sábado, 12 de setembro de 2015

TOPÁZIO IMPERIAL

TOPÁZIO IMPERIAL




Algumas teorias procuram explicar a origem do termo topázio e a mais plausível é que derive do vocábulo sânscrito tapas, significando fogo. A designação imperial, por sua vez, foi atribuída à gema em homenagem a D. Pedro I que, segundo relatos históricos, teria se encantado com a exuberância dos matizes e tons de alguns exemplares de topázio que lhe foram oferecidos durante uma estadia na antiga Vila Rica, em Minas Gerais, de onde foram extraídos.
Descoberto por volta de 1760, o topázio imperial é a variedade mais valorizada desta espécie mineral e ocorre unicamente na região de Ouro Preto, em diversos depósitos numa área de aproximadamente 150 km2. Atualmente, as minas mais produtivas são as do Capão do Lana, cuja lavra é inteiramente mecanizada e situa-se na localidade de Rodrigo Silva; e a do Vermelhão, localizada em Saramenha, além de diversos depósitos aluviais nas cabeceiras de alguns córregos e ribeirões da região.
Esta fascinante variedade de topázio ocorre numa ampla gama de cores, do amarelo alaranjado ao laranja-pêssego, do rosa ao vermelho-cereja. A cor mais rara é a roxa, seguida pela roxa rosada, vermelha-cereja e pelas bicolores.
Em termos de composição química, o topázio trata-se de um silicato de alumínio e flúor, incolor em seu estado puro. Acredita-se que as cores do imperial se devam à presença de elementos de transição e de terras raras dispersos na rede cristalina do mineral, entre eles Cr, Cs, Fe, V, Mn e Ti, sendo que os teores dos dois primeiros exibem uma correlação com a intensidade e tonalidades do amarelo ao avermelhado.
Existem topázios de cores algo similares ao imperial provenientes de outras fontes no mundo, porém a produção é pequena e descontínua, como em Katlang (Paquistão) ou apresenta importância apenas histórica, como a outrora proveniente da Rússia, onde o jazimento encontra-se praticamente esgotado.
O topázio imperial ocorre em pequenos cristais prismáticos, apresentando faces estriadas longitudinalmente, quase sempre com uma única terminação. Possui clivagem basal perfeita e sua elevada dureza (8 na escala Mohs) e brilho intenso conferem às gemas lapidadas uma rara beleza.
Acredita-se que o topázio imperial possui origem hidrotermal, relacionada ao último evento vulcânico ocorrido na região; a rocha mineralizada compõe-se de uma argila alterada, cortada por veios de caolinita, que são lavrados por desmonte hidráulico, sendo, em seguida, os espécimes submetidos à cata manual e classificação.
Os minerais associados ao topázio imperial são quartzo, mica, dolomita, especularita, rutilo e, raramente, euclásio, florencita e xenotima. As principais inclusões são as fásicas, os tubos de crescimento, as fraturas parcialmente cicatrizadas e as minerais, sobretudo de ankerita, tremolita, rutilo, goethita, especularita, topázio e pirofilita.
O topázio imperial pode ser submetido a tratamentos, por meio de técnicas amplamente utilizadas e aceitas no mercado internacional de gemas, visando melhorar o seu aspecto e tornar suas cores ainda mais atraentes, com o conseqüente aumento do seu valor monetário.
O método mais usual é o tratamento térmico, através do qual obtém-se gemas rosas a partir de exemplares alaranjados ou amarelos amarronzados, mediante a remoção do centro de cor amarelo. Este tratamento é estável e, geralmente, a melhor coloração é obtida após um lento aquecimento até uma temperatura de aproximadamente 450oC.
Outros tipos de tratamento, mais recentemente aplicados ao topázio imperial, consistem no preenchimento de fraturas com resina, de uso consagrado em diamantes, rubis, safiras e esmeraldas, e o método de difusão superficial, empregado comumente em safiras e rubis.
Como único país produtor da singular variedade imperial, o Brasil ocupa posição privilegiada na exportação do mineral topázio, seguido pela Nigéria, Madagascar, Paquistão, Sri Lanka e Rússia. Atualmente, os principais países de destino do topázio imperial são os Estados Unidos, Taiwan, Japão, Alemanha, Hong-Kong, China, Índia e Itália.

Flores de opala

Flores de opala

 

 

A suíça Chopard lança a coleção cápsula Fleurs d'Opale durante a semana de alta costura de Paris.
- Desde a antiguidade, a opala tem sido considerada uma gema com poderes mágicos e cercada de lendas. Resplandecente e iridescente, fascina pelo jogo de cores e reflexos, que a transformaram em um símbolo da totalidade, uma manifestação sagrada.
Inspirada pelo encantamento desta pedra preciosa, a Chopard lançou Fleur d'Opales - uma coleção cápsula composta por seis anéis com motivos florais, que trazem a opala negra como destaque. As três primeiras joias desta coleção foram apresentadas durante a Paris Haute Couture Fashion Week
A opala negra aparece junto a safiras, ametistas, tsavoritas, rubis, diamantes e espinélios em anéis de ouro, titânio e zircónio. O titânio é um metal extremamente leve e pode ser colorido com uma vasta gama de tons. Já o zircônio, utilizado pela primeira vez nas criações de alta joalheria da maison suíça, é um metal de alta dureza e resistente à corrosão.
As pétalas de cada anel são móveis, criando um efeito realista.

