quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Turmalina

Turmalina

A turmalina é uma pedra que vem em uma infinidade de cores. Ela é uma das pedras anteriormente chamadas de semi-preciosas e é muito popular em jóias. Turmalinas pode ser vermelhas, amarelas, azuis, verdes, bicolores, tricolores, ou mais.
A turmalina vermelha é chamada rubelite e é altamente cobiçada. Sua cor vermelha vem do lítio. Vai de rosa vermelho com uma pitada de roxo, mas o rubi é o mais procurado. Há muitas inclusões, tais como calúnia, canais, geadas ... Estes não tiram o seu valor como pedra, o contrário, a partir do momento em que eles não são numerosos, não impedindo refração da luz. Há rubellites no Brasil, Madagáscar e Moçambique.
A turmalina amarela é uma pedra nova. Foi descoberta no Malavi no final de 2000. Esta é a única cor que faltava em turmalina, a cor mais procurada é o canário. Você pode encontrar esta pedra no Malavi e no Brasil. turmalinas amarelas também estão presentes em outros países, como Madagáscar, Tanzânia e Sri Lanka, mas tem um fundo marrom.
A turmalina verde é uma pedra muito utilizada por joalheiros e muito procurada, porque tem muitos tons de verde. O verde é o mais procurado depois de verde esmeralda, mas há também outras variantes: verde amarelado, verde oliva, marrom, verde escuro, verde-claro. Esta pedra pode ser montado como um pingente, anel, brincos ... Há turmalinas verdes no Brasil, Paquistão, Moçambique, Nigéria ...
Turmalina azul é uma pedra rara que pode ser encontrado no Brasil, Nigéria, Afeganistão ... A mais conhecida e mais bonita é a azul turmalina Paraíba. Descoberta em 1987, ela veio de Minas Gerais. Sua coloração é azul-turquesa ao azul índigo. É raro encontrar tamanhos grandes de pedras, e quando eles existem, eles estão alcançando recorde de valor e não são incluídos na negociação do mercado atual.
A turmalina negra não é muito conhecida no uso de jóias; por ser muito escura, não deixar qualquer transparência. As pedras vêm do Brasil, Madagascar ...
A turmalina multicolorida é muito variada, durante o seu crescimento, a turmalina pode mostrar cores diferentes. Pedras brutas são encontradas em Minas e são de tamanhos diferentes podendo ser muito finas e muito amplas. Há muitos nomes para a miscelânea de turmalinas multicoloridas ou bicolores. Elas são por fora rosa e verde – e por dentro vermelhas. Nós compramos várias turmalinas de muitas cores quando viajamos ao Brasil. Nós criamos peças únicas a preços razoáveis: brincos ou pingentes. Há turmalinas multicolorida no Brasil, Sri Lanka, Madagascar ...
A dureza das turmalinas é de 7 a 7,5 na escala de Mohs.

Nova mina de Turmalina Paraíba renderia 1 bilhão de dólares a investigados na operação 'sete chaves'

Nova mina de Turmalina Paraíba renderia 1 bilhão de dólares a investigados na operação 'sete chaves'

