terça-feira, 11 de agosto de 2015

História das Minas de Ouro e Diamante: O Ouro Mineiro

História das Minas de Ouro e Diamante: O Ouro Mineiro


Barra de ouro extraído em Minas,em 1809, devidamente quintado.

Em Minas, a descoberta do ouro se deu no final do séc. XVII, simultaneamente, por vários bandeirantes e sertanistas: Salvador Fernandes Furtado descobriu as lavras do Ribeirão do Carmo (Mariana), Antônio Dias Cardoso revelou a existência do metal precioso no vale do Tripuí (Ouro Preto), o padre João Faria descobriu o famoso ouro preto. João Lopes de Lima apontou outras jazidas no Ribeirão do Carmo. Borba Gato revelou as minas de Sabarabuçu (Sabará). Domingos Fonseca Leme descobriu ouro em um afluente do rio das Velhas. Domingos do Prado, no rio Pitangui. Bartolomeu Bueno, no rio Pará. Antônio Garcia Cunha, nas margens do rio das Mortes (São João DeL Rei).
Tantas descobertas simultâneas e em áreas relativamente distantes entre si, evidentemente, não foram meras coincidências. O desabrochar instantâneo de tantas minas tem explicação mais pragmática: em 1694, sucumbindo ao óbvio, a Coroa Portuguesa decidiu modificar a legislação que a tornava dona de todos os minérios encontrados no Brasil. A partir de então, o direito de posse das minas seria concedido ao descobridor, cabendo ao rei apenas e tão-somente um quinto dos achados. Agora, o ouro estava acessível a quem se interessasse por ele. Só então os sertanistas de São Paulo revelaram ao mundo as minas que já deveriam conhecer havia pelo menos 20 anos. O fato teve repercussão global, pois as lavras encontradas nas Gerais configuraram a maior descoberta de ouro registrada no planeta, até então. Foi o maior volume de ouro, explorado da forma mais célere. Portugal instituiu um método, extremamente, eficiente de exploração do ouro mineiro. Em breve, as mais de mil toneladas, oficialmente, arrancadas das entranhas da terra fariam o fausto e a opulência das cortes européias, especialmente da Inglaterra, graças ao Tratado de Methuen (o tratado dos vinhos e dos panos), curiosamente, assinado com Portugal,logo após ao descobrimento das minas auríferas, em 1703, no qual se estabeleceu, entre outros termos, que à Inglaterra caberia metade de todo o ouro descoberto no Brasil. Portugal se beneficiou com pouco do ouro explorado nas Minas Gerais. Boa parte da porção de ouro que caberia aos portugueses, conforme as absurdas cláusulas do tratado, foi parar nas mãos do Vaticano e da Casa Real dos Hapsburgs da Áustria, a monarquia mais influente da Europa, na época.
O ouro extraído de nossas terras criou as condições financeiras necessárias para a mais importante revolução econômica do mundo - a Revolução Industrial. O ouro mineiro permitiu que a circulação de moeda fosse triplicada na Europa, já que o metal era e ainda é usado como lastro para emissão monetária. Diante da abundância monetária conseqüente da abundância de ouro nos mercados europeus, foi possível o acúmulo de capitais que resultaram na Revolução Industrial, primeiramente, na Inglaterra, graças ao tratado dos vinhos, panos e muito ouro.
Mas, o ouro mineiro não foi todo perdido. Ele foi responsável pelo surgimento de uma cultura urbana frenética, complexa e esplendorosa, sem precedentes em terras americanas e ainda há bastante ouro em Minas. O chamado ouro de aluvião que se extraiu facilmente e em grande quantidade nas margens dos ribeiros, este sim se esgotou. O ouro de filões e veios ainda é farto.
O que, definitivamente, encerrou o ciclo do ouro em Minas foi a abolição da escravidão. Sem escravos a atividade se tornou inviável, sob o ponto de vista econômico. Foi quando houve o predomínio das companhias inglesas na exploração do ouro mineiro, as quais implantaram métodos industriais de extração do metal, alcançando grande produção, em continuidade à histórica pilhagem da riqueza de Minas. Posteriormente, diante da onda nacionalista que se irrompeu com o Estado Novo de Vargas e da justificada consternação que a usurpação de nosso ouro, historicamente, tem afetado o imaginário da nação, Getúlio Vargas, finalmente, desmantela grande parte do sistema de exploração aurífera montado pelos ingleses e ,desde então, explorar ouro em Minas se tornou tabu.

