologia da região compreende principalmente siltitos, argilitos e diamictitos do Grupo Bambuí, de idade neoproterozóica, nos quais a intrusão encontra-se na maior parte hospedada (Seer et al., 1989; Signorelli et al., 2003; Tuller & Silva, 2003). Sobre o Grupo Bambuí, ocorrem arenitos e conglomerados do Grupo Areado (Cretáceo Inferior) além de rochas tufáceas do Grupo Mata da Corda (Cretáceo Superior). Em termos geotectônicos, o pipe está localizado nas proximidades da margem oeste do Cráton do São Francisco ; inexistem datações divulgadas sobre o mesmo, embora outros situados nessa província diamantífera sejam datados no Eocretáceo (Svisero et al., 1983; Pereira & Fuck, 2005).

3. Aspectos geológicos da intrusão Abel Régis

A intrusão possui forma superficial aproximadamente circular com cerca de 1.400 m de diâmetro (±140 ha de área), conforme o levantamento em escala de detalhe efetuado . La Terra (2006) e La Terra et al. (2006) determinaram com metodologia CSAMT (controlled-source audiomagnetotellurics) o comportamento em subsuperfície do corpo, constituindo uma das raras intrusões dessa natureza no país que já foram pesquisadas com tal detalhe, tendo seus resultados divulgados. Através de duas perfilagens N-S e uma perfilagem E-W (posição dos perfis na ), obteve-se um modelamento em duas dimensões para o pipe até cerca de 300 m de profundidade , onde se configura a aparente presença de somente um conduto vulcânico. Pela comparação das formas típicas de pipes kimberlíticos e lamproíticos  e), denota-se uma forte semelhança morfológica com o segundo tipo litológico.




Embora a maioria dos afloramentos encontre-se em adiantado estado de intemperização, foram identificadas quatro fácies petrográficas  (1) A fácies dominante, presente em cerca de 60% da exposição e de modo característico em suas bordas, consiste em uma brecha vulcânica compacta e pouco selecionada; (2) Localizada preferencialmente na porção centro-sul da intrusão, possuindo em torno de 30% de expressão areal, aparece uma fácies de tufos, finos até grossos, argilitizados e ricos em minerais indicadores; (3) Uma terceira fácies, de brecha grossa, é observada no bordo oeste e sudoeste do corpo, com cerca de 8% de domínio de superfície, constituindo uma zona com abundância de xenólitos crustais (principalmente quartzito e metassiltito), com blocos de material silexficado (parede da intrusão?) dispersos na superfície; (4) De ocorrência restrita a pequeno setor ao norte da intrusão (~2% de expressão areal) ocorre uma fácies de tufo acamadado, com material piroclástico (lapilli) associado.
A intrusão é uma das poucas de toda província onde ainda encontram-se preservadas feições da zona de cratera. O conduto superior de uma intrusão é de difícil preservação, por apresentar composição de material tufáceo ultrabásico que sob condições exógenas é rapidamente erodido. As crateras exibem estrutura em funil resultante de seu colapso, preenchida por sedimentos estratificados, remobilizados do próprio pipe.

4. Mineraloquímica das principais fases indicadoras
Amostragens para caracterização da mineraloquímica das mais importantes fases indicadoras do diamante foram efetuadas em três locais, duas sobre a fácies da brecha de borda e uma sobre a fácies de tufos (central), compreendendo 30 kg em cada ponto . Para o procedimento de coleta desses minerais, foi dada preferência aos trechos de miniravinamento sobre o corpo, onde o fator de concentração dos pesados deve chegar a pelo menos 10 vezes o da rocha, pela simples observação visual. Análises com microssonda eletrônica foram efetuadas sobre granadas, diopsídio, ilmenita e espinélio (LMA - Dep. de Física/ICEX-UFMG). No total, analisaram-se 128 grãos; em cada grão foram realizados 4 pontos de medição.
As granadas, todas identificadas do tipo piropo, foram separadas segundo distintas colorações: púrpura (29 grãos), vermelha (28 grãos) e alaranjada (21 grãos). Em geral, os dados químicos mostraram-se bastante semelhantes entre esses três tipos, não se verificando relação entre granadas de cor púrpura com maior concentração de Cr2O3, como recentemente Chaves et al. (2008) reconheceram no kimberlito Canastra-1 (São Roque de Minas).
As composições CaO x Cr2O3, para separação entre granadas de diferentes tendências químicas são apresentadas, onde se destaca uma população fortemente concentrada no trend G4-G5-G9 (campos mineraloquímicos conforme Grütter et al., 2004). Esses campos, em geral, caracterizam intrusões com teores desprezíveis ou inférteis em diamantes (Dawson & Stephens, 1975; Grütter et al., 2004).


