domingo, 13 de setembro de 2015

Caçador de tesouros busca ouro nas praias de Pernambuco

Caçador de tesouros busca ouro nas praias de Pernambuco

Caçador de tesouros busca ouro nas praias de Pernambuco
Engenheiro usa detector de metais para encontrar objetos. Foto: teresa MAia/DP/D.A Press
Engenheiro usa detector de metais para encontrar objetos
O anel de ouro pesava 12 gramas. Cravado nele, um diamante. A joia brotou da areia do mar, depois de sabe-se lá quanto tempo perdida. Naquele dia, o caçador de tesouros deu um dos sorrisos mais largos de sua vida. Vendeu a preciosidade e recebeu dinheiro suficiente para sustentar a mulher e quatro filhos pequenos durante meses. A história do carioca Iguatemi Gonçalves de Souza, 47, e sua busca incansável pelo ouro no litoral pernambucano, começou durante um passeio despretensioso na praia.

A cena era aparentemente simples, mas Iguatemi, engenheiro mecânico formado pela Unisinos, no Rio Grande do Sul, não segurou a curiosidade. “O que você está cavando?”, perguntou a um desconhecido que mergulhava e, em seguida, cavava. “Procuro objetos perdidos”, revelou. Desempregado, Iguatemi enxergou ali uma forma de fazer dinheiro. Se tivesse um detector de metais, além de sorte, talvez fosse mais bem sucedido que aquele homem.

Inicialmente, ele comprou um aparelho que não era à prova d’água e limitou suas pesquisas à areia seca. Depois, adquiriu outro, capaz de operar na água. Com parte do dinheiro da venda do anel de 12 gramas e diamante, investiu em um detector profissional, com capacidade para mergulhar até 63 metros. E os achados se multiplicaram.

Hoje, Iguatemi leva a vida mergulhando em busca de tesouros perdidos no Litoral Sul, onde vive desde abril do ano passado. Em alguns dias, chega a ficar 12 horas no mar, muitas vezes de madrugada, na maré baixa. Antes disso, viajava o país na função de supervisor de montagem industrial. “Com essa auditoria na Petrobras não estão contratando. Na verdade, estão demitindo”, lamenta o engenheiro, que acumula no currículo uma pós-graduação na Unicamp em terminologia de soldagem, além de passagem por Suape, onde trabalhou durante seis meses.
Entre os achados, estão relíquias comok uma moeda do século 18
Entre os achados, estão relíquias comok uma moeda do século 18

As alianças de ouro são os principais achados do caçador de tesouros. No dia em que o Diario acompanhou Iguatemi na praia de Muro Alto, em Ipojuca, ele localizou em pouco tempo três alianças de ouro. Uma delas pesava sete gramas e foi avaliada em R$ 1.460.

Objetos antigos e raros também chegam às mãos dele. Um exemplo é o anel em ouro de 1736 - que diz ter pertencido a um pirata - composto por uma caveira com dois olhos de rubi. Moedas antigas, do século 18, ele guarda. “Estou pensando agora em negociar com colecionadores.”

Minas de ouro, diamante, rubi...em SC. Falta explorar

Minas de ouro, diamante, rubi...em SC. Falta explorar

Com pouco mais de 1% do território brasileiro, Santa Catarina abriga verdadeiros tesouros em seu território. Há minas de ouro em Gaspar e Ilhota e no Litoral Norte, mina de diamante em Lages, de rubi em Barra Velha, mármores e granitos em Jaraguá do Sul, bauxita em Correia Pinto, e muitos outros minerais.
Quem alerta sobre essas riquezas e a falta de uma maior exploração sustentável para incrementar a economia é o engenheiro civil e estudioso do tema, Fernando Camacho. Ele acredita que o recente curso de Geologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e trabalho de reunião de publicações e pesquisas sobre o tema pela Fapesc vão ajudar a chamar a atenção para esse potencial.
 Minerais e riqueza
O engenheiro Fernando Camacho cita como investimentos de ponta com base na exploração mineral do Estado a Cebrace, indústria de vidros de Barra Velha, que utiliza areia do município de Balneário Barra do Sul, e a Buschle&Lepper, de Joinville, que produz magnésio, produto utilizado em medicamentos, extraído da água do mar de Barra do Sul.
Segundo ele, entre os potenciais a serem explorados estão os granitos e mármores, que podem ser processados e utilizados na construção civil. Graduado na Escola Nacional de Engenharia do Rio, Camacho trabalhou na construção da BR-101 em 1969 e, depois, na sua duplicação, a partir de 1996. Ex-diretor da SDR de Joinville, hoje é consultor.