Os diálogos interceptados durante a Operação Sete Chaves revelam a descoberta de nova reserva de turmalinas Paraíba, negócio “muito bom”, segundo os investigados. Eles comentam que lucrarão cerca de “um bilhão de dólares” com o negócio e que estarão “bem de vida até a sexta geração da família de todos eles”.
Diálogo interceptado, em abril de 2014, revela a visita de especialistas do Gems Institute of America à mina em São José da Batalha. No trecho, um dos investigados comenta que na semana anterior havia extraído pedras de qualidade e que a visita dos americanos foi encomendada por Sebastião Lourenço e Azizi, com o objetivo de analisar a qualidade da extração das turmalinas paraíba.
Entre os dias 31 de março de 2014 e 17 de abril do mesmo ano, uma expedição do GIA visitou minas brasileiras nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Paraíba. A expedição tinha o objetivo de “reunir informações e documentar o estado atual das minas de pedras coloridas, particularmente esmeralda e turmalina”.
Turmalina paraíba é uma das pedras preciosas mais caras do planeta
Embora haja turmalinas em outras regiões do Brasil e do mundo, apenas as gemas do distrito de São José da Batalha (PB) conseguem alcançar teores de cobre acima de 2% A turmalina paraíba é uma das pedras preciosas mais caras do planeta. Em razão de suas características particulares, de seu azul incandescente, a gema paraibana exerce fascínio em todo o mundo, sendo utilizada nas joias confeccionadas por grifes nacionais (Amsterdan Sauer e H Stern) e internacionais (Dior e Tiffany & Co UK).
Estima-se que um quilate (0,2 grama) da pedra custa em média U$ 30 mil e pode chegar a custar até U$ 100 mil, dependendo das características da gema. A maior dessas pedras já encontrada, a Ethereal Carolina Divine Paraíba, tem 191,87 quilates e é de propriedade do filantropo canadense Vicente Boucher. A pedra foi avaliada em até U$ 125 milhões.
As turmalinas são um minério comum encontrado em várias localidades. Entretanto, a autêntica turmalina paraíba possui traços de cobre, manganês e ouro em percentuais únicos, o que proporciona um efeito de fluorescência que não se encontra em nenhuma outra gema. Embora haja turmalinas em outras regiões do Brasil e do mundo, apenas as turmalinas do distrito de São José da Batalha (PB), conseguem alcançar teores de cobre acima de 2%. No Rio Grande do Norte e África, onde se exploram também turmalinas, os teores de cobre não chegam a 0.80%.
A pedra foi batizada de turmalina paraíba por ter sido encontrada pela primeira vez em São José da Batalha, distrito do Município de Salgadinho, na região do Cariri, interior da Paraíba, a 244 km da capital. Segundo relatos da imprensa, a primeira turmalina paraíba foi descoberta em 1982 por Heitor Dimas Barbosa, dono da Mina da Batalha. Na época da descoberta, Heitor Barbosa foi citado em revistas estrangeiras como o homem que descobriu a raríssima turmalina paraíba. A qualidade excepcional da pedra foi comprovada pelo Gemological Institut of America (GIA) nos Estados Unidos.

A mística dos diamantes

A mística dos diamantes


Uma exposição minuciosa mostra todas as formas e cores do brilhante, a mais preciosa das pedras. E revela que os cristais guardam segredos sobre a origem da nossa galáxia.