Segundo Mitchell e Bergman (1991), as composições dos clinopiroxênios não servem para diferenciar claramente kimberlitos do grupo II de lamproítos. Entretanto Mitchell (1986) fornece uma tabela com duas médias de composições de diopsídios derivados de kimberlitos do grupo II, com conteúdos de CaO por volta de 25% (Tabela 1), muito diferentes das médias encontradas na intrusão Abel Régis e, por exemplo, no lamproíto "clássico" de Leucite Hills (EUA). Ressaltem-se, ainda, os conteúdos de Cr2O3 desse mineral na intrusão estudada, bastante elevados, seja para lamproítos, seja para kimberlitos do grupo II.
Um outro aspecto mineralógico interessante diz respeito à relativa maior abundância de Cr-espinélio (cromita) sobre ilmenita na fácies de tufos, de ocorrência incomum em kimberlitos (Mitchell, 1986). Normalmente, espinélios de kimberlitos e lamproítos seguem dois trends mineraloquímicos distintos, ambos representados nas amostras do corpo Abel Régis (Tabela 2). Cromitas associadas com diamante possuem altos conteúdos de Cr2O3 e MgO, respectivamente maiores do que 62% e 12% em média, além de depleção em TiO2 (Dong & Zhou, 1980; Gurney & Moore, 1991). Dois grãos analisados do mineral revelaram tais características, sendo fortes evidências de material de manto superior, provavelmente relacionados com a presença de (micro) diamantes.
As ilmenitas de kimberlitos, em geral, possuem um característico alto conteúdo de MgO, que pode alcançar até próximo de 25% (Mitchell, 1986), enquanto as de lamproítos tendem a apresentar valores mais baixos desse óxido (Mitchell & Bergman, 1991). A média de ±7,5% reconhecida na intrusão Abel Régis, compara-se à de lamproítos australianos (Tabela 3). Em adição, observam-se, também, nessa tabela, as semelhanças notáveis dos valores de FeO e MgO do mineral em lamproítos em comparação aos dados analisados no corpo Abel Régis.
Nos três pontos amostrados, observaram-se, com relativa abundância, grãos (com até cerca de 1 mm de diâmetro) de um mineral esbranquiçado-leitoso, de forma esférica ou semi-esférica, identificado com difração de raios X como sanidina. Esse mineral, analisado posteriormente com microssonda eletrônica (ponto REG), apresentou semelhança química muito forte com espécimes descritos nos lamproítos de Leucite Hills (EUA), Kapamba (Zâmbia) e West Kimberley (Austrália) (Tabela 4).
O zircão foi observado sobretudo no ponto SUC, identificado através de análises com EDS. Apresenta-se em prismas tabulares euédricos a subédricos, de coloração incolor-amarelada, sendo que o maior cristal encontrado alcançou o notável comprimento de 0,5 cm.

5. Discussões sobre a morfologia do corpo e sua química mineral
Algumas considerações devem ser destacadas sobre a intrusão Abel Régis:
  • Sua forma muito alargada em superfície, com cerca de 1,4 km de diâmetro, é contrária à da grande maioria dos kimberlitos da mesma região (p. ex., Svisero et al., 1983, 1986; Pasin, 2003; Chaves, 2008; Chaves et al., 2008).
  • Seu curto espaço de afunilamento em subsuperfície, demonstrado pela modelagem geofísica, permite o reconhecimento de uma forma típica "de taça".
  • A relativa abundância de espinélio sobre ilmenita; o primeiro mineral é um indicador somente acessório na maioria dos kimberlitos.
  • A mineraloquímica dos indicadores, notadamente diopsídio e ilmenita, de grande semelhança com espécimes já descritos em lamproítos.
  • A presença do K-feldspato sanidina. Intrusões kimberlíticas são notoriamente pobres em minerais potássicos, os quais caracterizam as lamproíticas. Esses aspectos, integrados, permitem sugerir que a intrusão estudada possua uma afinidade lamproítica, embora, inibidora a tal aspecto, destaca-se a presença de granadas piropo, incomuns em lamproítos (Mitchell & Bergman, 1991).

