quarta-feira, 29 de julho de 2015

Diamantes são eternos, por marcos piangers

Diamantes são eternos, por marcos piangers


diamond-4ever
A nossa noção de romantismo foi, em parte, construída a partir de histórias que nos contaram. Filmes do Leonardo di Caprio, peças do Shakespeare, essas coisas. Comédias românticas acabam sempre quando o casal está no auge da felicidade e filme nenhum mostrou o mocinho envelhecido assistindo televisão e tomando cerveja enquanto a donzela cuida dos filhos e reclama dos tênis espalhados pela casa. Idealizamos a família perfeita ao ver comerciais de margarina, a juventude perfeita ao ver os filmes do John Hughes, o trabalho perfeito vendo os escritórios do Google.

O livro de Edward Jay Epstein sobre diamantes é um bom exemplo sobre como nossa noção de realidade foi moldada pela cultura pop, desde os anos 50. The Rise and Fall of Diamonds conta a história de como passamos a acreditar que diamantes são raros, valiosíssimos e duram para sempre.

De fato, diamantes, na lista de objetos possuídos pela população americana, são o segundo item mais comum. O item mais comum é a televisão. Foi o britânico Cecil Rhodes que, ao descobrir uma gigantesca mina de diamantes na África do Sul, percebeu que não poderia simplesmente colocar todas as pedras no mercado. Dono de, na época, 90% de todo o mercado mundial de diamantes, Cecil se comprometeu a manter a oferta sempre abaixo da demanda. Assim, os preços não despencariam.

Na crise de 1929, quando as pessoas não tinham dinheiro para comprar as pedras, a empresa de Cecil, De Beers, deliberadamente jogou diamantes no meio do oceano, para que a oferta diminuísse. E, nos anos 50 e 60, a De Beers contratou uma empresa de propaganda que não apenas colocou diamantes nos filmes de Hollywood, como vinculou o tamanho da pedra de diamante ao tamanho do amor de um homem por uma mulher.
É como se a nossa noção de romantismo tivesse sido maquiavelicamente forjada. Se uma mulher perde o ar ao receber um anel de brilhantes ou um homem acredita estar fazendo um investimento eterno em uma pedra de valor crescente, nada mais são do que dois otários financiando um mercado puramente artificial. Diamantes não são eternos. Mas a palermice humana talvez seja.

O Diamante

O Diamante
 
 
  Dentre todas as pedras preciosas, o diamante sem dúvida é o "Rei". Um diamante polido, engastado num anel ou colar, ou até numa coroa real, é uma jóia belíssima; além disso, seu preço é muito alto.

O homem conhece o diamante há milhares de anos. Uma das doze pedras preciosas que o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) usava o Choshen (Peitoral) do Efod (veste do Sumo Sacerdote), representando as doze tribos de Israel, era um diamante.

O diamante é conhecido por ser a pedra mais dura e mais resistente. A palavra "diamante" é derivada de uma palavra grega que significa "inconquistável".

Há cerca de 130 anos, o diamante era bastante raro. Em 1866, os filhos de um fazendeiro na África do Sul encontraram uma pedra tão reluzente que chegava a soltar faíscas, e brincaram com ela, guardando-a entre seus brinquedos. Quando a mãe percebeu a pedra brilhante, deu-a a um vizinho, que a vendeu para um ambulante por alguns trocados. Aquela pedra era um diamante que depois foi classificado como pesando mais de 21 quilates.

As pessoas começaram a encontrar mais diamantes na mesma área. Em 1869, um pastor vendeu um diamante com mais de 83 quilates pelo preço de 500 ovelhas, dez vacas e um cavalo. A notícia do achado destes tesouros espalhou-se como fogo na mata. Logo havia milhares de "caçadores de tesouro" perto do Rio Vaal na África do Sul, onde os diamantes acima mencionados tinham sido encontrados. Alguns anos depois, começou a escavação no agora famoso campo de Kimberly. Ali também, o primeiro diamante foi encontrado por acaso.