Um diamante de 1 quilate, ou um quinto de grama, pode valer 1 milhão de dólares. Descoberto na Índia, o brilhante mais precioso fascinou gregos e romanos e conquistou todos os reis da Europa. Deixou de ser privilégio da aristocracia, mas nunca perdeu a aura de distinção. Não é só a beleza que o torna tão especial. Os fragmentos que enfeitam um brinco podem ter 3 bilhões de anos. Um diamante é a matéria mais velha que alguém pode possuir.
Quem for a Nova York  poderá ver a mais completa exposição já realizada sobre o tema, A Natureza dos Diamantes, no Museu Americano de História Natural. Ela reúne jóias de tirar o fôlego, cristais crus incrustados em rochas vindas do fundo do Terra, gemas de muitos usos e utilidades e tecnologias sofisticadas, da mineração à reprodução artificial.
Entre tantos tesouros magníficos, uma pedra negra passa quase despercebida. Mas não deveria. Trata-se de um pedaço do meteoro Allende, caído em 1969 na cidade mexicana que deu nome à rocha. Incrustado nele, cientistas acharam, em 1987, minúsculos grãos de diamante, nanodiamantes, visíveis apenas em microscópio, mais velhos do que o Sol. Têm entre 4,6 bilhões e 12 bilhões de anos, a idade da estrela e a idade da nossa galáxia, respectivamente.
São diamantes ETs, vindos não se sabe de onde. E em sua composição química carregam informações inéditas sobre a explosão que formou o nosso sistema solar. “São as amostras mais velhas que temos”, disse à SUPER o físico George Harlow, curador da exposição. “Elas podem desvendar fatos ainda não conhecidos sobre a nossa origem”
Quebrando a banca
O Incomparável é o terceiro maior diamante do mundo. Tem 407,48 quilates (81 gramas) e foi cortado de um bloco de cristal bruto (ao lado), achado na África do Sul, que pesava 890 quilates (178 gramas). Em 1984, um milionário suíço comprou-o, num leilão na loja Christie’s, em Nova York, por 13,2 milhões de dólares.
Mensagem subliminar
A bela Marilyn Monroe seduziu meio mundo no filme Os Homens Preferem as Loiras, de 1953, cantando a música Os Diamantes São os Melhores Amigos das Garotas. Seu carisma ajudou a popularizar a imagem glamourosa dos cristais e seu comércio. Desde 1930, as grandes joalherias vinham emprestando brilhantes gratuitamente aos estúdios de Hollywood para as atrizes exibirem em filmes. Mas estes, que Marilyn usou, eram de vidro.
A pedra mística que deu a volta ao mundo
Lorelei Lee, a nem tão ingênua garota que amava diamantes, interpretada por Marilyn Monroe em Os Homens Preferem as Loiras, talvez fosse até feminista. No filme, ela retruca ao sogro que a acusa de querer o dinheiro do filho: “Quem, eu? Eu, não. Você não sabe que a riqueza do homem é como a beleza da mulher? Você pode não se casar com uma garota só porque ela é bonita. Mas, meu Deus, ajuda, não é?” Para Lorelei, os diamantes são uma espécie de seguro das mulheres contra as juras de amor fáceis dos homens. Bem mais confiáveis.
Nem sempre os cristais foram apreciados pelo valor econômico. Na Índia, textos religiosos do século IV antes de Cristo já descrevem a beleza das gemas como a essência da pureza. Na cultura hindu, a durabilidade da pedra ganhou significação mística e poderes supostamente mágicos.
As caravanas levaram os cristais do Oriente para a Grécia. No século I, os romanos usavam anéis de diamante como talismã contra o azar, mas a pedra não era considerada preciosa. No primeiro milênio em que o cristianismo se expandiu, ela foi quase esquecida na Europa. No Oriente, entretanto, conquistou reis da Pérsia e sultões islâmicos.
Proibido pela lei
O culto europeu começou quando o rei da França Luís IX (1214-1270), proibiu as mulheres de usarem os diamantes, reservando-os ao soberano. No século XV, a insinuante Agnes Sorel, amante do rei Charles VII (1403-1461), tornou-se a primeira mulher a desafiar a lei. E toda a corte francesa imitou-a.
Veneza, capital do comércio com o Oriente, foi o primeiro centro de cristais. A descoberta da rota marítima para as Índias aumentou a oferta deles. No século XV, as alianças de diamantes passaram a freqüentar casamentos nobres, simbolizando, pela durabilidade, os ideais românticos do amor cortesão.
Em 1730, quando já rareavam na Índia, descobriu-se diamante em Minas Gerais. A produção brasileira inundou a Europa, o preço baixou e o culto generalizou-se. Até 1840, o Brasil foi o maior produtor.
Em 1869, o garimpo brasileiro já estava esgotado, mas a abertura das minas na África do Sul ampliou a oferta, novamente. A aura dos brilhantes passou a ser disputada pelas famílias burguesas. Adotada por Hollywood, seu valor tornou-se universal. Lorelei fez milhões de seguidoras.
O maioral
O Golden Jubilee é o maior diamante do mundo. Tem 545,67 quilates (109 gramas). Foi descoberto na África do Sul, em 1994, e pertence à mineradora De Beers. Em 1997, um grupo de empresários tailandeses quis comprá-lo para dar de presente ao rei da Tailândia, por ocasião dos seus 50 anos de reinado. Mas a crise financeira da Ásia abortou o projeto. O preço foi mantido em segredo.

Amor eterno
O Diamante Krupp, com 33,19 quilates (6,5 gramas), foi comprado pelo ator Richard Burton para Elizabeth Taylor, sua esposa, por 305 000 dólares, em 1968. Era um símbolo de eterna fidelidade. Mas o casamento não durou mais que doze anos.

