Apesar
de os diamantes serem pra lá de caros, quando o assunto são as gemas —
ou seja, minerais com pureza e tamanho suficientes para que eles possam
ser lapidados e transformados em joias —, a verdade é que existem rochas
muito mais raras do que os diamantes pelo mundo.
1 – Benitoíte

A benitoíte é uma rocha com coloração quase sempre azulada que
pertence ao grupo dos ciclosilicatos, e foi descrita no início do século
20, pouco depois de sua descoberta. No entanto, apesar de sua
composição química ser conhecida, uma das características mais
interessantes da benitoíte é a sua fluorescência quando submetida à
radiação ultravioleta, propriedade que ninguém sabe explicar ao certo.
A raridade desse belo mineral que você acabou de ver na imagem acima
se deve ao fato de ele ter sido encontrado em quantidades bem limitadas
apenas em algumas áreas dos EUA e do Japão.
Aliás, seu nome foi inspirado no local onde a benitoíte foi descoberta
pela primeira vez, o condado de San Benito, localizado na Califórnia.
2 – Diamante vermelho

Apesar de ser possível obter diamantes sintéticos de várias
tonalidades, essas gemas também ocorrem em outras colorações — além da
incolor com a qual estamos mais acostumados — na natureza. Assim, em
ordem (crescente) de raridade, os diamantes podem ser amarelos, marrons,
incolores, azuis, verdes, pretos, rosados, laranjas, roxos e vermelhos.
E como estamos falando de gemas extremamente incomuns, só para que
você faça uma ideia de quão raros os diamantes vermelhos são, o maior
exemplar que existe no mundo, o “Moussaieff Vermelho”, conta com meros
5.11 quilates — ou o equivalente a 1 grama —, e foi obtido e polido a
partir de um cristal de 13.9 quilates descoberto aqui no Brasil.
No caso dos diamantes tradicionais, como os obtidos a partir do
Diamante Cullinan — um dos maiores já encontrados, com 3.106,75 quilates
—, existem exemplares que chegam a contar com mais do que 500 quilates.
3 – Grandidierite

Descoberta apenas em 1902, a grandidierite é um mineral de coloração
azul-esverdeada que pode ser encontrado quase que exclusivamente em Madagascar.
A gema recebeu esse nome em homenagem a Alfred Grandidier, um
explorador francês que se dedicou a pesquisar a história natural da
ilha, e até hoje apenas um único exemplar facetado puro foi recuperado,
só que no Sri Lanka.
4 – Musgravita

A musgravita foi descoberta no final da década de 60 na serra de Musgrave, localizada na Austrália, e foi a partir daí que o mineral recebeu o seu nome. Pequenas quantidades dele também já foram encontradas em Madagascar
e na Groelândia, mas foi só em meados dos anos 90 que o primeiro
exemplar com pureza e tamanho suficiente para lapidação foi recuperado.
Aliás, até 2005, existiam apenas oito gemas de musgravita no mundo.
5 – Poudretteite

Incrivelmente rara, a
poudretteite foi descoberta na década de 60 em uma pedreira chamada Poudrette — daí o nome da gema — localizada em Mont-Saint-Hilaire, no Canadá. Apenas pequenos cristaizinhos foram encontrados, e esse mineral só foi reconhecido como “nova espécie” no final dos anos 80.
A
poudretteite só foi descrita cientificamente em 2003 e,
segundo os geólogos, são pouquíssimas as pessoas que sequer ouviram
falar dela. Além disso, é bem pouco provável que alguém tropece com
esses desses minerais na vida.
6 – Jeremejevita

Apesar de a jeremejevita ter sido descoberta na Sibéria no final do
século 19, cristais com pureza e tamanhos suficientes para a obtenção de
gemas só foram descobertos na Namíbia — e em quantidades bem limitadas.
A maior jeremejevita facetada do mundo conta com 60 quilates, o que
equivale a aproximadamente 12 gramas, e na imagem acima você pode ver um
exemplar azul e cristalino excepcionalmente raro.
7 – Berílio vermelho

Também conhecido como “esmeralda escarlate” e “bixbite”, o berílio
vermelho só foi descrito pela primeira no início do século 20, e apesar
de ser quimicamente parecido com a esmeralda e a água-marinha, sua
ocorrência é muito mais rara.
Até onde se sabe, só é possível encontrar o berílio vermelho em
algumas regiões dos estados de Utah e do Novo México, nos EUA, e sua
obtenção, além de ser extremamente difícil, é financeiramente pouco
vantajosa.
Algumas estimativas apontaram que — considerando minerais com
qualidade semelhante — existem cerca de 8 mil vezes mais rubis do que
berílios vermelhos no mundo, portanto, não é de se estranhar que seu
valor ronde os US$ 10 mil por quilate de rocha cortada.