Uns poucos "caçadores" chegaram ao local, onde mais tarde seria fundada a cidade de Kimberly. Eles estabeleceram uma fazenda. Isso foi no verão de 1871. Um dos trabalhadores fez algo de errado, e como castigo, foi mandado para cavar num campo das proximidades. Enquanto cavava, encontrou diamantes.

Houve uma corrida até o campo, e cerca de 1600 homens compraram cotas do lugar, embora tivesse apenas 10 acres de tamanho. Todos começaram a cavar em sua propriedade, e carregavam a rocha e a levavam por correntes até a mina na superfície; ai a "rocha" era lavada e filtrada, para fazer surgir os diamantes. O campo da mina foi transformado numa densa rede de correntes; fervilhava como uma colméia, todos trabalhando para si mesmos, não pensando no vizinho. Com freqüência, as finas paredes entre as minas desabavam, porque não havia um sistema de cooperação. Muitas vezes, um ou outro mineiro atingia um regato subterrâneo que inundava sua mina, e também as dos vizinhos.

Dois homens sonhavam criar um monopólio das minas de diamantes para eles próprios. Um deles era um inglês, Cecil Rhodes. Ele iniciou sua carreira alugando bombas de água para vários "escavadores", e pouco a pouco começou a adquirir pequenas cotas nos lucros. Também o outro homem, Barbey Barnatto, começou a comprar mais e mais cotas. Alguns anos depois Cecil Rhodes comprou as cotas de Barney Barnatto, e assim se tornou o único dono das famosas minas "De Beer". Este era o nome de uma família sul africana a quem os campos tinham pertencido originalmente, antes da descoberta dos diamantes.

Rhodes pagou 26 milhões de dólares para se tornar o único dono das minas de diamantes. A empresa que ele formou "Minas Consolidadas De Beer Limitada", atualmente controla a produção e o preço dos diamantes em todo o mundo.

Hoje em dia, 5 toneladas de diamantes são extraídas anualmente, e a maior parte vai para fins industriais, não para joalherias. O diamante pelo seu grau de dureza é usado para diversos propósitos: cortar ferro e aço, serrar pedras, polir, moer e raspar diversos tipos de instrumentos, etc.

O diamante industrial, embora inútil como jóia, é uma parte vital na indústria mecânica, como eletricidade ou outras formas de força. Em 1957, por exemplo, os Estados Unidos importaram 15 milhões de quilates de diamantes. Desse total, menos de 2 milhões de quilates foram para joalherias. O restante – mais de 13 milhões de quilates, ou quase 3 toneladas – eram diamantes industriais.

Como jóia, o diamante custa cerca de U$ 1000,00/quilate, ao passo que um diamante industrial custa apenas U$ 4,00/ quilate.

As minas de diamantes da África do Sul produzem a maioria dos diamantes. O Congo Belga (atual República do Congo, na África Central) tem a maior quantidade de diamantes industriais. Em 1957, 13 milhões de quilates foram extraídos, porém 95% deles eram da qualidade industrial, mais barata, que é moída até virar pó para fins de polimento. A África como um todo produz 97% de toda a produção mundial de diamantes. A produção mundial supera os 23 milhões de quilates por ano. Tanganica, Gana, África Ocidental Francesa e outras partes do Continente Negro também produzem boa quantidade de diamantes, mas todos são vendidos através da empresa De Beer.

Um dos primeiros países onde os diamantes foram descobertos foi a Índia. Ali os diamantes eram conhecidos há mais de 2000 anos. Segundo a lenda, o famoso "Koh-I-Noor" ("montanhas de luz"), que hoje faz parte dos tesouros da Coroa Britânica, foi descoberto na Índia.

Houve certa vez um diamante com uma lenda ligada a ele, chamado "o grande Mogul", e pesava 787 quilates. Há cerca de 300 anos, desapareceu, e foi cortado em pedras menores. Uma dessas partes, pesando 280 quilates foi utilizado para a coroa de um marajá indiano.