Do Brasil para Portugal
Tiara de 25 estrelas da rainha Maria Pia (1847-1911), de Portugal. Tem 502 diamantes. O do centro da estrela maior tem 21,6 quilates (4,3 gramas). A estrutura é de ouro e prata. Foi feita em 1866, com pedras brasileiras. Pertence ao Museu do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. O valor é inestimável.
O arco-íris
Uma amostra de raros diamantes coloridos naturais. Há uma gema com cor para cada 10 000 transparentes. O que tinge os cristais é a combinação de impurezas e átomos não-carbônicos, como o nitrogênio e o boro.
O segredo imemorial dos ETs de pedra
Quando o Sistema Solar se formou, muitos ingredientes originais se derreteram ou se vaporizaram, perdendo sua identidade química. Mas os diamantes saíram ilesos do inferno. Em 1987, os químicos Roy Levis e Edward Anders, da Universidade de Chicago, descobriram grãos de brilhante nos meteoros Allende, que caiu no México em 1969, e Murchison, caído na Austrália, no mesmo ano. Tinham entre 1 e 5 milionésimos de milímetro.
Em 1996, o geólogo Tyrone Daulton, do Laboratório Nacional Aargonne, nos Estados Unidos, descobriu que os nanodiamantes dos meteoros se condensaram no ambiente rico em carbono gerado pela morte de estrelas gigantes vermelhas, há bilhões de anos, quando a nossa galáxia estava se formando. Mais antigos do que o Sol, esses grãos abriram uma janela com vista panorâmica para a evolução das estrelas (veja infográfico, ao lado).
O conhecimento da origem do Sistema Solar depende do exame da composição da nuvem primordial de gás e poeira. Os cristais ETs constituem uma fração dessas partículas que formaram tudo, inclusive nós, os seres humanos. “São uma fonte preciosa de informações”, disse Daulton à SUPER. “Vários átomos de carbono do nosso corpo já foram diamantes pré-solares”.
A microestrutura dos cristais gravou segredos sobre os ciclos de evolução estelar, suas condições químicas e a escala atômica dos mecanismos de condensação. Pode desvendar os graus de pressão, de temperatura e a composição do ambiente das estrelas. O que não é pouco, nota Daulton: “Fica mais fácil descobrir a receita familiar secreta do suflê do seu amigo quando você conhece todos os ingredientes”.
Choque criativo
Meteoros também “fabricam” diamantes. Colisões cósmicas causam o que os geólogos chamam de “choque metamórfico”: um impacto capaz de transformar em cristal o carbono das rochas atingidas. Foi o que aconteceu na cratera de Popigari, na Sibéria (veja infográfico abaixo). Já foram descobertos diamantes em nove das 150 crateras de meteoros da Terra.
Há 65 milhões de anos, lembra Goerge Harlow, um grande impacto cósmico, entre os períodos Cretáceo e Terciário, coincidiu com a extinção dos dinossauros. Os diamantes também registraram isso. “Esta área de pesquisa”, afirma o curador da exposição, “deverá contribuir com descobertas incríveis.”
O método Super-Homem
O personagem de quadrinhos, inventado em 1938 por Jerry Siegel e Joe Shuster, transformava carvão em diamante com as mãos. Seu filho, numa história de 1991, também. A idéia é delirante, mas, teoricamente, possível. Basta aquecer o carvão com visão de raios X até a temperatura de 1 400 graus Celsius e apertá-lo com a pressão de 55 000 quilobares – o equivalente ao peso da Torre Eiffel (2,3 milhões de quilos) sobre uma moeda de 1 centavo. Brincadeira, para o superbebê.

Um ET em 3x4
Asteróides caídos na Terra trouxeram grãos de diamantes incrustados, como mostra esta imagem de microscópio de um cristal de 0,0000020 milímetro do meteoro Allende. A estrutura cristalina está colorida de azul. Os pontos pretos correspondem às colunas de átomos de carbono.

Viagenzinha longa
Durante a explosão das estrelas gigantes vermelhas, ocorrida entre o nascimento do Sol, há 4,6 bilhões de anos, e a formação da nossa galáxia, há 12 bilhões de anos, a condensação dos gases criou grãos de poeira e microdiamantes.

A união e a força

Diamante e grafite são dois tipos de cristal de carbono. A diferença entre eles está no arranjo das moléculas: a ligação entre os átomos faz do diamante a substância mais dura que existe.

