Guerra do minério de ferro: mineradoras aumentam a produção
Apesar de todas as desinformações lançadas à mídia as mineradoras continuam com as garras expostas.
Todas as grandes aumentaram a produção de minério de ferro, inundando um mercado já saturado e com preços em queda.
Com essa estratégia de grandes volumes e preços baixos elas procuram se
manter no topo da pirâmide ao mesmo tempo em que vão, paulatinamente,
destruindo os competidores.
Nesta guerra os participantes, impiedosamente, usam de todas as
artimanhas para quebrar a concorrência: não deverão existir feridos.
Em breve só restarão as mineradoras capazes de produzir um minério de
ferro de elevada qualidade a custo operacional baixíssimo.
Enquanto isso as produções não param de crescer.
A Vale vai registrar um crescimento de 11% no segundo semestre. As
vendas do período atingiram 82 milhões de toneladas e estão em linha com
as previsões para o ano de 2015.
A mineradora brasileira vendeu essa tonelagem a um preço médio de US$49,
superior ao do primeiro trimestre que foi de US$44. O motivo por trás
desta melhora é a paralisação das vendas de minérios mais pobres com
preços mais baixos.
Usando a mesma estratégia a BHP produziu no ano fiscal (junho de 2014 a
junho 2015) uma quantidade recorde de minério de ferro: 254 milhões de
toneladas. Essa produção é 13% superior a de 2014.
A Rio Tinto, como esperado, aumentou a sua produção do último trimestre
em 9%. A mineradora vendeu 81,4 milhões de toneladas, um volume um
pouco menor do que o produzido pela Vale.
Com esta produção a Rio Tinto ameaça a hegemonia da Vale como a maior
mineradora de minério de ferro do planeta. No momento ela já é a
mineradora que produz a tonelada de minério de ferro mais barata...
A mineradora completou a expansão da infraestrutura de Pilbara, que
poderá atingir 360 milhões de toneladas por ano ampliando,
significativamente, o seu poder de fogo.
Quem acreditava que as três grandes haviam adotado uma postura menos beligerante pode mudar de opinião.
A guerra está mal começando...
Preço do minério de ferro próximo dos US$50/t: World Bank espera o pior
O preço do minério está chegando, novamente, aos US$50/t.
Não podia ser diferente. Afinal as grandes mineradoras Vale, Rio Tinto e
BHP continuam aumentando a produção como se não houvesse o amanhã...
O que elas querem é destruir a competição, mas correm um sério risco de serem atingidas pelo caos que estão criando..
A situação é caótica.
Este cenário levou o World Bank a fazer uma profecia ainda mais funesta: o preço vai cair até 46% ainda neste ano.
O que o World Bank está dizendo é que a grande maioria das mineradoras de minério de ferro do mundo irá quebrar ainda em 2015.
Serão pouquíssimas as que irão sobreviver com preço do minério de ferro abaixo de US$30/t.
Até a Vale, empresa altamente otimizada, deverá fechar várias minas,
demitir grandes contingentes e reduzir a produção para sobreviver nestas
condições.
Apesar dos agourentos propagarem o pior nós continuamos acreditando que
nem tudo está tão ruim como essa mídia costuma apregoar.
A China está crescendo mais do que o esperado, o mesmo acontece com a
Índia, o novo motor da economia, onde está ocorrendo uma nova revolução
social/industrial. Com a queda dos preços um grande volume de minério de
ferro não mais será produzido, o que deverá levar, mais dia menos dia,
ao equilíbrio.
Esses pontos não se coadunam com preços abaixo dos US$30/t esperados pelo World Bank e pelos outros arautos do fim do mundo...
Ouro em queda derruba ações das mineradoras
Tudo leva a crer que a queda dos preços do ouro faz parte de uma macro tendência que vai assolar a mineração por muito tempo.
O ouro cai, no momento, a US$1.110/onça e atinge o pior preço em cinco anos.
Incrível, mas quem está por trás dessa queda são os chineses, os maiores
compradores do planeta. As vendas chinesas derrubaram o preço do metal
que atingiu, hoje no spot, a marca de US$1.088,00/onça.
Como não poderia ser diferente as mineradoras de ouro foram, todas, afetadas pelas más notícias.
A Barrick Gold, a maior produtora de ouro do globo, cai 9,91%, a Yamana
Gold 7,42%, a Kinross Gold 7,72% e a AngloGold Ashanti 6,48%.
No lado das juniors a situação é pior. A Carphatian Gold cai 33%, a Belo Sun 10% e a Brazil Resources 6,86%.
Para os acionistas essa forte queda é um verdadeiro desastre.
São poucas as empresas que ainda estão no azul como a Serabi Gold cujas ações subiram 0,13% no dia.
A pergunta que todos fazem é: até quando?
Onça de ouro pode cair abaixo dos US$1.000
Hoje o ouro simplesmente despencou, com a onça sendo negociada a US$1.090.
A proximidade dos US$1.000/onça é grande e faz o investidor e muitas mineradoras tremerem.
Se a queda se acentuar nos próximos dias, com o preço abaixo dos US$1.000/oz, muitas mineradoras estarão entrando no vermelho.
A Barrick Gold já caiu, somente hoje, 16%. O mesmo ocorre com as demais produtoras de ouro cujas quedas são superiores a 10%.
Ouro em queda: mineradoras perdem mais de US$20 bilhões
Nos últimos meses o ouro vem caindo sistematicamente. É um processo sem
data para acabar, que está vaporizando os lucros das mineradoras e
mudando drasticamente a topografia do setor.
O preço de hoje (US$1.090/oz) é o pior em cinco anos fazendo muitos
acreditarem que o ouro já não tem mais o atrativo de antigamente.
Apesar das crises mundiais, da Grécia, dos problemas com a China o ouro permanece, inexoravelmente, em queda.
Somente nos últimos cinco dias o índice de ouro e prata da Bolsa de
Philadelphia foi corroído em US$20 bilhões. Um número que afugenta os
investidores e que pode significar o início de uma nova e perigosa era.
O mercado está pessimista e acredita, agora, que a barreira dos US$1.000 por onça será facilmente quebrada nos próximos dias.
Segundo um relatório do Wood Mackenzie mais de 10% das minas de ouro do mundo já são deficitárias.
É o que nós, do Portal do Geólogo sempre afirmamos: só irão
sobreviver aqueles mineradores cujo AISC (custo operacional total
acrescido de custos de manutenção, fechamento e outros custos futuros)
seja bem abaixo de US$900/oz.
Isso não ocorre ainda com nenhuma grande mineradora. Os AISC médios
delas estão mais próximos dos US$1100/oz do que dos US$900/oz.
Um vento com cheiro de desastre...
O motivo que ainda mantém muitas mineradoras em atividade são as
estratégias financeiras onde o hedje e o equity financing são
intensamente aplicados.
A hora é de reduzir os débitos, que superam US$35 bilhões, vender
ativos, paralisar minas menos competitivas e se preparar para o pior.
As consequências afetam as juniors diretamente: o corte na pesquisa e na
exploração mineral, a queda gigantesca do valor de mercado da maioria
das mining juniors leva à falta geral de financiamentos, desemprego e
falências.
Se o ouro não reagir o setor será transformado e só as empresas de
baixíssimo custo operacional, com ativos excepcionais de alto teor,
altamente competentes e otimizadas irão sobreviver.