Garimpos se tornam diversão na nova corrida pelo ouro

Garimpos se tornam diversão na nova corrida pelo ouro


Em tempos de pico neste ano, cerca de cem pessoas por dia ingressaram na associação que lhes dá o direito de garimpar em jazidas Foto: The New York Times
Em tempos de pico neste ano, cerca de cem pessoas por dia ingressaram na associação que lhes dá o direito de garimpar em jazidas


Com a bateia em mãos, Phil Lawrence procura por ouro. Ele é novo na atividade, mas já leu livros sobre a arte do garimpo e se juntou a um grupo local que lhe forneceu uma fita instrutiva. Assim, ele sai para os riachos e ribeirões nas proximidades da cidade de Nevada, onde vive, à procura de fragmentos do material brilhante.
"Não é apenas colocar a bateia na água e instantaneamente encontrar pepitas," disse o 'parcialmente aposentado' homem de 53 anos, que trabalha como guarda noturno de uma escola local. "É preciso pesquisar um pouco para descobrir para onde o ouro flui quando desce das montanhas", disse. O ouro fica, geralmente, em áreas nos leitos dos riachos com poucos bancos de areia ou onde a corrente diminui e faz redemoinhos.
Ele apanha uma porção de cascalho com a bateia e começa a balançar e descartar o conteúdo. Como o ouro é mais pesado do que qualquer outra coisa no riacho, suas pepitas devem assentar no fundo da bateia enquanto os minerais mais leves sobem.
Lawrence é um das dezenas de milhares de americanos participantes de uma mini-corrida pelo ouro no século 21. O alto preço do ouro foi uma motivação para muitos. A crise econômica também foi: não importa o comportamento do dólar, o ouro sempre vai valer alguma coisa.
Há um ano, a Associação de Prospectores de Ouro da América recebia a inscrição de cem novos membros pagantes por semana. Durante os tempos de pico deste ano, cerca de cem pessoas por dia começaram a pagar a taxa de US$ 67,50, que lhes dá o direito de garimpar em jazidas descobertas por outros membros da associação.
Achou, levou
Em um bom dia, Lawrence tem momentos "eureca!": "quando você acha algumas pedras, é uma grande emoção. Você sabe que é o único em milhões de anos a olhar para aquele pedaço particular de ouro."
E quão rico ele se tornou? Não muito. Algumas horas de garimpo podem equivaler a cerca de uma onça de ouro, ou US$ 800 atualmente, valor menor que o US$ 1 mil durante o verão americano. Entretanto, há cerca de um ano na atividade, ele acredita ter encontrado o equivalente a US$ 100 em pepitas.
"Se quisesse aumentar minha renda," brinca, "estaria bem melhor em um emprego no McDonald's."
Muitos novatos estão desapontados com os magros resultados. Entretanto, Lawrence e outros descobriram que a própria atividade com a bateia pode ser recompensadora.
"Sair para um dia no rio, ouvir os pássaros e a água borbulhando ao passar entre as pedras," reflete. "Não há nada igual."
Além da bateia
Alguns caçadores de ouro vão um pouco mais além em sua perseguição. O equipamento de Gloria Marie inclui um pé-de-cabra (que funciona como bengala), uma marreta de 1,8 kg, um cinzel e um aparelho de sucção manual.
Se encontra uma fissura na jazida que parece ser o lugar certo para o ouro ter se depositado em sua jornada pela água, ela trabalha uma hora ou mais para alargar a fenda e, então, dragar os sedimentos internos e procurar por pepitas na bateia.
Sem garantias. "Acredite, já fiz muito garimpo em locais ótimos e não achei nada além de areia escura."
Em um dia de sorte, ela balança os sedimentos em sua bateia e descobre pepitas do tamanho de "uma ervilha ao de uma semente de abóbora." Ela não vendeu nenhuma, mas transformou algumas em jóias.
Garimpeiros mais insistentes investem um pouco mais em equipamento. Uma máquina de dragagem motorizada, por exemplo, custa em torno de US$ 1 mil a US$ 5 mil. Flutuando em barcas, o aparelho possui um bocal que suga grandes quantidades de material do leito do rio ou riacho.
Ou talvez tentem usar um detector de metal, ao custo de algumas centenas de dólares a até US$ 4 mil. Prospectores com um detector podem encontrar pepitas de 450 gramas do tamanho da borracha de um lápis ou "ouro incrustado em quartzos," disse Jim Hutchings, presidente da divisão de Sacramento da Associação de Prospectores de Ouro da América.
"Eles aparecem com pedaços de quartzo do tamanho de bolas de boliche com duas, três, quatro, cinco onças de ouro incrustado na pedra."
Um banho de ácido clorídrico corrói o quartzo, deixando um tipo incomum de ouro que pode chegar a valer centenas de dólares entre colecionadores interessados.
Lembranças pseudo-preciosas
Ao menos nas áreas turísticas, garimpeiros de ouro vendem suas pedras a lojas de lembranças, que revendem as descobertas para visitantes felizes em pagar US$ 5 por um pote de ouro que custou apenas US$ 2.
Porém, afirma Ken Rucker, gerente-geral da associação, um garimpeiro muito sortudo "pode sair pela primeira vez e encontrar uma pepita de US$ 10 mil."
Já os garimpeiros que estão na atividade pelo lazer aprenderam um truque para ampliar o que encontraram.
"Muitos caras que conheço mantêm o ouro na água," diz Lawrence. "É uma questão de ego - a água tende a ampliar o ouro e faz parecer que você tem muito mais do que conseguiu."

