domingo, 6 de setembro de 2015

A foz do Rio Jequitinhonha, em Belmonte, Sul da Bahia, visando a mapear a ocorrência de diamantes.

Durante a expedição, estudantes de graduação e pós-graduação de universidades acompanham de perto o trabalho dos pesquisadores. Segundo a assessoria de imprensa do CPRM, a presença dos estudantes tem o objetivo de qualificar mão de obra.

A Iniciativa fará o levantamento geofísico marinho da foz do Rio Jequitinhonha, visando a mapear a ocorrência do mineral. Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, e profissionais da Fundação de Estudos do Mar (Fermar), iniciaram uma expedição para fazer o levantamento geofísico marinho da foz do Rio Jequitinhonha, em Belmonte, Sul da Bahia, visando a mapear a ocorrência de diamantes.
Durante a expedição, estudantes de graduação e pós-graduação de universidades acompanham de perto o trabalho dos pesquisadores. Segundo a assessoria de imprensa do CPRM, a presença dos estudantes tem o objetivo de qualificar mão de obra.
Dutra expedição será realizada posteriormente com o objetivo de colher amostras, já que agora será feito somente um mapeamento para se ter um conhecimento mais específico do leito local.
As informações adquiridas poderão fazer parte de um banco de dados para serem utilizados em outro projeto de pesquisa realizado pelo CPRM, chamado de Diamante Brasil.
O Diamante Brasil, que começou em 2010 e vai até 2014, é coordenado pela Diretoria de Geologia e Recursos Minerais da CPRM e pretende aumentar as informações sobre a geologia do diamante no Brasil e formar um banco de dados público para disponibilizar as informações coletadas para a sociedade.
Não há dados oficiais sobre o achado dessas pedras preciosas na região. As empresas responsáveis pelas pesquisas, ainda não publicaram relatórios sobre essas minas no município de Belmonte. O site agazetabahia.com esteve na cidade de Belmonte, na tarde desta quinta-feira, 14, mas não obteve maiores informações do Poder Público Municipal, sobre o assunto.