Anel  que traz ao centro uma opala de 24,3 ct , pétalas de titânio recobertas por safiras
e ametistas. O corpo da joia é feito com ouro branco 18 k e tsavoritas.
As opalas utilizadas nesta coleção cápsula são originárias de fontes rastreáveis ​​e sustentáveis, de acordo com critérios éticos e ambientais. A Chopard trabalha com a Aurora Gems, uma empresa familiar fundada em 1962, no interior da Austrália

Anel com opala oval (20 ct), pistilos cravejados com diamantes e pétalas de titânio. O corpo de ouro branco é adornado com tsavoritas, lazulitas e diamantes brown / Anel com  opala negra (9 ct) , pistilos de ouro branco banhado a ródio negro com rubis e safiras púrpura. As pétalas, feitas de zircônio enegrecido, são definidas com espinélios rosa. Entrelaçado em ouro rosa e branco, o corpo da joia traz diamantes negros.
.

Fotos: Chopard / divulgação

GEMAS IRRADIADAS: PROCESSOS

GEMAS IRRADIADAS:
PROCESSOS




Resultado das maravilhas do mundo moderno, o melhoramento de cor pedras preciosas pela radiação está revolucionando o comércio de gemas e beneficiando cada vez mais indústria joalheira mundial. Gemas naturais incolores ou levemente coloridas, tais como topázios, quartzos, berilos, turmalinas, espodumênios e diamantes têm agora suas cores melhoradas por esta tecnologia.
A qualidade e seriedade do melhoramento, a estabilidade da cor resultante, preços mais convidativos, variedade de cores e tons resultantes e, principalmente, a aceitação nacional e internacional estão fazendo a diferença por esta nova escolha.
O Brasil que, desde longa data, figura no cenário mundial como um dos maiores produtores de pedras preciosas, passa a figurar também como um dos principais produtores de materiais gemológicos beneficiáveis pela radiação, com destaque para a Província Pegmatítica Oriental Brasileira (Norte de Minas Gerais), Espirito Santo, Goiás, Bahia, Pará e Rondônia.
O melhoramento de cor de pedras preciosas com uso de radiação é parte integrante dos diferentes usos pacíficos da energia nuclear na indústria. Sua aceitação, regulamentação e benefícios já são assuntos amplamente discutidos.

Embora os cientistas saibam desde o começo do século XX que a radiação afeta a cor de pedras preciosas, foi somente na década de 80 que várias tecnologias foram desenvolvidas visando este novo nicho de mercado. Assim sendo, gemas naturais incolores ou levemente coloridas oriundas de lavras, minas e áreas de garimpo do mundo inteiro podem agora ter suas cores melhoradas por tais processos. São eles:

Radiação Gama - usa como fonte da radiação o Cobalto-60. As principais gemas melhoradas em sua cor por este processo são: quartzos incolores naturais (cristais) que passam para quartzos verdes (olive, green- gold, prasiolita), ametistas, citrinos laranja, laranja amarronzados, amarelos, quartzo fumê e morion, berilos incolores (goshenitas) que passam a morganitas, berilo verde, e heliodoro, espodumênios - principalmente kunzita que tem seu róseo intensificado, topázios incolores que passam a topázios azuis e turmalinas de cor rosa e vermelha que têm suas cores acentuadas.
Acelerador de elétrons - um acelerador linear, ou "linac" como é comumente conhecido, é uma espécie de "arma" que dispara elétrons. As principais gemas tratadas por este processo são: topázios incolores naturais que passam a topázios azuis conhecidos como sky blue, swiss blue, baby blue e electra blue, berilos incolores naturais que passar a berilos verdes e amarelos, e diamantes incolores naturais que passam a diamantes coloridos.

Reator Nuclear - usa neutrons como fonte da radiação. As principais gemas tratadas por este processo são os topázios incolores naturais, que passam a topázios azuis do tipo london blue e diamantes incolores naturais, que passam a coloridos.