Diamantes do médio rio Jequitinhonha, Minas Gerais: qualificação gemológica e análise granulométrica

Diamantes do médio rio Jequitinhonha, Minas Gerais: qualificação gemológica e análise granulométrica




RESUMO
Os depósitos aluvionares da bacia do Rio Jequitinhonha, em Minas Gerais, constituíram a fonte da maior parte dos diamantes produzidos no Brasil desde 1714 até meados da década de 1980. Essa importância histórica e econômica motivou a apresentação dos dados quanto à granulometria e qualificação gemológica dos diamantes nas áreas de concessão das mineradoras Tejucana e Rio Novo. Em adição, a amostragem adquirida em 14 pontos ao longo do rio é instrumental para a composição de um banco de dados, tendo em vista a identificação da origem de populações de diamantes. No mega-lote estudado, constituído por 186.052 pedras (17.689 ct), merece ser destacada a grande proporção (82,2%) de diamantes gemológicos.
Palavras-chave: Rio Jequitinhonha, diamante, distribuição granulométrica, qualidade gemológica.

ABSTRACT
The Jequitinhonha River basin alluvial deposits, in Minas Gerais, were the source of most of the Brazilian diamond production since 1714 until the last middle eighties. This historical and economical importance is in itself a reason to publish grain-size and gemological quality data concerning the diamonds of the Tejucana and Rio Novo mining companies concession areas. In addition, extensive sampling (186,052 stones or 17,689 ct) on 14 locations along the river can contribute to create an important database to identify the origin of different diamond populations. Among other observations, the high proportion (82,2%) of gem diamonds should be stressed.
Keywords: Jequitinhonha River, diamond, grain-size distribution, gemological quality.



1. Introdução
Diamantes foram descobertos no Brasil nas proximidades de Diamantina, centro-norte de Minas Gerais, ao início do século XVIII. Nesse contexto, a bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha se destaca por sua importância, não só histórica, como também comercial, uma vez que a maior parte dos diamantes daquele distrito foram produzidos sobre tal bacia, nas suas porções superior e média. No médio curso do rio Jequitinhonha, os aluviões são mais largos, permitindo a operação de grandes dragas de alcatruzes, como as das mineradoras Tejucana e Rio Novo, ao contrário do que ocorre no seu alto curso. O objetivo do presente trabalho é apresentar os dados quanto a granulometria e qualidade comercial referentes à produção de diamantes do Médio Jequitinhonha. Além disso, busca-se compor um banco de dados que apóie o desenvolvimento de um modelo para a identificação da origem de diferentes populações de diamantes.

2. Depósitos diamantíferos do rio Jequitinhonha
Na porção superior do rio Jequitinhonha, os vales são apertados, freqüentemente formando canyons entalhados sobre as rochas quartzíticas da serra do Espinhaço. Nessa área, como a largura dos aluviões raramente excede os 20 m, somente atividades garimpeiras são viáveis. A partir da localidade de Mendanha , o rio ganha o seu médio curso, desenvolvendo aluviões mais largos, muitas vezes com o flat alcançando 1.000 m de largura, onde as companhias Tejucana (atualmente com os serviços interrompidos) e Rio Novo operam diversas dragas de alcatruzes, acompanhadas, respectivamente, de dragas de sucção. No processo minerador, a draga de sucção segue à frente retirando o capeamento arenoso, estéril, enquanto a draga de alcatruzes, em seguida, escava, recolhe e trata o cascalho basal do depósito, rico em diamantes (ouro também é recuperado como subproduto).