Dentre os tesouros russos, há um diamante das jóias da coroa dos antigos czares. É chamado "Orloff", e pesa 220 quilates. Um soldado francês o roubou de um templo hindu, do olho de uma estátua que ali havia. Isso ocorreu em 1700. A pedra mudou de mão muitas vezes, sempre com derramamento de sangue envolvido, até que chegou a Amsterdã em 1774. Ali, um príncipe russo, Orloff, comprou-a (por cerca de meio milhão de dólares) e deu-a de presente à rainha Catarina II. Alguns acreditam que também fazia parte do "Grande Mogul" extraviado.

Um dos diamantes mais famosos é o "Hope", uma pedra enorme, azul, rara. Está envolvido nas mortes trágicas de doze pessoas; também causou tragédias em duas famílias reais. É parte de uma pedra maior, que pertenceu ao rei francês, Luiz XIV. Foi roubado na época da Revolução Francesa. Posteriormente, apareceu na Inglaterra (44 quilates) onde um banqueiro, Henry Thomas Hope, comprou-a em 1800. Mais tarde, um sultão turco, Abdul Al Hamid, comprou-a, e a deu para sua esposa favorita usá-la ao redor do pescoço. Aparentemente o diamante também trazia má sorte, pois ele perdeu o trono. A pedra agora pertence a um mercador de diamantes em Nova York.

O maior diamante do mundo foi encontrado na Mina Premier em Transvaal, na África do Sul. Esta nova mina de diamantes foi descoberta em 1902 por um tal Thomas Cullinan. Três anos depois, o capataz, Frederick Wells, percebeu um raio de luz na lama de uma mina aberta; com seu canivete, ele desenterrou o maior diamante do mundo – 3106 quilates, ou meio quilo de peso.
O Governo de Transvaal presenteou o "gigante" ao Rei Edward VII da Inglaterra. A pedra foi chamada de "Cullinan". O rei escolheu o famoso lapidador, J. Osher de Amsterdã, para cortar a pedra. Este especialista estudou a pedra durante meses. Uma batida no lugar errado poderia partir a o diamante em pedaços.

As responsabilidade e a tensão eram indescritíveis. Algumas vezes ele desmaiou durante o trabalho. Finalmente, partiu com sucesso em nove diamantes grandes, e 100 jóias menores. A pedra maior pesava 530 quilates e foi engastada no Cetro real. A pedra leva o nome de "Primeira Estrela da África".

A "Segunda Estrela da África" do diamante Cullinan pesa cerca de 130 quilates, e enfeita a Coroa Real Britânica, que é usada na Coroação.

Cortar e polir um diamante bruto de tamanho grande pode levar um ano. O especialista precisa de extrema paciência, arte, e nervos de aço. Cada diamante tem suas próprias peculiaridades. O lapidador estuda os "músculos" internos, ou gramatura da pedra, faz diversas linhas demarcatórias ao redor do diamante, de modo a obter a pedra maior e o menor número possível de pedras pequenas; quanto maior a pedra, mais alto é o preço.

Às vezes ocorre que um especialista corte a pedra com uma batida do martelo no ponto exato, como fez J. Osher com o diamante Cullinan (e desmaiou na mesma hora). Ele foi informado mais tarde que o golpe tinha sido perfeito. Atualmente, os diamantes são cortados por serras especiais. São rodas, finas como papel, cobertas com pó de diamante misturado com azeite de oliva, e giram mecanicamente a grande velocidade, serrando o diamante bem lentamente, muitas vezes durante semanas. Somente um diamante pode cortar outro, porque não existe substância mais dura que o diamante.

Mas por que estamos contando sobre a história dos diamantes com tantos detalhes? Por que tudo que é criado no mundo, certamente possuí um propósito Divino.

O Báal Shem Tov, cujo aniversário é a 18 de Elul, declarou que todo judeu é um "diamante", porque possui as qualidades naturais daquela gema; é duro e determinado (um povo que não se dobra), e inconquistável na sua profunda crença interior no Todo Poderoso; os traços e qualidades inatas do judeu reluzem como raios do sol. Porém, assim como um diamante é bruto e opaco quando retirado da terra, e somente após ser lavado, raspado e polido emerge o verdadeiro "diamante", o mesmo ocorre com cada judeu. Suas boas qualidades estão ocultas no seu âmago, sob uma camada de "lama" que precisa ser lavada e limpa, até que sua centelha interior brilhe até a superfície. Aqui também, muita paciência e amor são necessários, grande Ahavat Yisrael (amor ao próximo) para fazer surgir aquilo que há de bom no outro. A pessoa precisa atingir o "ponto" certo.