    6. Considerações finais
    Embora rochas kimberlíticas sejam conhecidas no país desde a década de 1960, ainda são escassos os estudos a respeito das centenas de intrusões que ocorrem na porção sul do Cráton do São Francisco, em Minas Gerais e imediações. Na realidade, todos os corpos conhecidos até a década de 1990 eram descritos indiscriminadamente como kimberlitos. Depois da descoberta do lamproíto diamantífero de Argyle (Austrália), diversos questionamentos foram levantados e deste modo muitas das intrusões conhecidas foram reinterpretadas como kamafugitos ou mesmo lamproítos.
    No presente estudo, o conjunto de informações apresentado sugere fortemente uma mudança no status da tipologia da intrusão Abel Régis, de kimberlítica para lamproítica. Os dados quanto à morfologia do pipe e seus principais aspectos mineralógicos coadunam com tal hipótese. Embora ocorram diversos afloramentos expostos na superfície, todos eles apresentam-se bastante intemperizados, prejudicando estudos geoquímicos na rocha que poderiam consolidar essa nova interpretação. Nesse sentido, está-se tentando, junto a SAMSUL Mineração, a obtenção de amostras de testemunhos de sondagem, no sentido de se efetuarem as análises pertinentes.
  • Conheça Jubilee, a maior mina de diamantes do mundo

    Conheça Jubilee, a maior mina de diamantes do mundo


    Situada a 13 Km a NW de Aikhal, na Rússia, uma região peneplanizada com dezenas de lagos, encontra-se a maior mina de diamantes do mundo a mina de Jubilee.

    As reservas recuperáveis de Jubilee superam os 204 milhões de quilates. Parte destas reservas, as 107,163 milhões de toneladas a um teor alto, de 0.90 quilates por tonelada de minério, já tem certificação JORC.

    A mina a céu aberto está situada sobre o kimberlito de mesmo nome e é controlada pela gigante russa a ALROSA. O pit já tem 320 metros de profundidade e vai atingir 729 quando a mina será transformada em subterrânea.

    A produção de Jubilee é simplesmente monstruosa. Em 2012 atingiu 10,4 milhões de quilates ficando um pouco acima da segunda maior mina do mundo a Udachny , localizada a 66 km, também na Yakutia. 

    O pipe é conhecido por produzir diamantes grandes como o encontrado em 2013 com 235 quilates (não confundir com o diamante Jubilee produzido na África do Sul).

    TANTALUM

    TANTALUM
    Tantalum ores are found primarily in Australia, Canada, Brazil, and central Africa, with some additional quantities originating in southeast Asia. The average yearly growth rate of about 8 to 12% in tantalum demand since about 1995 has caused a significant increase in exploration for this element. Tantalum minerals with over 70 different chemical compositions have been identified. Those of greatest economic importance are tantalite, microlite, and wodginite; however, it is common practice to name any tantalum-containing mineral concentrate as 'tantalite' primarily because it will be processed for the tantalum values and is sold on that basis. Tantalum mineral concentrates may contain from two to more than five different tantalum-bearing minerals from the same mining area. The sale of tantalum mineral concentrates is based on a certified analysis for the tantalum oxide they contain, with a range from 10 or 15 to over 60% depending on the mine source.
    The single largest source of tantalum mineral concentrates is the production by Sons of Gwalia Ltd. from its Greenbushes and Wodgina mines in Western Australia. These two mines combined produce between 25 and 35% of the world's supply, with production in 2001 reported at approximately 1.8 million pounds. Additional operating mines are the Tanco Mine (Cabot) in Manitoba, Canada, the Kenticha Mine (Ethiopia Minerals Development Authority) in Ethiopia, the Yichun Mine in China, and the Pitinga Mine (Paranapanema) and Mibra Mine (Metallurg) in Brazil. Additional quantities are available from Brazil through the processing of small alluvial deposits by prospectors and in numerous countries in Africa, such as Rwanda, Namibia, Uganda, DRC-Kinshasa, Zaire, Gabon, Nigeria, South Africa, and Burundi. Mining investment in Africa has been curtailed due to political instability and associated risk.
    The central African countries of Democratic Republic of the Congo (DRC-Kinshasa) and Rwanda and their neighbours used to be the source of significant tonnages. But civil war, plundering of national parks and exporting of minerals, diamonds and other natural resources to provide funding of militias has caused the Tantalum-Niobium International Study Center to call on its members to take care to obtain their raw materials from lawful sources. Members should refrain from purchasing materials from regions where either human welfare or wildlife are threatened.
    The downsizing of the tin industry in southeast Asia and elsewhere over the period of 1980 through about 1990 has led to the reduction of tantalum oxide units available from tin slags, a by-product of the smelting of cassiterite ore concentrates for tin production. Although some tin slags are available from new tin production, the primary source today is from the digging up of old dump areas containing 1.5 to about 4.0% tantalum oxide. It should be noted that struverite concentrates have been available from this general area containing 9-12% tantalum oxide.
    Scrap recycling generated within the various segments of the tantalum industry accounts for about 20 to 25% of the total input each year.