Garimpeiro artesanal abre buraco em casa para tentar achar ouro

Garimpeiro artesanal abre buraco em casa para tentar achar ouro

Mina foi fechada em 1992, mas método artesanal persiste em Serra Pelada.


 Lauro Ernesto Frota, 53 anos, é quase uma lenda na região de Serra Pelada, no Sul no Pará. Maranhense, chegou ao local em 1980 para trabalhar na antiga cava, que foi o primeiro garimpo artesanal aberto no local. Foi dono de 22 barrancos no garimpo, mas perdeu tudo quando o governo federal extinguiu as atividades no local, em 1992.
Acordo da cooperativa local com uma empresa canadense deverá dar início em 2016 à extração mecanizada de minério em Serra Pelada, mas Frota é um dos que ainda resistem, na tentativa de conseguir achar ouro por meio do garimpo artesanal.
A Serra Pelada e mostra em uma série de reportagens o projeto e a estrutura da nova mina, o cotidiano da localidade e a esperança dos que ainda não desistiram do sonho de encontrar ouro.
Em 2003, Lauro Frota recebeu a visita de um “amigo”, que trouxe um aparelho que, segundo ele, indicou a presença de ouro no terreno onde está instalada sua casa, na vila de Serra Pelada.
Desde então, Frota cava manualmente um buraco próximo à cozinha. O buraco já tem 84 metros de profundidade. Para evitar desmoronamento, ele utiliza pedaços de madeira como forma de contenção da mina artesanal.
“Eu ainda não fui embora porque gosto de garimpo. Às vezes, acho que teve um engano ao dizerem que tem ouro aqui, mas agora que comecei não vou desistir”, diz o garimpeiro.
Para abrir a estreita cava, Frota conta com a ajuda de outros dois garimpeiros. Uma espécie de elevador artesanal leva os homens até o subterrâneo da cava, onde não há sistema de ventilação.
Os garimpeiros também não usam máscaras de oxigênio. A comunicação improvisada é feita por meio de um cano de PVC. Três galerias internas já foram abertas, segundo Frota, com cerca de 20 metros cada. As cavas já invadiram o espaço embaixo da sala da casa. Mas ouro, por enquanto, não foi encontrado.
“Nos tempos da cava antiga, cheguei a tirar 40 quilos de ouro. Comprei restaurante, dormitório, investi o dinheiro que ganhei em Serra Pelada aqui mesmo. Com o tempo, perdi tudo. Agora, espero ainda voltar a encontrar ouro aqui neste buraco. Desta vez, se achar ouro, não vou investir aqui. Quero sair de Serra Pelada”, afirma.
Buraco (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)Buraco manual aberto pelo garimpeiro Lauro Frota
desde 2003, com 84 metros de profundidade
Na lamaCoberto de lama, Benedito Soares de Andrade, conhecido como "Papagaio", passa mais de oito horas por dia em um garimpo artesanal. Aos 71 anos, ele carrega diversas vezes ao dia, de segunda a sábado, cerca de 80 quilos de entulho em um carrinho de mão.
Garimpeiro artesanal, Papagaio chegou a Serra Pelada em 1984. Veio sozinho do Ceará, com a esperança de ficar rico. O garimpo manual fechou em 1992, mas ele não desistiu.