Da mesma forma que é preciso um diamante para cortar e polir outro diamante, o mesmo ocorre com cada judeu. É somente num ambiente genuinamente judaico, que instila sabedoria de Torá e incentiva o cumprimento das mitsvot, que um judeu pode desenvolver suas qualidades da forma mais pura e elevada.

Lapidação de Diamantes

Lapidação de Diamantes
 
 
  Todos têm dentro de si um diamante de um milhão de dólares. Precisamos apenas lapidar as imperfeições para encontrá-lo.

A Mishná (Ética dos Pais 4:3) nos ensina: [Ben Azzai] estava acostumado a dizer: "Não zombem de pessoa alguma, e não desdenhem de alguma coisa, pois não há pessoa sem sua hora, e não há coisa sem seu lugar."

O Rebe Shalom Dov de Lubavitch demonstrava grande afeição pelas pessoas simples. Certa vez, um chassid que era mercador de diamantes perguntou ao rabino quais virtudes ele via nessas pessoas sem instrução.

O rabino perguntou ao chassid se por acaso ele tinha consigo algumas de suas mercadorias, e o negociante mostrou-lhe um pacote de diamantes. O rabino apontou para uma pedra grande e disse: "Este de fato é um belíssimo diamante."

O chassid sorriu. "Não, Rabino" – disse ele – "este está cheio de defeitos."

"Mas é mais bonito que as outras pedras" – disse o rabino.

O chassid explicou: "Por acaso é maior que os outros, mas devido aos seus defeitos, que podem ser vistos com uma lupa, vale muito menos. Veja aqui" – continuou – "esta é uma pedra menor, que pode não parecer tão brilhante quanto as grandes, mas é perfeita, e muito valiosa. Veja, Rabino, para conhecer o valor dos diamantes é preciso ser um especialista."

"Entendo" – disse Rabino Shalom Dov – "mas o mesmo é verdade sobre conhecer o valor das pessoas, onde também se deve ser um expert.’

A pedra de um milhão de dólares

Há muitos anos, pude avaliar a verdade das palavras do rabino. Eu tinha começado um projeto em Israel para reabilitar ex-condenados que tinham se afastado da lei devido a sua necessidade de sustentar seus hábitos com as drogas. Ao encontrar o primeiro grupo, tentei enfatizar que pessoas com um bom senso de auto-estima têm menor probabilidade de fazer coisas que as possam prejudicar, assim como alguém que possui um belo automóvel novo toma cuidado para não amassá-lo ou arranhá-lo.

Nesse ponto, um dos clientes me interrompeu, exclamando: "Você espera que eu tenha um senso de auto-estima? Tenho 34 anos, e passei 16 anos de minha vida na prisão, tendo sido condenado oito vezes. Quando saio da cadeia, ninguém quer contratar-me por causa de minha folha corrida, e não consigo arrumar um emprego para sustentar-me. Quando minha família é informada de que serei libertado da prisão, eles ficam preocupados. Sou um fardo e motivo de constrangimento para eles. Tenho certeza de que preferiam me ver morto! Como posso ter auto-estima quando todos no mundo me consideram um inútil, e nada além de excesso de bagagem da qual gostariam de se livrar?"

Fiquei chocado pelo desespero e pela aparente verdade contida nas suas palavras, mas disse: "Avi, você já viu uma vitrine de joalheria? Ali existem diamantes que valem milhares de dólares. Você sabe como é a aparência desses diamantes quando são extraídos da mina? Parecem pedaços de vidro sujos, feios, sem brilho e sem valor. Alguém que os julgasse pela aparência os jogaria fora sem pensar. No entanto, há um especialista que examina a rocha, e talvez apanhe uma dessas pedras "sem valor" e diz: ‘Oba! Acho que esta aqui vale um milhão de dólares!"
Um observador diria: ‘Jogue fora aquele pedaço de lixo e lave suas mãos.’ Mas o especialista diz: ‘Espere, vamos ver o que temos aqui.’ Ele então atira a pedra suja no processador da fábrica, e por fim aparece um diamante estonteante, capaz de cegar uma pessoa com seu brilho. Obviamente, não existe uma maneira de alguém colocar tamanha beleza numa pedra suja, O que o processador fez foi lapidar as camadas que ocultavam a beleza, e apenas expor o que estava escondido.