    Extraction/refining

    The extraction and refining of tantalum, including the separation from niobium in these various tantalum-containing mineral concentrates, is generally accomplished by reacting the ores with a mixture of hydrofluoric and sulfuric acids at elevated temperatures. This causes the tantalum and niobium values to dissolve as complex fluorides, and numerous impurities that were present also dissolve. Other elements such as silicon, iron, manganese, titanium, zirconium, uranium, thorium, rare earths, etc. are generally present. The filtration of the digestion slurry, and further processing via solvent extraction using methyl isobutyl ketone (MIBK) or liquid ion exchange using an amine extractant in kerosene, will produce highly purified solutions of tantalum and niobium. Generally, the tantalum values in solution are converted into potassium tantalum fluoride (K2TaF7) or tantalum oxide (Ta2O5). The niobium is recovered as niobium oxide (Nb2O5) via neutralization of the niobium fluoride complex with ammonia, forming the hydroxide, followed by calcination to the oxide.
    The primary tantalum chemicals of industrial significance, in addition to K2TaF7 and Ta2O5 are tantalum carbide (TaC), tantalum chloride (TaCl5), and lithium tantalate (LiTaO3).
    Tantalum metal powder is generally produced by the sodium reduction of the potassium tantalum fluoride in a molten salt system at high temperature. The metal can also be produced by the carbon or aluminum reduction of the oxide or the hydrogen or alkaline earth reduction of tantalum chloride. Capacitor grade powder is produced by the sodium reduction of potassium tantalum fluoride. The choice of process is based on the specific application and whether the resultant tantalum will be further consolidated by processing into ingot, sheet, rod, tubing, wire, and other fabricated articles.
    Capacitor grade tantalum powder provides about 60% of the market use of all tantalum shipments. Additional quantities are consumed by tantalum wire for the anode lead as well as for heating elements, shielding, and sintering tray assemblies in anode sintering furnaces.
    The consolidation of metal powder for ingot and processing into various metallurgical products begins with either vacuum arc melting or electron beam melting of metal feedstocks, comprised of powder or high purity scrap where the elements with boiling points greater than tantalum are not present. Double and triple melt ingots achieve a very high level of purification with regard to metallics and interstitials. Ingots are used to produce the various metallurgical products named earlier. Ingot stock is also used for the production of such alloys as tantalum-10% tungsten. Ingot and pure scrap are used in the production of land and air-based turbine alloys.

    Applications for Tantalum

    Tantalum Product
    Application
    Technical Attributes/Benefits
    Tantalum carbide
    Cutting tools
    Increased high temperature deformation, control of grain growth
    Tantalum oxide
    - Camera lenses
    - X-ray film
    - Ink jet printers
    - High index of refraction for lens compositions
    - Yttrium tantalate phosphor reduces X-ray exposure and enhances image quality
    - Wear resistance characteristics. Integrated capacitors in integrated circuits (ICs)
    Tantalum powder
    Tantalum capacitors for electronic circuits in medical appliances such as hearing aids, pacemakers, airbag protection systems, ignition and motor control modules, GPS, ABS systems in automobiles, laptop computers, cellular phones, Playstation, video cameras, digital still cameras
    Low failure rates, operation over a wide temperature range from -55 to +125°C, can withstand severe vibrational forces, high reliability characteristics, small size per microfarad rating/electrical storage capability
    Tantalum fabricated sheets, plates, rods, wires
    - Sputtering targets
    - Chemical process equipment
    - Cathodic protection systems for steel structures such as bridges, water tanks
    - Prosthetic devices for humans - hips, plates in the skull
    - Suture clips
    - Corrosion resistant fasteners, i.e. screws, nuts, bolts
    - High temperature furnace parts. High temperature alloys for air and land based turbines
    - Applications of thin coatings of tantalum, tantalum oxide or nitride coatings to semi-conductors
    - Superior corrosion resistance - equivalent in performance to glass. Attack by body fluids is non-existent. Melting point is above 3000°C, but protective atmosphere or high vacuum required. Alloy compositions containing 3-11% tantalum offer high temperatur