A origem das cores naturais em diamantes

A origem das cores naturais em diamantes

O senso comum associa o diamante a mais completa ausência de cor, o que é compreensível, uma vez que os incolores a amarelados, conhecidos como diamantes da Série Cape, são os mais comuns na natureza, ao lado dos marrons. No entanto, sabemos que este mineral pode ocorrer naturalmente em praticamente todos os matizes e tons, incluindo os azuis, verdes, rosas, púrpuras, vermelhos, violetas, alaranjados e amarelos que, ao possuírem uma nuança suficientemente forte, são conhecidos como diamantes com cores de fantasia (fancy).
Devemos ter em mente que qualquer diamante com cor de fantasia é uma gema rara pois, embora não hajam estatísticas consistentes, os especialistas estimam que existam aproximadamente 10.000 diamantes de cores regulares para cada diamante deste tipo.
As causas de cor em diamantes são ainda objeto de intensa investigação científica, sendo várias delas ainda não inteiramente compreendidas. Ao contrário das gemas coradas, cuja principal causa de cor é a presença de metais de transição, que podem fazer parte da própria composição do mineral ou estarem presentes como impurezas, nenhuma das causas de cor em diamantes pode ser diretamente transposta a outras gemas. Ademais, é comum que a origem da cor se deva a mais de um mecanismo, de modo que exista um matiz predominante e um ou mais componentes modificadores.
Amarelo e Marrom
A cor amarela, a mais comum juntamente com a marrom, está associada principalmente à presença de traços de nitrogênio, dispersos como impurezas na rede cristalina do diamante. Geralmente, este elemento ocorre em teores baixíssimos, da ordem de ppms (partes por milhão), o que significa que basta haver uma diminuta proporção de átomos de nitrogênio compartilhando elétrons com átomos de carbono para que ocorra a absorção da luz nas regiões do verde, azul e violeta do espectro visível e se dê lugar à cor amarela. No entanto, ao contrário do que se poderia supor, a saturação do amarelo não está diretamente relacionada à concentração de átomos de nitrogênio no exemplar, o que se constata pelo menor conteúdo de nitrogênio existente em pedras de cor amarela intensa ou “canário”(cor de fantasia), se comparado ao teor deste elemento encontrado em diamantes apenas levemente amarelados, pertencentes à Série Cape.
Embora menos cobiçados, os diamantes de cor marrom estão entre os primeiros a terem sido utilizados em jóias, havendo relatos de anéis com diamantes desta cor usados pelos romanos desde o Século I da Era Cristã. Atualmente, a cor marrom costuma ser designada como “champagne”, se presente em tons claros a médios ou “cognac”, em tons mais escuros. Esta cor não é uniformemente distribuída, mas concentra-se em finas lâminas paralelas sobre uma matéria cristalina quase incolor e deve-se a um centro de cor ainda desconhecido, originado pela deformação da estrutura cristalina, embora possam haver outras causas menos freqüentes. Nos últimos anos, os diamantes marrons esverdeados, cuja cor é comercialmente conhecida pelo termo “oliva” também têm se tornado mais populares em joalheria.
Por serem menos valorizados, parte dos diamantes marrons pode ser submetida a tratamento para remoção da cor, de modo a torná-los incolores ou quase incolores, mediante a reconfiguração de sua estrutura atômica. Para tanto, utiliza-se um processo a altas pressões e temperaturas, denominado GE-POL, cujo nome faz referência às empresas General Eletric Co. e Pegasus Overseas Ltd., que tiveram a primazia de, respectivamente, realizar o tratamento e distribuir as gemas tratadas. Este tipo de tratamento tem se disseminado rapidamente, tendo em vista a alta proporção de diamantes desta cor que chegou ao mercado proveniente de Argyle (Austrália) desde finais dos anos 80 e sua detecção se faz somente por meio de técnicas que não pertencem ao escopo das disponíveis em laboratórios gemológicos standard.
Rosa, Vermelha e Púrpura
O final dos anos 80 marcou o início de uma nova era no que se refere aos diamantes coloridos, tendo em vista a grande produção de pedras róseas e amarelas amarronzadas, muito adequadas a pavês, provenientes da Jazida de Argyle, na Austrália, o que despertou a atenção não apenas dos colecionadores e connoisseurs, como também do público em geral.
Acredita-se que esses belos e raros tons róseos, encontrados também no Brasil (Triângulo Mineiro), Índia, Tanzânia, Indonésia (Bornéu) e África do Sul não se devam à presença de quaisquer impurezas, senão a centros de cor algo similares aos que produzem a cor marrom, isto é, defeitos na rede cristalina do diamante que afetam a absorção seletiva da luz na região do espectro visível e lhe conferem tais cores. Raramente, os diamantes ocorrem na cor rósea pura, mas com componentes modificadores, sobretudo marrons, purpúreos e alaranjados.
Nos últimos vinte anos, o fornecimento regular de diamantes róseos, amparado por um vigoroso marketing, propiciou o desenvolvimento de um mercado bem estruturado e de tal forma importante que, em meados da década de 90, o Instituto Norte-Americano de Gemologia (GIA) viu-se compelido a propor um sistema específico para a classificação de cor de diamantes róseos lapidados, com metodologia e termos próprios.
Sob o ponto de vista científico, os diamantes vermelhos, extremamente raros, nada mais são que róseos muito intensos, portanto, sua causa de cor é, evidentemente, a mesma destes. Usualmente, eles apresentam um componente modificador da cor e os poucos exemplares que realmente merecem tal denominação são provenientes da Austrália, Brasil e Bornéu. Os purpúreos puros também são raríssimos e a maioria dos que são descritos como detentores desta cor são, na verdade, róseos purpúreos.
Os diamantes róseos, vermelhos e purpúreos têm em comum o fato de suas cores não serem uniformemente distribuídas, mas concentrarem-se em planos paralelos sobre uma matéria cristalina quase incolor, tal como acontece com os marrons. Além disso, eles apresentam semelhanças em seus espectros de absorção, com uma ampla banda centrada a 550 nanômetros (unidade de medida dos comprimentos das ondas luminosas, de abreviatura nm), cuja intensidade aumenta nos exemplares mais corados. Adicionalmente, os purpúreos e vermelhos apresentam uma banda de absorção em 390 nm, dificilmente visível nos róseos.