O diamante é composto de bilhões de blocos iguais, formados por 8 átomos de carbono, cada um ligado fortemente a 4 vizinhos. A célula tem a forma de cubo. Se você der uma martelada, a pedra nem sente; quem sai perdendo é o martelo.
O grafite é formado por anéis de 6 átomos de carbono, bastante distanciados entre si e sem conexões adjacentes. Quebra fácil. Basta ver a ponta do lápis, que é feita de grafite.
Uma cápsula enviada do fundo da Terra
A maioria dos diamantes formados no planeta têm 3 bilhões de anos. Vêm de 150 quilômetros abaixo da crosta terrestre, da camada do manto superior, onde a temperatura ultrapassa 1000 graus Celsius e a pressão chega a 60 quilobares (1 bar é o peso da coluna de ar que vai do chão até a atmosfera, concentrado em cima de 1 centímetro quadrado).
As gemas concentram-se em dois tipos de rocha, a harzburgita e a eclogita, que sobem à superfície de carona no magma de um vulcão profundo, o kimberlito. Vulcões comuns têm até 60 quilômetros de profundidade e crateras de até 200 quilômetros quadrados. Os kimberlitos chegam a 150 quilômetros de profundidade, com crateras de apenas 1,5 quilômetro quadrado. Parecem uma cenoura enterrada (veja infográfico). O nome vem da mina de Kimberly, na África do Sul.
Hoje, a mineração concentra-se nas regiões árticas do Canadá, Sibéria, Escandinávia e Groenlândia. Mas ainda há diamantes de aluvião, levados para a superfície pelos vulcões e espalhados pela erosão. E depósitos marinhos, no fundo do oceano e em praias.
Mil e uma utilidades
Cem milhões de quilates de gemas naturais são extraídas anualmente e 400 milhões são fabricados em laboratório para fins industriais. Dos naturais, só 25 milhões de quilates acabam em jóias. É claro que os diamantes artificiais não têm o valor dos naturais: podem ser comprados por 1 dólar por quilate.
Poucas substâncias foram tão estudadas. O diamante é utilizado para cortar, modelar e polir. Penetra em tudo, e nada consegue riscá-lo, a não ser outro diamante. As sondas de perfuração de poços de petróleo usam cristais na ponta. As brocas que nos fazem sofrer no dentista têm diamante. A ponta de brilhante de certos bisturis cirúrgicos está sempre limpa e afiada porque ele repele a água, o sangue e os tecidos molhados.
A resistência à alta temperatura e a transparência tornam o diamante o material ideal para janelas de espaçonaves, como a da sonda Pioneer, feita de cristal artificial, que agüentou, em Vênus, uma pressão atmosférica 100 vezes maior do que a da Terra, em 1978.
O campo mais fértil é o dos microchips. A condutividade térmica dos diamantes promete supercomputadores que não esquentam. Graças à força indestrutível dos cristais, as máquinas do futuro poderão ter muito mais potência e velocidade.
O grande buraco
Em 1874, a mina de Kimberley (ao lado) era um pandemônio parecido com o de Serra Pelada, no Pará. Baldes pendurados em cordas levavam a terra escavada para ser examinada na superfície. A mina funcionou de 1869 a 1914, produzindo 150 milhões de quilates de diamantes (30 toneladas). Deixou um enorme buraco vazio, The Big Hole (foto maior), de 200 metros de profundidade.

Mineração na praia
Mina CDM, no litoral sudoeste da África do Sul. Um dique de areia de 15 metros de altura protege a escavação do mar. Retirada a areia, usam-se jatos de ar para procurar diamantes no leito.
Para saber mais
The Nature of Diamonds. Editado por George Harlow.
New York, American Museum of Natural History, 1997.
Na Internet: Centro de Informações de Diamantes De Beers http://www.adiamondisforever.com
Em Nova York: Exposição no American Museum of Natural
History. Central Park West com 79th Street. Até 30 de agosto.
Na Internet: http://www.amnh.org/exhibition/diamonds

As jóias da coroa

A realeza britânica lidera a pompa dos diamantes
Em 1905, um bloco de mais de meio quilo de diamante bruto, 3,106 quilates, 621 gramas exatamente, foi descoberto na mina de Kimberley, na África do Sul. O governo da província do Transvaal deu-o de presente ao rei Eduardo VII, da Inglaterra. A pedra foi dividida em nove brilhantes. O Cullinan I, de 530 quilates (106 gramas, o segundo maior diamante do mundo), foi instalado no cetro real (à direita), e o Cullinan II, de 317 quilates (63 gramas), foi montado na coroa. Em 1953, quando subiu ao trono, a jovem rainha Elizabeth II usou as jóias reais na sua foto oficial (acima). Tinha 27 anos.

Trombada metamórfica

A queda de asteróides na Terra pode transformar pedra em diamante.

1. Há 35 milhões de anos, um meteoro despencou na Terra, formando a cratera de Popigari, na Sibéria, com 60 quilômetros de diâmetro.

2. O choque esmagou rochas que possuíam átomos de carbono. A pressão enorme sobre elas e a temperatura, altíssima, provocaram uma metamorfose.