"Avi" – disse eu – "você está dizendo que não tem valor. Sou o especialista que pode ver o diamante precioso dentro de você. Se ficar conosco, nós o ajudaremos a revelá-lo."
Avi permaneceu em tratamento durante três meses, depois foi para uma "casa de transição", conseguiu um emprego e continuou a trabalhar por sua recuperação. Por fim, mudou-se para viver independente.

Um dia Anette, administradora da casa de adaptação, recebeu um chamado de uma família cuja mãe idosa tinha morrido e deixado um apartamento repleto de mobília para a qual eles não tinham utilidade. Queriam doá-la para a casa. Anette chamou Avi para ver se ele encontrava uma forma de retirar a mobília, e Avi disse que arrumaria um caminhão e cuidaria de tudo.

Dois dias depois, Avi telefonou para dizer que levara o caminhão, mas no apartamento tinha visto que a mobília estava velha e estragada, não podendo ser aproveitada. Anette disse que não podia recusar uma doação, e que ele a levasse mesmo assim.

Avi carregou o caminhão, e descarregou tudo na casa de transição. Estava subindo as escadas arrastando um sofá velho e quebrado quando caiu das almofadas um envelope com 5.000 shekels (cerca de 1800 dólares). Avi já tinha furtado bolsas e arrombado casas por menos de dez shekels. Aqui ele tinha em mãos 5.000 shekels, de cuja existência ninguém mais sabia. Não sendo muito versado em Lei Judaica, ele poderia facilmente ter pensado que a lei de "achado não é roubado" se aplicava ali, e que não teria sido crime ficar com o dinheiro.

Avi chamou a família para relatar seu achado. Eles agradeceram, e sugeriram que o dinheiro fosse doado à casa de transição.

Tempos depois, encontrei Avi e disse: "Eu não falei que havia um belo diamante escondido dentro de você? Quantas outras pessoas honestas teriam simplesmente embolsado o dinheiro sem falar uma palavra a respeito? Seu diamante realmente brilha, Avi."

Numa subseqüente viagem a Israel, Anette mostrou-me uma placa que Avi tinha afixado na porta da casa de transição: Está escrito: CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DIAMANTES

Rebe Shalom Dov entendia bem a Mishná. Não há pessoa que deva ser menosprezada.

Você precisa apenas ser um especialista.

Cientistas encontram diamantes em lava de vulcão

Cientistas encontram diamantes em lava de vulcão


Pedras precisosas podem ter se originado da quebra de gases por relâmpagos. Foto: shutterstock
Cientistas russos descobriram diamantes de um novo tipo na lava congelada expelida pelo vulcão Plôski Tolbatchik, nas península do Kamtchatka, entre 2012 e 2013, de acordo com o site do Ministério da Educação e Ciência da Federação Russa
A erupção que resultou na descoberta foi considerada incomum, e foi caracterizada como intersticial. Esse tipo de evento distingue-se pelo fato de lava sair não pela cratera do vulcão, mas por fissuras nas encostas.
Os cientistas ressaltam que, em toda a história, só ocorreram seis grandes erupções desse tipo: duas vezes na Islândia, nos séculos 10 e 18, duas no México, nos séculos 18 e 20, uma nas Ilhas Canárias, no século 18, e duas no Tolbatchik, na península russa do Kamtchatka, a primeira entre 1975 e 1976 e a segunda, entre 2012 e 2013.
O documento divulgado pelo ministério destaca que uma pequena mostra da lava expelida pelo vulcão foram extraídas algumas centenas de diamantes, e de grandes dimensões.
Ainda segundo os cientistas responsáveis pela descoberta, as pedras vulcânicas não se parecem em nada com as sintéticas.
Além disso, não se deve duvidar de sua origem natural, apesar de elas se diferenciarem de todas as variedades conhecidas da pedra preciosa em muitas características mineral-geológicas - da temperatura de combustão à composição.