Azul
Os diamantes azuis, muito raros e valorizados, fazem parte do imaginário dos colecionadores e um deles, denominado Hope, é, provavelmente, a mais conhecida gema jamais encontrada. Ele foi descoberto na Índia e acredita-se que seja parte do famoso Tavernier Azul, roubado durante a Revolução Francesa. Este diamante teria sido relapidado para o peso atual de 45,52 quilates e está exposto no Instituto Smithsonian, em Washington (EUA), desde 1958. Historicamente, a mais importante fonte de diamantes azuis é a África do Sul, onde ocorria principalmente na mina Premier, havendo ainda ocorrências esporádicas na Índia, Brasil e Indonésia.
A imensa maioria dos diamantes azuis apresenta tons claros e é do tipo IIB, cuja coloração está associada à presença de impurezas de boro, que os torna semi-condutores de eletricidade. Quanto maior a concentração deste elemento, mais intenso o azul; como o boro é muito mais escasso em diamantes que um elemento como o nitrogênio, por exemplo, as pedras azuis são muito mais raras que as amarelas. Normalmente, os diamantes de matiz azul possuem um componente modificador cinza, que deprecia seu valor.
A distinção entre os diamantes azuis de cor natural do tipo IIB e os azuis esverdeados intensos obtidos por irradiação baseia-se na referida propriedade de semi-condutividade elétrica, uma vez que os irradiados normalmente não apresentam qualquer traço de boro. Outro método útil para distinção requer o apoio de uma técnica analítica avançada e consiste em submetê-lo a um ensaio de espectrocopia de infra-vermelho.
Recentemente, surgiram no mercado pequenas quantidades de diamantes azuis e róseos, cujas cores foram induzidas por tratamento pelo método GE-POL, a altas pressões e temperaturas, a partir de pedras originalmente marrons de um determinado tipo. Atualmente, obtêm-se diamantes de cor azul por síntese, usualmente com pesos de até 1 ct e fosforescência mais intensa e de mais longa duração que a apresentada pelos naturais de cor equivalente.
Verde
Os diamantes de cor verde lapidados são muito raros e, geralmente, apresentam tons suaves com um componente modificador marrom, amarelo ou azul. Por outro lado, os espécimes brutos com um finíssimo recobrimento superficial verde, usualmente de óxido de cromo, são mais freqüentes, inclusive no Brasil, onde são encontrados principalmente na região de Diamantina, em Minas Gerais.
A cor verde interna em diamantes deve-se a diversas causas, sendo a mais importante delas a irradiação natural. Acredita-se que esta provenha de minerais radioativos presentes no kimberlito (rocha-matriz do diamante) próximo à superfície ou mesmo de águas radioativas que percolem o corpo kimberlítico.
O mais famoso diamante verde conhecido é o Dresden, que se encontra atualmente em um museu na Alemanha, na cidade do mesmo nome. A gema apresenta forma de gota, pesa 41 ct e seu local de origem é objeto de intensa polêmica, sendo a Índia ou o Brasil a mais provável fonte.
Há diamantes verdes tratados pelo menos desde a década de 40 e a maior parte dos vistos atualmente no mercado foram submetidos ao processo de altas pressões e temperaturas (HPHT), realizado em vários países, sobretudo nos EUA, Rússia e Suécia. Estas pedras têm coloração verde amarelada e são obtidos a partir de exemplares originalmente marrons, do tipo Ia. Embora determinadas propriedades gemológicas, tais como a elevada saturação da cor, a presença de graining e fraturas de tensão e a fluorescência verde amarelada gredosa sob UVC e UVL sugiram uma indução da cor pela mencionada técnica, a identificação irrefutável requer ensaios mais sofisticados, tais como espectroscopia de infravermelho e espectroscopia visível de baixa temperatura.
Violeta
Os diamantes violetas procedem quase exclusivamente da jazida de Argyle, na Austrália, e adicionalmente apresentam uma nuança acinzentada. Embora quase nada se saiba a respeito dos mecanismos que originem tal cor em escala atômica, há evidências de que esteja associada à presença do elemento hidrogênio.
Alaranjada
A cor alaranjada pura, sem qualquer componente modificador é, provavelmente, a mais rara dentre todas as cores em diamantes, até mais que a vermelha ou a verde. A origem desta cor segue sendo um mistério, embora se saiba que um centro desconhecido provoca o aparecimento de uma banda de absorção na região azul do espectro visível, centrada em 480 nanômetros (unidade de medida dos comprimentos das ondas luminosas, de abreviatura nm), o que dá lugar à cor complementar desta, a alaranjada.
Branca
Embora nas práticas comerciais seja comum referir-se equivocadamente a diamantes brancos quando se pretende descrever pedras aproximadamente incolores, esta cor de fato existe neste mineral. Acredita-se que os comprimentos de onda que compõem a luz branca são enviados por diminutas inclusões em todas as direções e em cada uma delas sejam recombinados para dar lugar à luz branca, conferindo ao diamante um aspecto leitoso ou opalescente.
Cinza
A cor cinza em diamantes é mais uma das quais a origem não está ainda esclarecida, embora hajam evidências de que esteja associada a defeitos relacionados à presença de hidrogênio. Em diamantes ricos neste elemento, a absorção da luz ocorre com igual intensidade em todos os comprimentos de onda do espectro visível, o que resulta em uma coloração acinzentada.
Preta
Os diamantes pretos, entre os quais o mais famoso representante é o russo Orlof, tornaram-se mais populares a partir dos anos 90 e devem sua cor à presença de uma grande quantidade de diminutas inclusões escuras, em forma de plaquetas, que se acredita serem majoritariamente do mineral grafita. Em alguns casos, estas inclusões são tão numerosas que dificultam o polimento do exemplar, o que influi, evidentemente, no aspecto final da gema.
A cor preta – ou melhor, uma cor verde-azul que, por muitíssimo saturada, nos transmite a sensação de preta – também pode ser obtida artificialmente por tratamento, mediante intensa irradiação com nêutrons em diamantes facetados, sobretudo aqueles com graus de pureza muito baixos.
 