3. O grafite rico em carbono que havia na cratera virou cristal, formando diamantes de até 1 centímetro de diâmetro.

O cano de magma

A maior parte dos diamantes do planeta é extraída de um vulcão chamado kimberlito.

Cratera estreita
Os kimberlitos transbordam de crateras estreitas e têm entre 50 milhões a 1,6 bilhão de anos. Carregam cristais do fundo que chegam a ter 3,3 bilhões de anos.

Tubo profundo
Um tubo longo e estreito carrega para a superfície a erupção do kimberlito. Ela funciona como um elevador de cristais.

Massa quente
O magma sobe 150 quilômetros do manto da terra até a superfície, através de fissuras geológicas, transportando rochas de harzburgita e eclogita que contêm diamantes.

Como produzir um diamante

Métodos de laboratório cada vez mais simples fabricam cristais.
Diamantes sintéticos, como os da ponta desta broca (foto), podem ser condensados pelo processo CVD (sigla em inglês para Deposição de Vapor Químico). Na teoria, é simples: junta-se um pouco de hidrogênio, uma pitada de metano, uma fatia de silício e leva-se a mistura a um forno de microondas de alta potência. A uma temperatura de 800 graus Celsius, as microondas quebram as moléculas dos gases e formam um plasma, onde grãos de cristal se condensam, leatoriamente. À medida que a operação prossegue, os núcleos se multiplicam e fundem-se, criando um cristal contínuo.

Mina de turmalina na Paraíba está no centro de fraude internacional

Mina de turmalina na Paraíba está no centro de fraude internacional

Esquema explorava ilegalmente a turmalina paraíba, uma das pedras preciosas mais caras que existem. Operação teria ligação com Al-Qaeda.

Uma das pedras preciosas mais caras que existem em uma das regiões mais miseráveis do país. O Fantástico mostra como funcionava um esquema internacional para explorar ilegalmente a turmalina paraíba e levá-la para fora do Brasil.
Os repórteres Maurício Ferraz e Alan Graça Ferreira revelam como a turmalina paraíba chegava à Tailândia, em um esquema que teria conexão com um dos grupos terroristas mais temidos do mundo.
Sertão da Paraíba, cidade de Salgadinho, distrito de São José da Batalha. É uma das regiões mais pobres do país, mas guarda um tesouro valioso, 40 metros debaixo da terra.
O Fantástico teve acesso à mina que funcionava até janeiro deste ano sem autorização, sem segurança e com pouquíssima circulação de ar e iluminação.
Maurício Ferraz: Você anda, anda, anda e vai faltando o ar. Em alguns pontos da mina o que liga um túnel ao outro é um buraco de 15, 20 metros. Eles colocam madeiras e a gente tem que confiar.
O lugar está no centro de uma fraude internacional que envolvia empresários do Brasil e compradores estrangeiros, entre eles um homem do Afeganistão, Zaheer Azizi, suspeito de envolvimento com um dos principais grupos terroristas do mundo, a Al-Qaeda.

Apesar da precariedade no trabalho e dos riscos, uma preocupação a empresa tinha: fechar os túneis com grade. As grades são para evitar o roubo da pedra preciosa que era explorada ilegalmente. Os garimpeiros chamam de caolim, um tipo de uma argila. E é geralmente onde eles encontram a turmalina tão preciosa.
A turmalina paraíba é uma das pedras mais raras, mais caras e mais procuradas do mundo. Mais rara até que o diamante. “É umas das gemas mais caras que se tem pela raridade, porque o diamante, na verdade, geologicamente falando, não é tão raro quanto se pensa”, afirma Antônio Luciano Gandini, geólogo da Universidade Federal de Ouro Preto.
“A turmalina paraíba, devido ao seu neon, essa cor com essa grande luz que ela tem, ela impressiona os olhos de todo e qualquer consumidor. Nós podemos ter valores que podem começar de R$ 15 mil, R$ 20 mil e atingir até R$ 200 mil por quilate”, diz a joalheira e gemóloga Lydia Leão Sayeg.

Um quilate corresponde a 200 miligramas. O nome Paraíba vem do estado onde ela foi descoberta. Existem outros tipos de turmalina. Nenhuma tão valiosa quanto esta.