Geólogos apresentaram uma teoria de que relâmpagos teriam tido papel na formação dos diamantes de Tolbatchik, quebrando os gases vulcânicos que contêm carbono.
Ainda em 1964 a França patenteou um modo obter diamantes por meio de gases com o uso de cargas elétricas fortes. Assim, acredita-se que a natureza possa ter seus próprios métodos para criar, como os franceses, diamantes vulcânicos a partir de relâmpagos.
Os pesquisadores também consideram que, no futuro, tais diamantes podem concorrer com os kimberlitos tradicionais.

Febre do ouro ameaça matas e biodiversidade

Febre do ouro ameaça matas e biodiversidade

Pesquisa internacional mostra que proliferação de minas acelera destruição das florestas, fazendo espécies sumirem e piorando o aquecimento global

 
 - O que significa riqueza para alguns é, na verdade, um enorme prejuízo para o planeta Terra. Segundo estudo publicado este mês na revista especializada ‘Environmental Research Letters’, a proliferação de minas de ouro, muitas vezes ilegais, que vem sendo observada nos últimos anos em várias regiões da América Latina, acelera o desmatamento, ameaça a biodiversidade e contribui para a emissão de gases causadores do aquecimento global.

Entre 2001 e 2013, pelo menos 1.680 km² de florestas tropicais foram derrubados para a exploração das minas, diz a pesquisa. Embora esta seja apenas uma pequena fração dos milhões de quilômetros quadrados de floresta tropical do planeta, a riqueza biológica das áreas exploradas pelo garimpo é gigante.

Em Novo Aripuana, a 80 km da cidade de Apuí, no Estado do Amazonas, milhares de pessoas vivem do garimpo do ouro em plena floresta
Foto:  Banco de imagens
“Embora a perda das florestas, devido à exploração das minas, seja menos importante do que o desmatamento causado pela agricultura, ela acontece nas regiões tropicais com a biodiversidade mais rica”, adverte Nora Alvarez-Berrios, da Universidade de Porto Rico, uma das autoras do estudo. Ela destaca que, na região de Madres de Dios, no Peru, por exemplo, um hectare de selva pode conter até 300 espécies de árvores.
As regiões mais afetadas são os trechos compartilhados entre Guiana, Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Brasil, Colômbia, sudoeste amazônico (Peru, Bolívia, Brasil), região Tapajós-Xingu (Brasil) e região do vale Magdalena-Uraba, no norte da Colômbia.

Animais, como a onça e vários outros, têm a sobrevivência ameaçada com a destruição de seus habitats
Foto:  iStockphoto
Embora os espaços protegidos por lei pareçam em bom estado, os autores do estudo estimam que um terço do desflorestamento aconteceu a menos de 10 km dessas zonas. Portanto, as regiões que deveriam estar intocadas estão expostas à contaminação química devido à atuação dos garimpeiros. A produção mundial de ouro passou de 2.445 toneladas, em 2000, para 2.770 toneladas, em 2013. O preço do ouro registrou altas nos últimos anos, de US$ 250 a US$ 1.300 a onça (28,3 gramas), entre 2000 e 2013.
Terras indígenas na mira

Um outro artigo, publicado na revista ‘Science’, em novembro, já trazia uma análise, feita por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, sobre os danos que a mineração e grandes obras, como as de hidrelétricas, podem causar em áreas de proteção ambiental do país. Segundo a pesquisa, há ameaças não só às florestas, mas também a terras indígenas, o que poderia tirar do Brasil o posto de referência em preservação ambiental.

O texto, que tem como autora principal a pesquisadora Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental, enfatiza o novo Código de Mineração, em discussão na Câmara. De acordo com o artigo, 20% das zonas de conservação integral e terras indígenas podem ser afetadas. Só na Amazônia, 34.117 km² de florestas (8,3% do total do bioma) ficariam disponíveis para exploração e 281.443 km² de terras indígenas (28,4%), à disposição para o garimpo.