Diamante achado em MatoGrosso indica existência de oceano sob a crosta terrestre

Diamante achado em MatoGrosso indica existência de oceano sob a crosta terrestre


 

Diamante achado em MatoGrosso indica existência de oceano sob a crosta terrestre

Um raro diamante de 5 milímetros de comprimento e sem valor comercial encontrado no município de Juina, no Noroeste de Mato Grosso, pode confirmar uma teoria de que existe um oceano gigante sob a crosta terrestre. Segundo pesquisadores, o diamante, que contém um mineral raro rico em água, foi trazido à superfície terrestre com a ajuda de rochas vulcânicas.

O minério foi descoberto em 2008 por mineradores. O diamante é de cor marrom, de aparência suja e sem valor comercial. Cientistas acreditam que existam milhares de diamantes como esse a mais de 400 quilômetros de profundidade.
O estudo sobre o diamante, publicado nesta quarta-feira pela revista Nature, revelou que ele contém um mineral raro chamado ringwoodita. Acredita-se que o mineral exista em grande quantidade debaixo da Terra. Segundo a pesquisa, ele leva uma quantidade significativa de água – cerca de 1,5% de seu peso. As ringwooditas têm sido vistos em meteoritos, mas essa é a primeira vez em que são identificadas em amostras terrestres.

Para os pesquisadores, a presença do líquido dentro do diamante prova que há muita água abaixo da crosta terrestre. Segundo eles, o líquido está presente em uma zona de transição entre o manto superior (entre 100 e 410 quilômetros sob a superfície) e o inferior (a mais de 660 quilômetros de profundidade).

“A água muda tudo no funcionamento de um planeta” 
– Graham Pearson, pesquisador

“É possível que exista tanta água quanto a soma de todos os oceanos”, diz Graham Pearson, pesquisador da Universidade de Alberta, no Canadá, que coordenou o estudo. Mas é possível que essa água não esteja na forma livre, formando oceanos subterrâneos, mas aprisionada nos minerais.