Lápis de Cobalto 60 - Radiação Gama (Embrarad)

Acelerador de Elétrons

Reator nuclear Trigga

VANTAGENS DE SE TRABALHAR COM GEMAS TRATADAS POR RADIAÇÃO GAMA

VANTAGENS DE SE TRABALHAR COM GEMAS TRATADAS POR RADIAÇÃO GAMA



“O tratamento de cor em pedras preciosas usando irradiação gama é uma realidade do mundo moderno. Conhecer suas vantagens tornou-se tarefa para todo joalheiro e comerciante de gemas que queira agregar mais valor aos seus negócios”. Conheça estas vantagens:
DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
A continuidade de coleções imaginadas por um designer e a sua permanência no mercado podem ser garantidas através da opção pelas pedras irradiadas. Elas são mais fáceis de encontrar, existem em maiores quantidades, apresentam preços mais acessíveis e permitem, além de tudo, o design diferenciado em jóia.
QUANTIDADE
Em se tratando de pedras preciosas, e levando em consideração que as mesmas são esgotáveis, o tratamento por irradiação tornou-se uma “benção” para o setor joalheiro como um todo. Para quem trabalha com o comércio atacadista e de exportação de gemas e jóias, o uso de gemas irradiadas tem aumentado o estoque de comerciantes de gemas e joalheiros e, conseqüentemente, seus lucros.
PREÇO
As pedras preciosas irradiadas são consideradas mais comerciais quando comparadas com as não tratadas - apresentam valores mais acessíveis. Hoje em dia é muito comum ver jóias com gemas tratadas por irradiação nas diversas joalherias nacionais e internacionais, onde as mesmas dão condições a uma rotatividade de venda muito maior, devido a este importante fator: o preço.
JÓIAS EM SÉRIE
Grandes produtores de jóias usam o sistema de fundição em cera perdida visando a fabricação de grandes quantidades de jóias. As gemas irradiadas têm sido as melhores opções para complementar a produção em série.
DESIGN DE GEMAS
Permitir o mais variado tipo de lapidação não é tarefa para qualquer pedra, principalmente levando-se em consideração o tamanho das mesmas. As gemas irradiadas permitem que o design da lapidação seja mais arrojado, pois em geral apresentam tamanhos consideráveis que permitem um trabalho mais rebuscado.
USO EM ACESSÓRIOS
Que mulher não gostaria de ter um sapato ou um vestido, ou qualquer outro objeto contendo pedras preciosas? As gemas irradiadas são perfeitas para os mais diferentes tipos de acessórios, pois permitem a criação dos mais belos objetos de alto estilo.

QUARTZOS FUMÊ E MORION IRRADIADOS: NOVA TENDÊNCIA

QUARTZOS FUMÊ E MORION IRRADIADOS:
NOVA TENDÊNCIA




O mineral quartzo pode ser considerado um verdadeiro “camaleão” em se tratando das variedades de cores alcançadas com a aplicação da radiação gama (tratamento em pedras preciosas comumente conhecido como “bombardeio”). Entre eles, grandes destaques para os quartzos fumê e morion irradiados a partir do quartzo natural incolor. Nos últimos tempos, tais variedades vêm ganhando espaço e ocupando seu lugar no comércio de gemas e jóias. Em função desta nova tendência de mercado, grandes quantidades de quartzos naturais incolores oriundos de diferentes regiões brasileiras têm chegado às unidades de radiação da EMBRARAD (Empresa Brasileira de Radiações), para transformá-los em quartzos destas tonalidades.
 
O quartzo fumê ou enfumaçado (Smoky quartz) é uma das variedades mais populares do mineral quartzo. Sua cor é facilmente reconhecida pelo público em geral - quando apresenta certa transparência o nome quartzo fumê é mais corretamente aplicado. Apesar de existir na natureza, o quartzo fumê pode ser obtido facilmente a partir da aplicação de radiação gama em seu correspondente natural e incolor. A cor fumê após bombardeio deve-se à presença do elemento químico alumínio.
 
Quando o mineral quartzo (após irradiado pela natureza ou laboratório) não apresenta nenhuma transparência, o nome mais correto seria morion ou black quartz - ou seja, quartzo completamente preto e opaco. Alguns quartzos morion são tão escuros que se tornam similares ao ônix (agregrado microcristalino de quartzo) e difíceis de serem encontrados. Portanto, seu correspondente irradiado tornou-se preferido pelos designers de jóias, devido a sua perfeita combinação com brilhantes incolores e ouro branco, além de ser mais facilmente encontrado. Quartzos morion são estremamente enriquecidos em alumínio, elemento fundamental na formação de “centros de cor” com a aplicação da radiação gama, que faz com que este mineral fique saturado na cor preta.
 
Quartzos enfumaçados com tonalidades laranja-amarronzados, conhecidos no comércio como quartzos conhaque, são obtidos a partir da aplicação de radiação gama em quartzos naturais incolores enriquecidos em Fe e Al. Esta é outra variedade preferida pelos designers. Vale ressaltar que o correspondente natural do quartzo conhaque é extremamente raro e poucas lavras deste tipo de material são conhecidas.
 
Fotos:
- quartzo fumê irradiado (acervo do autor)
- anel e brincos em quartzo fumê e diamantes (designer Sonaya Cajueiro)
- anel ouro branco e quartzo black (Brüner)
- conjunto em quartzo conhaque (Manoel Bernardes)