Além da Paraíba, mais três lugares do mundo produzem esse tipo de turmalina: no Brasil, no Rio Grande do Norte; e na África, na Nigéria e em Moçambique. Mas nenhum deles oferece uma pedra de maior qualidade do que São José da Batalha. “São as melhores ocorrências do mundo na Paraíba”, diz o geólogo Antônio Luciano Gandini.

Durante dois anos, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigaram minas da região. Também acompanharam os passos de garimpeiros e empresários no Brasil e no exterior com a ajuda do FBI, a Polícia Federal dos Estados Unidos. Assim, desvendaram o esquema de exploração ilegal das turmalinas paraíbas.

Rainieri Addario: É bom as pedras?
Sebastião Lourenço: Tem 150 gramas de mercadoria.
Rainieri Addario: Isso que tirou do passado ou tirou hoje?
Sebastião Lourenço: Hoje, começou hoje.
Rainieri Addario: Glória a Deus. Eu estou falando para você que nós vamos tirar um bilhão de doláres!

Duas pessoas falam na gravação, feita com autorização da Justiça em março do ano passado: Ranieiri Addario e Sebastião Lourenço. Ranieri seria um dos donos da empresa Parazul Mineração, que explorava sem autorização a mina do começo da reportagem.
Segundo a investigação, Sebastião era um dos líderes do grupo e o responsável pela venda das pedras. “Essa turmalina, a partir do momento em que ela é extraída, ela é ensacada transportada para Parelhas, município do Rio Grande do Norte”, diz o delegado da Polícia Federal Fabiano Martins.

Em Parelhas, fica a sede da mineração Terra Branca, empresa que tem autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral para extrair pedras preciosas. Sebastião é um dos investidores. O irmão de Ranieri, Ricardo, é um dos donos.

As turmalinas, raríssimas, eram misturadas com outras de menor valor. De acordo com a investigação, essa fraude era uma forma de tentar legalizar a exploração clandestina.

“Era feito dessa forma porque a organização criminosa não tinha autorização para lavrar turmalina paraíba na mina de São José da Batalha, mas tinha autorização para lavrar em Parelhas”, conta o procurador da República João Raphael Lima.
“De Parelhas elas iam para Governador Valadares, onde elas eram lapidadas e de lá elas eram remetidas para o exterior”, afirma Fabiano Martins.
Imagens feitas por agentes do FBI em fevereiro do ano passado mostram Sebastião vendendo turmalina paraíba extraída ilegalmente em uma feira na cidade de Tucson, no Arizona, Estados Unidos.
Segundo a PF, em apenas cinco dias, o grupo teria faturado US$ 1 milhão. Ranieri e Sebastião estão entre oito pessoas suspeitas de integrar a quadrilha. Sebastião e outros cinco foram presos. Ranieri está foragido. O outro homem que segue livre é um cidadão do Afeganistão: Zaheer Azizi.

“Era um financiador do grupo aqui no Brasil. Aquelas pedras eram enviadas de alguma forma para ele e ele vendia essas pedras em vários locais do mundo”, afirma João Raphael Lima.

O esquema foi denunciado por um brasileiro especialista em pedras preciosas, que prestava serviços ao grupo.
No depoimento, gravado pela Polícia Federal, o homem faz uma afirmação sobre Azizi: “Esse pertence à Al-Qaeda”.

A PF investigou essa alegação. Descobriu que o afegão está proibido de entrar no Brasil desde 2005, quando chegou com passaporte falso. Na época, as embaixadas do Brasil nas duas cidades onde ele tem casas, Islamabad, no Paquistão, e Bangcoc, na Tailândia, enviaram telegramas para o ministério das Relações Exteriores listando as suspeitas contra Azizi.

O texto diz que há alegações de que Zaheer Azizi estaria envolvido com os crimes de lavagem de dinheiro, contrabando de joias, tráfico de drogas e subsídio ao terrorismo. A direção da Polícia Federal diz não ter encontrado provas concretas ligando Azizi a grupos terroristas.

“É bom frisar que são apenas suspeitas”, diz o delegado.

“No Brasil não é crime financiar o terrorismo. O Congresso Nacional brasileiro em nenhum momento editou lei que tipifique o crime terrorismo”, afirma o procurador.