A lavra de diamantes aluvionares do rio Jequitinhonha abrange exclusivamente sua calha atual, de idade recente a sub-recente. A fonte desses diamantes está concentrada nos conglomerados proterozóicos intercalados na Formação Sopa-Brumadinho, aflorantes em porções altas da serra do Espinhaço nas cabeceiras do rio e sua margem oeste, constituindo, assim, um novo ciclo geológico de erosão-deposição. A forte queda no gradiente do rio, com altitudes entre 1.200-1.500 m no espigão serrano para 700-600 m na área da jazida, fez com que os diamantes fossem reconcentrados nesse trecho aluvionar estudado . Na área de concessão da Mineração Rio Novo, mais ou menos na parte central do depósito (em termos longitudinais), a espessura média do cascalho mineralizado é de 4 m, para uma cobertura estéril que, em geral, alcança porte similar



 
3. Identificação da fonte de lotes de diamantes
Desde quando foi percebido que a produção diamantífera de certos países africanos, como Angola, Serra Leoa e Congo, estava atrelada ao financiamento de grupos engajados em guerras civis locais (os chamados conflict diamonds, também conhecidos em português como "diamantes-de-sangue"), uma campanha internacional patrocinada pela ONU tem procurado impor sanções à importação de material desses países. Além disso, a comunidade consumidora, sentindo-se moralmente abalada por tais acontecimentos, estimulou a pesquisa de propostas científicas visando a conhecer a real procedência dos lotes de diamantes, para evitar que essa produção chegasse aos grandes centros lapidadores. Entretanto, logo ficou claro que inexistiam metodologias científicas seguras capazes de identificar tal procedência (Janse, 2000; Shigley, 2002).
Desde longa data se tem percebido que diferentes depósitos diamantíferos, desde os primários, mostram particularidades específicas (Lewis, 1887). Nesse sentido, as médias de tamanho, valor ou qualidade gemológica, a freqüência relativa de formas cristalográficas, a presença de certas variedades, bem como outras propriedades químicas afins, poderiam ser relacionados com certos depósitos ou áreas diamantíferas. Estudos nesse sentido foram inicialmente propostos para alguns kimberlitos sul-africanos (Harris et al., 1975, 1979), norte-americanos (Otter et al., 1994) e para os pláceres costeiros da Namíbia (Sutherland, 1982). No Brasil, estudos semelhantes incluíram os diamantes da mina de Romaria - Triângulo Mineiro (Svisero & Haralyi, 1985), do rio Tibagi - Paraná (Chieregatti, 1989) e da serra do Espinhaço - norte de Minas Gerais (Chaves, 1997; Chaves et al., 1998).
Diversos autores (Chambel, 2000a,b; Chaves et al., 1998; Janse, 2000; Shigley, 2002) procuraram enfatizar que os diamantes de determinado depósito têm uma história geológica comum e, assim, devem possuir características que são "únicas" para cada depósito. Documentando tais características, elas poderiam conduzir à identificação do local de origem do lote de diamantes. Para isso, entretanto, precisa-se envolver análises estatísticas sobre populações de diamantes com grande número de indivíduos e os resultados precisam de ser compilados dentro de um programa de dados para cada área produtora de diamantes do mundo. Tal assinatura mineralógica, ainda que bastante fácil de se obter nas jazidas em fontes primárias, torna-se mais complicada em relação aos depósitos secundários, muitas vezes dispersos sobre grandes regiões. A apresentação dos dados referentes aos aluviões do rio Jequitinhonha pretende ser uma contribuição a tal proposta.