O diamante, formado nas profundezas do solo, foi descoberto em 2008 em Juína, no interior do Mato Grosso, onde os mineradores o encontraram entre o cascalho de um rio pouco profundo. Ele foi transportado para a superfície do planeta por uma rocha vulcânica conhecida como kimberlito, segundo os pesquisadores.

Os ringwoodites têm sido visto em meteoritos, mas esta foi a primeira amostra terrestre encontrada, afirmaram, porque é difícil demais fazer trabalho de campo científico em profundidades extremas.

Há um debate em andamento entre alguns cientistas sobre a composição da zona de transição da Terra e se está repleta de água ou não. Determinar que existe água lá tem implicações para o estudo do vulcanismo e das placas tectônicas, de acordo com os pesquisadores.

“Uma das razões de a Terra ser um planeta tão dinâmico é a presença de alguma água em seu interior,” disse Pearson. “A água muda tudo no funcionamento de um planeta”.

Kimberlito

Kimberlito

Kimberlito é vulgarmente conhecido como a rocha que contêm diamantes. Na realidade, não é um tipo específico de rocha, mas sim um grupo complexo de rochas ricas em voláteis (dominante CO2), potássicas, ultramaficas híbridas com uma matriz fina e macrocristais de olivina e outros minerais como: ilmenita, granada, diopsidio, flogopita, enstatita, cromita.
O clã dos kimberlitos são divididos em dois grupos
Grupo I: Tipicamente ricos em CO2 e empobrecidos em potássio em relação aos do grupo II. Corresponde à rocha original encontrada em Kimberley, na África do Sul.
Grupo II: Tipicamente ricos em água, apresentam matriz rica em micas e também calcita, diopsídio e apatita, e correspondem ao kimberlitos lamprofíricos ou micáceos
Os kimberlitos são formados pela fusão parcial do manto a profundidades maiores que 150 km. O magma kimberlítico durante sua ascensão do manto para a crosta, comumente, transporta fragmentos de rochas e minerais - também conhecidos como xenólitos e xenocristais (entre eles o diamante). O kimberlito pode trazer diamante até a superfície desde que tenha passado por regiões no manto/crosta que fossem ricas neste mineral e que sua velocidade de ascensão seja rápida o suficiente para não desestabilizar a estrutura do diamante, que caso contrário se converteria em grafite (polimorfo estável do carbono na pressão ambiente). Ressalta-se, portanto, que o magma que forma o kimberlito não é o produtor de diamante, apenas um meio de transporte.
No Brasil diversos kimberlitos foram encontrados desde a década de 1970, no entanto, poucos foram estudados  para a compreensão dos mecanismos de colocação destes corpos ou do tipo de manto amostrado por estes magmas. As principais descobertas de kimberlitos no Brasil foram feitas inicialmente pela Sopemi subsidiária do Grupo Sul Africano De Beers. A Sopemi descobriu clusters com dezenas de kimberlitos em Minas Gerais, Goiás e , posteriormente, em Juína no Mato Grosso onde estabeleceu a sua primeira e última lavra no Brasil. Posteriormente, na década de 90 a Rio Tinto usando intensivamente a aeromagnetometria e geoquímica descobriu outras dezenas de corpos kimberlíticos nas mesmas regiões antes trabalhadas pela De Beers. Entre 2004 e 2007 a Majestic Diamonds and Metals e Canadense a Vaaldiam descobriram e avaliaram algumas dezenas de novos kimberlitos. Ao contrário do que é publicado no Brasil vários corpos kimberlíticos foram avaliados por intermédio de sondagens, trincheiras, bulk-samplings e lavra-piloto de pequeno porte. Os kimberlitos mais conhecidos estão em Minas e Bahia estudados pela Sopemi e Vaaldiam, em Pimenta Bueno e Juína avaliados pela Rio Tinto, Vaaldiam e Diagem e em Goiás avaliados pela D10 Mineração.