Ainda hoje, segue na busca artesanal pelo ouro de Serra Pelada, no terreno próximo ao local onde a nova mina subterrânea está sendo aberta, em parceria com a cooperativa dos Garimpeiros e a empresa canadense Colossus.
“Eu nasci para isto aqui. Enquanto tiver saúde vou trabalhar. Ave Maria! Cara novo nem chega aqui. Não agüenta nem carregar um carrinho destes de 80 quilos”, disse Papagaio, enquanto transportava um carrinho de cascalho.
O trabalho do garimpeiro, que atuou na antiga Serra Pelada, não difere muito do que era realizado na grande cava que ficou conhecida como “formigueiro humano”.
Manualmente, Papagaio e outros dois garimpeiros passam horas por dia lavando os rejeitos que sobraram da antiga cava em busca de ouro. Eles usam mercúrio, um produto altamente tóxico, para auxiliar na separação do minério.
Nos meses em que o trabalho é mais intenso, o trio chega a retirar dos entulhos 30 gramas de ouro. Em Serra Pelada, o ouro pode valer até R$ 70 a grama. No mercado internacional, pode chegar a R$ 94.
“A gente trabalha direto para tirar R$ 1 mil ao mês. A ilusão de enricar acabou, mas eu acho que sou um homem de sorte. Sempre acho um pouquinho de ouro para viver aqui”, diz o garimpeiro Paulo Lopes, 63 anos, que está na região de Serra Pelada desde 1983.
O barranco onde os três trabalham apresenta rachaduras. O risco de desmoronamento aumenta a cada quilo de entulho lavado, segundo eles próprios.
Em um barranco próximo, Delsivaldo Marinho Amaral, 30 anos, mostra a rachadura na cava onde ele ajuda a lavar os rejeitos. Seu pai, que também era garimpeiro, morreu soterrado em um desmoronamento na antiga cava.
Papagaio (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)Benedito Soares de Andrade, conhecido como
Papagaio, trabalha em um garimpo artesanal.
“Vontade de sair daqui a gente tem, mas não tem condições. O medo está sempre presente, mas não tem o que fazer. É preciso estar aqui”, diz o garimpeiro.
Sem recursos para deixar Serra Pelada, os garimpeiros artesanais improvisam a exploração na região, em locais próximos onde a nova mina subterrânea está sendo construída.
Desde que chegou ao local em 1982, José Chaves Farias só conseguiu retornar ao Maranhão duas vezes para ver a família. A primeira visita demorou 27 anos para ocorrer.
Apesar das dificuldades, Farias diz que só admite sair do garimpo morto ou com dinheiro. Sócio da Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), ele espera receber o pagamento pelo ouro que começar a ser explorado pela parceria com a empresa canadense.
“Ou vou encaixotado ou vou com dinheiro. Estou quase cansado, só falta morrer. Mas espero que Deus me dê um pouco mais de tempo para ter a oportunidade de ver o resultado disso tudo aqui. Todo o tempo e a vida que deixei aqui, acredito que não foi em vão”, diz Farias.
Garimpo artesanal (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)Garimpeiros ainda tentam retirar algumas gramas de ouro dos rejeitos da antiga mina de Serra