O mistério do tesouro de Mont Blanc

O mistério do tesouro de Mont Blanc


Chega a parecer enredo de história em quadrinho. O mistério do tesouro perdido no Mont Blanc reúne um prefeito francês, um alpinista alpino, um historiador, um Judeu que é um rico comerciante de pedras preciosas de Londres, e suas conexões tênues em busca de um saco de jóias perdidas descoberta no pico de Mont Blanc.
A história começa em 24 de janeiro de 1966. No ar, o avião da Air India, vôo 101 começa sua descida em direção ao aeroporto de Genebra. O piloto teve a infelicidade de calcular mal a altitude da aeronave e o Boeing 707 se viu em rota de colisão com o cume do Mont Blanc, a montanha mais alta da França.
Todas as 117 pessoas a bordo morreram quando o avião acertou a montanha.
“Ele fez uma enorme cratera na montanha”, disse um guia de alpinistas que foi o primeiro a chegar ao local. Ele começou dizendo. “Tudo foi completamente pulverizada. Nada era identificável com exceção de algumas cartas e pacotes.”
E foi aí que “o bicho pegou”. Pacotes?? Pacotes???
Adivinha só o que estava num destes pacotes?
Várias tentativas de resgate para recuperar os corpos e destroços foram canceladas devido ao mau tempo no cume. Muitos restos da aeronave – incluindo um saco do correio diplomático e um cubo de roda – foram recolhidos lá de cima desde a tragédia, mas pedaços de metal retorcido do avião ainda se encontram em cantos e recantos do pico.
O saco de correio diplomático localizado nas montanhas
O saco de correio diplomático localizado nas montanhas
Demorou meio século, no entanto, para o local do acidente revelar o seu maior segredo: as pedras preciosas!
Entre os destroços em chamas que se espalharam através da uma geleira, uma pequena caixa cheia com mais de 100 esmeraldas, safiras e rubis foi arremessada pelo ar e engolida pelo gelo da montanha.
Uma cópia do jornal que além estava lendo à bordo do avião. O jornal incrivelmente sobreviveu ao desastre
Uma cópia do jornal que além estava lendo à bordo do avião. O jornal incrivelmente sobreviveu ao desastre
A caixa, que agora duas famílias estão reivindicando, tinha seu nome estampado na lateral. Ela afundou na geleira, só reaparecendo 47 anos depois, pelas mãos de um escalador local, que após encontrar a caixa, levou até a polícia local.
Os jornais noticiaram a decisão do alpinista de não ficar com o seu achado, no valor estimado de € 246.000!
“Como você pode ver, ele é muito honesto”, disse o chefe da polícia local Sylvain Merly. “Ele era um alpinista … e ele não queria ficar com algo que pertencia a alguém que tinha morrido.”
Merly levou as jóias direto para o prefeito de Chamonix, que as armazenou em um cofre no subterrâneo da prefeitura até que os meios de comunicação foram informados do caso.
Quando a história veio à tona, os jornalistas começaram a futucar o caso em busca de mais detalhes.
Curiosamente, aquele acidente não foi o primeiro, mas sim o segundo acidente da Air India na mesma área! Dezesseis anos antes, um outro avião, um Constellation conhecido como Malabar Princess, tinha caído na montanha, também em sua aproximação para Genebra. Assim, os destroços de dois aviões estão espalhados sobre essa área.
Dan disse que o rumor local, era que o alpinista que descobriu o saco de jóias era um homem de Bourg-Saint Maurice, uma aldeia a três horas de de Chamonix. “Todos nós ouvimos que estava acontecendo, mas era um mistério. Agora sabemos que foi fato um verdadeiro -.. Mas ainda não sei quem era”
Embora pareça uma história linda de honestida à toda prova, o caso pode não ser muito bem assim:
Ao que parece, os jornalistas da BBC “suaram a camisa” em busca de fotos das pedras. Em vão. Olha o depoimento do jornalista. Chega a dar pena:
Eu comecei a fazer tentativas para filmar as jóias. Mas Sylvain Merly disse que não tinha mais autorização de discutir a história com os jornalistas, me dirigindo ao prefeito do departamento de Haute-Savoie, em Annecy. O gabinete do prefeito disse que não tinha nada a ver com a investigação e me enviou para falar com para François Bouquin, chefe de gabinete do prefeito em Chamonix. Bouquin por sua vez, deu de ombros e falou que o gabinete do prefeito não era responsável por conduzir o inquérito, me apontando o tribunal de Bonneville. O tribunal de Bonneville disse que não era com eles, e sim com o tribunal de Albertville, que, confuso e sem saber do que se tratava, me enviou de volta para Bouquin – que disse que, em retrospectiva, ele não tinha certeza de quem estava no comando do tribunal.