O Fantástico viajou até Bangcoc, na Tailândia, para procurar uma das lojas do afegão Zaheer Azizi naquele país. A jornalista Mariana Aldano foi até um centro comercial onde se vendem apenas pedras preciosas. Lá, paraíba é sinônimo de luxo e riqueza.
Maria Aldano: Bastou dar uma voltinha no shopping que a gente já encontrou uma prateleira cheia de turmalina paraíba. Depois de passar pelo controle de segurança, a gente conseguiu chegar até uma das lojas do Azizi e vamos ver se eles dão autorização e mostram para gente a turmalina paraíba.

Após se identificar como jornalista, a repórter é obrigada a apagar o que tinha filmado. Mas ela continua a gravar o áudio. O homem diz que o chefe é o senhor Azizi e que ele não está.

Segundo a investigação, era de escritórios como o citado que Azizi acompanhava seus negócios no Brasil, em tempo real, por câmeras de segurança. Em uma gravação, de novembro do ano passado, Azizi, em Bangcoc, conversa com Sebastião, na Paraíba:

Sebastião: Alô.
Zaheer Azizi: Oi.
Sebastião: Ei, Azizi.

O afegão deixa claro que consegue ver o brasileiro. “Eu posso vê-lo", diz Azizi.

Em nota, o advogado de Sebastião Lourenço afirma que Sebastião e Azizi se conhecem há muitos anos, e que o afegão é um cliente importante. Ele nega que Sebastião comercialize pedras da Parazul, a empresa que extraía ilegalmente a turmalina paraíba.

O advogado de Rainieri Addario também nega as acusações e diz que seu cliente não é mais sócio da empresa. “Ranieri foi vítima também dos que hoje administram a Parazul”, diz Ivanildo Albuquerque Filho, advogado de Rainieri Addario.

O irmão de Rainieri, Ricardo, também falou. Ele é dono da mineração Terra Branca, empresa do Rio Grande do Norte, onde, segundo a investigação, as pedras eram repassadas como legais. “Nós não temos nenhum vínculo com o que acontece na Paraíba para lá”, afirma Ricardo Addario, dono da mineração Terra Branca

Ele também afirma que não tem nenhum tipo de relação com o irmão. “Não vejo, não vi, ele não frequenta a minha casa", afirma Ricardo Addario.
“O Ministério Público Federal irá processar essas pessoas por organização criminosa com tentáculos internacionais, crime de usurpação do bem da União, crime ambiental”, afirma o procurador João Raphael Lima.
“Toda essa riqueza ia parar no exterior sem qualquer benefício para comunidade. Eles cavavam de uma forma rudimentar, absolutamente precária”, diz o delegado da Polícia Federal Fabiano Martins.
Situação que o Fantástico registrou, caminhando, com cuidado, pela mina em São José da Batalha.
Maurício Ferraz: Tudo muito improvisado. A fiação, molhada. A madeira que faz escoramento está bem podre, úmida. Eram nessas condições que os garimpeiros trabalhavam.

Ouro em NY fecha em alta em meio a turbulência e pessimismo

Ouro em NY fecha em alta em meio a turbulência e pessimismo


O preço do ouro fechou no nível mais alto em mais de uma semana, com a onda de vendas nos mercados acionários globais e dados econômicos pessimistas sobre a indústria da China impulsionando os investimentos no metal precioso.
Os contratos do ouro para dezembro tiveram ganho de US$ 7,30 (0,61%), para 1,139.80 a onça-troy na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Esse foi o maior fechamento do contrato mais ativo desde 24 de agosto, quando o metal encerrou o pregão cotado a US$ 1.153,60.
Dados decepcionantes da indústria chinesa pesaram sobre os mercados de ações no mundo todo e fizeram com os investidores fossem atraídos pelo metal precioso, que é considerado um ativo seguro.
O índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria da China recuou de 50,0 em julho para 49,7 agosto. Já o indicador medido pela Caixin Media e pela Markit Economics baixou de 47,8 para 47,3 no mesmo período - o menor patamar em seis anos.
Como resultado, a Bolsa de Xangai fechou em queda 1,23%, o Dow Jones, em Nova York, caiu 2,84%, e o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 2,73%.
"O ouro tem uma oferta de segurança e as pessoas estão procurando algo com um pouco mais de estabilidade ultimamente", disse Frank Lesh, corretor de futuros e analista da FuturePath Trading. "Neste momento, o ouro parece menos volátil do que muitos outros mercados", acrescentou. Fonte: Dow Jones Newswires.