CARLOS ACHOU OURO NEGRO NO QUINTAL

CARLOS ACHOU OURO NEGRO NO QUINTAL

Um homem de modos e palavras simples que, carpindo o terreno de sua chácara, descobre uma quantidade de petróleo suficiente para mudar sua vida de uma hora para outra. A história, que lembra seriado e filme hollywoodianos, hoje move a rotina de um caminhoneiro aposentado. Há cinco anos, ele comprou um sítio em Caruara, na área continental de Santos, em busca de sossego.
Morador de Guarujá, Carlos Galdino Prates, de 67 anos, cuidava da propriedade quando se deparou com um líquido escuro brotando da terra. Preocupado com o mangue que fica atrás do sítio, começou a colocar folhas secas para conter o óleo que corria pelo solo. Logo depois do susto, ainda intrigado, revela ter descoberto mais dois pontos ­ localizados ao lado da pequena casa que ocupa o terreno ­ onde mais líquido fluia. "Eu comprei esse lugar para passar dias de lazer com a família. Jamais imaginei um negócio desses", surpreende-se Prates. "Tinha tanto lugar para isso acontecer e foi acontecer logo no meu cantinho", diz o aposentado, que confessa ter medo de perder a chácara onde hoje as árvores que plantou dividem espaço com as demarcações feitas pela Petrobras. Conforme conta o aposentado, como o líquido continuava a jorrar mesmo com o passar dos dias, ele teve receio de que o mangue atrás de sua chácara ­ localizada próximo ao Canal de Bertioga ­ estivesse correndo perigo. "A primeira coisa que eu fiz foi chamar a Cetesb. Depois vieram técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e da Petrobras", conta ele, fazendo questão de mostrar à Reportagem o líquido que parece ter chamado a atenção dos técnicos da estatal.

COLETA Ao lado da esposa, com quem vive há 35 anos, ele afirma que funcionários da Petrobras já estiveram duas vezes no local. Na primeira, colheram uma pequena amostra e, no dia seguinte, levaram mais dois litros do líquido que seria enviado a Brasília para análise. "Eles disseram que é óleo mesmo, mas que não está vazando de nenhum duto da Petrobras. Eles falaram ainda que (caso seja confirmado se tratar de petróleo) eu posso ficar rico", brinca o aposentado, que, no entanto, diz não se importar com o dinheiro que pode estar por vir. "Não preciso de mais nada na minha vida. Tenho minha aposentadoria, minha chácara, minha mulher e meus três filhos e netos, que têm muito carinho por mim", orgulha-se ele. Pelo que informaram a ele os técnicos da Petrobras, o resultado da análise deve ficar pronto em 30 dias. Caso a suspeita seja confirmada, o ex-caminhoneiro teria a chácara de 12 mil metros quadrados interditada e, por conta disso, passaria a receber uma indenização mensal, além de participação sobre o que produzir os três poços.

CURIOSIDADE
Se eu achar petróleo em minha propriedade, virarei um concorrente da Petrobras? Concorrente, não. Será mais uma espécie de sócio. Segundo a legislação brasileira, todo o petróleo que está no subsolo pertence ao Governo Federal. Nos Estados Unidos, quem acha petróleo (ou gás natural) no quintal de casa pode ficar milionário, já que a exploração fica a cargo de empresas privadas. O brasileiro que se deparar com petróleo em sua propriedade não fica de mãos abanando. Ao encontrar o líquido, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) fará uma licitação para escolher a empresa que ganhará o direito de explorar a jazida. O dono do terreno fica com uma parte do dinheiro, que varia entre 0,5% e 1%. Pode parecer pouco, mas com o barril de petróleo na casa do US$ 80 (cerca de R$ 148), se a jazida produzir mil barris por dia, o dono do terreno pode faturar mais de R$ 20 mil em um mês.