No fim das contas, depois de muito penar, o jornalista aumentou a pressão sobre as autoridades e ouviu uma resposta que lembra a nossa resposta padrão, usada até quando alguém é flagrado com dólar na cueca: A tipicamente brasileira “estamos investigando o caso”.
Após uma insistência gigantesca dos jornalistas, as autoridades de Chamonix enviaram uma foto das pedras: Dentro de sacos plásticos que tornam impossível de reconhecê-las. (parece piada, né?)
Os sacos com as pedras preciosas
Os sacos com as pedras preciosas
Francoise Rey se diz convencida de que o prefeito e o alpinista fecharam um acordo de 50-50 muito antes de divulgar aos jornalistas a existência das jóias. Segundo a lei francesa, há uma janela de dois anos em que o bem poderia retornar aos seus donos.
“Se nenhum proprietário é encontrado até então, metade vai para o prefeito de Chamonix e a outra metade vai para o alpinista”, o Mister honesto.
Francoise Rey diz que tem certeza do que está rolando:
“Tenho a certeza de que eles estão interessados em manter as pedras e que eles não vão fazer absolutamente nada para ajudar as famílias ou os proprietários a provar que são os donos legítimos das jóias.”
Como o prefeito Fournier, está em campanha para eleições locais, ele não estava disponível para responder as perguntas, por isso Bouquin falou em seu lugar, negando que eles pretendem dividir o achado (me espantaria é se ele dissesse o contrario).
“Essa sugestão de que fecharam um acordo é completamente louca. Não há acordo. Nós nem sequer sabemos quem encontrou as pedras. Há uma lei que obriga um procedimento que deve ser seguido, e isso é tudo.”
O fato é que 1990, enquanto Francoise Rey estava pesquisando para um de seus livros sobre acidentes da Air India naquelas montanhas, ela teve acesso a um dossiê criminal compilado pelo tribunal local de Bonneville, que continha muitos dos documentos recolhidos após o acidente.
Analisando suas notas, a Sra. Rey fez uma descoberta surpreendente. Anotada dentro das páginas são os detalhes de um documento de seguro para um pedido de jóias perdidas destinados a um homem, que vivia em Londres.
Ela havia anotado o nome da família: Issacharoff.
Infelizmente, porém, Francoise não conseguiu anotar o primeiro nome do reclamante. “Eu vi a carta. Que eu não tenho, mas eu vi. Já escrevi em minhas anotações o nome da pessoa que estava esperando as pedras em Londres. Estou certa de que há muitos mais detalhes nesta carta. A principal coisa a fazer é voltar a encontrar esta carta. Mas isso está sendo muito difícil. ”
Uma vez que o tal processo não será aberto ao público nos próximos 75 anos, quando qualquer um que queira terá acesso ao arquivo, o processo de localização da família dos donos das pedras parece ser um longo caminho a percorrer.
No entanto, uma rápida busca na internet revelou que a família Issacharoff é um dos maiores e mais antigos comerciantes de pedras no Reino Unido. A empresa familiar começou com o antepassado de origem russo-judaica em 1930. Os Issacharoffs tornaram-se os maiores importadores de pedras preciosas no país.
Avi, o atual diretor da empresa agora chamado Diamonds Henig, diz que ele pode lembrar que seu pai falou sobre o acidente, e também do alívio coletivo da família que não tinha nenhum parente naquele avião. Avi explica que normalmente, quando a família fez uma compra desse porte, um deles iria ao lugar para buscar as pedras pessoalmente.
Neto de Ruben e filho de Davi, Avi é o terceiro na linha sucessória de administração da empresa. Seu pai não pode mais se lembrar dos detalhes exatos. “Consultamos nossos advogados, mas eles nos disseram que não tinha grandes chances. Nós não temos registros que datam de 50 anos atrás. A única maneira de provar a propriedade é se nosso nome estivesse escrito na embalagem.”
A família Issacharoff com sede em Londres não são os únicos pretendentes das jóias. Outro conjunto de Issacharoffs, esses da Espanha – curiosamente não são aparentados, mas, ainda mais curiosamente, esses também são comerciantes de pedras preciosas – já estariam se aproximando das autoridades francesas, na tentativa de obter acesso à carta que Francoise Rey fala.
Bouquin, do gabinete do prefeito, diz que viu a embalagem em que foram encontradas as pedras, mas não é necessariamente possível extrair um nome dela.
“Talvez nós pudéssemos ser capaz de identificar o nome no pacote, mas é muito difícil de ter certeza. Ele esteve 50 anos sob o gelo.”
Enquanto isso, os dias e os meses vão passando…