Geológos identificam jazidas de diamantes

Geológos identificam jazidas de diamantes

Uma equipe de geólogos do governo federal identificou dezenas de novas áreas pelo país potencialmente ricas em diamantes. A maioria está no Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará. Até então, informações oficiais sobre esses pontos eram escassas ou não existiam. Os detalhes dos achados ainda são mantidos em reserva. A previsão é que sejam divulgados em 2014. O governo avalia que os dados poderão atrair empresas e levar a um aumento da produção de diamantes no país.
Os trabalhos fazem parte do projeto Diamante Brasil, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia. As pesquisas de campo começaram em 2010 e desde então geólogos visitaram cerca de 800 localidades em todo o país, recolhendo amostras de rochas, fazendo perfurações e levantando informações sobre as gemas de cada um dos pontos.
O objetivo, segundo o geólogo Francisco Valdir Silveira, chefe do Departamento de Recursos Minerais do CPRM e coordenador do projeto é fazer uma espécie de tomografia das áreas diamantíferas no território brasileiro. É um levantamento inédito.
O ponto de partida da equipe foi uma lista que a De Beers, gigante multinacional do setor de diamantes, deixou com o governo após anos de investimentos e atividades no Brasil. Da lista constavam coordenadas geográficas de 1.250 pontos, entre os quais muitos kimberlitos, mas nada de detalhes sobre quantidades, qualidade e características das pedras dessas áreas. Kimberlito é um tipo de rocha que serve como um canal do subsolo até a superfície e na qual em geral os diamantes são encontrados.
“O projeto Diamante Brasil não foi concebido para descobrir novas áreas de diamantes. Mas a grande surpresa foi que conseguimos registrar novos kimberlitos e áreas com potencial para que outros kimberlitos sejam descobertos”, disse Silveira ao Valor.
“O projeto já descobriu e cadastrou mais de 50 corpos [possíveis depósitos de diamantes no subsolo]”, disse. Em praticamente todos os Estados, segundo ele, a equipe identificou áreas com potencial para produção de diamantes. Várias delas não constavam nem do documento da De Beers. Caso, por exemplo, de um kimberlito descoberto no Rio Grande do Norte. Mas as maiores novidades estão no Norte e Centro-Oeste (Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará).
Este ano, com o trabalho de campo praticamente concluído, os geólogos do Diamante Brasil passam a se dedicar mais à descrição dos minerais encontrados e às análises dos furos das sondas. O projeto se encerra em 2014.
O diagnóstico ajudará a atrair investimentos de mineradoras e eventualmente ajudar a mobilizar garimpeiros em cooperativas. E com isso, aumentar a produção de diamantes no país. Hoje, a produção nacional é pequena e em grande parte ilegal, diz. Brasil é signatário do Processo de Certificação Kimberley, um acordo internacional chancelado pela ONU, que exige dos países participantes documentação que ateste procedência em áreas legalizadas.
Todo o diamante que sai do Brasil é ainda produzido em áreas de aluvião – pedras retiradas de leitos de rio ou do solo. Minas Gerais, Rondônia e Mato Grosso são alguns dos Estados com atividade garimpeira expressiva. O país não tem mina aberta extraindo diamante em rocha primária, no subsolo, onde estão depósitos maiores e as pedras mais valiosas. Os novos achados podem abrir caminho para potenciais novas minas.
Reservas dos chamados diamantes industriais e também de gemas (para uso em joias) se espalham pelo país, segundo Silveira. Estes últimos são os que fazem girar mais dinheiro.
Um diamante pode ser vendido em um garimpo do Brasil por R$ 2 milhões. Depois, um atravessador de Israel ou da Europa paga R$ 10 milhões pela pedra. E ela pode chegar a Antuérpia, por exemplo, para ser lapidada, ao preço de R$ 17 milhões, R$ 20 milhões.
Esses diamantes brutos, grandes e valiosos, também estão no radar do CPRM. O projeto ainda não conseguiu desvendar um mistério sobre a origem dos maiores diamantes do Brasil. O alvo principal é o município de Coromandel e região, no leste de Minas Gerais, onde foram encontrados nas últimas décadas grandes exemplares. Vários acima dos 400 quilates.
Silveira diz que os geólogos do CPRM vão testar novos métodos para tentar encontrar os kimberlitos que dão origem a essas pedras.