Opala, o mineral que não é um cristal.

Opala, o mineral que não é um cristal.


Será verdade que a mineração é uma “atividade extrativista de safra única” como intensamente divulgado?

Será verdade que a mineração é uma “atividade extrativista de safra única” como intensamente divulgado?



 
À medida que a crise da mineração mundial recrudesce, os nossos ouvidos são bombardeados por várias frases de efeito.

Na maioria das vezes, de tanto ouvirmos esses ” mantras virais” geralmente propalados por políticos, juristas, analistas e até por “especialistas” em mineração, acabamos acreditando sem contestar, em um clássico caso de fecundação pelo ouvido...

A frase que eu quero dissecar aqui de que “ a mineração é uma atividade extrativista de safra única”foi, aparentemente criada pelo Presidente Arthur Bernardes. Essa frase vem sendo repetida, ad nauseam, por milhares como um verdadeiro dogma de fé.

Será que o minério é, realmente, um bem não renovável e quando ele acaba não mais existirá um substituto, ficando somente a lembrança?

Preocupante não é?

Fique tranquilo. Esse conceito não passa de um terrorismo verbal sem nenhum fundamento científico-econômico. Trata-se de uma afirmativa absolutamente equivocada que, na realidade, vem sendo desmentida, a cada dia, ao longo da evolução do Homem.

Para entendermos o gigantesco erro desta frase temos que entender o conceito de minério: minério é um ou mais minerais que podem ser extraídos economicamente.

Quando falamos em minério falamos, sempre, em um conceito econômico.

Aquilo que hoje é considerado minério talvez fosse considerado “lixo” ou estéril há algumas décadas. Da mesma forma, muito do que é considerado estéril (que não pode ser lavrado economicamente) ou “lixo” pelos mineradores de hoje, poderá se tornar minério no futuro próximo.

O minério que estamos lavrando hoje é o que de melhor existe em termos de teores, métodos de extração, processamento e de custos operacionais, tudo dentro dos parâmetros atuais da economia e do conhecimento humano.

Se algum geólogo descobrir uma nova fonte de um determinado mineral, que possa ser lavrada a custos substancialmente mais baixos, aquilo que era considerado, até então, minério passa a ser rejeitado nas minas.

Em casos mais sérios as minas são fechadas por questões econômicas: é quando o minério vira estéril.

É o caso atual das centenas de minas de minério de ferro, fechadas em todo o mundo, especialmente na China, por questões de economicidade.

Já, do outro lado do espectro, assim que um determinado mineral começar a escassear os preços irão subir, graças a uma oferta menor. Os preços mais altos permitirão a lavra econômica de novos tipos de minério, desconsiderados até então.

O petróleo é um bom exemplo.

Antigamente só era econômico a extração de petróleo continental, raso, com custos operacionais baixíssimos, de poucos dólares por barril. À medida que o preço do barril subiu outros tipos de jazidas se tornaram, também, econômicas. É o caso do petróleo de águas profundas como o do pré-sal e aquele encontrado nas areias betuminosas do Canadá cujos custos operacionais ainda são muito elevados.

Este conceito se aplica, literalmente, à todos os tipos de minérios.

Quando os depósitos de minério de ferro de alto teor (>63% Fe) tipo Carajás forem totalmente lavrados os mineradores começarão a minerar aqueles de mais baixo teor. Será a vez dos 58% de ferro, que serão substituídos pelos de 40%, 30% etc...

O interessante é que os volumes de minérios de mais baixo teor são, sempre, maiores do que os de alto teor.

Ou seja: a medida que os minério de alto teor acabarem eles serão substituídos por volumes exponencialmente maiores de minérios de mais baixo teor.

A nova “safra” terá, sempre, uma tonelagem maior do que a anterior...

Isso mostra que a mineração na Terra terá uma longevidade imensa. Mesmo depois de vários séculos ou milênios de mineração, serão raríssimos os minerais que irão se exaurir sem que tenham um substituto economicamente viável.

E, até nestes casos, uma nova janela irá se abrir, a da mineração espacial, e novas “safras” irão se repetir...

asteróide mineral